sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O QUE É IDOLATRIA NA BIBLIA?



O Que é Idolatria na Bíblia?
Idolatria é a adoração a ídolos que implica em tudo aquilo que se coloca no lugar da adoração a Deus. Quando estudamos o que é idolatria, percebemos que sua pratica é um pecado claramente repreendido e punido por Deus em toda a Bíblia.

O que significa idolatria?
A palavra idolatria significa “culto a ídolos”. Essa palavra é uma transliteração do termo grego eidololatria, que é formado por duas palavras: eidolon e latreia.
A primeira palavra, eidolon, significa “imagem” ou “corpo”, no sentido de representação da forma de algo ou alguém, seja imaginário ou real. Essa palavra deriva do grego eido, que significa “ver”, “perceber com os olhos”, “conhecer” ou “saber a respeito”, sobretudo transmitindo a ideia de “olhar para algo” e “saber por ver”.
A segunda palavra é latreia, e significa “serviço sagrado” no sentido de “prestar culto” ou “adorar”. Quando unimos esses conceitos, podemos entender o significado da palavra idolatria.
Assim, a idolatria implica no culto ou adoração a algo ou alguém, tanto material como imaterial, real ou imaginário, que caracteriza a atribuição de honra a falsos deuses, sobretudo pela materialização de tais objetos de adoração em produtos fabricados pelo próprio homem.

O que é um ídolo? É apenas uma imagem de escultura?
Apesar da imagem de escultura ser a principal representação das práticas idólatras, a idolatria vai muito além do que simplesmente adorar imagens. ´
Qualquer coisa pode se tornar um ídolo para o homem caído no pecado, como por exemplo, um estilo de vida, um emprego, um carro, uma marca comercial, o dinheiro, filosofias humanas (como o naturalismo, o humanismo e o racionalismo), práticas ocultas e espiritualistas, etc.
Assim, devemos entender que um ídolo é tudo aquilo que obtém a lealdade e a honra que pertencem exclusivamente a Deus (Is 42:8).
Falando especialmente sobre imagem de escultura, a Bíblia ensina que qualquer imagem é uma simples obra humana, uma mera imitação formada a partir de matéria sem vida, que não pode ouvir, falar, enxergar ou se mover (Sl 115; Am 5:26; Os 13:2; Is 2:8), e, portanto, sua adoração é uma loucura perante Deus.
A adoração a ídolos reflete tamanha ignorância humana que, em Isaías 41:6, lemos que as pessoas ajudam umas às outras na fabricação de ídolos em sua rebelião contra Deus, porém tais ídolos são impotentes diante do Deus Soberano, e não podem livrar tais pessoas do juízo divino.
No Antigo Testamento, o povo de Israel, por exemplo, chegou a levantar imagens e eleger símbolos como alvos de adoração em representação a Deus, mas tal prática não foi aprovada pelo Senhor (cf. 1Rs 12:26-33; 2Rs 18:4; Am 4:4,5; Os 10:5-8).
O apóstolo Paulo escreveu dizendo que o ídolo “nada é no mundo”, mas que por traz da adoração ao ídolos existe uma adoração demoníaca (1Co 8:4; 10:19,20).

O homem como um ser idólatra
Depois da Queda do homem, a idolatria passou a ser um pecado constante na humanidade decaída. Desde muito cedo o homem busca por manifestações materiais da presença divina.
Por sua natureza deprava e corrompida, o homem começou procurar substituir a adoração ao verdadeiro Deus pela adoração a um deus falso, fabricado para satisfazer sua própria concupiscência pecaminosa.
Assim, ao longo do tempo a humanidade já adorou uma enorme quantidade e variedade de falsos deuses, como por exemplo:
·                     O culto à elementos naturais: pedras, montanhas, rios, árvores, fontes, etc. Aqui também vale menção à adoração às forças da natureza, como as tempestades, água, fogo, ar e a própria terra.
·                     O culto aos animais: cobras, touros, águias, bezerros, etc. Às vezes também combinava-se figuras de animais com formas humanas, o que é conhecido como teriomorfismo.
·                     O culto à elementos astrais: sol, lua e estrelas.
·                     O culto a homens do passado: antepassados que foram heróis locais para um determinado povo.
·                     O culto à conceitos abstratos: a sabedoria, justiça, etc.
·                     O culto à pessoas poderosas: reis e imperadores eram adorados por seus súditos como um tipo de divindade. No primeiro século, por exemplo, o culto ao imperador romano foi instituído, e tal prática representou grande perseguição para a Igreja. O livro do Apocalipse revela muito desse fundo histórico.

