quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Escola Biblica Dominical - Lição Salvação e Arrependimento

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 4º Trimestre de 2017
Título: A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening
Lição 9: Arrependimento e Fé Para a Salvação

TEXTO ÁUREO

E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38).

VERDADE PRÁTICA

O arrependimento do pecador é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa salvação de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Sl 51.1-3 O arrependimento abre caminho para o perdão de Deus
1. Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
2. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.
3. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.

Is 30.15 Deus concede salvação ao que se arrepende
15 Porque assim diz o Senhor DEUS, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria a vossa força, mas não quisestes.

Mt 3.8 Um convite para dar frutos dignos de arrependimento
8. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; 9. E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.

Lc 15.7 Há alegria no céu quando um pecador se arrepende
7 Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

1Jo 1.9 Deus é fiel para justificar quem se arrepende dos seus pecados
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.

Ap 3.19 Um chamado ao arrependimento
 19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 2.37-41.

37 — Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 — E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39 — Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.
40 — E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41 — De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase tres mil almas.

HINOS SUGERIDOS

192, 292 e 484 da Harpa Cristã.




OBJETIVO GERAL

Explicar que o arrependimento é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa salvação de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  
·                     I. Mostrar que o arrependimento, mediante a ação do Espírito é uma mudança essencial para receber a salvação de Deus;
·                     II. Explicar que a fé salvífica é um dom de Deus;
·                     III. Compreender que o arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação.



INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da fé salvífica e do arrependimento. Veremos que fé para a salvação é implantada em nossos coraç?es pelo Espírito Santo a fim de que venhamos a receber a dádiva da salvação. Deus deseja que todos sejam salvos, contudo é necessário fé e arrependimento. Primeiro, o Espírito Santo faz nascer no coração do homem incrédulo a fé em Jesus e no seu sacrifício vicário. Depois, o mesmo Espírito nos convence dos nossos pecados, do juízo e da justiça de Deus, gerando o arrependimento. Então, é importante, no decorrer da lição, enfatizar que para fazer parte do Reino de Deus é necessário fé e arrependimento.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O arrependimento e a fé operam conjuntamente para a salvação. É o pecador arrependido que crê no sacrifício vicário de Cristo na cruz do Calvário. Essa fé leva o pecador arrependido a abandonar de vez a situação de pecado, para então ser perdoado e, experimentar assim, a paz de Deus em seu coração.
[Comentário: Na Bíblia, arrependimento é um termo teológico que indica um abandono daquelas atitudes que afrontam Deus envolvendo-se no que ele odeia e proíbe. O termo no hebraico para arrependimento significa desviar-se. ou retornar. O termo correspondente no grego tem o sentido de mudança de mente de modo a mudar os caminhos também. Arrependimento significa mudar hábitos de pensamento, atitudes, ponto de vista, política, direção e comportamento na medida certa para deixar de lado o caminho errado e seguir o caminho certo. Arrependimento é, na verdade, uma revolução espiritual. Esta, agora, nada mais é do que a realidade humana que iremos explorar1., vamos pensar maduramente a fé cristã?]

PONTO CENTRAL

Fé e arrependimento são essenciais para se fazer parte do Reino de Deus.




I. ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO

1. Definição de arrependimento No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força
(Ne 1.9 9 E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome.;
Is 19.22 22. E ferirá o Senhor ao Egito, ferirá e o curará; e converter-se-ão ao Senhor, e mover-se-á às suas orações, e os curará; 23. Naquele dia haverá estrada do Egito até à Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios servirão com os assírios.).
Em o Novo Testamento, o verbo arrepender é mais fortemente expressado, pois significa “converter-se” ou “retornar”, termos que expressam a mudança de mente, transformação do pensamento, da consciência, das atitudes, isto é, uma verdadeira metanoia — do grego, “mudança da mente, mudança do homem interior: a mudança profunda e radical da mente”. Quando se passa pelo verdadeiro arrependimento há uma tristeza sincera pelo pecado praticado
(2Co 7.10 10 Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.)
e posterior compromisso de abandoná-lo para abraçar a vontade de Deus.

2. O arrependimento na vida cotidiana. O arrependimento nos livra das amarras do pecado, da culpa que escraviza e nos tira a alegria de viver. Ele nos leva a experimentar a cura da consciência cauterizada pelo pecado (1Tm 4.2 2. Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; 3. Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4. Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.).
Assim, o arrependimento nos devolve a satisfação, a autoestima sadia (sem orgulho ou narcisismo) que resulta em alegria e paz no coração. Há na existência do cristão diversas áreas da vida que talvez ainda não tenham sido submetidas ao completo senhorio de Cristo, isto é, áreas que ainda não passaram pelo processo de arrependimento
(Hb 12.17 17 Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.).
Por isso a Palavra de Deus aconselha-nos a fazer um autoexame sincero (1Co 11.28ª 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.) para percebermos o que sorrateiramente nos contamina, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr 17.9 9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? /// 9 O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? /// 9 Nada mais ardiloso e irremediavelmente mau que o coração. Quem o poderá compreender?).

3. A ação do Espírito Santo no arrependimento. O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8 8 E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.).
Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus. Outrossim, a purificação do pecado por meio do arrependimento é uma condição que precede o batismo no Espírito Santo (At 2.37-39 37. E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
38. E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; 39. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.).

SÍNTESE DO TÓPICO (I)
 O arrependimento é essencial para receber a salvação de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O arrependimento e a fé são os dois elementos essenciais da conversão. Envolvem uma ‘virada contra’ (o arrependimento) e uma ‘virada para’ (a fé). As palavras primárias, no Antigo Testamento, para expressar a ideia de arrependimento são shuv (‘virar para trás’, ‘voltar’) e nicham (‘arrepender-se’, ‘consolar’). Shuv ocorre mais de cem vezes no sentido teológico, seja quanto ao desviar-se de Deus (1Sm 15.11; Jr 3.19), seja no sentido de voltar para Deus. A pessoa também pode desviar-se do bem ou desviar-se do mal, isto é, arrepender-se. O verbo nicham tem um aspecto emocional que não fica evidente em shuv; mas ambas as palavras transmitem a ideia de arrependimento.
O Novo Testamento emprega epistrephõ no sentido de ‘voltar-se’ para Deus e metanoeõ/metanoia para a ideia de ‘arrependimento’ (At 2.38; 17.30; 20.21; Rm 2.4). Utiliza-se de metanoeõ para expressar o significado de shuv, que indica uma ênfase à mente e à vontade. Mas também é certo que metanoia, no Novo Testamento, é mais que uma mudança intelectual. Ressalta o fato de uma reviravolta da pessoa inteira, que passa a operar uma mudança fundamental de atitudes básicas.
Embora o arrependimento por si só não possa salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem tomar consciência da ênfase deste sobre aquele. Deus ‘anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam’ (At 17.30). A mensagem inicial de João Batista (Mt 3.2), de Jesus (Mt 4.17) e dos apóstolos (At 2.38) era ‘Arrependei-vos’. Todos devem arrepender-se, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. R: CPAD, 1996, p.368).

