LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD ADULTOS 1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo
na Carta aos Hebreus – Comentarista: José
Gonçalves
Lição 6: Perseverança e fé em tempo de apostasia
TEXTO ÁUREO
“Para que vos não façais negligentes, mas
sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas” (Hb 6.12).
VERDADE PRÁTICA
Contra o
perigo da apostasia, a Palavra de Deus revela a necessidade de ânimo e
perseverança de fé.
LEITURA DIÁRIA
King James Atualizada
Hb 6.1,2 A necessidade do crescimento espiritual em Cristo
1Sendo
assim, considerando conhecidos os ensinos básicos a respeito de Cristo,
prossigamos rumo à maturidade, sem lançar novamente o fundamento do
arrependimento de atitudes inúteis e que conduzem à morte; da fé em
Deus, 2da instrução acerca de batismos, da imposição de
mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno.
3Sigamos,
pois, avante! E, se Deus o permitir, faremos isso. O grave perigo de rejeitar
a fé
Hb 6.4 Apostasia, um perigo na vida
de quem foi regenerado
4Ora, é
impossível para aqueles que uma vez foram iluminados, experimentaram o dom
celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo,
Hb 6.5 Apostasia, um perigo na vida
de quem viveu as realidades do Reino
5e
provaram os benefícios da Palavra de Deus e os poderes da era que há de
vir, 6mas apostataram da fé, sim, é impossível que
tais pessoas sejam reconduzidas ao arrependimento; tendo em vista que contra
si mesmos estão crucificando outra vez o Filho de Deus, e zombando
publicamente dele. 7Porquanto
a terra que absorve a chuva que cai de tempo em tempo, e dá colheita
proveitosa àqueles que a cultivam, recebe a bênção de Deus. 8Todavia,
a terra que produz espinhos e ervas daninhas é inútil, e logo será
amaldiçoada. Seu fim é ser lançada ao fogo. Vivendo como herdeiros de Deus
9Quanto
a vós outros, no entanto, ó amados, estamos convencidos de que a vossa
situação é muito melhor, sendo beneficiados com as bênçãos decorrentes da
salvação.
Hb 6.10 O serviço cristão, a obra de
Deus e a justiça divina
10Porquanto
Deus não é injusto para se esquecer do vosso trabalho e do amor que
revelastes para com o seu Nome, pois servistes os santos, e ainda os
servis. 11Desejamos, contudo, que cada um de vós demonstre
o mesmo esforço dedicado até o fim, para que tenhais a plena certeza da
esperança,
Hb 6.12,13 Abraão, um exemplo de
perseverança e fidelidade
12de
maneira que não vos torneis negligentes, mas imiteis aqueles que, por
intermédio da fé e da longanimidade, recebem a herança prometida. A promessa
de Deus é imutável
13Quando
Deus fez sua promessa a Abraão, jurou por si mesmo, tendo em vista não haver
outro maior por quem jurar; 14e
declarou: “Esteja certo de que o abençoarei e farei numerosos os seus
descendentes”. 15Sendo
assim, havendo Abraão esperado com paciência certeira, alcançou a
promessa. 16Ora, os homens juram por quem é maior que eles,
e para eles o juramento confirma a palavra empenhada, pondo fim a toda
discussão. 17Do mesmo modo, Deus, querendo demonstrar de
forma mais clara aos herdeiros da promessa a imutabilidade de seu propósito,
interveio com juramento, 18para
que nós, que nos refugiamos no acesso à esperança proposta, sejamos
grandemente encorajados por meio de duas afirmações imutáveis, nas quais é
impossível que Deus minta. 19Essa
esperança é para nós como âncora da alma, firme e segura, a qual tem pleno
acesso ao santuário interior, por trás do véu,
Hb 6.20 Jesus, o nosso precursor na
Eternidade com Deus
20onde
Jesus adentrou por nós, como precursor, tornando-se sumo sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 6.1-15.
1 — Pelo que, deixando
os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando
de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,
2 — e da
doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e
do juízo eterno.
3 — E isso
faremos, se Deus o permitir.
4 — Porque é
impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial,
e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5 — e provaram a
boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro,
6 — e recaíram
sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de
novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.
7 — Porque a
terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva
proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus;
8 — mas a que
produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é
ser queimada.
9 — Mas de vós,
ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda
que assim falamos.
10 — Porque Deus
não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para
com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis.
11 — Mas
desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa
certeza da esperança;
12 — para que vos
não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência,
herdam as promessas.
13 — Porque,
quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem
jurasse, jurou por si mesmo,
14 — dizendo:
Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei.
15 — E assim,
esperando com paciência, alcançou a promessa.
Conceito maduro sobre a superioridade do sacerdócio de
Cristo (4:14-7:28)
Paulo
insta os hebreus a se apegarem à confissão de Jesus, o grande Sumo Sacerdote
que passou pelos céus, para que achem misericórdia. O Cristo não glorificou a
si mesmo, mas foi o Pai quem disse: “Tu és sacerdote para sempre à maneira de
Melquisedeque.” (Heb. 5:6; Sal. 110:4) Primeiro, Cristo foi aperfeiçoado para o
cargo de sumo sacerdote por aprender obediência através do sofrimento, a fim de
tornar-se responsável pela salvação eterna de todos os que o obedecem. Paulo
tem “muito a dizer e difícil de explicar”, mas os hebreus ainda são criancinhas
necessitando de leite, quando, efetivamente, deviam ser instrutores. “O
alimento sólido . . . é para as pessoas maduras, para aqueles que pelo uso têm
as suas faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o
errado.” O apóstolo insta-os a ‘avançar à madureza’. — Heb. 5:11, 14; 6:1.
É
impossível que os que chegaram a conhecer a palavra de Deus e se desviaram
sejam revivificados para o arrependimento, “porque eles de novo pregam para si
mesmos o Filho de Deus numa estaca e o expõem ao opróbrio público”. Apenas pela
fé e paciência podem os crentes herdar a promessa feita a Abraão — promessa
tornada segura e firme por duas coisas imutáveis: a palavra e o juramento de
Deus. A esperança deles, que é “âncora para a alma, tanto segura como firme”,
foi estabelecida por Jesus entrar até o “interior da cortina” como Precursor e
Sumo Sacerdote à maneira de Melquisedeque. — 6:6, 19.