A idolatria na Bíblia
Do Antigo ao Novo Testamento vemos como as pessoas sempre se envolveram com a idolatria. Na história do povo de Israel, vemos que as práticas idólatras foram adotadas pelos israelitas principalmente por influência de nações vizinhas, como os egípcios, cananeus e os povos assírio-babilônicos.
De forma geral, essas nações eram politeístas e adoravam os mais diversos deuses, enquanto o povo hebreu deveria ser inegociavelmente monoteísta. Vemos esse princípio logo na convocação de Abraão, quando Deus lhe ordenou que saísse do meio da idolatria tipicamente politeísta que havia em Ur dos Caldeus.
Mais tarde, enquanto o povo hebreu esteve no Egito, houve um grande interesse pelos ídolos egípcios (Js 24:14; Ez 20:7,8). As próprias pragas enviadas pelo Senhor também representavam juízos contra os deuses egípcios (Nm 33:4).

A idolatria após Israel sair do Egito
Os dois primeiros mandamentos proíbem expressamente a prática da idolatria (Êx 20:1-5; Dt 5:7,8; Lv 19:4), onde inclusive a confecção de qualquer tipo de imagem de escultura é explicitamente reprovada pelo Senhor.
Existem vários exemplos de práticas idólatras entre o povo hebreu que desagradou ao Senhor, como por exemplo, o bezerro de ouro, um ídolo criado por Arão a pedido do povo como um tipo de representação de Jeová enquanto Moisés estava na montanha do Sinai (Êx 32).
Obviamente a figura do bezerro estava fundamentada na ideia de divindade que eles tinham adquirido durante os anos no Egito, onde touros sagrados eram comumente honrados.
Na verdade, essa passagem expressa muito bem o real propósito e significado da idolatria, que consiste em desviar a honra e adoração do verdadeiro Deus a um ídolo qualquer, atribuindo até mesmo as obras de Deus a esse ídolo.
Perceba que o povo pediu para que Arão fizesse “um deus que nos conduza” (Êx 32:1), e depois do ídolo já estar pronto, os israelitas começaram prestar-lhe culto alegando ter sido ele que os tirou da terra do Egito (Êx 32:4,8).
A adoração prestada a esse bezerro de ouro possuía os elementos de um culto pagão. O povo se despiu e começou a dançar e cantar diante daquela imagem (Êx 32:6,18,19,25). O termo saheq, empregado em Êxodo 32:6 e traduzido como “folgar”, transmite a ideia de atos e gestos sexuais (cf. 1Co 10:7,8).
Em Deuteronômio 17 lemos que a idolatria era uma ofensa tão abominável que deveria ser punida com a morte do transgressor. É interessante que o texto inclui não apenas a adoração de imagens de ídolos, mas também a adoração ao sol, à lua ou “a todo o exército do céu” (Dt 17:3).

A idolatria no tempo dos juízes
Após a morte de Josué e da geração que com ele entrou na Terra Prometida, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor, e começou a prestar culto a outros deuses (Jz 2:10-13).
Por conta disso, o Senhor permitiu que invasores castigassem aquele povo, e sempre que os israelitas partiam para uma batalha, a mão do Senhor era contra eles (Jz 2:14,15).
Foi nesse cenário que Deus levantou os juízes de Israel para libertar o povo das mãos das nações inimigas e chamá-lo ao arrependimento. No entanto, mesmo assim o povo não ouviu os juízes, e continuaram a se prostituir com outros deuses (Jz 2:16,17).
A Bíblia diz que sempre que o Senhor levantava um juiz, Ele estava com aquele juiz e o povo de Israel era liberto das mãos dos opressores, mas quando o juiz morria novamente o povo voltava à idolatria de uma forma ainda mais perversa (Jz 2:18,19).
Por esse motivo Deus permitiu que as nações vizinhas não fossem expulsas daquela terra, fazendo delas um instrumento de juízo contra Israel (Jz 2:20-23).