CONHEÇA MAIS

Arrependimento
“Quando os olhos dos pecadores são abertos, não podem sentir senão remorsos no coração por causa do pecado, e uma grande inquietude interior. O apóstolo exorta o povo a arrepender-se de seus pecados e confessar abertamente sua fé em Jesus como o Messias, e ser batizados em seu nome. Assim, pois, professando sua fé nEle, receberia a remissão de seus pecados, e participaria dos dons e das graças do Espírito Santo”. Leia mais em Comentário Bíblico, de Matthew Henry, CPAD, p.888.





II. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO

1. A fé natural. É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.).
Essa fé é vivenciada pelas pessoas que até acreditam em Deus, aceitam que Ele fez todas as coisas, concordam que o sol se levanta pela manhã por provisão dEle, todavia, não dão o passo decisivo para a salvação. A Bíblia afirma que até os demônios creem e estremecem diante de Deus (Tg 2.19 19 Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.), o que significa que ter uma fé apenas teórica não representa muita coisa. As pessoas podem estar até cientes da vida eterna, mas ainda assim, não aceitar o sacrifício vicário de Cristo Jesus para lhes proporcionar a salvação.

2. A fé salvífica. É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz (At 16.30,31 E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?
E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.;
Gl 2.16 16 Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.).
Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo (Jo 3.18 18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.).
Ela é um dom de Deus (Ef 2.8 8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.),
cujo autor é Cristo (Hb 12.2 2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.)
e que se origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17 17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.),
algo imprescindível para se obter a salvação (Jo 5.24 24 Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.).
Embora um dom de Deus, a fé precisa ser exercida pelo crente para confirmar a sua salvação.

3. Os benefícios da fé. A salvação é pela graça, mas a fé é o elemento indispensável (Ef 2.8-9 8. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.) para obtê-la. É a porta de entrada das bênçãos oriundas da salvação, tais como: a justificação, a regeneração, a adoção, a reconciliação, o perdão, a santificação, a glorificação e a vida eterna. Além dos benefícios inerentes à salvação, a fé ainda abre as portas para a cura de enfermidades (Mc 16.18;
Tg 5.15),
o batismo no Espírito Santo (Mc 16.17;
At 2.1-4),
a vitória contra o mundo (1Jo 5.4),
contra a carne (Gl 2.20),
contra o Diabo (1Pe 5.8-9),
a paciência (Tg 1.3)
e a proteção contra os dardos inflamados do Maligno (Ef 6.16).


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A fé salvífica é um dom de Deus.






SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Entre as declarações bíblicas sobre o assunto, esta é a fundamental: ‘Abraão creu [heb. ‘man], no Senhor, e foi lhe imputado isto por justiça’ (Gn 15.6). Moisés ligou a rebelião e desobediência dos israelitas à sua falta de confiança no Senhor (Dt 9.23,24). A infidelidade de Israel (Jr 3.6-14) forma um nítido contraste com a fidelidade de Deus. A fé abrange a confiança. Podemos ‘depender’ do Senhor ou nEle ‘fiar-nos’ (heb. batach) com confiança. Quem assim fizer será bem-aventurado (Jr 17.7). Alegramo-nos porque podemos confiar no seu nome (Sl 33.21) e no seu amor inabalável (Sl 13.5). Podemos também ‘refugiar-nos’ (heb. casah) nEle, conceito este que afirma a fé (Sl 18.30).
No Novo Testamento, o verbo pisteuõ (‘creio, confio’) e o substantivo pistis (‘fé’) ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é ‘um salto no escuro’.
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.369,370).

















III. O ARREPENDIMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO

1. Arrependimento — condição para a salvação. Jesus afirmou que para fazer parte do Reino de Deus é necessário o arrependimento (Mt 4.17).
Zaqueu, o publicano, teve um arrependimento tão genuíno que prometeu dar aos pobres metade de seus bens e devolver quatro vezes mais caso houvesse roubado alguém (Lc 19.8). De modo que ele pôde ouvir do Senhor: “Hoje, veio salvação a esta casa” (19.9). Assim, o arrependimento é diferente do remorso; este é momentâneo e passageiro, aquele atinge o lugar mais recôndito do coração humano.

2. Salvação por meio da fé. A salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8), uma condição necessária para se obtê-la, pois sem a fé não se pode crer no sacrifício vicário de Cristo. Assim, o arrependimento produzido pelo convencimento do Espírito Santo e a fé, como dom divino, exercida pela pessoa, operam conjuntamente para a glória de Deus.

3. Arrependimento e conversão. O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro:
o intelecto (Mt 21.29),
as emoções (Lc 18.13)
e a vontade (Lc 15.18,19).
Portanto, a conversão é uma ruptura com antigas tradições e modos de vida abomináveis e pecaminosos. Agora, tudo se torna novo, surge outra pessoa nascida de novo (Jo 3.3). Isso significa que todas as esferas da vida humana assumem a virtude e a ética do Reino de Deus ensinadas por Cristo Jesus (Mt 5-7).


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

O arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação.










SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Não podemos, obviamente, exercer a fé salvífica à parte da capacitação divina. Mas ensina a Bíblia que, quando cremos, estamos simplesmente devolvendo o dom de Deus? Seria necessário, para protegermos o ensino bíblico da salvação pela graça mediante a fé somente, insistir que a fé não é realmente nossa, mas de Deus? Alguns citam determinados versículos como evidências em favor de semelhante opinião. J. I. Packer diz: ‘Deus, portanto, é o autor de toda a fé salvífica (Ef 2.8; Fp 1.29)’. H. C. Thiessen afirma que há ‘um lado divino da fé, e um lado humano’, e então declara: ‘A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; 2Pe 1.1) outorgado sobrenaturalmente pelo Espírito de Deus (1Co 12.9). Paulo diz que todos os aspectos da salvação são um dom de Deus (Ef 2.8), e por certo a fé está incluída aí’” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.370).







