Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
1º Trimestre de 2013
Título: Elias e Eliseu — Um ministério de poder para toda a Igreja
Comentarista: José Gonçalves
Lição 11: Os milagres de Eliseu
Data: 17 de Março de 2013
TEXTO ÁUREO
“Ora, o rei falava a Geazi, moço
do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu
tem feito” (2 Rs 8.4).
VERDADE PRÁTICA
Os milagres
realizados por Eliseu não visaram à glorificação pessoal do profeta, mas
demonstraram o amor e a graça de Deus.
HINOS SUGERIDOS
7, 510, 517.
LEITURA DIÁRIA
2
Rs 4.43 – A multiplicação dos
pães
2
Rs 7.1 – Abundância de
víveres
2
Rs 4.36,37 – A
ressurreição do filho da sunamita
2
Rs 6.6 – O machado flutuante
2
Rs 2.21,22 – As
águas de Jericó
2
Rs 5.14 – A cura de Naamã
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
2
Reis 2.9-14.
9 - Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias
disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti.
E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.
10 - E disse: Coisa dura pediste; se
me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará.
11 - E sucedeu que, indo eles andando
e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do
outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12 - O que vendo Eliseu, clamou: Meu
pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e,
tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes.
13 - Também levantou a capa de Elias,
que lhe caíra; e voltou-se e parou ã borda do Jordão.
14 - E tomou a capa de Elias, que lhe
caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o Senhor, Deus de Elias? Então,
feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou.
INTERAÇÃO
Professor, estudaremos nesta lição
alguns dos milagres realizados pelo profeta Eliseu. Este abnegado servo de Deus
foi um dos sete mil que não se dobraram diante de Baal. As intervenções
sobrenaturais, realizadas por intermédio de Eliseu, são muitas, o que torna
impossível tratar de todas em uma única lição. Por isso, as narrativas de seus
milagres foram divididas em quatro grupos, tornando o ensino mais didático:
milagres de provisão, restituição, restauração e julgamento. Todas essas
intervenções divinas operadas por Eliseu demonstram o poder de Deus. Os milagres
tinham como único propósito evidenciar a graça e a glória do Todo-Poderoso. A
intenção não era jamais exaltar as virtudes do profeta.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
·
Elencar os milagres de Eliseu.
·
Entender o que motivou os milagres de
Eliseu.
·
Compreender os propósitos dos
milagres de Eliseu.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza o quadro abaixo de acordo com as suas possibilidades. Inicie a aula
com as seguintes indagações: “Você acredita em milagres?”; “Qual o verdadeiro
objetivo de um milagre?”. Ouça os alunos com atenção e diga que Deus não mudou.
Ele continua operando milagres e maravilhas. Todavia, os milagres são para
aqueles que creem. Quem tem um coração duvidoso jamais poderá experimentar dos
milagres divinos. Para fortalecer a fé dos seus alunos conclua apresentando o
quadro abaixo com os vários milagres realizados por Eliseu.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Milagre: Segundo a Bíblia, é uma suspensão
temporária das leis da natureza, visando a operação sobrenatural de Deus.
Eliseu era um lavrador pertencente a uma família
abastada de Israel, quando foi chamado a exercer o ministério profético (1 Rs
19.19-21). Sem dúvida, era um dos sete mil que não haviam se dobrado diante de
Baal. E essa foi uma das razões pelas quais o Senhor o escolhera. As
intervenções sobrenaturais, através de Eliseu, são impressionantes (1 Rs
19.16).
Dividimos aqui as narrativas de seus milagres em
quatro grupos. Nem todos os milagres operados por Eliseu serão estudados aqui,
mas os que analisarmos servirão para ilustrar os propósitos divinos na vida de
seu povo.
I. OS MILAGRES DE PROVISÃO
1. A multiplicação dos pães. Esse é um milagre de provisão. Eram
cem os discípulos dos profetas e só havia vinte pães para alimentá-los (2 Rs
4.42-44). A lei da procura era maior do que a da oferta! O que fazer diante da
situação? O profeta Eliseu não olha as evidências naturais, mas seguindo a
direção de Deus, profetiza que todos comeriam e ainda sobrariam pães! Como? Não
havia lógica nenhuma nessa predição.
