Ética do comportamento cristão
Texto básico: Romanos 12.9-11
Texto devocional: Mateus 5.43-48
Versículo-chave: “E também faço esta oração: que o vosso amor
aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes
as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo” (Fp
1.9-10).
Alvo
da lição: Você conhecerá os passos para chegar
à excelência da vida cristã sem “murmurações nem contendas”.
Leia
a Bíblia diariamente
SEG Fp 1.27-30; TER Fp 2.1-4; QUA Fp 2.12-18; QUI Mt 5.38-42; SEX Mt 6.19-24; SÁB Mt 6.25-34; DOM Mt 7.1-5
Iniciamos esta
lição com Provérbios 26.18-20: “Como o louco que lança fogo, flechas e morte,
assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz por brincadeira. Sem lenha,
o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda”.
Paulo começa a
seção ética de sua carta aos Romanos com a excelência do “culto racional” e da
diversidade dos dons espirituais que devem estar a serviço da igreja. Entre os
dons espirituais e os degraus do comportamento cristão, exatamente no começo de
Romanos 12.9, ele coloca a pedra angular da ética cristã: “o amor seja sem
hipocrisia”. O amor, que é realmente o princípio governante da vida cristã, é
mais do que uma emoção, e é de natureza mais firme do que mero sentimentalismo
ou pura filantropia. Salomão poetiza esse amor sem hipocrisia, dizendo: “Põe-me
como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é
forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas
de fogo, são veementes labaredas. As muitas águas não poderiam apagar o amor,
nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo
amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.6-7). A partir do “amor sem hipocrisia”,
vêm os degraus da ética do comportamento cristão, que vamos estudar em lições
seguintes. Nesta lição trataremos de seis desses degraus.
I – DETESTAI O MAL
Detestar o mal é o
mesmo que odiá-lo. Paulo usa várias vezes a palavra “fugir” para significar a
repulsa que o cristão deve ter das coisas que são más (1Co 6.18; 10.14 e 1Tm
6.11): “Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas”. Carlyle, escritor
cristão, comentando esse texto, diz: “O que necessitamos é ver a infinita
beleza da santidade, e a infinita maldição e o horror do pecado”. O apóstolo
João, em sua primeira epístola, coloca esse “detestai o mal” da seguinte
maneira: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo2.15).
II – APEGAI-VOS AO
BEM
O verbo “apegar”
sugere um desejo intenso de apropriar-se de alguma coisa. O salmista assim se
expressa: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha
alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.”
(Sl 63.1).
O comportamento ético do cristão é uma busca constante e intensa do que é bom. As palavras usadas por Paulo são firmes: “detestai” e “apegai”. Elas podem ser ilustradas com dois versos de Colossenses, como veremos a seguir.
O comportamento ético do cristão é uma busca constante e intensa do que é bom. As palavras usadas por Paulo são firmes: “detestai” e “apegai”. Elas podem ser ilustradas com dois versos de Colossenses, como veremos a seguir.
1. Detestai
“Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade,
maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma
vez que vos despistes do velho homem” (Cl 3.8 e 9).
2. Apegai-vos
“Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de
bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12).
Tudo isso nada mais é do que empurrar para longe de nós o mal e abraçar de corpo e alma o que é bom, o que edifica.
Tudo isso nada mais é do que empurrar para longe de nós o mal e abraçar de corpo e alma o que é bom, o que edifica.
III – AMAI-VOS
CORDIALMENTE UNS AOS OUTROS
Devemos ser
afetuosos uns com os outros em amor fraternal. A palavra “cordialmente” é que
qualifica esse amor. “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a
hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos” (Hb
13.1-2). Esse degrau do comportamento ético do cristão é um dos muitos
mandamentos da mutualidade. O amor cordial é recíproco: “uns aos outros”.
Dentro da igreja não somos estranhos; muito menos unidades isoladas. Somos
irmãos, porque temos o mesmo Pai. A igreja não é um clube onde as pessoas se
associam; nem simplesmente uma reunião de amigos. A igreja é a família de Deus.
A reciprocidade no amor é a marca mais visível no Corpo de Cristo.
IV – NO ZELO, NÃO
SEJAIS REMISSOS
O descuido da vida
cristã acarreta sérios problemas. O cristão não pode tomar as coisas de
qualquer maneira. O nosso cotidiano é sempre uma alternativa entre a vida e a
morte. O tempo é curto e a vida terrena é uma preparação para a eternidade. O
profeta Jeremias exorta-nos: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor
relaxadamente!” (Jr 48.10). Costuma-se dizer que o cristão pode abrasar-se,
porém nunca oxidar-se. Jesus, em carta à igreja de Laodicéia, exorta: “Eu repreendo
e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3.19).
V – SEDE FERVOROSOS
DE ESPÍRITO
William Barclay,
comentando esse degrau da ética do comportamento cristão, diz: “Devemos manter
nosso espírito sempre em alta. Espírito fervoroso é espírito que transborda em
amor por Deus e pelo próximo. Ilustra-se esse fervor com uma vasilha de água
fervendo no fogo”. Foi exatamente nessa dimensão que Jesus advertiu a igreja de
Laodicéia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem deras
fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a
ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3.15-16). O que se requer do verdadeiro
cristão é que ele seja “fervoroso de espírito”. Isto é, uma pessoa entusiasmada
e apaixonada pela salvação das almas e pela santificação da Igreja.
VI – SERVINDO AO
SENHOR
Quem serve ao
Senhor, está servindo ao seu próximo, e quem serve ao seu próximo está servindo
ao Senhor. Jesus coloca esse assunto da seguinte maneira: “Em verdade vos
afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes” (Mt 25.40). O salmista, no hino de ingresso ao templo, declara:
“Servi ao Senhor com alegria”. Esse sentimento deve ser constante no serviço
cristão. O crente deve ter prazer no que faz servindo ao Reino de Deus. Por
isso mesmo, aconselha o apóstolo: “Portai-vos com sabedoria para com os que são
de fora; aproveitai as oportunidades” (Cl 4.5). “Quem não vive para servir,
não serve para viver”.
CONCLUSÃO
Elisabeth Gomes, em
seu livro “Ética nas pequenas coisas”, diz: “Deus espera de Seus filhos
pecadores e redimidos pelo sangue de Jesus um padrão de excelência em tudo.
Deste lado da glória não atingiremos perfeição no sentido de não pecarmos, mas
somos aperfeiçoados a cada dia, à medida que nos achegamos Àquele que cumpre em
nós o querer e o realizar”.
Na carta aos Romanos, Paulo diz: “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4).
Na carta aos Romanos, Paulo diz: “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4).
A vida cristã é uma experiência que se renova a cada dia em nosso relacionamento com Deus e com o nosso próximo.
>> Autor da lição: Pastor João Arantes Costa
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista O Comportamento do Crente, da série Vida Cristã. Usado com permissão.
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista O Comportamento do Crente, da série Vida Cristã. Usado com permissão.
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