CONCLUSÃO

Como nova criatura, “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17).
Ao crente que experimentou essa conversão cabe esforçar-se para manter-se afastado do que outrora causou-lhe tanta dor, sendo o motivo de sua perdição. Agora, tudo é novo! Tudo faz sentido!

[Comentário: O salvo foi transformado, as coisas velhas não atiçam mais o interesse, não desperta desejo! A santidade é conseqüência da salvação, é a evidência de que estamos salvos! Não deve ser por esforço, mas deve fluir naturalmente porque eis que tudo se fez novo! A Escritura exorta o crente a viver a vida cristã com esforço. Veja o que nos diz Hebreus 6.11-12 e 2º Pedro 1.5-7. Mas gostaria de enfatizar o que nos diz o apóstolo Paulo em Filipenses 2: "Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.": "Desenvolvei a vossa salvação". No grego é o presente do imperativo "esforçai-vos incessantemente para desenvolver a vossa salvação". Não é uma ordem dada a incrédulos mas a crentes. Não é, portanto, um esforço para se ganhar a salvação, pois esta é um dom de Deus. Mas é um chamado aos crentes para que se esforcem e sejam diligentes no viver santo (2Co 7.1; Ef 4.1). O sentido mais correto não é "trabalhem pela salvação", mas "trabalhem na salvação" em direção à consumação da fé, em busca da santidade18. Com propriedade assim define arrependimento o teólogo e pastor norte-americano Charles Finney (1792-1895): “…"dar uma segunda olhada", ou falando mais estritamente, mudar a mente da pessoa como consequência de se conformar a uma segunda visão mais racional do assunto. Esta palavra expressa evidentemente uma mudança de escolha, propósito, intenção em conformidade com as injunções da inteligência. Sem dúvida esta é a ideia do arrependimento evangélico. É um fenômeno da vontade e consiste na mudança da intenção última do egoísmo para a benevolência. O termo expressa o ato da mudança do coração ou da preferência governante da alma. Pode com propriedade ser traduzido pelos termos "mudando o coração"19.] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),


Qual o Papel do Crente e de Deus na Santificação?