A idolatria no tempo dos reis e profetas
No tempo dos reis de Israel houve grande idolatria. Após a morte de Davi e Salomão, o reino de se dividiu em duas partes, o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá).
Ainda nos dias do rei Salomãoa prática da idolatria pôde ser notada em Israel. As fortes práticas de comércio internacional fizeram com que, pelo contato com outros povos, a idolatria entrasse no meio do povo.
Até mesmo o próprio rei Salomão, o homem que recebeu a incumbência de construir o Templo do Senhor, em sua velhice começou a praticar a adoração mista, seguindo outros deuses para satisfazer suas esposas estrangeiras (1Rs 11:4).
Já com o reino dividido, as práticas idólatras foram frequentes entre o povo. Talvez o melhor exemplo que podemos usar aqui é a idolatria introduzida por Jezabel durante o reinado de seu marido, Acabe.
O rei Acabe reinou sobre o Reino do Norte, mas as praticas idólatras de sua família contaminaram também o Reino do Sul, quando sua filha casou-se com o filho do rei Josafá de Judá, e esse casamento trouxe graves consequências que quase extinguiram a casa de Davi.
No tempo do rei Acabe e Jezabel, a adoração a outros deuses levou a um massacre dos profetas do Senhor, e até mesmo os altares a Jeová foram destruídos. Tais práticas foram duramente confrontadas pelo profeta Elias.

No entanto, a idolatria em Israel foi tão grande que até mesmo as gerações posteriores foram influenciadas por ela.
Podemos notar claramente a repreensão do Senhor a tais práticas pelo ministério dos profetas, que chamavam o povo ao arrependimento e anunciavam o juízo iminente, como fez, por exemplo, os profetas Oseias, Miqueias, AmósHabacuque, Isaías, Jeremias e outros.
Finalmente, por conta de toda desobediência aos mandamentos do Senhor e da idolatria praticada, o povo de Israel foi entregue nas mãos de outras nações. O Reino do Norte caiu perante a Assíria, e o Reino do Sul caiu perante o Império Babilônico do rei Nabucodonosor.
Assim, a Bíblia claramente aponta para o fato de que o cativeiro assírio e o cativeiro babilônico foram consequências da idolatria dos israelitas e de sua prostituição no paganismo.
Tanto o povo babilônico quanto o povo assírio cultuavam uma grande variedade de deuses, tendo para praticamente tudo uma divindade representante, isso porque para eles também não havia nenhum problema em absorver as divindades das nações que eles próprios subjugavam, e adicioná-las à suas próprias práticas religiosas.
Durante todo esse período, desde a época dos juízes até os tempos de exílio, alguns dos deuses cultuados pelo povo foram: os muitos baalins dos cananeus, Ishtar dos babilônios e assírios, Astarote e Baal dos sidônios, a deusa cananita Aserá, Quemos dos moabitas, Moloque dos amonitas, dentre outros.

A idolatria no Novo Testamento
Se no Antigo Testamento a idolatria é fortemente censurada e reprovada, o mesmo acontece no Novo Testamento. Com o avanço da pregação do Evangelho entre as nações gentílicas, os cristãos precisaram discutir questões relacionadas à idolatria (At 15:20; 1Co 8; 10; 1Pe 4:3; Ap 2:14,20).
No capítulo 1 da Carta aos Romanos, Paulo escreveu sobre as vãs filosofias humanas que muda “a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de repteis” (Rm 1:23).
No Novo Testamento, qualquer um que adora deuses pagãos ou que coloca qualquer outra coisa numa posição mais elevada do que Senhor, depositando uma confiança que só deve ser demonstrada a Ele, é chamado de idólatra.

Existem várias exortações para que os cristãos não se associem com as práticas idólatras e fujam terminante da idolatria (1Co 10:7,14; 1Jo 5:21).
O Senhor Jesus alertou também para o perigo da adoração às riquezas, que personifica o dinheiro como um senhor, mamom, e torna o homem infiel. Jesus foi claro ao dizer que não se pode servir a Deus e as riquezas (Mt 6:24; Lc 16:13), e o mesmo também foi ensinado pelo apóstolo Paulo que colocou a avareza e a idolatria em conexão (Cl 3:5; Ef 5:5).
A idolatria é apontada por Paulo como sendo uma obra da Carne, associada também a outras concupiscências e práticas malignas, como a bruxaria e a imoralidade sexual de todo tipo (Gl 5:19,20; cf. Rm 16:18; Fp 3:19).

Qual o perigo da idolatria?
Se no Antigo Testamento podemos ler sobre as duras punições que o povo de Israel sofreu devido a sua idolatria, no Novo Testamento lemos exortações claras sobre o grande perigo da idolatria.
De forma bem direta, a Palavra de Deus nos diz que quem pratica a idolatria não herdará o reino de Deus (1Co 6:10; Ap 22:15), bem como que a punição para os idólatras será a condenação no lago de fogo por toda a eternidade (Ap 21:8).