Todavia, milagres não se explicam,
aceitam-se pela fé! Muito tempo depois encontramos o Novo Testamento detalhando
como Jesus Cristo operou um milagre com a mesma dinâmica, mas em maior
proporção (Jo 6.9). Em ambas as histórias, a graça de Deus em prover o
necessário para os carentes fica em evidência.
2. Abundância de víveres. Jorão, filho de Acabe, estava
assentado no trono do reino do Norte e, a exemplo de Jeroboão, foi mau
governante (2 Rs 3.1-3).
A consequência de suas ações
pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria promovida por Ben-Hadade II. Com a
cidade sitiada, a consequência natural foi a escassez de alimentos. Vendia-se
desde cabeça de jumento até mesmo esterco de pombo na tentativa de amenizar a
fome.
Pressionado pela crise, o rei
procurou o profeta Eliseu e o responsabilizou pela tragédia. Sempre o Diabo
querendo culpar Deus! Todavia, o Senhor demonstra, mais uma vez, a sua graça, e
orienta Eliseu a profetizar o fim da fome! Como nos outros milagres, esse tem
seu cumprimento de forma inteiramente sobrenatural e inexplicável.
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
Milagres não se explicam, aceitam-se
pela fé! Aqueles que duvidam não recebem nada de Deus.
II.
OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO
1. A ressurreição do filho da
sunamita. Mesmo havendo
deixado o filho morto em casa, a rica mulher de Suném demonstra uma fé
inabalável (2 Rs 4.18-37). Quando a caminho, é interrogada por Geazi, servo de
Eliseu, sobre como iam as coisas, ela respondeu: “Tudo bem!”. Nada está fora de
controle quando Deus está no comando.
A sequência da história mostra o profeta Eliseu
orando ao Senhor sobre o corpo inerte do garoto (2 Rs 4.33,34). Os gestos do
profeta parecem não ter sentido, mas sem dúvida refletem a orientação divina (2
Rs 4.34,35). O Senhor responde a oração do profeta e a vida volta novamente ao
filho da sunamita (2 Rs 4.35-37).
2. O machado que flutuou. Um dos discípulos dos profetas
perdera a ferramenta que tomara emprestada (2 Rs 6.1-7). Naqueles dias, os
instrumentos de ferro eram escassos e valiosos. Daí o seu desespero. Duas
coisas observamos nesse texto: primeiramente, a motivação do milagre que está
bem expressa no lamento daquele que perdera o machado. O que nos faz lamentar?
A nossa motivação está correta? Em segundo lugar, vemos o profeta procurando
identificar o local onde a ferramenta havia caído. O Senhor está pronto a
restituir o que perdemos, mas temos de ter consciência disso.
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
Nada está fora de
controle quando Deus está no comando. Ele é soberano!
III.
OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO
1. A cura de Naamã. Algumas coisas nos chamam a atenção
no relato desse milagre (2 Rs 5.1-19). Em primeiro lugar, observamos que o
general sírio fica indignado quando o profeta não age da forma que ele imaginou
(2 Rs 5.11). Deus não faz shows, nem tampouco opera para satisfazer nossa
curiosidade.
Em segundo lugar, vemos que Deus não estava
interessado na análise lógica de Naamã (2 Rs 5.11,12), mas apenas em sua
obediência. Em terceiro lugar, Naamã recebe a cura quando desce ao Jordão (2 Rs
5.14).
Ninguém será restaurado se não descer! Naamã desceu
e foi curado. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). Em
quarto lugar, Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2 Rs
5.15,16). Eliseu recusou! A graça não aceita pagamento por aquilo que faz.
2. As águas de Jericó. O texto de 2 Reis 2.19-22 narra o
episódio das águas amargas de Jericó que se tornaram saudáveis através da ação
de Eliseu. Aqui, o profeta pede um prato novo e, que neste, se coloque sal.
Feito isso, ele profetiza que aquelas águas tornar-se-iam potáveis segundo a
palavra do Senhor. Tais exigências possuíam um valor simbólico, pois o sal
representa um elemento purificador (Lv 2.13; Mt 5.13). O prato novo simboliza
um instrumento de dedicação especial ou exclusiva a Deus para aquele momento.
Em todo caso, foi o poder de Deus que purificou as águas e não o poder desses
objetos e ingredientes.
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
Deus não faz shows e não se agrada
daqueles que se utilizam dos seus milagres para se promoverem. O Senhor não
opera para satisfazer nossa curiosidade.
IV.
OS MILAGRES DE JULGAMENTO
1. Maldição dos rapazinhos. Certa vez, uns jovens debocharam de
Eliseu, dizendo-lhe: “Sobe, calvo, sobe, calvo!”. Reagindo à situação, o
profeta invoca o julgamento divino sobre os zombadores, amaldiçoando-os em nome
do Senhor (2 Rs 2.23-25). O efeito foi devastador.
Apareceram duas ursas selvagens, que se investiram
contra os rapazes, matando quarenta e dois deles. Não se pode brincar com as
coisas sagradas e muito menos escarnecer dos servos de Deus.
2. A doença de Geazi. No relato de 2 Reis 5.20-27,
observamos as razões pelas quais Geazi foi julgado. Ele supunha que a recusa de
Eliseu em aceitar os presentes de Naamã era apenas uma questão pessoal do
profeta (2 Rs 5.20). Por isso, resolveu tirar partido da situação. Usou o nome
de Eliseu para validar sua cobiça, procurando tornar aceitável o que Deus havia
abominado (2 Rs 5.22). Ele deveria saber que Deus não vende suas bênçãos, mas
as dá gratuitamente. E, assim, o cobiçoso Geazi trocou o arrependimento pelo
fingimento e ainda trocou a bênção pela maldição (2 Rs 5.25,27). Em
consequência, teve de conviver com a lepra pelo resto da sua vida!
SINOPSE
DO TÓPICO (IV)
Não se pode brincar com as coisas
sagradas e muito menos escarnecer dos servos de Deus.
CONCLUSÃO
Os milagres operados por Eliseu demonstram o poder
divino. Todos tiveram um propósito específico; evidenciar a graça e a glória de
Deus nas mais diferentes situações. Em nenhum momento, essas intervenções
exaltam as virtudes do profeta.
VOCABULÁRIO
Víveres: Gênero alimentício; comestíveis,
mantimentos.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9 ed., RJ: CPAD,
2010.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
1. Quais milagres de provisão são listados na lição?
R. Multiplicação
dos pães e abundância de víveres.
2. Que lição podemos aprender com o machado que
flutuou?
R. O
Senhor está pronto a restituir ou restaurar quem perdeu alguma coisa, desde que
se tome consciência disso.
3. Cite pelo menos duas lições extraídas da cura de
Naamã.
R. Deus
não opera milagres para satisfazer nossa curiosidade. Ele também resiste aos
soberbos.
4. Como os rapazes zombaram do profeta?
R. “Sobe,
calvo. Sobe, calvo”.
5. Cite pelo menos duas razões pelas quais Ceazi
experimentou o juízo divino.
R. Geazi
viu apenas uma ação humana quando deveria ver uma ação divina e também trocou a
verdade pela mentira.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliográfico
“Deus cura a lepra de Naamã
O poder divino, o qual se manifestou através da
cura da lepra de Naamã, tinha o propósito de demonstrar que o Deus de Israel
era maior que as divindades da Síria. O milagre aconteceu em benefício dos
israelitas e também dos sírios. Os israelitas entenderam que Deus desejava
fazer deles o seu instrumento para conquistar outros povos. Também está aqui
evidente o ponto de vista profético de que o reino do Norte, assim como o de
Judá, estava essencialmente relacionado com o cumprimento de Deus para seu
povo.
O desespero de Naamã, causado pela impureza do rio
Jordão, pode ter sido provocado em parte pela correta comparação que fez com os
rios Abana e Farpar. Entretanto, a questão verdadeira era a sua má vontade em
se humilhar adequadamente, e obedecer à ordem de Deus para obter a cura.