Alguém falou a certo pastor: "A Escritura afirma que 'Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim'. Não temos que fazer nada por nossa santificação, mas simplesmente nos rendermos a Deus e deixarmos que Ele faça tudo".
Na verdade esta pessoa estava refletindo o ensino de um movimento nos Estados Unidos, chamado "Vida Mais Profunda" (deeper life), o qual afirma que, para se vivera vida cristã em santidade não se precisa fazer esforço algum, pois o poder deve vir de Cristo. Isso tem um pouco de verdade, mas exclui uma outra verdade igualmente importante: A Escritura exorta o crente a viver a vida cristã com esforço. Veja o que nos diz Hebreus 6:11-12 e 2 Pedro 1:5-7. Mas gostaria de enfatizar o que nos diz o apóstolo Paulo em Filipenses 2: "Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade."
Quietismo e Pietismo
O que aquela pessoa falou ao pastor sobre santificação é chamado de "quietismo". O quietismo afirma que o cristão deve ser passivo no crescimento espiritual. Devemos deixar que Deus faça tudo, pois nosso frágil esforço só faz atrapalhar a ação de Deus. Devemos apenas "render-nos" ao Espírito Santo, e Ele nos dará a vitória.
O oposto do quietismo é o "pietismo", que ensina que os crentes devem trabalhar muito e praticar uma autodisciplina extrema para conseguirem piedade pessoal. Devemos fazer estudos bíblicos enérgicos, ser auto-disciplinados, obedientes, diligentes para conseguirmos vidas santas. Mas não pára aí; adota padrões legalistas no seu modo de vestir, de comer, no seu estilo de vida, etc.
Muitos quietistas e pietistas concordam em que a salvação é pela graça, por meio da fé, mas a discordância deles é na área da santificação. Os quietistas desprezam o esforço do crente e arriscam-se a promover a irresponsabi1idade, a apatia espiritual. Os pietistas exageram o esforço humano e tendem a provocar o orgulho e a cair no legalismo.
Equilíbrio Adequado
Vejamos o que Paulo nos diz no capítulo 2:12-13 de sua carta aos Filipenses: "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em, vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade."
No capítulo 12, Paulo fala como um pietista, que nós ternos de agir: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor...". No versículo 13 ele fala como um quietista: que Deus é quern age: "Deus é quem efetua em vós...". Vemos aqui o perfeito equilíbrio, apesar de não compreendermos tudo completamente, pois o texto diz que devemos agir, mas na verdade é Deus que está operando em nós tanto o querer como o efetuar. Paulo não se preocupa em dar explicações, mas simplesmente afirma os dois lados. Quem pode compreender a mente de Deus? Seus pensamentos são muito altos para nosso entender limitado (Isaías 55:9; Deuteronômio 29:29).
O mesmo problema existe no ensino bíblico sobre a salvação. O Evangelho exige um ato do homem no qual o pecador se arrepende e põe sua fé na pessoa e obra de Cristo. No entanto, a Escritura garante que a salvação é uma obra totalmente de Deus (Efésios 1:8,9) e que Ele escolheu pessoas para a salvação antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-5).
O mesmo se observa no ensino sobre a perseverança dos santos. Da mesma forma que a Bíblia exige "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida", ela nos garante que ninguém pode nos arrebatar das mãos de Deus (João 10:27-29) e que ninguém pode nos separar do amor de Deus (Romanos 8:33-35). A salvação está garantida, mas temos de perseverar.
Na questão da santificação vemos o esforço do crente unido ao soberano controle de Deus. Paulo exemplifica este ensino ao dizer em 1 Coríntios 15: 10– "Pela graça de Deus sou o que sou; e sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã" Aqui soa como quietismo, mas logo diz: "antes, trabalhei muito mais do que todos eles", agora soa como pietismo, e termina afirmando: "todavia não eu, mas a graça de Deus comigo." Isso é quietismo novamente. Paulo não estava defendendo nem o pietismo nem o quietismo, mas mostrando um perfeito equilíbrio entre Deus, o qual opera no crente, e o crente mesmo, que se deve esforçar por ser santo.
Ele nunca falou de sua santificação sem reconhecer ambos os lados. Dessa forma vemo-lo afirmando novamente, em Colossenses 1:28-29, que se afadiga e se esforça segundo a eficácia que opera nele. "Afadigo-me", no grego, é a palavra kopiao, que se refere ao trabalho cansativo, à exaustão. "Esforçando-me" no grego, é a palavra agonizomai, que significa agonizar, lutar, sofrer. Porém, completa: "Segundo a eficácia que opera eficientemente em mim". Os crentes devem usar todas as suas energias para servirem ao Senhor com diligência. Ao mesmo tempo, tudo que se realiza em nosso íntimo é a obra de Deus.
Qual a nossa parte? Desenvolver a nossa salvação.
"Desenvolvei a vossa salvação". No grego é o presente do imperativo "esforçai-vos incessantemente para desenvolver a vossa salvação". Não é uma ordem dada a incrédulos mas a crentes. Não é, portanto, um esforço para se ganhar a salvação, pois esta é um dom de Deus. Mas é um chamado aos crentes para que se esforcem e sejam diligentes no viver santo (2 Coríntios 7: 1; Efésios 4: 1). O sentido mais correto não é "trabalhem pela salvação", mas "trabalhem na salvação" em direção à consumação da fé, em busca da santidade.
Vamos ao texto de Filipenses 2:12. Aqui vemos 5 frases que nos ajudam a entender como desenvolver a nossa salvação. "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor".
1. "Assim, pois": Compreendam o exemplo que lhes foi apresentado. Essa expressão nos leva de volta a Filipenses 2:5-11, onde Jesus é apresentado como modelo de humildade, obediência e submissão. Ele é o nosso padrão de vida (1 João 16).
2. "Amados meus": Entendam que vocês são amados. A Igreja de Filipos era uma igreja fiel, mas tinha problemas de orgulho e desunião e por isso Paulo dá ênfase na questão da unidade. Evódia e Sintique, duas mulheres, lideraram facções opostas uma a outra (Filipenses 4:2,3). Porém, apesar de tudo, Paulo os amava e por isso os corrigia e chamava de "amados". Deus é assim, ama, tem misericórdia de nós, mesmo quando fracassamos no nosso processo de santificação.
3. "Como sempre obedecestes": Entendam o valor da obediência. A palavra grega traduzida por "obedecestes" (hupakouo), significa literalmente "atender à porta", ou "obedecer, como resultado de ouvir". Ou seja, submeter-se ao que se ouviu. Foi o que aconteceu com Lídia ao ouvir a pregação de Paulo. Ela atendeu ao apelo do Evangelho, converteu-se, foi batizada e passou a servir a Paulo e seus companheiros. O mesmo aconteceu com o carcereiro de Filipos. Eles atenderam à Palavra.
4. "Não só na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência": Entendam seus recursos e responsabilidades. Eles buscaram a santidade por conta própria, e esta é uma responsabilidade de cada cristão. O apoio de irmãos é importante, mas é fácil nos tornarmos dependentes deles. Certos crentes perdem a pureza e a santidade, quando perdem o apoio espiritual de alguém. Mas, quando Paulo exige que eles desenvolvam a santificação ("vossa salvação"), está dando a entender que, em Cristo, eles podiam viver em santidade, independentes de qualquer ajuda externa. Nós somos responsáveis por nossa vida espiritual.
5. "Com temor e tremor": Entendendo as conseqüências do pecado. O pecado traz conseqüências, e esta é a razão porque devemos andar em santidade com temor e tremor. A palavra grega para "temor" é phobos da qual se originou fobia. A palavra grega para "tremor" é tromos que originou a palavra trauma. Estas palavras falam de um saudável temor de ofender a Deus, temor de pecar, de desonrar a Deus, do colapso moral, de entristecer a Deus e assim trazer a correção divina. lsaías no capítulo 66.2, fala do temor que Lhe agrada – "O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra". E no versículo 5 afirma: "Ouvi a palavra do Senhor, vós, os que a temeis".
Portanto, a santidade exige esforço, não é algo fácil, pois significa ter disciplina, seguir a Jesus, ser obediente à Palavra, exercitar os dons e avaliar as conseqüências do pecado. Mas um temor saudável a Deus nos motivará a buscar esta santidade que Ele requer de nós.
Qual a parte de Deus? Operar em Nós
Em FI.2:13 Paulo explica.- "Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade". É Ele que habita em nós e nos dá o poder de fazermos a Sua vontade. Não temos capacidade em nós mesmos, a nossa capacidade vem de Deus. (2 Coríntios 15). Em Filipenses 2:13 vemos 5 verdades a respeito de Deus, que nos ajudarão a compreender o que Deus faz por nós na santificação.
1. A pessoa de Deus. "Deus é quem efetua em vós..." É Deus quem está envolvido com a nossa vida, com o nosso bem-estar espiritual. Ele habita em nós e quer que façamos o que Ele ordena. Nosso progresso espiritual não depende de nós, nem de nossas habilidades, nem da ajuda de outros crentes, nem dos pastores, nem mesmo de anjos. Mas é Deus quem opera em nós, realizando a nossa santificação. O mesmo Deus que nos conheceu de antemão, nos predestinou, nos chamou e nos justificou, é o mesmo que nos santifica e haverá de nos glorificar (Romanos 8:30). Que diferença dos deuses pagãos! Mas Deus nos acompanha e nos supre por toda a vida.
2. O poder de Deus: Operando. "É Deus quem efetua...". Esta palavra no original é energeo que se refere a uma energia ativa e produtiva. É um poder que opera o nosso progresso espiritual, a nossa santificação. Por isso estaremos seguros até o fim. "Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6).
3. A presença de Deus: Em nós. Deus opera em nós. Paulo diz, em Efésios 3:20, que Deus "é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós". Paulo não diz que Ele opera nos céus e sim em nós. Ele é a nossa suficiência. Aqui devemos lembrar que no V.T. os crentes adoravam no Tabernáculo, no Templo. Mas agora somos templo de Deus, pois Cristo habita no coração de cada crente. "Nós somos santuário do Deus vivente..." (2 Coríntios 6:16). Ele está conosco, sustentando-nos, suprindo e fortalecendo a nossa santificação.
4. O propósito de Deus: O querer e o realizar. É Ele que nos impulsiona a querer e a efetuar, dá-nos tanto o desejo como a habilidade. A palavra "querer" no grego é thelo que significa intento e inclinação. Deus nos dá desejos santos, agradáveis a Ele. Como? Em primeiro lugar, Ele nos dá uma santa insatisfação para com a nossa natureza carnal e corrompida. Foi isso que fez Paulo dizer em Romanos 7:14: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?". Em segundo lugar, Ele nos dá um desejo pelas coisas santas e puras. Isso vemos na biografia dos santos do passado e percebemos o quanto estamos longe desta dedicação a Deus. Em terceiro lugar, Deus nos dá o desejo de Lhe agradar, de causar-Lhe satisfação e isso resulta em um proceder santo.
5. A satisfação divina: Segundo a Sua boa vontade. A palavra grega traduzida por "boa vontade" é eudokia que significa satisfação ou agrado. Deus opera em nós para que façamos aquilo que Lhe agrada e satisfaz. Ou seja, desenvolver a nossa salvação com temor e tremor agrada a Deus. Somos muito queridos de Deus e quando fazemos aquilo que Lhe agrada, Ele fica satisfeito. Esta é a essência de qualquer relacionamento: queremos agradar a quem amamos. Queremos causar satisfação Àquele que perdoa as nossas iniquidades, resgata-nos da condenação eterna, coroa-nos com graça e misericórdia, enche de bens os nossos anos, de modo que a nossa mocidade se renova como a da águia (Salmos 103:3-5).
Vemos que há uma maravilhosa combinação entre os nossos esforços e os recursos, providenciados por Deus. Servimos a um Deus que nos dá poder para vivermos para Sua glória. Este é o mistério do Cristianismo: "Cristo em vós, a esperança da glória" (Colossenses 1: 27)
Deus nos chama para vivermos vidas santas, mas é Ele quem nos santifica. Deus nos convoca a servi-Lo, mas, na realidade, é Ele mesmo que nos impulsiona a isso por meio do Seu próprio poder em nós. A obra é dEle, mas é nossa também. A glória, contudo, pertence, somente a ELE.
Soli Deo Gloria.
Extraído do Jornal "Os Puritanos" Ano IV – No. 4 – 1996




Fé, que significa crer?
Texto Básico: Romanos 10.9-13
Texto Devocional: Mateus 13.1-23
Versículo-chave: Romanos 10.9: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”

Alvo da Lição: aluno entenderá o verdadeiro significado da fé no processo de conversão como recurso acessível para promover o relacionamento cotidiano e eterno entre Deus e o salvo.

Leia a Bíblia diariamente:
S – Rm 1.18-32
T – At 26.24-29
Q – Jo 1.1-12
Q – Gl 3.1-14
S – Jo 3.1-17
S – Jo 6.22-70
D – Ef 1.1-10

O Brasil é um país de multiforme cultura e religiosidade, onde se prega “fé como um assunto que não se discute”. Esse fato reforça a necessidade de repensarmos e discutirmos o valor da genuína fé salvadora, à luz da Bíblia. A doutrina da salvação bíblica não acomoda uma fé pluralista, cujas diferentes expressões populares, sofisticadas, intelectualizadas ou místicas, servem como diferentes maneiras de se falar a mesma coisa ou chegar ao mesmo fim.
A fé e o arrependimento desempenham papel de cooperação no processo de salvação. O arrependimento sem a fé não tem efeito, entretanto, a fé salvadora por si é suficiente. Fé em Cristo corresponde ao abandono do pecado, e abandono do pecado revela fé em Cristo. Ou seja, fé e arrependimento apontam para Cristo como Salvador e Senhor!
Abordaremos a verdadeira fé, trabalhando seu significado original, discorrendo sobre falácias e verdades, levantando suas evidências e definindo o que vem a ser crer em Cristo.

I. Fé e seu significado original
O conceito de fé no Antigo Testamento surge da raiz de alguns termos hebraicos que indicam “confiança digna, lealdade e fidelidade”, “confiante descanso numa pessoa, coisa ou testemunho”, “aceitação da veracidade de um testemunho”, ”entrega confiante”, “esperança em Deus quanto ao presente e futuro”.
No Novo Testamento, fé é altamente preeminente. O substantivo no grego (fé, fidelidade, confiança, lealdade) e o verbo cognato (crer, estar convencido, confiar, dar crédito) ocorrem ambos mais de 240 vezes, e o adjetivo (fiel, confiável, digno de confiança) ocorre 66 vezes. Sua aplicação mais comum é de crença ou convicção intelectual apoiada em testemunho (2Co 4.13; Fp 1.27) e completa confiança em Deus e em Cristo para redenção (Rm 3.22,25; Ef 2.8).
No Evangelho de João, o verbo crer ocorre quase 100 vezes, e seu uso mais forte focaliza a pessoa de Jesus Cristo, a partir do propósito do livro em João 20.30. Para João, a fé revela a atitude mediante a qual o homem abandona toda a confiança em seus próprios esforços para obter a salvação. A fé não consiste em aceitar meramente as coisas como sendo verdadeiras, mas confiar numa Pessoa, em Jesus Cristo.

II. Falácias sobre a fé bíblica
Há alguns conceitos distintos que precisamos registrar, pois não dizem respeito à fé salvadora.

1. Fé intelectual
É necessário que o homem tenha conhecimento sobre a pessoa e obra de Cristo: “como crerão naquele de quem nada ouviram?” (Rm 10.14). Mas conhecimento de fatos sobre Deus ou Cristo não é suficiente porque os pecadores têm conhecimento de Deus (Sl 19.1-4; Rm 1.18-21,32) e os próprios demônios têm conhecimento da pessoa e das obras de Deus (Tg 2.19).

2. Fé histórica
Concordar com ou aprovar determinados fatos também não basta. A fé salvadora vai muito além. Nicodemos parecia concordar com fatos sobre a identidade e missão de Jesus, porém, isso não lhe garantia a entrada no reino dos Céus ( Jo 3.1-3). O Rei Agripa acreditava nos profetas, mas não tinha a fé salvadora (At 26.26-28). A fé histórica resulta da tradição ou educação religiosa.