Existe idolatria nas igrejas?
Infelizmente sim. Um falso evangelho tem sido pregado e seu principal fundamento é a idolatria. As pessoas estão procurando amuletos na tentativa de materializar o poder de Deus, e com isso introduzem misticismos e superstições entre os cristãos.
É fácil encontrar pessoas que se apegam a rosas, líquidos supostamente consagrados como água e azeite, lugares que alegam ser sagrados, e uma infinidade de outros produtos desenvolvidos para abastecer o poderoso mercado gospel, que sustenta verdadeiros artistas e animadores de palco.
As pessoas idolatram também seus próprios líderes, que reivindicam sobre si uma espécie de unção especial de Deus para guiar tais pessoas a uma vida de milagres.
Claro que a Palavra de Deus esclarece que tais líderes são “doutores” levantados pelos homens conforme suas próprias concupiscências, pois não suportam a sã doutrina. Tais pessoas estão com os ouvidos desviados da verdade, e o evangelho que seguem não passa de fábulas (2Tm 4:3,4).
É comum também encontrar alguém que, muitas vezes por falta de ensinamento, idolatra coisas legítimas que não deveriam ser idolatras, como por exemplo, os próprios elementos da Ceia do Senhor.

É possível fugir da idolatria?
Vivemos em uma sociedade completamente contaminada por práticas pagãs. As pessoas elegem como deus qualquer coisa que lhes satisfaça. Diante disso, muita gente se pergunta se é possível se abster completamente das práticas idólatras, num tempo em que até mesmo o próprio estilo de vida é cultuado.
A resposta bíblica para esse pergunta é muito clara. E possível sim não se envolver em práticas idólatras!
Na Palavra de Deus temos vários exemplos de homens que não sucumbiram à idolatria. Mesmo em tempos onde a idolatria predominou sobre o povo, Deus sempre teve um remanescente fiel que não dobrou os joelhos perante os falsos deuses (1Rs 19:18).
Assim como Abraão ouviu o chamado do Senhor e entendeu que só há um Deus sobre os céus e a terra, o criador de tudo, e que somente Ele é o único digno de ser adorado, o profeta Daniel, em plena Babilônia no centro do paganismo, nos mostrou que é possível adorar o verdadeiro Deus sem se corromper (Dn 1; 6).
O mesmo também fez seus amigos Misael, Hananias e Azarias que preferiram a fornalha de fogo a se dobrar perante a estátua levantada por Nabucodonosor (Dn 1; 3).
Com isso, aprendemos que muitas vezes se opor e denunciar a idolatria pode nos custar uma fornalha, uma cova de leões ou um período de isolamento (cf. 1Rs 17), mas o mais importante é sempre podermos viver a verdade presente nas palavras do salmista: “Eu te louvarei, de todo o meu coração; na presença dos deuses a Ti cantarei louvores” (Sl 138:1).








O Que é Abominação?
Abominação é uma palavra utilizada para designar algo repulsivo e repugnante, ou seja, ser abominável significa “ser detestável”, “odioso” ou “execrável”. Esse termo vem do latim abominatio.
Na Bíblia, a palavra “abominação” (ou abominável) é utilizada para traduzir pelo menos doze termos originais hebraicos e gregos, que aparecem aplicados em diversos contextos diferentes com um significado amplo, porém bastante centralizado num sentido principal, conforme veremos a seguir.
Significado de abominação no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, alguns termos hebraicos são traduzidos com a palavra abominação. De forma geral, tais termos expressam a ideia de aversão e repugnância diante de comportamentos ofensivos, especialmente com relação a assuntos religiosos.
O termo hebraico to’ebah é o principal para designar o sentido de abominação no Antigo Testamento, tanto referente a praticas religiosas reprováveis, como alimentos impuros, idolatria, casamentos mistos, quanto à imoralidade e a afronta ao sentido ético, como por exemplo, a impiedade.
Um exemplo do uso desse termo pode ser visto na repreensão do Senhor através do ministério do profeta Jeremias, ao dizer que o povo judeu praticava toda sorte de pecados e imoralidades e depois achava que estava livre de qualquer juízo, pois em Jerusalém estava edificado o Templo de Deus, e assim continuavam a praticar tais abominações (Jr 7:7-10).
O verbo ta’ab, “detestar”, “ser abominável”, que inclusive é a raiz do termo to’ebah, também é aplicado de uma forma muito semelhante, apesar de ele possuir um significado mais amplo (Dt 7:26; Sl 107:18).
O hebraico sheqets aparece sendo utilizado especialmente com relação alimentos impuros, tanto para o consumo como para o sacrifício (Lv 11:10-42). Outro termo relacionado a este é o hebraico shiqus, que geralmente é empregado com a finalidade de designar o desprezo à idolatria (Is 66:3; Jr 4:1; Ez 7:20).
Ambos os termos derivam do verbo shaqats, que significa “detestar”, “tornar detestável”, “abominar” ou “considerar vulgar”, e basicamente se refere à reprovação que deveria haver diante de tudo considerado eticamente ou religiosamente errado.
Outro termo hebraico traduzido em algumas versões como abominação é a palavra pigguwl, que é utilizada muito raramente para expressar a ideia de “coisa estragada e impura”, como por exemplo, a carne dos sacrifícios deixada por muito tempo conforme Levítico 7:18.
Entendendo então o significado dos termos originais que são traduzidos geralmente como abominação ou abominável, podemos perceber o quanto seu uso é extenso, como por exemplo:
·         O ato de Acaz sacrificar seu próprio filho foi comparado a “abominação dos gentios que também praticavam tal perversidade (2Rs 16:3).
·         Um sacrifício oferecido a Deus com um espírito impróprio e intenções erradas é considerado uma abominação (Pv 15:8; Is 1:13).
·         O uso de magia e adivinhações, os pecados sexuais de toda natureza e uma conduta ética reprovável, como por exemplo, ter “lábios mentirosos” ou ser corrupto, também são práticas designadas como abomináveis (Lv 18:22; Dt 18:9-14; Pv 12:22; 20:23).

