quarta-feira, 10 de junho de 2015

A BÍBLIA DE DEUS A NÓS

Um dos princípios mais básicos para um entendimento correto da mensagem da Bíblia é que a Escritura interpreta a Escritura. A Bíblia é a Palavra santa, infalível e inerrante de Deus. É a nossa autoridade mais alta. Isso significa que não podemos buscar uma interpretação autoritativa do significado da Escritura fora da própria Bíblia. Significa também que não devemos interpretar a Bíblia como se ela tivesse caído do céu no século XX. O Novo Testamento foi escrito no primeiro século, e por isso devemos tentar entendê-lo em termos dos seus leitores do primeiro século. Por exemplo, quando João chamou Jesus de “o Cordeiro de Deus”, nem ele nem os seus ouvintes tinham em mente algo remotamente similar ao que o homem comum moderno pensaria se ouvisse alguém sendo chamado de “cordeiro” na rua. João não quis dizer que Jesus era doce, carinhoso, amável ou lindo. Na realidade, João não estava de forma alguma se referindo à “personalidade” de Jesus. Ele quis dizer que Jesus era o Sacrifício sem pecado para o mundo. Como sabemos isso? Porque a Bíblia nos diz assim.
A BÍBLIA DE DEUS A NÓS

Os pensamentos na mente de YHVH - DEUS
·      REVELAÇÃO
Os pensamentos na mente do autor humano
·      INSPIRAÇÃO
Estes pensamentos em forma de escrita
·      CANONIZAÇÃO
A coleção destes escritos num livro - TA BIBLIA
·      PRESERVAÇÃO DOS AUTÓGRAFOS
Cópias e traduções deste livro
·      ILUMINAÇÃO/INTERPRETAÇÃO
Os pensamentos de Deus em nós hoje


A Doutrina da Revelação de Deus
O ensino das Escrituras a respeito da revelação de Deus
A doutrina da Comunicação de Deus aos homens é amplamente confirmada nas páginas das Sagradas Escrituras. Este ensino subordina-se a um outro: o da Revelação de Deus aos homens. A Doutrina da Revelação de Deus trata da manifestação que o Senhor faz de si mesmo e de sua vontade aos homens (Am 3.7).

Necessidade da doutrina
: A doutrina da Revelação de Deus aos homens não é apenas necessária como também plausível. Dois fatores tornam essa doutrina indispensável: o implícito e explícito.

a) Implícito: O fator implícito diz respeito ao que Deus é em sua natureza incomunicável, transcendente, infinita, incapaz de ser conhecido pela razão, cognoscibilidade ou aferimentos humanos (Jo 1.18; 1 Tm 6.16). Em diversas perícopes as Sagradas Escrituras afirmam a incapacidade humana em conhecer a Deus em sua plenitude e glória: Ele habita em "luz inacessível" (1 Tm 6.16) e "nunca foi visto por alguém" (Êx 33.20; Jo 1.18).

b) Explícito: O fator explícito refere-se à natureza finita, temporal e vulnerável do homem. O cognoscível não é capaz de apreender o Incognoscível; o finito não compreende o Infinito; o mortal está aquém do Eterno: "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento" (Is 40.28).

Definição de Revelação

a) Antigo Testamento. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo revelação na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo gālâ, isto é, descobri, revelar, tirar, é usado em sentido reflexivo com o significado de desnudar-se ou revelar-se, como por exemplo, na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7). A Septuaginta (LXX) traduz o vocábulo na passagem citada por epephánē, manifestação, aparição, ou revelação (epifania).

b) Novo Testamento. O grego neotestamentário emprega a palavra apokalypsis com o sentido de revelar ou desvendar. Lucas (2.32), por exemplo, a emprega com a conotação de tirar o véu, revelar – phos eis apokalypsin. Em seu aspecto geral ou particular, revelação sempre estará atrelada aos conceitos de manifestar, tornar claro, tirar o véu, dar a conhecer (Rm 16.25).

Por conseguinte, a doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve a comunicação, revelação e manifestação sobrenaturais de Deus ao homem, revelando sua mensagem, propósitos e decretos.