3. Fé miraculosa
Muita gente acreditou no poder de Jesus após a multiplicação dos pães e peixes, a ponto de desejarem torná-Lo seu rei ( Jo 6.14-15), porém, isso não isentou que Jesus identificasse sua incredulidade ( Jo 6.26,64). O interesse das pessoas dizia respeito somente àquilo que Ele poderia oferecer.

4. Fé temporal
Por ser passageira e momentânea essa fé “se baseia na vida emocional e busca a satisfação pessoal” (Louis Berkhof). A parábola do semeador ilustra muito bem a fé temporal que sucumbe às tribulações e provações da vida (Mt 13.20-22).

Aplicação
Tem fundamentado sua salvação ou vida cristã num destes tipos de fé? Por acaso algumas destas falácias têm contaminado sua “fé”?

III. Verdades sobre a fé bíblica
A partir da Bíblia, a fé salvadora é apresentada como confiança.

1.Confiança individual
A fé salvadora é apresentada em termos individuais ( Jo 3.16,36; 6.47; At 16.31; Rm 1.16; Gl 2.20). Seu modo de operação não se dá coletivamente, mas individualmente. Assim, como na experiência da vida cada pessoa “nasce e morre sozinha”, o mesmo acontece com a fé salvadora.

2. Confiança pessoal
A fé salvadora não é mística, imaginária, psicológica ou relativa; porém, real e pessoal (Rm 8.16), e atinge integralmente o âmago do ser.
a) Esfera intelectual: Reconhecimento real e positivo do evangelho;
b) Esfera emocional: Atração pela verdade e pessoa de Cristo;
c) Esfera volitiva: Apropriação da verdade e da pessoa de Cristo.
3. Confiança relacional
Por ser pessoal, a fé salvadora também se caracteriza como uma experiência relacional. Através da fé salvadora o pecador justificado entra na esfera de eterna comunhão e filiação com Deus: “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” ( Jo 1.12; ver também Jo 6.37; 7.37; 14.16, 23; Mt 11.28-30).

IV. As evidências da fé
A Bíblia ensina que a fé salvadora apresenta evidências internas e externas.
1. Internamente
Ministério do Espírito Santo, habitando cada salvo (Rm 8.9; 1Jo 4.13) e testificando o seu relacionamento com Deus (Rm 8.16; Gl 4.6).
2. Externamente
Sinais da nova vida refletindo a transformação em Cristo, a qual, entre outras evidências, manifesta:
a) Fome e obediência à palavra de Deus (Jo 5.4; 14.21; 1Pe 2.2-3)
b) Desejo de orar (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17-18)
c) Amor pelo povo de Deus (Jo 13.34-35; Hb 10.24-25)
d) Abandono do pecado (Tt 2.11-12; 1Co 6.9-11; 1Pe 1.14-16)
e) Repúdio ao ocultismo e à idolatria (At 19.18-20; 1Ts 1.9)
f) Testemunho espontâneo do amor de Deus (At 1.8; 4.20; 1Pe 3.15)

V. O significado do crer em Jesus Cristo
O exclusivo objeto da fé salvadora é Jesus Cristo. Crer em Cristo implica não depender nem confiar mais na religiosidade, cerimonialismo, rituais, misticismo, boas obras, piedade, instituições religiosas, pessoas ou ética pessoal com vistas a algum merecimento eterno. Mas depender e confiar unicamente na graça de Deus estendida aos pecadores através da pessoa e obra de Cristo, o Filho de Deus ( Jo 20.31), que foi morto em lugar dos pecadores e ressuscitou ao terceiro dia (Rm 10.8-9; 1Co 15.3-4), e é o único meio de Deus para oferecer gratuitamente a salvação ( Jo 3.16, 6.47; 14.6; 2Co 5.17; Ef 2.8-10; 1Tm 2.5-6).

Aplicação
Posso afirmar que um dia, minha vida depositou fé em Cristo? Posso afirmar que, hoje, a minha fé em Cristo pode ser vista através da minha vida?

Conclusão
A fé em Cristo não apenas é a base de nossa salvação, mas a provisão para a vida cristã, santificação, crescimento e amadurecimento. Que você, como salvo, possa a cada dia reafirmar as palavras de Paulo: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20)! Amém!




PARA REFLETIR

A respeito de arrependimento e fé para a salvação, responda:

O que significa arrependimento no Antigo Testamento?
No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força.

Qual é a ação do Espírito Santo no arrependimento do ser humano?
O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8). Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus.

O que é a fé natural?
É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17).

O que é a fé salvífica?
É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz. Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo. Ela é um dom de Deus.

Qual é a abrangência do arrependimento?
O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19).





SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Arrependimento e Fé para a Salvação

Os pentecostais concordam que o Arrependimento e a Fé são as respostas do ser humano ao chamado de Deus para a salvação. Segundo o teólogo pentecostal Daniel Pecota, o Arrependimento e a Fé são dois aspectos fundamentais da conversão. Não há verdadeira conversão sem arrependimento, sem reconhecimento do erro praticado. Fazer essa autoanálise, por natureza, é constrangedor, doloroso e vergonhoso, mas é a partir desse gesto que o arrependimento começa refletir o processo de metanoia, ou seja, uma mudança de mentalidade, uma nova natureza tomando o lugar da antiga, o “novo homem” assumindo o lugar do “velho homem”.
Da mesma forma, podemos dizer que não há verdadeira conversão se não houver a fé autêntica na pessoa bendita do Filho como o único Senhor, Salvador e Rei de nossa vida, pois ao reconhecermos a tragédia do nosso pecado, também reconheceremos que a única maneira de sermos salvos dessa tragédia é entregando-se a Cristo e aceitando a obra salvífica no Calvário que Ele fez por amor a nós. Essa fé não é natural, mas a que faz o ser humano se entregar por completo a Deus em pura confiança nEle. Assim como fez Abraão, que creu no Senhor e foi abençoado por Deus (Gn 15.6). Como Moisés que confiava inteiramente em Deus e corrigiu o povo que não confiava no Altíssimo com a mesma intensidade do legislador israelita (Dt 9.23,24).
Dito isso, prezado (a) professor (a), leia com atenção o quadro abaixo, pois auxiliará muito o seu plano de aula no estudo das palavras “Arrependimento” e “Fé”:

ARREPENDIMENTO

• No AT as palavras primárias para “arrependimento” são shuv (“virar para trás”, “voltar”), e nicham (“arrepender-se”, “consolar”).
• No NT são empregadas as palavras epistrephõ (“voltar-se para Deus”) e metanoeõ (“Voltar atrás”, “virada de pensamento além do intelectual”).


• No AT os termos hebraicos são: aman (“crer no Senhor”), batach (“depender do Senhor”) e chasah (“refugiar-se no Senhor”).
• No NT a palavra para fé é pisteuõ (“creio, confio”). A idéia é de uma confiança ilimitada em Deus, em Cristo no Evangelho ou no nome de Cristo.

Com base nessas palavras podemos concluir que Arrependimento é uma mudança de mentalidade, de natureza; enquanto que a Fé é a entrega ilimitada ao domínio de Deus por meio do seu Filho amado Jesus na força do Espírito Santo.

Texto adaptado da obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD, pp.368-371.






O que é arrependimento? É arrependimento necessário para salvação?

Pergunta: "O que é arrependimento? É arrependimento necessário para salvação?"

Resposta: 
Muitos entendem que o termo “arrependimento” significa “tornar-se contra o pecado”. Essa não é a definição bíblica de arrependimento. Na Bíblia, a palavra “arrepender” significa “mudar de idéia/convicção”. A Bíblia também nos diz que arrependimento verdadeiro vai resultar em uma mudança de comportamento (Lucas 3:8-14; Atos 3:19). Atos 26:20 declara: “mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento.” Uma definição bíblica e completa de arrependimento é mudar de convicção sobre algo que resulta em mudança de comportamento. 

Qual é então a conexão entre arrependimento e salvação? O livro de Atos aparenta se focalizar especialmente em arrependimento em relação à salvação (Atos 2:38; 3:19; 11:18; 17:30; 20:21; 26:20). Arrepender-se, em relação à salvação, é mudar sua convicção sobre Jesus Cristo. Na pregação de Pedro no Dia de Pentecostes (Atos 2), ele conclui com um chamado para as pessoas se arrependerem (Atos 2:38). Arrepender-se de quê? Pedro está convidando as pessoas que rejeitaram a Jesus (Atos 2:36) a mudar seus pensamentos sobre Ele e reconhecer que Ele é realmente “Senhor e Cristo” (Atos 2:36). Pedro está convidando as pessoas a transformarem suas mentes deixando para trás sua rejeição de Cristo como o Messias e passar a ter fé Nele como Messias e Salvador. 

Arrependimento e fé podem ser entendidos como “dois lados da mesma moeda”. É impossível colocar nossa fé em Jesus Cristo como Salvador sem primeiro mudarmos nossa convicção sobre quem Ele é e o que Ele tem feito. Quer seja arrependimento de rejeição intencional, ou arrependimento de ignorância e desinteresse – é uma mudança de convicção. Arrependimento bíblico, em relação à salvação, é mudar de convicção de rejeição de Cristo para fé em Cristo. 

É muito importante que entendamos que arrependimento não é uma obra que podemos fazer para ganhar salvação. Ninguém pode se arrepender e vir a Deus a menos que Deus o traga a Si mesmo (João 6:44). Atos 5:31 e 11:18 indicam que arrependimento é algo que Deus dá – só é possível por causa de Sua graça. Ninguém pode se arrepender a menos que Deus dê arrependimento. Toda parte da salvação, incluindo arrependimento e fé, é um resultado de Deus nos trazendo para mais próximo dEle, abrindo nossos olhos e mudando nossos corações. A temperância de Deus nos leva ao arrependimento (2 Pedro 3:9), assim como a Sua bondade (Romanos 2:4). 

Apesar de que arrependimento não é uma obra que ganha salvação, arrependimento que leva à salvação vai resultar em obras. É impossível completamente e totalmente mudar sua convicção sem que isso cause uma mudança em ação. Na Bíblia, arrependimento resulta em uma mudança de comportamento. Por isso João Batista convidou as pessoas a produzir “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). Uma pessoa que realmente se arrependeu de sua rejeição de Cristo e passou a ter fé nEle vai tornar isso evidente através de uma vida transformada (2 Coríntios 5:17; Gálatas 5:19-23; Tiago 2:14-26). Arrependimento, propriamente definido, é necessário para salvação. Arrependimento bíblico é mudar de convicção sobre Jesus Cristo e tornar-se para Deus em fé para salvação (Atos 3:19). Tornar-se contra o pecado não é uma definição de arrependimento, mas é um dos resultados do arrependimento genuíno que foi baseado em fé verdadeira pelo Senhor Jesus Cristo.

Arrependimento e fé para a salvação

INTRODUÇÃO

Os cristãos que seguem a linha pentecostal acreditam que o arrependimento e a fé são as respostas do ser humano ao chamado de Deus para a salvação.

I. ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO

1. Definição de arrependimento.

No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força.
 Abraão creu no Senhor, e seu ato de crer foi-lhe imputado por justiça (Gênesis 15.6);
 Moisés confiava inteiramente em Deus, e corrigiu o povo que não confiava no Altíssimo com a mesma intensidade que ele acreditada (Deuteronômio 9.23-24).
As palavras hebraicas para expressar a ideia de arrependimento são "shuv" (virar para traz; voltar) e "nichan" (arrepender-se; consolar). A pessoa pode tanto desviar-se do bem como também desviar-se do mal, isto é, arrepender-se. "Shuv" ocorre mais de cem vezes no sentido teológico, seja quanto a desviar-se de Deus (1 Samuel 15.11; Jeremias 3.19), seja no sentido de voltar-se para Deus.

O Novo Testamento emprega epistrephõ no sentido de "voltar-se" para Deus e "metanoeõ" para a ideia de "arrependimento" (Atos 2.38; 17.30; 20.21; Romanos 2.4). Utiliza-se o termo "metanoeõ" para expressar o significado de "shuv", que indica uma ênfase à mente e à vontade.

2. O arrependimento na vida cotidiana.

Em pecar, toda a humanidade se encontra em falta perante o ideal para o qual Deus a criou, assim sendo todos devem arrepender-se, porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Romanos 3.23).

A mensagem inicial de João Batista, de Jesus e dos apóstolos era "arrependei-vos" (Mateus 3.2; 4.17; Atos 2.38). Arrependimento: "metanoia" em grego.