Significado de abominação no Novo Testamento
No Novo Testamento o principal termo grego traduzido como “abominação” ou “abominável” é o grego bdelugma, que significa “coisa horrível e detestável”. Esse termo foi aplicado por Jesus quando reprovou o comportamento hipócrita dos fariseus que buscavam justiça própria diante dos homens (Lc 16:15) e também em seu sermão escatológico (Mt 24:15; Mc 13:14).
O apóstolo João também aplicou esse termo no livro do Apocalipse para se referir ao caráter puro da Nova Jerusalém, onde não pode entrar ninguém que pratica coisas abomináveis (Ap 21:27).
Ainda no livro do Apocalipse, o mesmo apóstolo utilizou o termo grego bdelusso, que significa “odioso”, “detestável” ou “abominável”, como um dos adjetivos das pessoas ímpias que serão lançados no lago de fogo e enxofre (Ap 21:8).
apóstolo Paulo, ao escrever a Tito, utilizou uma palavra correlata, bdeluktos, que significa “abominável”, “detestável”, para designar aqueles que confessam conhecer a Deus, entretanto o negam por suas obras perversas. Estes, o apóstolo chamou de “abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra” (Tt 1:16).
Em sua primeira epístola, o apóstolo Pedro, falando sobre a morte para o pecado e a pureza da vida, exortando os cristãos a não mais viverem segundo as concupiscências carnais, utilizou o termo grego athemitos, que significa “ilícito”, “criminoso” ou “contrário à lei e justiça”, mas que em algumas versões é traduzido como “abominável”.

Significado de “abominável da desolação”
Em seu sermão escatológico, Jesus mencionou a “abominação da desolação” referindo-se uma terrível profanação que serviria como um sinal. Jesus relacionou esse sinal com algo profetizado pelo profeta Daniel.
Na verdade a expressão grega bdelygma tes eremosos, “abominação que causa desolação”, utilizada nessa passagem, é a mesma utilizada pela Septuaginta para traduzir o hebraico shiquts shomem, que significa literalmente algo como “abominação que causa horror”, encontrado em Daniel 9:27 na chamada “profecia das 70 semanas de Daniel“.
O profeta Daniel utilizou outras expressões muito semelhantes em seu livro, como em Daniel 8:13, “transgressão assoladora”, e em Daniel 11:31, “abominação desoladora”.
O significado dessa referência feita por Jesus é bastante discutido entre os estudiosos, existindo diversas interpretações diferentes. A interpretação que parece ser a mais coerente defende que Jesus fez referência a terrível profanação do Templo promovida pelo rei Antíoco IV Epifânio em aproximadamente 165 a.C., como uma tipificação da destruição do Templo pelos romanos que ocorreu posteriormente em 70 d.C., e, finamente, a um provável apontamento para o Anticristo escatológico que surgirá no período final da presente era (cf. 2Ts 2:3-10; Ap 13).
Como pudemos ver, a palavra abominação, bem como o adjetivo abominável, é bastante utilizado nas Escrituras com um sentido bastante amplo, mas geralmente, no Antigo e no Novo Testamento, o significado central permanece o mesmo, designando algo, alguém ou uma prática repugnante.



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