Revelação e Teofanias

Teofania é um termo grego composto pelo substantivo theós e pelo verbo phaneróō que significa revelar, mostrar ou fazer conhecido. Teofania é o modo múltiplo, variegado, misterioso com que Deus se revela ou se manifesta ao homem. As teofanias são desdobramentos da revelação de Deus, de sua natureza, caráter e atributos de modo compreensível ao homem. As teofanias são:

a) visíveis (Gn 16.11,13; Êx 3.2-6; 19.18-20; Dn 7.9-14, etc), ou

b) audíveis (Gn 3.8; 1 Rs 19.12,13; Mt 3.17, etc).

Através dessas passagens percebemos que as teofanias, como veículos da revelação de Deus, podem ser:

a) humana (Gn 18.1,2,13,14),

b) angélica (Jz 2.1; 6.11,14), e

c) não humana (Gn 15.17; Êx 19.18-20).

Algumas dessas manifestações são, de acordo com muitos biblicistas, cristofanias (Jo 12.40,41).

Nas teofanias sempre é Deus quem toma a iniciativa de se auto-revelar. Essas manifestações são parciais, temporárias e não descrevem a completude da natureza divina. A única revelação permanente e completa do Pai foi realizada na Encarnação do Filho que, embora distinto do Pai, participa da mesma divindade (Jo 1.1,14-18).

Revelação Passiva e Ativa
A revelação de Deus deve ser entendida como o instrumento de imediata comunicação de Deus ao homem. Na revelação, Deus auxilia os homens a compreenderem Sua natureza e propósitos (Dt 4.29; Jr 33.3). As Escrituras demonstram vários níveis dessa comunicação, seja particular seja coletiva (Gn 2.16; 3.8,9; Gn 12.1; 15.1; 18.16; Êx 3.4; 19.3,9; 1 Sm 3.1; Is 6.1). Isto posto, a revelação proveniente e determinada por Deus é uma comunicação pessoal. O alvo final da revelação divina é que o homem venha conhecer a Deus de modo real e pessoal. Essa revelação manifesta-se bilateralmente:

Revelação ativa: É a revelação direta de Deus, enquanto Se dá a conhecer aos homens (Êx 3.1-6).
Revelação passiva: É o conhecimento de Deus que é passado de geração a geração (Dt 4.10).

A revelação passiva é o conhecimento de Deus que é comunicado aos homens através de um interlocutor, enquanto a ativa é a revelação direta de Deus ao homem, sem qualquer intermediário. Na passiva, Deus não se revela diretamente ao homem como o fez com Moisés, mas usa um intermediário (profeta, sacerdote, anjos, etc) para comunicar à sua mensagem aos seus servos.
No âmbito da revelação passiva é que encontramos a Revelação Geral de Deus (Gn 1; Sl 119; 148; Rm 1.20-23). Revelação Geral é o termo teológico que descreve uma forma de teologia natural (Sl 8; 19.1). Essa revelação acha-se impressa na criação. Apesar de não ser uma revelação pontifícia, como a Revelação Especial – o Logos Encarnado (Logos Theou) – e a Epistemológica (Rhema Theou), contudo, possui predicativos suficientes para que o homem conheça a Deus e o adore, bem como servirá de base para o julgamento dos ímpios (Rm 1.21-32; 2.1-8).
A Revelação Geral ocorre de duas formas distintas: uma revelação externa na criação, a qual proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus e; a revelação interna da razão e da consciência em cada indivíduo (Rm 12.16; Jo 1.9).
A teologia cristã reconhece tanto a Revelação Geral quanto a Especial, como dois modos progressivos da auto-revelação de Deus. Porém, o ápice da revelação divina ocorre através do Verbo Vivo e da Palavra Escrita (Jo 1.1,14-18; 14.8,9; Hb 1.1-3). Estas revelações são os desvendamentos que Deus faz de si mesmo aos homens de modo imediato e sobrenatural. O Logos Encarnado revelou o Pai. A Palavra escrita registrou essa revelação e o seu progresso (Hb 1.1-3; 2 Pe 1.10,21; Gl 1.12). O propósito da revelação de Deus é que o ser humano o conheça, ame-o e o adore (Is 43.7; Sl 22.22; 149.6).
Proposições dogmáticas
a) As Escrituras pressupõem não apenas que Deus pode ser conhecido, mas que realmente é conhecido, porque Ele Se revela a Si mesmo;
b) O conhecimento de Deus revelado ao homem é justamente aquele que satisfaz a fome de natureza espiritual;
c) O conhecimento de Deus revelado resulta em adoração e obediência inteligente à Sua vontade;
d) