LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD ADULTOS 1º Trimestre de 2019
Título: Batalha Espiritual — O povo de Deus e a guerra contra as
potestades do mal – Comentarista: Esequias Soares
Lição 6: Quem domina
a sua mente
TEXTO ÁUREO
“De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).
Os manuscritos mais antigos diziam: “Não olhar
para cada um de vocês (plural, grego) em suas próprias coisas (isto é, não
tendo em conta somente eles), mas cada um de vocês nas coisas dos outros”
também. Compare Phlippians 2:21; também o próprio exemplo de Paulo (Phlippians
1:24).
20 Pois
não tenho ninguém de mesmo ânimo que se importe sinceramente convosco,
Sua
razão para enviar Timóteo acima de todos os outros: Eu não tenho nenhum tão
“mentalmente parecido”, literalmente, “de alma semelhante”, comigo mesmo como é
Timóteo. Compare Dt 13: 6: “Teu amigo que é como a tua própria
alma” (Sl 55:14). O segundo eu de Paul.
sinceramente – grego, “genuinamente”; “Com sincera
solicitude”. Um caso em que o Espírito de Deus mudou a natureza do homem, que
ser natural era com ele ser espiritual: o grande ponto a ser visado.
21 pois
todos buscam as suas próprias coisas, e não as de Cristo Jesus.
Traduza
como grego: “Todos eles” (isto é, que estão comigo agora, Fp 1:14, Fp 1:17, Fp 4:21: tais Demas, então com ele,
provaram ser, Cl 4:14; compare 2Tm 4:10, Phlippians 1:24).
buscam
as suas próprias coisas –
oposta ao preceito de Paulo (Fp 2: 4; 1Co 10:24, 1Co 10:33; 1Co 13: 5). Isto é falado, por
comparação com Timóteo; Para Phlippians 1:16, Phlippians 1:17 implica que
alguns daqueles com Paul em Roma eram cristãos genuínos, embora não tão
abnegadamente como Timothy. Poucos vêm em socorro da causa do Senhor, onde a
facilidade, a fama e o ganho precisam ser sacrificados. A maioria ajuda somente
quando o ganho de Cristo é compatível com o seu próprio (Jz 5:17, Jz 5:23).
22 Mas,
se este viver na carne for o fruto do meu trabalho, então não sei o que
prefiro,
Antes
como grego, “Mas se viver na carne (se), isto (eu digo, a continuação na vida
que eu estou subestimando) é o fruto do meu trabalho (isto é, a condição na
qual o fruto do meu ministerial o trabalho é envolvido), então o que eu escolho
eu não sei (eu não posso determinar comigo mesmo, se a escolha me foi dada,
sendo ambas as alternativas ótimas mercadorias igualmente). ”Então Alford e
Ellicott. Bengel assume como Versão Inglesa, que o grego suportará supondo uma
elipse: “Se viver na carne (seja minha porção), esta (continuando a viver) é o
fruto do meu trabalho”, isto é, esta continuação em a vida será a ocasião de eu
trazer “o fruto do trabalho”, isto é, será a ocasião de “trabalhos” que são seu
próprio “fruto” ou recompensa; ou, este meu contínuo “viver” terá este “fruto”,
ou seja, “trabalhos” para Cristo. Grotius explica “o fruto do trabalho” como um
idioma para “valer a pena”; Se eu vivo na carne, isso vale a pena, pois assim o
interesse de Cristo será adiantado: “Para mim, viver é Cristo” (Fp 1:21; compare com Fp 2:30; Rm 1:13). A segunda alternativa, a saber,
a morte, é retomada e tratada, Fp 2:17, “Se me oferecerem”.
23 pois
estou pressionado por ambos os lados : tenho desejo de ser desligado, e estar
com Cristo, o que é muito melhor;
pois – Os manuscritos mais antigos
diziam: “Mas”. “Eu não sei (Fp 1:22), MAS estou em um estreito (estou
perplexo) entre os dois (a saber, ‘viver’ e ‘morrer’), tendo o desejo de partir
(literalmente, soltar âncora, 2Tm 4: 6) e estar com Cristo; PARA
(assim os manuscritos mais antigos) é de longe melhor ”; ou como o grego, mais
forçosamente, “de longe o mais preferível”; um comparativo duplo. Isso refuta a
noção de a alma estar adormecida durante sua separação do corpo. Isso também
mostra que, enquanto ele considerava o advento do Senhor como em todos os
momentos próximos, ainda que sua morte antes disso fosse uma contingência muito
possível. A vida parcial eterna está no intervalo entre a morte e o segundo
advento de Cristo; o perfectional, naquele advento [Bispo Pearson]. Partir é
melhor do que permanecer na carne; estar com Cristo é longe, muito melhor; uma
esperança do Novo Testamento (Hb 12:24), (Bengel).
24 entretanto,
ficar na carne é mais necessário por causa de vós.
permanecer
– continuar um pouco mais.
por
causa de vós –
grego, “na sua conta”; “Por sua causa.” A fim de estar a serviço de vocês,
estou disposto a abrir mão da minha entrada um pouco mais cedo na
bem-aventurança; o céu não deixará de ser meu finalmente.
VERDADE PRÁTICA
Os substantivos “mente”, “sentimento”
e “entendimento” pertencem à esfera do intelecto, que permite à pessoa
aprender, desejar, pensar e agir.
LEITURA DIÁRIA
Mc
12.30 A fé cristã é racional, assim, amamos a Deus com
todo o nosso entendimento
Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o
seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas
forças'.
Rm
7.25 Servimos a Deus com entendimento, pois a fé cristã
não é irracional
Graças a Deus por
Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da
Lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado.
Rm
8.6,7 A mente carnal é a predisposição mental da carne
6 A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é
vida e paz; 7 a mentalidade da carne é
inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo.
Rm
12.2 Transformados pela renovação de nossa mente
Não se amoldem ao
padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que
sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus.
1Co
2.16 Ter a mente de Cristo significa pensar como Ele
15 Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por
ninguém é discernido; pois 16"quem conheceu a mente do Senhor para que possa
instruí-lo?"
Nós, porém, temos a mente de Cristo.
Nós, porém, temos a mente de Cristo.
Cl
2.18 A mente ou o entendimento carnal pode envolver erro
doutrinário
18. Ninguém vos
domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos,
envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal
compreensão, 19. E não ligado à cabeça, da qual todo o corpo, provido e
organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.4-9.
4 — Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.
5 — Seja
a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6 — Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 — E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus.
8 — Quanto
ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 — O
que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei;
e o Deus de paz será convosco.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o seguidor de Jesus tem a
mente de Cristo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·
I.
Explicar a epístola
aos Filipenses;
·
II.
Conceituar a palavra
“mente” no contexto bíblico;
·
III.
Expor o conceito da
expressão “a mente de Cristo”.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Quem
viveu o milagre do novo nascimento recebeu o processo de metanoia, isto é, transformação plena da mente e do
pensamento. Algo que só o Espírito Santo pode fazer.
A
lição desta semana tem como propósito a reflexão introspectiva acerca das
atitudes, das decisões e da maneira de viver dos que se acham discípulos do
Mestre. A pergunta cabível ao final da presente lição é: “Jesus realmente é o
Senhor do seu pensamento?”.
Como
o nosso tema está fundamento na epístola aos Filipenses, estude-a
disciplinadamente para expor o conteúdo desta semana. Boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Quem
nasceu de novo é nova criatura, e assim a vida cristã é norteada pelo Espírito
Santo. Isso significa que nós, como cristãos, não andamos segundo a carne, mas
segundo o Espírito. A presente lição é uma reflexão introspectiva sobre a nossa
maneira de viver, as nossas atitudes e as nossas decisões, e se realmente Jesus
é o Senhor de nosso pensamento.
PONTO CENTRAL
Nós
temos a mente de Cristo.
I. SOBRE A EPÍSTOLA AOS FILIPENSES
I. Explicar a epístola
aos Filipenses
Filipos
era uma colônia romana e uma das principais cidades da Macedônia. Paulo esteve
na cidade por ocasião de sua segunda viagem missionária e ali fundou a primeira
igreja europeia. Isso aconteceu na casa de uma empresária chamada Lídia,
vendedora de púrpura. O apóstolo deixou a cidade por causa das pressões locais,
mas o relacionamento entre ele e os filipenses continuou. Cerca de dez anos
depois, Paulo escreveu de Roma a esses irmãos, por volta do ano 62 ou 63 d.C.
1.
A doutrina. O
objetivo da carta não era solucionar problemas doutrinários nem de
relacionamentos entre os filipenses, pois eles haviam amadurecido rapidamente.
Um dos propósitos estava vinculado à amizade e ao amor recíproco do apóstolo
(Fp
1.7-9 7 É justo que eu assim me sinta a respeito de todos vocês, uma vez
que os tenho em meu coração, pois, quer nas correntes que me prendem, quer
defendendo e confirmando o evangelho, todos vocês participam comigo da graça de
Deus.
8 Deus é minha testemunha de como tenho saudade de todos vocês, com
a profunda afeição de Cristo Jesus.
9 Esta
é a minha oração: Que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e
em toda a percepção, 10
para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e
irrepreensíveis até o dia de Cristo, 11
cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus
Cristo, para glória e louvor de Deus.
Fp
4.1 Portanto, meus irmãos, a quem amo e de quem tenho saudade, vocês
que são a minha alegria e a minha coroa, permaneçam assim firmes no Senhor, ó
amados!).
Os
problemas referentes às heresias eram periféricos. O apóstolo trata desse
assunto mais como precaução. Paulo menciona os legalistas no capítulo 3,
Filipenses Cap. 3 – A
verdadeira justiça – 1 Quanto ao mais, meus
irmãos, alegrem-se no Senhor. Escrever de novo as mesmas coisas não é um
problema para mim e é segurança para vocês.
2 Cuidado com os cães!
Cuidado com os maus obreiros! Cuidado com a falsa circuncisão! 3 Porque
nós é que somos a circuncisão, nós, que adoramos a Deus no Espírito e nos
gloriamos em Cristo Jesus, em vez de confiarmos na carne. 4É verdade
que eu também poderia confiar na carne. Se alguém pensa que pode confiar na
carne, eu ainda mais: 5fui circuncidado no oitavo dia, sou da
linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei,
eu era fariseu; 6quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à
justiça que há na lei, irrepreensível.
7 Mas o que para mim era
lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. 8 Na verdade, considero
tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus,
meu Senhor. Por causa dele perdi todas as coisas e as considero como lixo, para
ganhar a Cristo 9 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que
procede de lei, mas aquela que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede
de Deus, baseada na fé. 10 O que eu quero é conhecer Cristo e o poder da
sua ressurreição, tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua
morte,11 para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.
A soberana vocação – 12 Não que eu já tenha recebido isso ou já tenha
obtido a perfeição, mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui
conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo
alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para
trás e avançando para as que estão diante de mim, 14 prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
15 Todos, pois, que
somos maduros, tenhamos este modo de pensar; e, se em alguma coisa vocês pensam
de modo diferente, também isto Deus revelará para vocês. 16 Seja como for,
andemos de acordo com o que já alcançamos.
Os inimigos da cruz de
Cristo – 17 Irmãos, sejam meus imitadores e
observem os que vivem segundo o exemplo que temos dado a vocês. 18 Pois
muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu lhes dizia e agora digo,
até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. 19 O destino deles é a
perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está naquilo de que
deviam se envergonhar, visto que só pensam nas coisas terrenas. 20 Pois a
nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21 o qual transformará o nosso corpo
de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia
do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.
mas
não era algo agudo na Igreja, visto que em Filipos nem sequer havia sinagoga
(At
16.13 – A conversão de Lídia em
Filipos – 13 No sábado saímos da cidade e fomos para
a beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração. Sentamo-nos e
começamos a conversar com as mulheres que haviam se reunido ali.
14 Uma das que ouviam era uma mulher temente a Deus
chamada Lídia, vendedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor
abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo.
15 Tendo sido batizada, bem como os de sua casa, ela
nos convidou, dizendo: "Se os senhores me consideram uma crente no Senhor,
venham ficar em minha casa". E nos convenceu.).
Isso
mostra que a população judaica não era significativa na cidade. Note que seus
habitantes consideravam-se romanos
(At
16.21 20
E, levando-os aos magistrados,
disseram: "Estes homens são judeus e estão perturbando a nossa cidade, 21propagando costumes que a nós, romanos, não é permitido aceitar
nem praticar".).
Não
havia nada de muito grave na igreja que o apóstolo precisasse corrigir.
2.
O relacionamento. Havia
entre os filipenses alguns problemas que são próprios da natureza humana e
comuns nas igrejas ainda hoje
(Fp
1.27 27 Não importa o que aconteça,
exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, para que
assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência,
fique eu sabendo que vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes
pela fé evangélica, 28 sem
de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles
isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de
Deus; 29 pois a vocês foi dado o
privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, 30
já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar e
agora ouvem que ainda enfrento.
Fp
2.3,14 3 Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente
considerem os outros superiores a vocês mesmos.
12
Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas na
minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham em ação a
salvação de vocês com temor e tremor, 13
pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar,
de acordo com a boa vontade dele.
14
Façam tudo sem queixas nem discussões, 15 para que venham a tornar-se
puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração
corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo,
16
retendo firmemente a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo, eu
me orgulharei de não ter corrido nem me esforçado inutilmente.).
É
possível que o pedido do apóstolo para ajudar as irmãs Evódia e Síntique
indique algum problema de desentendimento entre elas
(Fp
4.2 O que eu rogo a Evódia e também a Síntique é
que vivam em harmonia no Senhor.).
O
apóstolo pede que haja unidade e harmonia entre os crentes, tendo por base a
humildade e o exemplo de Cristo. O apelo paulino é para que haja entre os
filipenses “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”
(Fp
2.5 5 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era
algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se
semelhante aos homens.).
3.
O ensino. Filipenses é
uma epístola prática, e os pensamentos teológicos aparecem casualmente, como no
parágrafo teológico por excelência, no capítulo 2.5-11,
e
no lar celestial prometido aos cristãos, no final do capítulo 3.
Filipenses 2.1-11: Imitando a humildade
de Cristo – 1 Se por estarmos em Cristo nós temos
alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma
profunda afeição e compaixão, 2completem a minha alegria, tendo o
mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
3Nada façam por ambição egoísta ou por
vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos.
4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas
também dos interesses dos outros.
5 Seja a atitude de vocês a mesma de
Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou
que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo,
tornando-se semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
9 Por isso Deus o exaltou à mais alta
posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra e debaixo da terra, 11e toda língua confesse que Jesus Cristo
é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
Filipenses 3.12-21: Prosseguindo para
o alvo – 12 Não que eu já tenha obtido tudo isso ou
tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui
alcançado por Cristo Jesus.
13 Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha
alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e
avançando para as que estão adiante, 14 prossigo para o alvo, a fim de ganhar o
prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.
15 Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver
as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto, vocês pensam de modo diferente,
isso também Deus esclarecerá.
16 Tão somente vivamos de acordo com o que
já alcançamos.
17 Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os
que vivem de acordo com o padrão que apresentamos a vocês.
18 Pois, como já disse repetidas vezes, e
agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo.
19 O destino deles é a perdição, o seu deus é o
estômago, e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas
terrenas.
20 A nossa cidadania, porém, está nos
céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
21 Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas
debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados,
tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.
O
sentimento de gozo e regozijo dominava os crentes de Filipos, e este é um dos
temas da carta: a alegria.
A
Igreja de Filipos é um exemplo a ser seguido por todos; isso porque havia nela
o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O objetivo da carta não é doutrinário,
mas de ensino prático sobre o relacionamento cristão.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para
introduzir a lição desta semana, sugerimos reproduzir para a classe o esquema
proposto conforme a sua possibilidade e fazer uma exposição geral sobre a
epístola.
II. SOBRE A “MENTE” NO CONTEXTO BÍBLICO
II. Conceituar a palavra
“mente” no
contexto
bíblico
Há
diversos termos nas línguas originais da Bíblia para “mente” e seus derivados.
Vamos estudar alguns deles aqui. Cada termo apresenta diferenças sutis, mas
significativas.
1.
A mente como faculdade psicológica. O
Novo Testamento grego emprega o termo nous,
de amplo significado, como “mente, entendimento, intelecto, pensamento,
sentido”
(Rm
11.34: "Quem conheceu a mente do Senhor?
Ou quem foi seu
conselheiro?"
1Co 2.16: 15
Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por
ninguém é discernido; pois 16 "quem
conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo?"
Nós, porém, temos a mente de Cristo.
Nós, porém, temos a mente de Cristo.
1
Co 14.14: Pois, se oro em uma língua,
meu espírito ora, mas a minha mente fica infrutífera.
2Co
11.3: O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente
enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua
sincera e pura devoção a Cristo.).
Na
presente lição, o sentido dessas palavras é de uma faculdade psicológica que
envolve compreensão, raciocínio, pensamento e decisão: “De maneira que eu, de
mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, sou
escravo da lei do pecado”
(Rm
7.25 — Nova Almeida Atualizada: 25 Graças
a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De maneira que eu, de mim mesmo,
com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, sou escravo da
lei do pecado.).
O
apóstolo Paulo está se referindo ao “eu” regenerado em contraste com a carne,
sem o controle do Espírito Santo. É com essa mente cristã que desejamos a lei
de Deus, ou seja, “a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus”
(Rm
8.2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo
Jesus, livrou você da lei do pecado e da morte.).
2.
A mente como forma de pensar. A
mente aparece também no Novo Testamento como uma maneira ou forma especial de
pensar. A ideia nesse caso é de disposição e de atitude, tanto no sentido
negativo: “estando cheio de orgulho, sem motivo algum, na sua mente carnal”
(Cl
2.18 — Nova Almeida Atualizada – 18 Não
deixem que ninguém se faça de árbitro para desqualificar vocês, com pretexto de
humildade e culto de anjos, baseando-se em visões, estando cheio de orgulho,
sem motivo algum, na sua mente carnal, 19 e
não retendo a cabeça, a partir da qual todo o corpo, suprido e bem-vinculado
por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que vem de Deus.);
como
positivo; “armai-vos também vós com este pensamento”
(1Pe
4.1 1 Portanto,
uma vez que Cristo sofreu corporalmente, armem-se também do mesmo pensamento,
pois aquele que sofreu em seu corpo rompeu com o pecado, 2 para que, no tempo que lhe resta, não viva mais para satisfazer os
maus desejos humanos, mas sim para fazer a vontade de Deus.).
Assim,
ter “a mente de Cristo”
(1Co
2.16 15
Mas quem é espiritual discerne
todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido; pois 16 "quem conheceu a mente do Senhor para que possa
instruí-lo?"
Nós, porém, temos a mente de Cristo.)
Nós, porém, temos a mente de Cristo.)
significa
pensar como Ele.
3.
Espírito. O substantivo
grego pneuma, traduzido geralmente por
“espírito”, é usado ainda de forma metafórica como modo de ser, atitude, forma
de pensar: “se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que
sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão”
(Gl
6.1 Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que
são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um
para que também não seja tentado.).
É
uma atitude ou modo de ser que reflete a forma como uma pessoa encara ou pensa
sobre um assunto. Essa expressão é usada em contraste entre o divino e o
meramente humano
(Mc
2.8 Jesus percebeu logo em seu espírito que era
isso que eles estavam pensando e lhes disse: "Por que vocês estão remoendo
essas coisas em seu coração?
At
17.16 Enquanto esperava por eles em Atenas, Paulo
ficou profundamente indignado ao ver que a cidade estava cheia de ídolos.
1Co
2.11 Pois quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o espírito
do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus,
a não ser o Espírito de Deus.
1
Co 5.5 4 Quando
vocês estiverem reunidos em nome de nosso Senhor Jesus, estando eu com vocês em
espírito, estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, 5 entreguem esse homem a Satanás, para que o corpo seja destruído, e
seu espírito seja salvo no dia do Senhor.
Cl
2.5 Porque, embora esteja fisicamente longe de
vocês, em espírito estou presente e me alegro em ver como estão vivendo em
ordem e como está firme a fé que vocês têm em Cristo.).
4.
Coração. O coração
aparece em toda a Bíblia como o centro da vida física, espiritual e mental;
emotiva e volitiva. É a fonte de vários sentimentos e afeições, como alegria e
tristeza
(Pv
25.20 Como tirar a própria roupa num dia de frio, ou
derramar vinagre numa ferida é cantar com o coração entristecido.
Is
65.14 13 Portanto,
assim diz o Soberano, o Senhor: "Os meus servos comerão,
e vocês passarão fome; os meus servos beberão, e vocês passarão sede;
os meus servos se regozijarão, e vocês passarão vergonha; 14 os meus servos cantarão com alegria no coração, e vocês se lamentarão com angústia no coração
e uivarão pelo quebrantamento de espírito.).
e vocês passarão fome; os meus servos beberão, e vocês passarão sede;
os meus servos se regozijarão, e vocês passarão vergonha; 14 os meus servos cantarão com alegria no coração, e vocês se lamentarão com angústia no coração
e uivarão pelo quebrantamento de espírito.).
O
coração é a sede do pensamento e da compreensão
(Dt
29.4 Mas até hoje o Senhor não deu a vocês mente
que entenda, olhos que vejam, e ouvidos que ouçam.
Pv
14.10 Cada coração conhece a sua própria amargura, e não há quem possa
partilhar sua alegria.).
Seu
uso metafórico aparece como a fonte causativa da vida psicológica de uma pessoa
em seus vários aspectos, mas a ênfase especial nos pensamentos significa o
“homem interior”
(Mt
22.37 Respondeu Jesus: " 'Ame o Senhor, o seu
Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'.
2Co
9.7 Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou
por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.
Rm
2.5 Contudo, por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado,
você está acumulando ira contra você mesmo, para o dia da ira de Deus, quando
se revelará o seu justo julgamento.).
Esse
sentido aparece também no Antigo Testamento: “guarda o teu coração, porque dele
procedem as saídas da vida”
(Pv
4.23 Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a
sua vida.).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O termo “mente” na Bíblia pode
significar faculdade psicológica, forma de pensar, espírito ou coração.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“A palavra grega metanoia sugere, fortemente, que o
pecador mergulhe para além da mera consciência intelectual quanto à
pecaminosidade. Mas que o faça com tal ímpeto e repulsa, que o leve a rejeitar
o mal e a seguir a Cristo, desejando aprender cada vez mais do Salvador (Mt
3.8; At 5.31; 20.21; Rm 2.4; 2Co 7.9,10; 2Pe 3.9).
Vejamos, agora, o lado positivo da
conversão. O pecador deve não somente ‘voltar-se de’ mas ‘voltar-se para’.
Assim, voltamo-nos do pecado para voltarmo-nos para Deus. O voltar-se para Deus
é um ato de fé. Consiste em se entrar numa relação positiva com Deus. É algo
central na experiência cristã; enfatiza a importância da fé. ‘Ora, sem fé é
impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam’ (Hb 11.6). Todas a
nossas relações com Deus acham-se ancoradas na fé” (MENZIES, William W.; HORTON,
Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé.
Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, p.86).
III. SOBRE A MENTE DE CRISTO
III. Expor o
conceito da expressão
“a mente de
Cristo”.
O
sentimento que norteava a vida dos irmãos filipenses era de alegria e de
comunhão. É isso que deve prevalecer na vida cristã em todos os lugares e em
todas as épocas.
1.
O sentimento de alegria. “Regozijai-vos”
é uma saudação grega, mas aqui Paulo exorta os filipenses e todos os cristãos à
alegria. O apóstolo acrescenta: “sempre, no Senhor”. O Senhor Jesus é a fonte
inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à saudação um sentido complemente
novo. Como resultado desse estado de graça está o bom relacionamento do cristão
com as demais pessoas.
O
termo “equidade” (v.5 Que a
moderação de vocês seja conhecida por todos. Perto está o Senhor.) é a tradução do adjetivo
grego epieikés, “compreensivo, bondoso, benigno”.
A Almeida
Revista e Atualizada traduz por “moderação”. Essa deve ser a atitude
de quem tem a mente de Cristo em relação às pessoas que nos rodeiam. É o que
Deus espera de todos nós.
A
expressão “perto está o Senhor”
(v.5:
Seja a amabilidade de vocês
conhecida por todos. Perto está o Senhor.)
diz
respeito à vinda de Jesus que se aproxima
(Ap
1.3 Bem-aventurado aquele
que lê, e bem-aventurados aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam
as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.
Ap
22.10 Disse-me ainda: — Não sele as palavras da profecia
deste livro, porque o tempo está próximo.)
e
nos inspira a essa moderação.
2.
Nossa gratidão a Deus. Os
filipenses viviam num clima de perseguição religiosa. Paulo estava na prisão.
Mas nada disso era problema suficiente para roubar a alegria dos crentes: “a
alegria do SENHOR é a vossa força”
(Ne
8.10 E Neemias acrescentou: "Podem sair, e
comam e bebam do melhor que tiverem, e repartam com os que nada têm preparado.
Este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não se entristeçam, porque a alegria do
Senhor os fortalecerá".).
Mesmo
nas dificuldades, quem tem uma mente guiada por Cristo não se desespera; antes,
as suas petições são levadas à presença de Deus “pela oração e súplicas, com
ação de graças”
(v.6
Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em
tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a
Deus.).
3.
A paz de Deus. O
termo noema, “pensamento, mente”, diz respeito à
faculdade geral de julgamento para tomar decisões, no sentido de bem ou mal,
certo ou errado. A ideia dessa palavra é de entendimento da vontade divina
concernente à salvação
(2Co
10.5 Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o
conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente
a Cristo.).
Esse noema pode se corromper
(2Co
11.3 O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente
enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua
sincera e pura devoção a Cristo.)
e
se tornar endurecido
(2Co
3.14 Na verdade a mente deles se fechou, pois até
hoje o mesmo véu permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado,
porque é somente em Cristo que ele é removido.),
a
ponto de impedir a iluminação do evangelho de Cristo
(2Co
4.4 O deus desta era cegou o entendimento dos
descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a
imagem de Deus.).
Mas
a paz de Deus na vida cristã está acima de todos os bens que uma pessoa pode
adquirir e sobrepuja a todo entendimento, pois vai além da razão humana. Ela
excede “os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”
(v.7
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o
coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.).
E
– A consequência inseparável de colocar tudo diante de Deus em “oração com ação
de graças”.
excede – ultrapassa, ou excede, todos os poderes imaginários do
homem de compreender sua total benção (1Co
2: 9, 1Co
2:10; Ef
3:20; compare com Pv
3:17).
guardará – em vez disso, “deve guardar”; deve manter-se como uma
fortaleza bem guarnecida (Is
26: 1, Is
26: 3). O mesmo verbo grego é usado em 1Pe
1: 5. Haverá paz segura dentro de si, quaisquer que sejam os
problemas exteriores que possam sitiar.
corações e as vossas mentes – em vez disso,
“corações (a sede dos pensamentos) e pensamentos” ou propósitos.
através
– sim como grego, “em Cristo Jesus”. É em Cristo que somos “guardados” ou
“guardados” seguros.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Quem tem a mente de Cristo desfruta do
sentimento de alegria, gratidão e paz em Deus.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“Rios de Água Viva
[…] No Evangelho de João, lemos as
palavras: ‘Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é
o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva’ (Jo
4.10). Louvado seja Deus pelas águas vivas que hoje fluem livremente, pois elas
vêm de Deus a todo coração faminto e sedento.
No poderoso nome de Jesus, podemos ir
aos confins da terra e aos lugares secos e ermos, pois até os corações
ressequidos, tristes e solitários foram feitos para se alegrar no Deus da sua
salvação. Clamemos hoje pelos rios.
Em Jesus Cristo, recebemos o perdão
dos pecados e a santificação de nosso espírito, alma e corpo e, em
santificação, recebemos o dom do Espírito Santo prometido por Jesus aos
discípulos — a promessa do Pai. Recebemos tudo isso pela reconciliação.
Aleluia!
O profeta declarou que Jesus tomou
sobre si as nossas aflições e carregou as nossas tristezas. ‘Mas ele foi ferido
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados’ (Is 53.5).
Cura, saúde, salvação, alegria, vida: temos tudo isso em Jesus. Glória a Deus!”
(SEYMOUR. Devocional:O Avivamento da Rua Azusa. Série:
Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.148-49).
CONCLUSÃO
O
nosso comportamento na vida diária, no lar, na Igreja, no trabalho e na
sociedade reflete o que há em nosso coração, e isso mostra por si só quem
domina a nossa mente. Há pontos na fé cristã que são inegociáveis, e quem é
dominado pelo Espírito não abre mão de sua fé nem cede um milímetro sequer de
sua fidelidade a Deus. É esse espírito que domina a mente dos crentes fiéis em
Cristo Jesus.
PARA REFLETIR
A respeito de “Quem domina a sua mente” responda:
Qual o apelo paulino aos filipenses?
O apelo paulino é para que haja entre os filipenses “o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).
O que significa ter a “mente de Cristo”?
Ter “a mente de Cristo” (1Co 2.16) significa pensar como Ele.
O que dá um sentido novo à saudação grega usada por
Paulo (Fp 4.4)?
O Senhor Jesus é a fonte inesgotável de gozo e alegria, e isso dá à
saudação um sentido complemente novo.
Qual deve ser a atitude de quem tem a mente de
Cristo em relação às pessoas à sua volta?
Moderação.
O que excede o nosso coração e os nossos
sentimentos em Cristo Jesus?
A paz de Deus.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
Quem
domina a sua mente
Quem
controla a sua mente? Quem a domina? Caro professor, prezada professora, essas
perguntas podem introduzir a aula desta semana. A nossa batalha espiritual
passa pela maneira de viver, tomar atitudes e decisões como fruto do que domina
o nosso pensamento. Se a nossa mente for permeada do Evangelho, Cristo sempre
prevalecerá. Mas do contrário, o Diabo governará a vida da pessoa que se
encontra longe de Deus.
A
importância da epístola aos Filipenses
O
primeiro tópico aborda o contexto em que a carta foi escrita a fim de preparar
o caminho para se entender a doutrina, o relacionamento existente na igreja e o
ensino predominante da carta. Trata- se de uma carta com apelo prático para
vida. Era possível ver que a igreja de Filipos vivesse uma vida de alegria e
paz diante de Deus. Neste aspecto, o apóstolo Paulo tinha um sentimento
recíproco aos Filipenses. O contexto nos mostra que Paulo e a igreja de Filipos
tinham uma comunhão profunda de vida.
Sobre
a palavra “mente”
A
igreja vivia assim porque havia um estado de espírito que dominava sua mente.
Para compreender esse processo, o comentarista da lição destaca os variados
significados que a palavra mente dispõe nas Escrituras. Em primeiro lugar,
“mente como faculdade psicológica”; depois, “mente como forma de pensar”; em
seguida, “mente como espírito”; enfim, “mente como coração”. Essas perspectivas
semânticas em torno da palavra “mente” abrange todo arcabouço psíquico presente
nos textos do Novo Testamento.
Sobre
ter a mente de Cristo
O
nosso estado de atitude ou saúde psicológica deve ter como fundamento a “mente
de Cristo”. A partir daí, o sentimento que norteava os Filipenses era de
alegria e comunhão. Isso é algo poderoso que ninguém pode tirar da experiência
do cristão. Uma vida com paz, gratidão e comunhão com Deus é o que todos
devemos viver.
Nossas
guerras espirituais não podem ser desassociadas de nossa vida cotidiana. Não
por acaso, antes de iniciar seu ministério, nosso Senhor foi tentado
espiritualmente na carne: pedras transformadas em pães; riquezas e poder. Se
por um lado não podemos ignorar os embates espirituais que transcendem a vida
material, pois essa é uma experiência bíblica real; por outro, afirmamos que
enquanto estivermos no mundo nossas provações ocorrerão aqui.
Filipenses 1
1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os
santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: 2 A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e
do Senhor Jesus Cristo.
Acção de graças e oração – 3 Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de
vocês.
4 Em todas as minhas orações em favor de vocês,
sempre oro com alegria 5 por causa da cooperação que vocês têm
dado ao evangelho desde o primeiro dia até agora.
6 Estou convencido de que aquele que começou boa obra
em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.
7 É justo que eu assim me sinta a
respeito de todos vocês, uma vez que os tenho em meu coração, pois, quer nas
correntes que me prendem, quer defendendo e confirmando o evangelho, todos
vocês participam comigo da graça de Deus.
8 Deus é minha testemunha de como tenho saudade de
todos vocês, com a profunda afeição de Cristo Jesus.
9 Esta é a minha oração: Que o amor de
vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, 10 para discernirem o que é melhor, a fim de serem
puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, 11 cheios do fruto da justiça, fruto que
vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
A prisão de Paulo e o avanço do
evangelho – 12 Quero que saibam, irmãos, que aquilo
que me aconteceu tem, ao contrário, servido para o progresso do evangelho.
13 Como resultado, tornou-se evidente a toda a guarda
do palácio e a todos os demais que estou na prisão por causa de Cristo.
14 E os irmãos, em sua maioria, motivados
no Senhor pela minha prisão, estão anunciando a palavra com maior determinação
e destemor.
15 É verdade que alguns pregam Cristo por inveja e
rivalidade, mas outros o fazem de boa vontade.
16 Estes o fazem por amor, sabendo que
aqui me encontro para a defesa do evangelho.
17 Aqueles pregam Cristo por ambição egoísta, sem
sinceridade, pensando que me podem causar sofrimento enquanto estou preso.
18 Mas que importa? O importante é que de
qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo
pregado, e por isso me alegro. De fato, continuarei a alegrar-me, 19 pois sei que o que me aconteceu resultará em minha
libertação, graças às orações de vocês e ao auxílio do Espírito de Jesus
Cristo.
20 Aguardo ansiosamente e espero que em
nada serei envergonhado. Ao contrário, com toda a determinação de sempre,
também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela
morte; 21 porque para mim o viver é Cristo e o morrer é
lucro.
22 Caso continue vivendo no corpo, terei
fruto do meu trabalho. E já não sei o que escolher!
23 Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e
estar com Cristo, o que é muito melhor; 24contudo, é mais necessário, por causa
de vocês, que eu permaneça no corpo.
25 Convencido disso, sei que vou permanecer e
continuar com todos vocês, para o seu progresso e alegria na fé, 26 a fim de que, pela minha presença, outra vez a exultação
de vocês em Cristo Jesus transborde por minha causa.
27 Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania
de maneira digna do evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja,
quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que vocês
permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, 28 sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles
que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês, de
salvação, e isso da parte de Deus; 29 pois a vocês foi dado o privilégio de
não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, 30 já que estão passando pelo mesmo combate que me
viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento.
Filipenses 2
Imitando a humildade de Cristo – 1 Se por estarmos em Cristo nós temos alguma
motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma
profunda afeição e compaixão, 2 completem a minha alegria, tendo o
mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
3 Nada façam por ambição egoísta ou por
vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos.
4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas
também dos interesses dos outros.
5 Seja a atitude de vocês a mesma de
Cristo Jesus, 6 que, embora sendo Deus, não considerou que
o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se
semelhante aos homens.
8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a
si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
9 Por isso Deus o exaltou à mais alta
posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra
e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
Resplandecer como astros – 12 Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram,
não apenas na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, ponham
em ação a salvação de vocês com temor e tremor, 13 pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer
quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele.
14 Façam tudo sem queixas nem discussões, 15 para que venham a tornar-se puros e
irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e
depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo, 16 retendo firmemente a palavra da vida. Assim, no dia
de Cristo, eu me orgulharei de não ter corrido nem me esforçado inutilmente.
17 Contudo, mesmo que eu esteja sendo derramado como
oferta de bebida sobre o serviço que provém da fé que vocês têm, o sacrifício
que oferecem a Deus, estou alegre e me regozijo com todos vocês.
18 Estejam vocês também alegres, e
regozijem-se comigo.
Timóteo e Epafrodito – 19 Espero no Senhor Jesus enviar Timóteo brevemente,
para que eu também me sinta animado quando receber notícias de vocês.
20 Não tenho ninguém que, como ele, tenha interesse
sincero pelo bem-estar de vocês, 21 pois todos buscam os seus próprios
interesses e não os de Jesus Cristo.
22 Mas vocês sabem que Timóteo foi aprovado porque
serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai.
23 Portanto, é ele quem espero enviar, tão
logo me certifique da minha situação,
24 confiando no Senhor que em breve também poderei ir.
25 Contudo, penso que será necessário
enviar de volta a vocês Epafrodito, meu irmão, cooperador e companheiro de
lutas, mensageiro que vocês enviaram para atender às minhas necessidades.
26 Pois ele tem saudade de todos vocês e está
angustiado porque ficaram sabendo que ele esteve doente.
27 De fato, ficou doente e quase morreu.
Mas Deus teve misericórdia dele, e não somente dele, mas também de mim, para
que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
28 Por isso, logo o enviarei, para que, quando o virem
novamente, fiquem alegres e eu tenha menos tristeza.
29 E peço que vocês o recebam no Senhor
com grande alegria e honrem homens como este, 30 porque ele quase morreu por amor à
causa de Cristo, arriscando a vida para suprir a ajuda que vocês não me podiam
dar.
Filipenses 3
O valor de conhecer Cristo – 1 Finalmente, meus irmãos, alegrem-se no Senhor!
Escrever de novo as mesmas coisas não é cansativo para mim e é uma segurança
para vocês.
2 Cuidado com os "cães", cuidado com esses
que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão!
Se alguém pensa que tem razões para
confiar na carne, eu ainda mais: 3 Pois nós é que somos a circuncisão, nós
que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não
temos confiança alguma na carne, 4 embora eu mesmo tivesse razões para ter
tal confiança. 5 circuncidado no oitavo dia de vida,
pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à
Lei, fariseu; 6 quanto ao zelo, perseguidor da igreja;
quanto à justiça que há na Lei, irrepreensível.
7 Mas o que para mim era lucro passei a
considerar como perda, por causa de Cristo.
8 Mais do que isso, considero tudo como perda,
comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor,
por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar
Cristo 9 e ser encontrado nele, não tendo a minha própria
justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça
que procede de Deus e se baseia na fé.
10 Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição
e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte 11 para, de alguma forma, alcançar a ressurreição
dentre os mortos.
Prosseguindo para o alvo – 12 Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido
aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado
por Cristo Jesus.
13 Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha
alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e
avançando para as que estão adiante, 14 prossigo para o alvo, a fim de ganhar o
prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.
15 Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver
as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto, vocês pensam de modo diferente,
isso também Deus esclarecerá.
16 Tão somente vivamos de acordo com o que
já alcançamos.
17 Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os
que vivem de acordo com o padrão que apresentamos a vocês.
18 Pois, como já disse repetidas vezes, e
agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo.
19 O destino deles é a perdição, o seu deus é o
estômago, e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas
terrenas.
20 A nossa cidadania, porém, está nos
céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
21 Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas
debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados,
tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.
Filipenses 4
Exortações diversas – 1 Portanto, meus irmãos, a quem amo e de quem tenho
saudade, vocês que são a minha alegria e a minha coroa, permaneçam assim firmes
no Senhor, ó amados!
2 O que eu rogo a Evódia e também a Síntique é que
vivam em harmonia no Senhor.
3 Sim, e peço a você, leal companheiro de
jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com
Clemente e meus demais cooperadores. Os seus nomes estão no livro da vida.
4 Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi:
Alegrem-se!
5 Seja a amabilidade de vocês conhecida
por todos. Perto está o Senhor.
6 Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo,
pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.
7 E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.
8 Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo
o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for
amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de
louvor, pensem nessas coisas.
9 Ponham em prática tudo o que vocês
aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com
vocês.
Agradecimento de Paulo pelas ofertas
– 10 Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente
vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas
não tinham oportunidade para demonstrá-lo.
11 Não estou dizendo isso porque esteja necessitado,
pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância.
12 Sei o que é passar necessidade e sei o
que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer
situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando
necessidade.
13 Tudo posso naquele que me fortalece.
14 Apesar disso, vocês fizeram bem em
participar de minhas tribulações.
15 Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros
dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo
no que se refere a dar e receber, exceto vocês; 16 pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram
ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade.
17 Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que
pode ser creditado na conta de vocês.
18 Recebi tudo, e o que tenho é mais que
suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os
donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício
aceitável e agradável a Deus.
19 O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês,
de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus.
20 A nosso Deus e Pai seja a glória para
todo o sempre. Amém.
Saudações finais – 21 Saúdem a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos
que estão comigo enviam saudações.
22 Todos os santos enviam saudações, especialmente os
que estão no palácio de César.
23 A graça do Senhor Jesus Cristo seja com
o espírito de vocês. Amém.
7. Quem
domina a sua mente?
Jesus nos chama para amar o Senhor, nosso Deus, de
todo o nosso coração, de todo o nosso entendimento e com toda a nossa força (Mc
12.33), ou seja, devemos servi-lo com tudo o que somos. Dessa forma, é
pertinente entendermos de que forma nossa mente está relacionada à vida
espiritual e ao comportamento humano como um todo. Valorizar o intelecto não é
subestimar ou negar o relacionamento com Deus, que é sustentado pela oração,
adoração e reflexão; pelo contrário, é entender melhor a complexidade do mundo
e da experiência humana a fim de melhor servirmos ao Reino de Deus.
Por conta do pecado, há tendência de o ser humano
ser conduzido pelos poderes malignos (Ef 6.10-13), condição que só pode ser
alterada por Jesus Cristo, que nos leva das trevas para a luz (1 Pe 2.9). Os
que vivem em Cristo têm sua mente reconciliada com Deus (Cl 2.2).
LENDO FILIPENSES 4.4-9
No pensamento paulino, o ser humano é composto por
uma dimensão corpórea e uma incorpórea. É um ser com corpo (2 Co 4.10, 11; Cl
1.22), que raciocina e entende com a inteligência (1 Co 14.14-16) e com as
emoções (Rm 12.15). As principais palavras empregadas pelo apóstolo para
expressar essas funções são corpo (soma), carne (sarx), coração (kardia),
espírito (pneuma), alma (psyche) e mente (nous). O objetivo não é explorar o
uso de cada um desses termos por Paulo e suas implicações teológicas, mas
simplesmente entender que esses elementos dependem uns dos outros para que o
ser humano desempenhe suas atividades, desenvolva seu caráter e decida seu
comportamento.
Na passagem de Filipenses 4.4-9, o apóstolo Paulo
apresenta pontos importantes do comportamento cristão que deveríam ser
trabalhados e desenvolvidos pelos filipenses. São abordadas tanto a vida
devocional do crente quanto a sua ética. Depositar o intelecto em Cristo
implica buscar a presença de Deus, desfrutar da paz divina, imitar e praticar
ações que criam hábitos e formam caráter. Esses conselhos são úteis ainda hoje
para nós, que vivemos numa sociedade cujos valores parecem exigir ações justas
e tolerantes por parte de seus cidadãos.
Os crentes da igreja de Filipos viviam um momento
de conflito pois suas crenças e práticas eram hostis aos costumes romanos. A
cidade de Filipos era uma colônia romana com aproximadamente 10 mil habitantes,
localizada na Macedônia. A influência romana se dava sobretudo pelas instituições,
a influência religiosa principalmente por meio do culto ao imperador. A carta
aos filipenses não menciona diretamente um problema da igreja (Fp 1.27-30), mas
podemos notar que o apóstolo os encoraja a manter a alegria e a comunhão, mesmo
num contexto de dificuldades, porque eles estão em Cristo.
Na passagem em questão, o apóstolo fala sobre
alegrar-se (v. 4), viver bem em comunidade (v. 5) e seguir o que é excelente e
louvável (v. 8). Esse padrão de vida era desejado por qualquer pessoa - judeu, romano
e cristão; então, qual o diferencial que Paulo apresenta nessa passagem em
relação ao que os filósofos e pensadores não faziam?
A alegria de que Paulo fala está no Senhor. O
apóstolo enfatiza aos filipenses que eles se regozijem no Senhor (v. 4). No
capítulo 1 de Filipenses, Paulo escreveu sobre sua alegria, mesmo estando
encarcerado e sabendo dos pregadores mal-intencionados (1.18). No capítulo 3,
Paulo desejava que os filipenses o imitassem e se alegrassem também, porque
"a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador"
(3.20b).
A alegria do cristão se mostra como a resposta ao
reconhecimento da presença de Deus mesmo quando a situação é de sofrimento ou
problema. Gordon Fee, em seu comentário sobre a carta aos Filipenses, explica
que não se trata de uma alegria temporal, mas de uma alegria fundamentada no
relacionamento da pessoa com Deus; é expressão da qualidade de uma profunda
vida espiritual. A alegria de que Paulo fala, portanto, deve ser alvo do
crente, algo que se deve buscar na presença do Senhor.
Em seguida, Paulo escreve sobre a tolerância que
as pessoas precisam ter umas com as outras (v. 5). De difícil tradução, a ARC
traduziu tolerância por "equidade"; a NAA, por "moderação".
Gordon Fee explica que o termo se refere ao modo gentil como Deus e os nobres
tratam os outros. Segundo Paulo, vemos que o tratamento que se dá aos outros
importa para Deus. No contexto social dos filipenses, em que a hostilidade
religiosa era uma realidade, importava que os cristãos soubessem reagir às
contrariedades, tratando as pessoas com gentileza.
Até então, aparecem duas expressões externas
daqueles que estão em Cristo: a alegria e a moderação. A experiência incorpórea
se mostra pelo agir do corpo, no modo como o cristão se comporta. O apóstolo
Paulo recomenda que assim devem agir aqueles que servem ao Senhor, ou seja,
alegrar-se e ser moderado resulta de um aprendizado da vida cristã. As pessoas
de fora da igreja olhariam para os crentes filipenses e testemunhariam um
comportamento que contrariava a circunstância de aflição.
"O
Senhor está perto" (v. 5b). Essa expressão parece deslocada no meio da
passagem, podendo estar relacionada aos que se alegram e tratam os outros com
moderação, ou aos que estão preocupados. Assim, damos uma dupla leitura,
podendo indicar tanto uma esperança escatológica, pois o apóstolo tem em vista
o Dia de Cristo (1.6, 10; 3.20), quanto o tempo presente, pois o Senhor está
perto daqueles que o invocam (Sl 145.18). Por meio da oração e da súplica (v.
6), Paulo explica que os filipenses podem levar tudo a Deus. Ou seja, a maneira
de lidar com o sofrimento e dificuldades da vida é pelo relacionamento e pela
conversa franca que se estabelece com Deus. Para quem está em Cristo, não há
motivo para preocupação. Craig Keener, em A mente do Espírito, ressalta que
"a alternativa de Paulo para a preocupação não consiste em tentar
ansiosamente suprimi-la, mas em reconhecer as necessidades diante de Deus e
entregá-las a ele" (p. 312). Num mundo como o nosso, no qual muitas pessoas
sofrem por ansiedade e o mercado rapidamente procura ofertar produtos que
atendam a demanda, serve para nós a recomendação do apóstolo Paulo dada aos
filipenses para que o receio não seja ignorado, mas sim entregue ao Senhor por
meio da oração.
A oração e a súplica, nessa passagem, revelam-se
práticas que devem ser constantes na vida do cristão. O apóstolo Paulo
acrescenta que são acompanhadas de ações de graças. A expressão de alegria
acompanhada de oração aparece nos salmos; é exemplo de como essas práticas
tomam forma no dia a dia (Sl 64.10; 68.3; 95.2; 96; 98.4). Além disso, ao mesmo
tempo que nos dirigimos ao Senhor com os problemas, também agradecemos.
Encontramos a oração dos momentos de sofrimento nos salmos de lamento (Sl 39,
42, 109, 142, etc.), em que lamentamos as tribulações não para reclamar da
vida, mas para louvar a Deus pela sua grandeza e misericórdia, agradecendo de
antemão pela resposta da súplica. Isso revela a confiança que temos no poder de
Deus para intervir e cuidar de cada servo, e nos encoraja a passar pela
situação difícil. Essa postura de entregar-se ao Senhor, portanto, é
reconhecimento da soberania divina.
Com essa firme confiança em Deus, vem a paz. A paz
de Deus na vida do cristão é o que guarda seu coração e sua mente (Fp 4.7).
Enquanto o crente deve buscar a alegria e a moderação e dedicar-se à oração, a
paz divina lhe é dada. A paz de Deus na Bíblia aparece no sentido de completude
(1 Sm 25.6; Sl 122.6; Jr 29.7); não significa ausência de conflito. O apóstolo
Paulo escreve sobre uma paz que ultrapassa a compreensão humana, é algo que
somente Deus pode dar, é uma experiência íntima do cristão. Isso significa
dizer que Deus cuida da pessoa por inteiro, pois é a paz divina que guarda o
coração, de onde "procedem as fontes da vida" (Pv 4.23), e também a
mente, que é a faculdade de processar o pensamento (2 Co 3.14; 4.4).
O sentido de "guardar" é militar. A
mesma palavra aparece em 2 Coríntios 11.32, "manter guarda", e em
Gálatas 3.23, "estar sob tutela". Tendo em vista a situação da cidade
de Filipos, Gordon Fee aponta para o contraste entre a paz que provém de Deus e
a força coerciva que guarda os cidadãos em nome da pax romana. Ou seja, o
apóstolo Paulo está diferenciando o senhorio de Deus e o senhorio de César.
A maneira pela qual a paz de Deus acontece está no
versículo 8. Ao entregar o intelecto e as emoções a Cristo, os hábitos e os
pensamentos se voltam ao que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de
boa fama. Primeiro, o apóstolo Paulo explica genericamente as virtudes que
pertencem à linguagem moral do mundo greco-romano. As quatro virtudes cardeais
descritas na República, de Platão (IV, 428-430,433) são prudência/sabedoria,
coragem, temperança e justiça. Os antigos já exortavam as pessoas a pensarem
nas coisas boas. A virtude era entendida como a capacidade de realizar
determinada tarefa, e era necessário tê-la para ser feliz e livre. Assim, a
lista apresentada pelo apóstolo Paulo no versículo 8 chama atenção para o que é
oferecido de bom na cultura dos filipenses.
No entanto, há uma diferença: os filipenses
deveríam, primeiro, identificar as coisas que são verdadeiras, honestas,
justas, puras, amáveis e de boa fama, para, então, entre estas coisas, pensar
com cautela no que há virtude e no que há louvor 3 (3 Pela
estrutura da oração grega em que se usa a partícula ei, "se", as
palavras "se há alguma virtude, e se há algum louvor" não resumem as
virtudes anteriores, mas as qualificam.). Em seguida, o critério de avaliação é
ter por referência a vida de Paulo (v. 9), aquilo que o apóstolo os ensina e a
maneira como ele vive (Fp 1.3-5, 20, 27-30) . "Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho" (Fp 1.21), ou seja, os filipenses deveríam
imitar o apóstolo da mesma maneira que Paulo seguia a cruz de Cristo (Fp 3.17).
Há interpretações distintas sobre o sentido do
versículo 8. A leitura de Gordon Fee entende que Paulo escreveu que os
filipenses deveriam absorver o que é bom, não importando o que fosse. Isso, no
entanto, deveria acontecer de maneira discriminatória, fundamentada no
evangelho que o apóstolo pregava e vivia. É o evangelho do Messias crucificado,
cuja morte na Cruz não só redime como também revela o caráter de Deus no qual
as pessoas são transformadas continuamente.
A interpretação de Stephen Fowl ressalta o emprego
dos adjetivos - verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama - a que
tipo de pessoas, coisas e ações esses qualificativos são aplicados. As palavras
podem ser usadas de maneiras inconciliáveis (l Co 1.18-2.16); o que é puro para
o não-crente pode não o ser para o crente. Por isso, o contraste de Paulo entre
a cultura greco-romana e a da cruz é discernir pessoas, coisas ou ações que
parecem ser favoráveis daquelas que realmente são. Assim, o que diferencia o
crente do não-crente é o agir com sabedoria. O ensino do apóstolo, portanto, é
que em Cristo a pessoa precisa ver além da aparência.
Em suma, para fazer a distinção dos valores, os
filipenses precisavam de referenciais: experiência com Deus por meio da alegria
(v. 4), moderação (v. 5), paz divina (v. 7), ensino e imitação de Paulo (v. 9).