Este Melquisedeque era tanto “rei de Salém” como
“sacerdote do Deus Altíssimo”. Até mesmo o chefe de família Abraão pagou-lhe
dízimos e, por seu intermédio, também Levi, que ainda estava nos lombos de
Abraão. A bênção de Melquisedeque sobre Abraão estendeu-se pois a Levi ainda
por nascer, e isto indicou que o sacerdócio levítico era inferior ao de
Melquisedeque. Ademais, se a perfeição viesse por meio do sacerdócio levítico
de Arão, haveria necessidade de outro sacerdote “à maneira de Melquisedeque”?
Outrossim, visto que há mudança de sacerdócio, “necessariamente há também
mudança da lei”. — 7:1, 11, 12.
A Lei, de fato, não aperfeiçoou nada, mas
mostrou ser fraca e ineficaz. Visto que continuavam a morrer, houve muitos
sacerdotes, mas Jesus “por continuar vivo para sempre, tem o seu sacerdócio sem
quaisquer sucessores. Por conseguinte, ele é também capaz de salvar
completamente os que se aproximam de Deus por intermédio dele, porque está
sempre vivo para interceder por eles”. Este Sumo Sacerdote, Jesus, é “leal,
cândido, imaculado, separado dos pecadores”, ao passo que os sumos sacerdotes
designados pela Lei são fracos, precisando primeiro oferecer sacrifícios pelos
seus próprios pecados antes de poderem interceder pelos outros. Portanto, a
palavra do próprio juramento de Deus “designa um Filho, que é aperfeiçoado para
sempre”. — 7:24-26, 28.
Explicação de Hebreus 6:6
“Gostaria de uma explicação, referente à Hebreus
6:4-8. É impossível o arrependimento para quem se apostatou?”
Em
Hebreus 6:4-6 lemos: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram
iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito
Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e
caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que,
de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à
ignomínia”.
Estes
versos, através dos séculos, têm deixado seus leitores angustiados e perplexos,
por que a primeira vista parecem ensinar que não há esperança de arrependimento
ou de aceitação divina para aqueles que aceitaram a Cristo e depois o
rejeitaram. Para melhor compreensão do problema, Hebreus 6:4 deve ser estudado
juntamente com as declarações que tratam do mesmo assunto em Hebreus 10:26-31 e
12:15-17; 25-29.
Há
várias interpretações sugeridas para solucionar os aparentes paradoxos desta
passagem com as demais doutrinas escriturísticas, destacando-se entre estas as
arminianas e as calvinistas, apresentadas por Russell Champlin em o novo
Testamento Interpretado, vol. 5, págs 537 e 538. Em uma coisa os comentaristas
estão de acordo, há neste trecho referências ao pecado da apostasia.
O
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia declara: “Entre as várias opiniões
que têm sido sugeridas, duas são dignas de consideração: 1) Que a apostasia
aqui referida é o ato de cometer o pecado imperdoável (Mateus 12:31-32), uma
vez que esta é a única forma de apostasia que é sem esperança; 2) Que a
passagem corretamente compreendida não ensina a absoluta desesperança da
apostasia aqui descrita, mas uma desesperança condicional (Hebreus 6:6). A
maioria dos comentaristas aceita a primeira alternativa, embora a segunda tenha
méritos e possa ser baseada no grego.”
Como
bem salientou Cotton: “nada pode existir nesta passagem que nos leve a duvidar
da total misericórdia de Deus, pois do contrário, esta passagem destruiria o
evangelho”. Deduzimos da leitura de Hebreus 6:4-6 e das outras passagens
correlatas, que “o autor” fala de pessoas que
propositadamente rejeitaram a Cristo e os princípios do evangelho. As
afirmações aqui consignadas … trouxeram sérios problemas para a igreja cristã,
especialmente durante as perseguições, quando alguns fraquejaram e
posteriormente arrependidos de terem sido tíbios na fé quiseram voltar, muitas
comunidades cristãs não queriam aceitá-los escudados em Hebreus 6:6.
A
seguinte verdade não pode ser esquecida: Cristo está sempre de braços abertos
para receber o mais indigno pecador, que reconhece o erro e apela pelo perdão,
como nos relata Mateus 18:22 e se comprova na triste experiência de Pedro. Em
contrapartida, outra verdade escriturística deve ser lembrada: não há esperança
para quem consciente e deliberadamente rejeita os ensinamentos de Cristo e o
seu sacrifício vicário em nosso favor.
Algumas
ponderações esclarecedoras: “caíram (v.6) significa não pecados grosseiros, mas
antes, nada menos que apostasia deliberada, uma completa rejeição e execração à
fé de Cristo. No que lhes diz respeito (isto é para si mesmos) tais pessoas
expulsam Cristo de suas próprias vidas, ou rejeitam sua reivindicação de ser o
Filho de Deus, por ação similar à daqueles que procuraram livrar-se dele ao
crucificá-lo. Desse modo expõem Cristo publicamente à vergonha”. (O Novo
Comentário da Bíblia Editado em Português por Russell P. Shedd).
“Há
aqui referências aos apostatados do cristianismo, àqueles que rejeitaram todo o
sistema cristão e seu autor, o Senhor Jesus”. O “autor” se
refere também àqueles que se uniram com os judeus blasfemos, chamando a Cristo
de impostor, sustentando que sua morte na cruz foi consequência de ser um mal
feitor. Este procedimento tornou impossível sua salvação, porque de maneira
obstinada e maliciosa rejeitaram o Senhor que os resgatara. Ninguém, que creia
em Cristo como o grande sacrifício pelo pecado e conhece o cristianismo como
uma revelação divina está aqui incluído, embora ele possa ter desventuradamente
apostatado de algum aspecto da salvação de Deus.
Estão
crucificando novamente a Jesus Cristo, isto é, eles mostram abertamente que
julgam a Cristo como digno da morte que Ele sofreu, tornando-se um exemplo
público por ter sido crucificado. “Isto mostra que é a apostasia final, pela
total rejeição do Evangelho e blasfêmia ao Salvador dos homens, que o apóstolo
tem em vista neste relato.” (Notas de Adão Clarke sobre Hebreus 6:4 a 6).
“Algumas
pessoas ficam perturbadas com estes textos, pensando que é possível que eles se
refiram ao apostatado comum, que em seu coração jamais rejeitou ao Senhor, e
que está constantemente pensando que algum dia voltará a servi-lo novamente. E
muitas vezes, quando ele começa a penar seriamente em fazer isto o mais
depressa possível, então o inimigo das almas confronta com estes textos, da
mesma forma que confrontou o próprio Cristo com textos da Escritura, procurando
dar-lhes uma aplicação errônea.
O
texto fala de indivíduos verdadeiramente iluminados. Verdadeiramente provaram o
dom celestial, e sabem por experiência o que ele significa. Tornaram-se
participantes do Espírito Santo. Provaram a Palavra de Deus e os poderes do
mundo vindouro. Sua experiência alcançou as profundezas de um conhecimento
definido, de forma que conheceram os explícitos fundamentos do divino dom. E então
esses indivíduos se afastam de tudo isto, e, segundo o texto citado do décimo
capítulo de Hebreus, consideram o sangue da aliança, pelo qual foram
sacrificados, como coisa profana, comum. Desprezaram o Espírito da graça.
O
texto fala de uma deserção real que leva um homem a renunciar as coisas que ele
realmente sabe serem a verdade, e a tratar com desrespeito e desprezo ao
Espírito Santo, cujas influências em toda a sua bendita realidade ele sentiu no
próprio coração e vida. E tendo desertado desta maneira pode ser prontamente
visto que ele se desligou de todas as influências que o atrairiam ao céu, e
propositada e determinadamente se colocou numa posição sem esperança e fora do
alcance de Deus. O texto mostra que ele fez isto voluntariamente – exercitou
sua vontade para fazê-lo.
Mas
o pobre apostatado, em vez de exercitar qualquer poder de vontade simplesmente
deixou que sua vontade fosse vencida e destronada pelos persistentes ataques de
Satanás; e para todos estes, o Senhor envia muitos apelos gracioso em sua
Palavra, como Jeremias 3:12-14,22. De todos os benditos atributos de Deus, há
um que ele destacou como preeminente: “O Senhor… tem prazer na misericórdia”
(Miquéias 7:18)”. (Questions and Answers. F. M, vol. II, págs. 210-212).
Significado de Hebreus
6
Hebreus 6
6.1, 2 — O autor
insiste em que os leitores de sua carta deixem o que é primário e prossigam até
a perfeição, no sentido de maturidade. Ele lista então seis pontos
doutrinários, que chama de os rudimentos da doutrina de Cristo (os primeiros
rudimentos, em Hb 5.12): (1) Arrependimento de obras mortas se refere à mudança
de pensamento quanto às exigências da Lei de Moisés (Hb 9.14).
Embora a Lei seja
boa (1
Tm 1.8), era fraca, por causa da fraqueza de nossa natureza pecaminosa (Rm
8.3). (2) O que é necessário para a salvação não são as obras mortas, que não
podem salvar, mas a fé em Deus. (3) Batismos pode referir-se aos vários
batismos citados no Novo Testamento (o batismo de Cristo, o de João, o batismo
do crente nas águas, e o espiritual, do crente pelo Espírito Santo), ou também
aos diversos ritos de purificação praticados pelos judeus. (4) No livro de
Atos, a imposição das mãos era usada para transmitir o Espírito Santo (At
8.17,18; 19.6), assim como para ordenação ao ministério (At 6.6; 13.3). Essa
prática é encontrada também no Antigo Testamento, para a delegação de poderes a
alguém para serviço público (Nm 27.18,23; Dt 34.9) e no contexto de
apresentação do holocausto ao Senhor (Lv 1.4; 3.2; 4.4; 8.14; 16.21).
(5) Ressurreição
dos mortos se refere à doutrina da ressurreição de todos no final dos tempos
(Ap 20.11-15). E um ensinamento do Antigo Testamento (Is 26.19; Dn 12.2),
amplamente difundido no judaísmo do século 1, principalmente pelos fariseus.
Para os cristãos, tornou-se essencial a crença na ressurreição de Jesus, sem a
qual não existiria o perdão dos pecados (1 Co 15.12-17).
(6) Juízo eterno
se refere à crença de que todos seremos julgados pelo grande Juiz. As
Escrituras indicam que existirão dois tipos de julgamento final: o dos
cristãos, no qual Jesus determinará a recompensa de cada um (1 Co 3.12-15), e o
juízo dos descrentes (Ap 20.11-15).
6.3 — O autor
inclui ainda a si mesmo na ação que deva ser realizada pelos cristãos. Se Deus
permitir — ou seja, se for da vontade de Deus (Tg 4.15) — indica o imperativo
necessário da autoridade divina para que algo aconteça.
6.4-6 — Esta
passagem, tão difícil com respeito a recair, tem sido interpretada de diversas
maneiras.
Alguns afirmam que
o autor de Hebreus está falando de cristãos nominais, que ouvem a verdade e
aparentam crer em Cristo, mas, por fim, demonstram sua superficialidade em
relação a Ele, renunciando-o publicamente. Outros interpretam estes versículos
como argumento hipotético que o autor de Hebreus estaria usando para advertir
àqueles espiritualmente imaturos (v. 1-3) que não rejeitem a oferta de salvação
de Deus (v. 6; Hb 3.12). Os que postulam essas duas posições citam,
caracteristicamente, as diversas passagens bíblicas que falam da verdadeira
segurança eterna do crente (Jo 6.39,40; 10.27-29; Rm 8.28-30).
Uma vez que Deus nos salvou, nada pode separar-nos do Seu amor (Rm 8.35-39). Outros ainda, porém, preferem que o autor esteja falando de cristãos genuínos que renunciam a Cristo e deixam de ser cristãos. Alegam ser esta uma leitura clara deste texto, citando várias advertências no Novo Testamento para resistirmos aos enganos de falsos mestres, como evidência adicional a esta sua interpretação (2 Co 11.1-4,13-15; 2 Tm 2.17,18; 1 Jo 2.21-25). É mais provável que a passagem diga respeito a judeus, verdadeiros crentes em Jesus, que, ao sofrerem perseguição, vejam-se tentados a novamente se envolver com a religião judaica e seus ritos, de que haviam sido libertos em Cristo. Em vez de falar da perda da justificação, a passagem se refere ao fracasso de um crescimento à maturidade. O crente que, tentado, é levado a cair (como traduz melhor o grego), depois de já haver obtido progresso na caminhada cristã, como se evidencia nas características do crescimento cristão indicadas nos versículos 4 e 5, após a queda (o abandono não de Cristo, mas da corrida cristã) coloca-se em risco de ficar estagnado no crescimento cristão.
6.6 — A expressão
e recaíram pode ser traduzida de forma melhor por e caíram de lado,
representando um corredor que cai ao lado da pista durante uma corrida. A
expressão, neste caso, pode ser entendida aqui como referindo-se a pessoas para
as quais é impossível ter uma mudança de opinião, ou arrependimento, por
estarem envolvidas em atividades que contrariam sua confissão de Cristo como
seu Salvador.
Renovar (gr. anakainizõ)
significa restaurar, restabelecer. É impossível ao empenho de quem quer que
seja na comunidade cristã restabelecer a comunhão de alguém com Deus. Este, o
motivo da forte advertência em Hebreus 3.13 de que exortemos uns aos outros, a
fim de evitarmos um coração endurecido.
A imaturidade
constante é sempre perigosa. Pense em pessoas que você possa ter conhecido,
exultantes testemunhas de Cristo, que se desviaram do caminho e se tornaram
frias como pedra. Para o autor, essas pessoas de novo crucificam o Filho de
Deus, e o expõem ao vitupério. Ao se afastarem do crescimento cristão, tais
apóstatas se colocariam na posição dos que, na prática, crucificaram Jesus e o
expuseram à humilhação pública.
Em outras
palavras, se os leitores originais são cristãos judeus que estão pensando em
retornar ao judaísmo, estarão se juntando às fileiras daqueles que crucificaram
Cristo, pois sua atitude corresponde, em importância, a uma rejeição pública, a
uma nova crucificação (simbólica) do Senhor.
6 .7 ,8 — Aqui, uma
ilustração baseada na natureza transmite duas verdades:
(1) um pedaço de
terra que recebe chuva (um dom celestial, v. 4) e que é produtiva e útil para
muitos e abençoada por Deus (v. 7);
(2) um pedaço de
terra (v. 8) que recebe chuva (um dom celestial, v. 4), mas é improdutiva, é reprovada (gr. adokimos),
palavra que significa desqualificada, usada em relação a cristãos
desqualificados para receber recompensas (1 Co 9.27; 2 Co 13.5,7). Essa terra
não é amaldiçoada, mas perto está da maldição (1 Co 11.29-31).
A consequência é
ser queimada, o que não significa o inferno, mas um juízo temporal de Deus. No
Antigo Testamento, o juízo de Deus sobre Seu povo está associado a queima dos
campos (Is 9.18-19; 10.17), o que representa morte física, mas não morte
espiritual. Talvez exista aqui também uma alusão ao fogo do juízo, quanto ao
fundamento de Cristo (1 Co 3.11-15). Existia uma prática antiga de queimar a
terra para destruir as ervas daninhas e fazer que o campo fosse útil novamente.
Se essa é a alusão pretendida, então a passagem ensina que, embora todas as
tentativas humanas de restaurar os apóstatas sejam inúteis (v. 6), existe a
esperança de que possam voltar a produzir novamente. E possível a uma pessoa
naufragar na fé e aprender, então, com essa ruinosa experiência (1 Tm 1.18-20).
6.9 — Com o calor e a afeição do título amados, o autor garante aos hebreus que espera coisas melhores deles. Suas boas obras são sinais, para o autor, de que eles teriam recebido Cristo verdadeiramente (v. 10).
6.10 — Serão então
recompensados, porque Deus não é injusto. Ele os recompensará pelo que tiverem
realizado.
6.11 — Os cristãos
correm constantemente o perigo de não permanecer inteiramente fiéis na esperança
que devem ter em Cristo. Devemos manter nosso compromisso com Cristo firme até
o fim.
6.12 — Negligentes é a mesma palavra usada em Hebreus 5.11, que deu início a esta exortação para que os hebreus crescessem na fé em Cristo (Hb 5.11—6.12).
6.13-15 — Abraão é um exemplo de fé e paciência para com a promessa de Deus (v. 12). Ele esperou 25 anos desde que foi feita a promessa até Isaque, o filho prometido, nascer (Gn 12.4; 21.5).
6.16,17 — Confirmação
significa garantia. O juramento é usado para garantir o cumprimento do acordo.
6.18 — O Senhor
confirmou Seu juramento a Abraão ao jurar por si mesmo (v. 13) porque Ele, por
si só, é maior do que tudo. As duas coisas imutáveis são a Palavra de Deus e o
juramento de Deus. Como Deus não mente e é todo-poderoso, há de cumprir todas
as Suas promessas. Essa natureza imutável de Deus é a consolação e o
fortalecimento do crente.
6.19 — A esperança
do crente em Cristo é segura como uma âncora. Essa âncora não está na areia,
mas na presença do Todo-poderoso. Interior do véu se refere ao Santo dos
Santos, o lugar onde Deus habita.
6.20 — A palavra
grega para precursor era usada no século 2 d.C. com relação a
barcos menores enviados para o porto pelos grandes navios impossibilitados de
lá atracar devido ao mau tempo. Esses barcos carregavam a âncora através da
arrebentação para o porto e a prendiam lá, segurando assim o navio maior.
Precursor pressupõe que outros o seguirão. Deste modo, Jesus é não somente a
própria âncora do crente, mas também o barco que leva a âncora para o porto e a
segura firmemente. Não há dúvida de que o nosso navio está indo para o porto. A
única questão é se está indo com a tranquilidade de um navio bem posicionado
nas águas. Os cristãos que conservam sua esperança na presença de Deus hão de
chegar com confiança ao trono da graça (Hb 4.14-16). Como a esperança dos
cristãos é segura e não pode ser abalada, devem usá-la com perseverança.
Hebreus 6 —
Interpretação Bíblica
Hebreus 6
6.1 ensinamento de adultos O autor está pensando no ensinamento
a respeito do Grande Sacerdote Jesus (caps. 7—8).
6.2 dos batismos Ou “das cerimônias de purificação”.
Nesse caso, o autor estaria falando sobre as cerimônias de purificação dos
judeus (Mc 7.1-4). cerimônia de pôr as mãos sobre os cristãos Provavelmente,
a cerimônia em que uma pessoa era separada para o serviço cristão (At 6.6; 1Tm
5.22; 2Tm 1.6); ou, então, pôr as mãos sobre a pessoa para que ela receba o
Espírito Santo (At 8.17; 19.6).
6.4 Como... pessoas que abandonaram a fé podem se arrepender de novo? Esta severa advertência vem acompanhada de lembretes a respeito de
tudo de bom (vs. 4b-5) que Deus tem preparado para aqueles que crêem e têm
paciência (v. 12). o dom do céu Isto é, a salvação dada por
Deus.
6.6 É impossível levar essas pessoas a se arrependerem de novo Não se trata de pessoas que cometeram pecados de fraqueza, comuns na
vida do cristão, mas de pessoas que abandonaram a fé (Ver Hb 5.11—6.12, n.; ver
também Hb 10.26,29). Sem o arrependimento, não podem receber o perdão de pecados
(Mt 12.32; Mc 3.29; 1Jo 5.16). O autor diz isso não porque deseja levar seus
leitores ao desespero, mas porque quer evitar que se tornem preguiçosos na fé
(v. 12).
6.8 a terra que produz mato e espinhos Gn 3.17-18. A certeza da promessa de Deus 6.13-20: Desejando
que seus leitores sejam como os que crêem e têm paciência, para que recebam o
que Deus prometeu (v. 12), o autor apresenta Abraão, que teve paciência e
recebeu o que Deus havia prometido (v. 15). A promessa de Deus é certa, pois,
junto com a promessa, fez o juramento (v. 17).
6.13 não havia ninguém maior do que ele mesmo Quando alguém fazia uma promessa, sempre jurava em nome de alguém
mais importante (v. 16). Deus só podia jurar “pelo seu próprio nome” (Gn
22.15-18).
6.14 Ele disse a Abraão Gn 22.16-17; ver também Gn 12.2-3;
15.5; 17.5-6.
6.18 há duas coisas A promessa e o juramento que Deus fez
de que vai cumpri-la. Deus não pode mentir Nm 23.19; 1Sm
15.29.
6.19 passa pela cortina... e entra no Lugar Santíssimo O autor compara o céu com a Tenda da Presença de Deus (Hb 9.1-14; ver
também Êx 26.31-33; Mt 27.51, n.).
6.20 Foi lá que... Jesus entrou Ver Hb
4.14, n. na ordem do sacerdócio de Melquisedeque Ver Hb 5.6,
n.
Hebreus 6 – FIEL
1 Por isso, deixando os rudimentos da
doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o
fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,
2 E da doutrina dos batismos, e da
imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o permitir.
4 Porque é impossível que os que já uma
vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do
Espírito Santo,
5 E provaram a boa palavra de Deus, e
as virtudes do século futuro,
6 E recaíram, sejam outra vez renovados
para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de
Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva,
que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem
é lavrada, recebe a bênção de Deus;
8 Mas a que produz espinhos e abrolhos,
é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.
9 Mas de vós, ó amados, esperamos
coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.
10 Porque Deus não é injusto para se
esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome
mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.
11 Mas desejamos que cada um de vós
mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança;
12 Para que vos não façais negligentes,
mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas.
13 Porque, quando Deus fez a promessa a
Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo,
14 Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei,
e multiplicando te multiplicarei.
15 E assim, esperando com paciência,
alcançou a promessa.
16 Porque os homens certamente juram por
alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de
toda a contenda.
17 Por isso, querendo Deus mostrar mais
abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se
interpôs com juramento;
18 Para que por duas coisas imutáveis,
nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que
pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;
19 A qual temos como âncora da alma,
segura e firme, e que penetra até ao interior do véu,
20 Onde Jesus, nosso precursor, entrou
por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
Hebreus 6 – NVI
1 Portanto,
deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a
maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que
conduzem à morte, da fé em Deus,
2 da
instrução a respeito de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos
mortos e do juízo eterno.
3 Assim
faremos, se Deus o permitir.
4 Ora para
aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram-se
participantes do Espírito Santo,
5 experimentaram
a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir,
6 e caíram, é
impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento; pois para si mesmos estão
crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública.
7 Pois a
terra que absorve a chuva, que cai freqüentemente e dá colheita proveitosa
àqueles que a cultivam, recebe a bênção de Deus.
8 Mas a terra
que produz espinhos e ervas daninhas, é inútil e logo será amaldiçoada. Seu fim
é ser queimada.
9 Amados,
mesmo falando dessa forma, estamos convictos de coisas melhores em relação a
vocês, coisas próprias da salvação.
10 Deus não é
injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do amor que demonstraram
por ele, pois ajudaram os santos e continuam a ajudá-los.
11 Queremos
que cada um de vocês mostre essa mesma prontidão até o fim, para que tenham a
plena certeza da esperança,
12 de modo que
vocês não se tornem negligentes, mas imitem aqueles que, por meio da fé e da
paciência, recebem a herança prometida.
13 Quando Deus
fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por quem jurar,
jurou por si mesmo,
14 dizendo:
"Esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes
numerosos".
15 E foi assim
que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa.
16 Os homens
juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito,
pondo fim a toda discussão.
17 Querendo
mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os
herdeiros da promessa, Deus o confirmou com juramento,
18 para que,
por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta,
sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse
da esperança a nós proposta.
19 Temos esta
esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário
interior, por trás do véu,
20 onde Jesus,
que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
Hebreus 6 – O LIVRO
1 Por isso não continuemos sempre com
as noções elementares da doutrina cristã, mas avancemos no sentido do
amadurecimento. Não fiquemos como que a lançar de novo os mesmos alicerces, do
arrependimento do pecado e das obras mortas, da necessidade da fé em Deus,
2 do ensino referente ao baptismo, da
imposição das mãos, da ressurreição de mortos e do julgamento eterno
3 Mas, com a ajuda de Deus, avancemos
agora para um conhecimento mais amadurecido.
4 Se alguém já recebeu a luz de Deus,
se provou das coisas celestiais, se participou do Espírito Santo,5
5 se viu como é boa a palavra de Deus e
conheceu o poder do mundo que há-de vir, e,
6 depois disto tudo, se afastou de
Deus, não encontrará uma segunda oportunidade para arrependimento. É como se
crucificassem novamente o Filho de Deus, expondo-o publicamente à afronta.
7 Quando a terra lavrada recebe chuvas
que caem com frequência sobre ela e produz boas colheitas para os que a
cultivam, tem a bênção de Deus.
8 Mas, se uma terra cria espinhos e
cardos, não presta, e o lavrador queimá-la-á.
9 Mas de vocês, meus queridos amigos,
ainda que falemos assim, contamos que as vossas vidas produzam sempre os
melhores frutos, que devem ser o resultado normal da vossa salvação.
10 Deus não é injusto. Ele não se
esquece do vosso trabalho e do amor que têm mostrado pelo Senhor, até pelos
serviços que têm prestado - e continuam a prestar - aos crentes.
11 E o nosso desejo é que cada um
continue mostrando o mesmo zelo até ao fim da vida, até ao momento em que verão
completamente realizada a vossa esperança.
12 Não se tornem descuidados, mas
procurem seguir o exemplo de todos aqueles que pela fé, e pela sua
persistência, têm recebido o cumprimento das promessas de Deus.
13 Quando Deus fez a promessa a Abraão,
garantiu-a com um juramento feito sobre o seu próprio nome, visto que não havia
ninguém maior do que ele.
14 E disse: Garanto-te que te abençoarei
efetivamente, e que terás uma descendência abundantíssima.
15 Abraão então esperou com paciência, e
viu a promessa concretizar-se.
16 É evidente que os homens, quando
prestam juramento, procuram fazê-lo por alguém que lhes seja superior, para que
sirva de garantia e não haja assim nenhuma hipótese de desentendimento.
17 Assim também Deus confirmou aquilo
que disse com um juramento, a fim de que os que iriam receber a promessa
ficassem com a certeza de que ele nunca mais mudaria os seus planos.
18 Assim vemos que, por dois fatores
imutáveis - a promessa e o juramento - nós podemos confiar inteiramente nele. É
pois impossível que Deus diga uma coisa que afinal não cumpra; e isso nos dá
muita segurança, a nós para quem a esperança da vida eterna é como um refúgio
19 é para a alma uma âncora segura e
firme, que nos mantém ligados a Deus, no santuário mesmo da sua presença,
20 onde Cristo entrou antes de nós e a
favor de nós, agora na sua dignidade de supremo sacerdote da mesma linha de
Melquisedeque.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar que para perseverarmos na fé precisamos crescer em
Cristo, estar em constante vigilância e confiar nas promessas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· I. Afirmar a necessidade
do crescimento espiritual;
· II. Sinalizar a necessidade
de vigilância espiritual num tempo de apostasia;
· III. Conscientizar acerca da
necessidade de confiarmos nas promessas de Deus.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Apostasia remonta a ideia de
decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastamento daquilo que
antes se estava ligado. Em relação à nossa fé, apostasia significa romper o
relacionamento salvífico com Cristo. Geralmente esse fenômeno se manifesta na
esfera moral e ética, bem como na esfera doutrinária. Neste tempo de apostasia,
à luz da Carta de Hebreus, somos chamados a perseverar na comunhão com Cristo e
a viver em fé na esperança renovada de que um dia estaremos para sempre com o
Senhor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor já havia dito que os crentes deveriam
ser mestres, mas em vez disso necessitavam que alguém lhes ensinasse de novo os
primeiros rudimentos da fé (Hb 5.12 12 Porque,
devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a
ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis
feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. ). A vida cristã é dinâmica e exige que o discípulo vá além dos
primeiros passos. Mas isso não estava acontecendo com a comunidade com a qual o
autor sacro se correspondia. Em vez disso, dava sinais de cansaço, indolência,
negligência e imaturidade espiritual, o que poderia trazer como consequência o
esfriamento e o fracasso na fé. A graça não é irresistível e nem tampouco
incondicional. A apostasia é retratada pelo escritor como algo real e não
apenas como um perigo hipotético, por isso, ele mostra que para se evitar
decair é necessário perseverança, fé e confiança nas promessas de Deus.
PONTO CENTRAL
Devemos ter uma
vida de perseverança e fé em tempos de apostasia.
I. A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
1. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre arrependimento e
fé. Longe de dizer que a doutrina do arrependimento e da fé
não é mais necessária, o autor quer mostrar que ela é importante sim, mas que
constitui o “ABC doutrinário” da fé cristã. A vida cristã começa com o
arrependimento e fé (Mc 1.15). De fato, a Bíblia mostra que para que uma pessoa
possa ser salva, ela primeiro deve crer (Mc 16.16;
At 16.31
Rm 1.16
Ef 2.8
1Tm 1.16)
e não o contrário. Todavia não deve parar aí. Há um longo
caminho a percorrer e os seus leitores, parece, haviam se esquecido desse fato,
“estacionando” na jornada.
2. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre batismos e
imposição de mãos. O segundo bloco de rudimentos doutrinários (Hb 6.2)
mostrado pelo autor é formado pelos ensinamentos sobre batismos e imposição de
mãos. O contexto mostra que em Hebreus 6.2 a referência é ao batismo cristão em
contraste com outros batismos praticados no judaísmo. Na igreja primitiva o
batismo em águas era feito em razão do “arrependimento para remissão de
pecados”
(Mc 1.4;
At 10.47,48;
22.16). O batismo não possuía poder salvífico, isto é, não era
um sacramento, mas um testemunho público da fé em Cristo. Por outro lado, a
doutrina da imposição de mãos é evidenciada em vários lugares na Bíblia, mas
era sempre demonstrada como um símbolo exterior da prática da oração
(At 6.6;
13.3;
1Tm 4.14).
3. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre ressurreição e
juízo. Fica patente para o leitor do Novo Testamento que a
pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato da ressurreição de
Jesus
(At 4.33;
At 17.18).
Tanto a doutrina da ressurreição dos mortos como a do juízo
vindouro são demonstradas pelo autor como fontes de esperança para os cristãos
(Hb 10.36,37;
Hb 12.28,29).
Elas eram elementos indispensáveis para que o cristão mantivesse
sua expectativa no porvir. Mas não deveriam parar aí, antes, tinham de avançar.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Crescer espiritualmente significa ir além dos rudimentos
doutrinários do arrependimento e da fé, do batismo, da imposição de mãos, da
ressurreição e do juízo.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), faça um resumo do capítulo 6 de Hebreus
para a classe, antes de introduzir este tópico. Se possível, reproduza o
esquema abaixo:
CONHEÇA MAIS
Apostasia
“[Do gr. apostásis, afastamento] Abandono premeditado e
consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas
por Israel. Só em Juízes, há sete desvios ou abjuração da verdadeira fé em
Deus. Para os profetas, a apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se
a congregação hebreia era tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe
fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos”. Leia mais
em Dicionário Teológico, de Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD,
p.48.
II. A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL
1. Apostasia, uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado. As
palavras do autor dão início ao versículo 4 do capitulo 6 de Hebreus com o
vocábulo grego adynato, traduzido aqui como “impossível”. É a mais forte advertência
em o Novo Testamento sobre o perigo de decair da graça. Os gramáticos observam que
o seu sentido aqui é enfatizar o que vem colocado depois da conversão (Hb 6.4).
O autor fala de pessoas crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem
tampouco experimentou do dom celestial. No capítulo 10 e versículo 32 ele usa a
expressão “iluminados” para se referir à conversão dos seus leitores. Além do
mais, as palavras “uma vez”
(Hb 6.4)
contrastam com “outra vez”
(Hb 6.6),
mostrando o antes e o depois da conversão. Essas não são
expressões usadas para pessoas não regeneradas. A apostasia, o perigo de decair
da fé, é colocada pelo escritor de Hebreus como algo factível, um perigo real a
ser evitado por quem nasceu de novo.
2. Apostasia, uma possibilidade para quem vivenciou a Palavra e
o Espírito. A possibilidade de decair da graça é posta para aqueles
que “se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de
Deus” (Hb 6.4,5).
O autor sacro já havia dito como uma pessoa se torna
participante de alguma coisa.
Os crentes tornam-se participantes da vocação celestial (Hb 3.1);
participantes de Cristo (Hb 3.14) e,
dessa forma, participantes do Espírito Santo (Hb 6.4).
Mais uma vez o texto mostra que a mensagem é dirigida às pessoas
regeneradas. Esses crentes haviam se tornado participantes do Espírito Santo e
da Palavra de Deus. Somente os nascidos de novo participam do Espírito Santo
(Jo 14.17)
e
provam da Palavra
(At 8.14; 1Ts 2.13).
Portanto, trata-se de uma advertência para os salvos.
3. Apostasia, uma possibilidade para quem viveu as expectativas
do Reino. Esses crentes, aos quais o autor se referia, também
experimentaram “as virtudes do século futuro”
(Hb 6.5).
Essa expressão é usada no contexto da cultura neotestamentária
como uma referência a era messiânica. Ao receber a Cristo como Salvador, os
crentes já participam antecipadamente das bênçãos do Reino de Deus. Vigilância
mais uma vez é requerida para os salvos que ingressaram nesse Reino. Quem
despreza a graça de Deus, não se torna um “cidadão real” desse Reino.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Precisamos ter vigilância espiritual porque a apostasia é uma
possibilidade para quem foi iluminado e regenerado, para quem vivenciou a
Palavra, provou do Espírito e viveu a expectativa do Reino.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Alguns intérpretes combinam 5.11-6.20 como uma unidade
exortativa. No entanto, há boas razões para dividir a passagem em duas
advertências separadas (embora relacionadas). Enquanto 5.11-6.3 enfoca o perigo
da lentidão e da regressão espiritual, com uma exortação para avançar em
direção à maturidade, a segunda advertência enfoca a terrível possibilidade de
uma apostasia irreparável, se tal regressão prosseguir de modo incontrolável
(6.4-8). O autor então encoraja e desafia seus leitores a progredirem,
prosseguindo em esperança e fé com perseverança (6.9-20).
Hebreus 6.4-6 constitui uma frase longa e complexa em grego, que
adverte solenemente sobre a possibilidade de abandono (apostasia) da fé cristã
e da impossibilidade desta vir a ser restaurada, uma vez que tal condição tenha
ocorrido. [...] Quem são os sujeitos desta impossibilidade?
[...] O estudioso F. F. Bruce observa corretamente que o texto
em 6.4-6 foi tanto ‘indevidamente minimizado’ quanto ‘indevidamente exagerado’.
Foi indevidamente minimizado por aqueles que argumentam de uma
forma ou de outra que as pessoas descritas 6.4,5 nunca foram cristãos
completamente regenerados (por exemplo, Grudem, 1995, 132-182), ou que este foi
somente um caso hipotético sendo apresentado pelo autor e não algo que pode
realmente acontecer na prática (por exemplo, Hewitt, 1960, 110-11). A passagem
também foi indevidamente exagerada por aqueles que ensinam que
uma vez que uma pessoa tenha se convertido e sido batizada em Cristo, e em seu
corpo, e então por um lapso cair novamente em sua antiga vida pecaminosa, não
poderá haver um perdão futuro ou uma restauração ao convívio cristão (por
exemplo, Tertuliano sobre o pecado pós-batismal). Estas interpretações estão
sendo aplicadas à passagem sem uma consideração de seu contexto, e não fazem nenhuma
distinção entre ‘desviar-se’ e ‘apostatar’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2004, pp.1573-75).
III. A NECESSIDADE DE CONFIAR NAS PROMESSAS DE DEUS
1. O serviço cristão e a justiça de Deus. O
autor sabia que usou um tom exortativo forte deixando claro que não se pode
brincar com a fé. Agora ele vê a necessidade de consolar os cristãos depois
desse “tratamento de choque”
(Hb 6.9,10).
Aos crentes fiéis no seu serviço é dito que Deus, em sua
justiça, os recompensará. É bom saber que mesmo não recebendo o reconhecimento
dos homens, teremos o reconhecimento de Deus.