O arrependimento implica numa guinada completa e deliberada, a fundamental aproximação de Deus. Arrepender-se é passar a viver uma mudança radical na vida como um todo, transformações em ações morais e éticas, de motivações básicas; é a conversão que surge da convicção do pecado. É muito mais do que sentir sentir tristeza pelos pecados praticados; muito além da mudança de opinião ou uma mudança intelectual. Ressalta o fato de uma reviravolta da pessoa inteira, que passa ao comportamento de uma vicissitude total.

Alguns resultados do arrependimento:
• Perdão (Lucas 17.3-4; Atos 5.31);
• Salvação (Atos 17.30, 31);
• Vida nova (2 Coríntios 5.17);
• Pecados apagados (Atos 3.19).

3. Ação do Espírito no arrependimento.

A fé para o arrependimento é implantada em nossos corações pelo Espírito Santo a fim de que venhamos a receber a dádiva da salvação.

O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (João 16.8). Somente Ele pode conhecer e analisar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus.


II. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO

1. A fé natural.

A fé natural é a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho.

Um exemplo de fé natural é a atitude de alguns crentes diante da necessidade dos irmãos na miséria. Como o simples falar não ajuda, sequer, terá algum proveito, declarar que tem fé em Jesus Cristo sem as ações de amor.

O ensino do apóstolo Tiago, abordando a fé natural, no capítulo 2, versículo 15 ao 17, faz paralelo com o ensino de João sobre o amor falso. Enquanto Tiago conclama a pôr a fé em ação, João orienta a praticar o amor ao próximo (1 João 3.17).

2. A fé salvífica.

Quatro símbolos da salvação:
1. Escudo (Salmos 18.15);
2. Rocha (2 Samuel 22.47);
3. Torre (2 Samuel 22.51);
4. Vestes (2 Crônicas 6.41).
A fé salvífica é um dom de Deus outorgado sobrenaturalmente pelo Espírito de Deus (Romanos 12.3; 2 Pedro 1.1.; 1 Corintios 12.9; Efésios 2.8). Não somos capazes de exercê-la à parte da capacitação divina. A Bíblia ensina que, quando cremos, estamos simplesmente devolvendo o dom de Deus.

Trata-se de uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz. Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo.

A fé abrange confiança. Podemos "depender" do Senhor ou nEle fiar-nos com confiança. Quem assim fizer será bem-aventurado (Jeremias 3.6-14; 17.7). Alegremos-nos porque podemos confiar no seu nome e no seu amor inabalável. Podemos também refugiar-nos (casah) nEle - vocábulo hebraico cujo conceito é que afirma a fé (Salmos 13.5; 18.30).

3. Os benefícios da fé.

Apesar da salvação ser pela graça, a fé é componente substancial para que a alma seja salva.

Devemos reconhecer e declarar que a fé é indispensável. Ela possui grande ênfase na Bíblia e ocupa um papel de destaque na vida cristão. Havendo fé, o crente não desiste ao enfrentar circunstâncias adversas, toca na orla do do manto de Jesus, confessa e recebe a plenitude da bênção (Mateus 9.18-26;  Hebreus 11.6; Tiago 5.15).
• A fé é um importante incentivo à prática de boas obras (João 14.12; Tiago 2.14, 17-18; 2.20, 26);
• É um veículo que transmite poder (Mateus 17.20-22; Marcos 9.23; 16.17-18).

III. O ARREPENDIMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO

1. Arrependimento - condição para a salvação.

A fé e o arrependimento são essenciais para se fazer parte do reino de Deus. Pela fé somos salvos da ira de Deus, em que todos tínhamos caído pela nossa pecaminosidade

O arrependimento é uma ação paralela ao ato de receber a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. É acompanhado do sentimento de culpa e do reconhecimento da falta praticada (Salmos 51.1-4); de um sincero pedido de perdão (Salmos 51.10-12); do abandono do erro (Provérbios 28.13); e da produção dos frutos do arrependimento (Mateus 3.8; Atos 23.20).

O arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação. Arrepender-se dos pecados é o primeiro passo para receber, pela fé a graciosa salvação de Deus.

2. Salvação por meio da fé.

Somos salvos pela graça mediante a fé. A fé em Cristo como Salvador e Senhor é o único caminho para sermos contados como justos diante de Deus, nenhum esforço humano pode contribuir para que o homem seja salvo, essa situação não vem de nós, é dom de Deus (Efésios 2.8).

Crer no Filho de Deus nos leva á vida eterna; sem fé não poderemos agradar a Deus (João 3.16; Hebreus 11.6).

O exercício da fé caracteriza todo aquele que realmente é filho de Deus (Gálatas 2.20).

Deus deseja que todos sejam salvos, contudo é necessário fé e arrependimento. Primeiro o Espírito Santo faz nascer no coração do homem incrédulo a fé em Jesus e na eficácia do seu sacrifício vicário. Depois o mesmo Espírito nos convence dos nossos pecados, do juízo e da justiça de Deus, gerando o arrependimento.

3. Arrependimento e conversão.

O arrependimento e a fé, elementos necessários para fazer parte do reino de Deus, são essenciais ao processo da conversão.

Sete detalhes sobre arrependimento e conversão:
1. A conversão é um ato pessoal. Ninguém pode converter-se por outra pessoa (2 Coríntios 5.10);
2. É Deus quem salva o homem, mas é o homem quem tem de crer e aceitar o plano da salvação (João 3.15-16);
3. A conversão é a cessação com velhas tradições e estilos de vida execráveis e pecaminosos. O único lugar de conversão é na terra. No inferno, as pessoas estarão em profundo arrependimento, porém, não haverá conversão (Lucas 16. 20-25);
4. A verdadeira conversão é consequência de arrependimento. Assim como ocorreu com Judas Iscariotes, muitos podem ouvir a Palavra de Deus e não se arrepender de seus pecados (Lucas 22.32);
5. A conversão envolve o intelecto (Mateus 21.29);
6. A conversão envolve as emoções (Lucas 18.13);
7. A conversão envolve a vontade (Lucas 15.18-19).

CONCLUSÃO


Ao cristão que experimentou a salvação cabe se esforçar para se manter afastado do que antes causou-lhe sofrimento, sendo o motivo de sua perdição. Convertido, todas "as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo" (2 Coríntios 5.17).

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