É Deus operando no ser humano completo por meio do Espírito Santo no
funcionamento articulado do corpo, do intelecto e das emoções. Vivendo dessa
maneira, um novo caráter se desenvolve; a pessoa não mais vive pela carne, mas
sim pelo Espírito Santo (Fp 3.3), e a paz de Deus a acompanha.
Há diferenças que o apóstolo Paulo oferece na
carta aos Filipenses em relação aos ensinos dos filósofos e dos pensadores. A
alegria está no Senhor, não na autossuficiência. Lidar com os problemas é
entregá-los a Deus pela oração e não por autocontrole. Em vez de um discurso
filosófico sobre desenvolvimento de virtudes pessoais, o ensino de Paulo é para
uma vida centrada em Cristo. Fowl aponta que se regozijar no Senhor (Fp 3.1;
4.4) reflete a comunhão da igreja de Filipos, o que a diferenciava dos vizinhos
pagãos. Assim, a comunhão dos filipenses apresentava um corpo político
alternativo, governado por um Senhor distinto.
A MENTE DE QUEM ESTA EM CRISTO
Virtudes
Desenvolvidas no Caráter dos que São Novas Criaturas
Novo
caráter
O
amor é:
Sofredor;
Benigno;
Sofredor;
Benigno; Não é invejoso; Não trata com leviandade; Não se ensoberbece; Não se
porta com indecência; Não busca os seus interesses; Não se irrita; Não suspeita
mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre; Tudo crê;
Tudo espera; Tudo suporta; Nunca falha.
1 Co
13.3-8
O
fruto do Espirito:
Amor,
Gozo, Paz, Longanimidade, Benignidade, Bondade, Fé, Mansidão, Temperança.
Gl
5.22,23
Pensar
em tudo o que é:
Verdadeiro,
Honesto, Justo, Puro, Amável, de Boa Fama.
Fp
4.8
Revestimento
de:
Estranhas
de Misericórdia, Benignidade, Humildade, Mansidão, Longanimidade, Amor, Paz.
Suporta um ao outro e perdoa um ao outro. Seja agradecido. Que a palavra de
Cristo habite na pessoa abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-a e
admoestando-a um ao outro com salmos, hinos e cânticos espirituais. Canta ao
Senhor com graça no coração. Faz tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele
graças a Deus Pai.
Cl
3.12-16
Estando em Cristo, a pessoa se torna nova
criatura; há mudança de caráter. Esse é o pensamento paulino presente em
diversas epístolas. Antes, a pessoa pensava de determinada forma e tinha um
modo de agir; em Cristo, a transformação deve ser completa. Nos escritos
paulinos, há uma descrição não-exaustiva de alguns elementos do comportamento
da nova criatura. São instruções para ajudar na vida cristã.
Em Cristo, a pessoa completa - corpo, intelecto e
emoções - deve estar voltada para viver conforme o propósito divino. Ter a nova
identidade é revestir-se de Cristo, ou seja, aprender as virtudes do seu
caráter. A santificação consiste, de acordo com a Declaração de fé das Assembleias
de Deus, na separação do pecado e dedicação a Deus. Assim, sendo nova criatura,
esse processo de santificação envolve prática das virtudes, mudança de
comportamento e desenvolvimento de novos hábitos.
Uma maneira de aprender é imitando exemplo de
outras pessoas. O apóstolo Paulo recomenda que os filipenses imitem seu modo de
viver (Fp 3.17), o que aparece também nas cartas aos coríntios (1 Co 4.16;
11.1) e aos tessalonicenses (1 Ts 1.6; 2.14; 2 Ts 3.7-9). A imitação era um
exemplo moral no mundo antigo, como aparece em Sêneca na obra Epistulae Morales
ad Lucilium (Cartas morais a Lucílio). O discípulo aprendia com os mestres, que
já tinham mais experiência. Dessa forma, as instruções do mestre Paulo para
fazer como ele, seguindo a cruz, seriam para a formação dos discípulos que
iniciam a vida em Cristo.
Servir aos outros e não somente a si próprio é uma
característica que deve ser desenvolvida na vida daquele que serve a Deus.
Jesus Cristo é o modelo essencial, "que, sendo em forma de Deus, não teve
por usurpação ser igual a Deus" (Fp 2.6). Keener aponta que pensar como
Cristo (1.7; 2.2, 5; 3.15, 19; 4.2, 10) era apelo à unidade e comunhão, assunto
comum no Mediterrâneo por conta das divisões. A preocupação deveria ser servir
aos outros e não ocupar uma posição. Além de Paulo (Fp 2.17; 4.9), Timóteo (Fp
2.19-22) e Epafrodito (Fp 2.25-30) são outros nomes mencionados como modelos a
serem imitados pela postura de servos.
Além da imitação, a prática também é uma maneira
de desenvolver o novo caráter (Fp 1.9, 25). A alegria é uma virtude explorada
na carta aos filipenses, virtude que é fundamentada no Senhor. Tendo em vista o
futuro glorioso com Cristo e a presente intervenção divina que dá esperança em
meio à tribulação, os filipenses deveriam praticar a alegria. Fowl explica que
a alegria "é resultado da formação disciplinar da maneira de pensar e agir
no mundo [...] é o sinal de que os filipenses estão sendo formados na maneira
que Paulo defende" (p. 181). A tolerância com todas as pessoas também é
uma qualidade a ser trabalhada. James Smith, em Você é aquilo que ama, mostra
que a virtude não se adquire pelo intelecto, mas pelo afeto. "O ensino da
virtude é um tipo de formação, uma reciclagem de nossas disposições" (p.
39). Assim, é importante que as práticas se tornem hábitos. Os filipenses,
então, deveriam voltar suas disposições ao regozijo e à gentileza, para que
eventualmente elas moldassem o caráter e formassem a nova identidade.
A formação da vida cristã vista desse contexto
aponta para o desenvolvimento de um estilo de vida baseado na maneira de
analisar e decidir pelas coisas excelentes que levam ao caminho da salvação em
Jesus Cristo. A maneira como o crente se comporta e trata as pessoas irradia de
diversas maneiras no mundo ao seu redor, dando oportunidade para que a redenção
aconteça. Em primeiro lugar, há um ganho individual que é o amadurecimento
espiritual, por conhecer cada vez mais a Deus por meio das experiências. Em
segundo, a Igreja como um todo se enriquece com a comunhão daqueles que se dedicam
a servir a Deus e aos outros. Isso é o testemunho de Cristo, é o evangelho
proclamado para alcançar aqueles que ainda não receberam a salvação.
0 USO DO INTELECTO E A BATALHA ESPIRITUAL
A batalha espiritual é o ataque do inimigo contra
os crentes, por isso a defensiva deve estar preparada. Como novas criaturas que
se dedicam à santificação e têm sua identidade moldada pela prática das
virtudes, aqueles que estão em Cristo se aperfeiçoam a cada dia em conhecimento
intelectual, emocional e espiritual contra as adversidades. Na passagem de
Filipenses 4.4-9, vemos que para a vida cristã é significante praticar a
alegria e a moderação, orar, agradecer e refletir cuidadosamente sobre as
virtudes. Portanto, a redenção da cruz redime o ser humano do pecado e garante
que a transformação do seu caráter aconteça continuamente. O resultado é
experimentar a paz de Deus e a comunhão uns com os outros. Num mundo em que a
batalha espiritual é reconhecida pelo medo e pela ansiedade que as pessoas
sentem, a mensagem de Paulo aos filipenses se torna necessária e eficaz. A paz
que só o Senhor pode oferecer acompanha a mente santificada para não cair nas
armadilhas da insegurança.
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