O registro da cura de Naamã representa um cativante
relato da ‘cura de leproso’. Existe aqui um retrato notável sobre: (1) A
grandeza que não leva a coisa alguma — um grande homem... porém leproso; (2) O
testemunho da fé de uma escrava; (3) Um pedido inesperado e humilde; (4) A
obediência e a cura completa” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2, 1 ed.,
RJ: CPAD, 2005, p.349).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliográfico
▪ “A fama de Eliseu (2 Rs 6.12) — Vários
eventos claramente mostram que os milagres de Eliseu foram realizados com a
intenção de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. A cura de
Naamã (2 Rs 5), a reputação conseguida expondo os planos dos sírios (2 Rs 6.12)
e o livramento da unidade militar que veio para capturá-los (2 Rs 6.12,13)
todos testemunham o poder de Deus. Sirvamos à igreja de Cristo. Porém, nunca
percamos a visão daqueles fora de seus limites” (RICHARDS, L. O. Guia do
Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 9 ed., RJ: CPAD, 2010, p.247).
▪ “Geazi é
atacado de lepra (2 Rs 5-20-27) — Naamã havia oferecido um presente a
Eliseu; porém, o profeta o recusou. No entanto, sua gratidão era tão grande que
ele prontamente deu dois talentos de prata a Geazi supostamente para dois
jovens profetas necessitados. Eliseu transferiu a lepra de Naamã para Geazi,
não só porque ele havia mentido por razões pessoais, mas o que é ainda pior,
seu interesse egoísta por dinheiro havia diminuído a eficiência do ministério de
Eliseu para Deus. Esse incidente se apresenta como uma impressionante
advertência a todos os servos do Senhor que colocam os interesses pessoais à
frente da causa do Mestre” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2, 1 ed.,
RJ: CPAD, 2005, p.350).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
Os milagres de
Eliseu
Deus confirmou o
ministério de Eliseu não apenas com poder, mas também com a manifestação de
milagres. De forma geral, esses milagres foram manifestos em momentos de
angústia, onde apenas Deus poderia intervir, como foi o caso da predição de
abundância de alimentos para a Samaria sitiada e faminta. Eliseu também trouxe
de volta da morte o filho da Sunamita, que havia morrido. Observe que nesse
caso, especificamente, Deus não disse nada a Eliseu sobre o filho da Sunamita, que
estava morto: “Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus
pés; mas chegou Geazi para a retirar; disse porém o homem de Deus: Deixa-a,
porque a sua alma nela está triste de amargura, e o Senhor mo encobriu e nao mo
manifestou”. O Deus que revelou a Eliseu os planos do exército inimigo fez com
que o homem de Deus fosse verificar o que estava acontecendo na casa daquela
mulher. Eliseu sabia que quando a revelação divina não se manifesta, Deus
deseja que tenhamos sabedoria para resolver problemas. Ele não foi apenas um
homem de milagres, mas também um homem prudente e sensível.
Uma palavra sobre
milagres e a vida pessoal. Milagres são operações de caráter divino, fazendo
intervenções na esfera física. Podem ser visto na cura de doentes, na
multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e até
na ressurreição de mortos. Mas os miiagres ainda seguem um padrão: eles seguem
os que crêem, conforme Marcos 16.17.
Esperar milagres da
parte do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã. E a presença
constante de milagres não garante necessariamente a fé e a fidelidade das
pessoas. O povo que estava no Egito viu as manifestações de Deus de forma
poderosa, mas logo se rebelaram contra Ele. O povo que viu o Jordão se abrir
para que entrassem na terra prometida e viu Jericó cair diante de si anos
depois escolheu servir a outros deuses. As manifestações poderosas conduzidas
por Elias não fizeram de Acabe um rei temente a Deus. Geazi presenciou muitos
milagres realizados por Eliseu, mas perdeu o temor e a saúde por causa de
alguns presentes oferecidos por Naamã.
Claro que esses
casos não invalidam o poder de Deus e a sua soberania, e em sua presciência, o
Senhor sabia que alguns de seu povo seriam rebeldes e mesmo assim não deixou de
operar. Mas devemos aprender que precisamos ter comunhão com Deus quando Ele
manda milagres e quando Ele não manda. E acima de tudo, ser fiéis a Ele sempre.
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