2. A perseverança de Abraão e a fidelidade de Deus. A
exortação do escritor de Hebreus toma como parâmetro a pessoa de Abraão. O
velho patriarca é o modelo do crente perseverante, que de posse da promessa de
Deus, soube esperar com paciência
(Hb 6.12,13).
Por que voltar atrás se temos as promessas de Deus que nos
motivam a caminhar à frente
(Hb 6.14,15)?
3. Cristo, sacerdote e precursor do crente. O
autor sagrado volta-se para Jesus, o nosso exemplo maior de perseverança,
fidelidade e esperança. Nessa jornada, Ele se adiantou e foi a nossa frente,
tornando-se o nosso precursor
(Hb 6.20).
O termo “precursor” era usado na cultura antiga em referência a
um batedor militar, a alguém que tomava a dianteira para abrir caminho. Jesus
entrou na presença de Deus, como nosso sumo sacerdote para nos dar o direito de
viver eternamente.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Podemos confiar nas promessas do Senhor, pois à luz da perseverança
de Abraão e da fidelidade de Deus, nos chegamos a Cristo, o sacerdote e
precursor do crente.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A promessa que Deus fez a Abraão foi fundamento de todas as
promessas da aliança e da atividade redentora de Deus (Gn 12.1-3), que foram
repetidas em inúmeras ocasiões e de formas diferentes ao longo da história do
Antigo Testamento (por exemplo, Gn 15.1-21; 26.2-4; 28.13-15; Êx 3.6-10).
Porém, numa ocasião em particular, após Abraão quase ter sacrificado Isaque em
obediência ao teste de Deus, Deus tornou a veracidade de sua promessa enfática
por meio de um juramento (Gn 22.16: ‘Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor’).
Hebreus 6.13,14 indica que este juramento mais tarde encorajou Abraão a esperar
‘com paciência’, e assim, posteriormente ‘alcançou a promessa’” (ARRINGTON,
French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. RJ: CPAD, 2004, p.1577).
CONCLUSÃO
O capítulo 6 de Hebreus contém uma das mais fortes exortações
encontradas em todo o Novo Testamento — a necessidade de perseverança e
vigilância para não se decair da fé. O processo da salvação não se dá de forma
mecânica e nem compulsória, mas se firma na entrega e aceitação voluntária a
uma dádiva divina. A tudo isso temos que responder com amor, cuidado e zelo
(1Co 10.7-13
7. Não vos façais, pois, idólatras, como alguns
deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e
levantou-se para folgar.
8. E não nos forniquemos, como alguns deles fizeram; e caíram
num dia vinte e três mil.
9. E não tentemos a Cristo, como alguns deles também
tentaram, e pereceram pelas serpentes.
10. E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e
pereceram pelo destruidor.
11. Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão
escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
12. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.
13. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é
Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará
também o escape, para que a possais suportar.).
Essa
exortação de forma alguma deve levar-nos ao medo, pavor ou pânico, mas
conduzir-nos a confiar inteiramente no Senhor que é poderoso para guardar-nos
até o dia final.
PARA REFLETIR
A respeito de
Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia, responda:
Como se inicia
a vida cristã?
A vida cristã
começa com arrependimento e fé (Mc 1.15).
O que fica
patente para todo leitor do Novo Testamento?
Fica patente para
o leitor do Novo Testamento que a pregação apostólica se fundamentava
primeiramente no fato da ressurreição de Jesus (At 4.33; 17.18).
Segundo o
autor sagrado, Hebreus 6.4 fala a respeito de quem?
O autor fala de
pessoas crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco
experimentou do dom celestial.
Segundo
Hebreus, quem se torna participante do Espírito Santo e da Palavra de Deus?
Os crentes.
Em que sentido
o autor de Hebreus usa o patriarca Abraão como modelo?
O velho
patriarca é o modelo do crente perseverante, que de posse da promessa de Deus
soube esperar com paciência (Hb 6.12,13).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Perseverança e fé em tempo de apostasia
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus 6.1-15
2. I. A Necessidade do Crescimento Espiritual
• 1. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre
arrependimento e fé.
• 2. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre batismos e
imposição de mãos.
• 3. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre
ressurreição e juízo.
3. II. A Necessidade da Vigilância Espiritual
• 1. Apostasia, uma possibilidade para quem foi iluminado e
regenerado.
• 2. Apostasia, uma possibilidade para quem vivenciou a
Palavra e o Espírito.
• 3. Apostasia, uma possibilidade para quem viveu as
expectativas do Reino.
4. III. A Necessidade de confiar nas Promessas de Deus
• 1. O serviço cristão e a justiça de Deus.
• 2. A perseverança de Abraão e a fidelidade de Deus.
• 3. Cristo, Sacerdote e Precursor do crente.
5. Conclusão
A lição desta semana pode ser introduzida por intermédio das
seguintes perguntas:
1. É possível o crente regredir espiritualmente?
2. É possível o crente apostatar-se da fé?
3. É possível o crente perder a salvação?
Segundo o teólogo pentecostal J. Wesley Adans, na obra Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento, na seção de Hebreus 6.9-20, o autor
epistolar encoraja e desafia os primeiros leitores da carta a “progredirem,
prosseguindo em esperança e fé com perseverança”. Por que o autor sagrado
inicia o capítulo seis assim? Por que o texto de Hebreus seis adverte solene e
seriamente sobre a possibilidade de o crente abandonar, isto é, apostatar-se da
fé uma vez provada. E com um agravante: além da apostasia da fé cristã, a o
perigo da impossibilidade desse crente ser restaurado, uma vez imerso na
apostasia.
Sobre o termo “impossível”, conforme consta no versículo 4 do
capítulo seis de Hebreus, o teólogo J. Wesley Adans destaca: “a palavra
‘impossível’ (adynatos) ocorre quatro vezes em Hebreus. Em 6.18 ‘é impossível’ que
Deus minta; em 10.4 ‘é impossível’ que o sangue dos touros e dos bodes tire
pecados; em 11.6 ‘sem fé é impossível’ agradar-lhe [a Deus]; e aqui (6.4) é
‘impossível’ que os apóstatas sejam restaurados através do arrependimento. Em
cada caso a impossibilidade é absolutamente declarada” (p.1574).
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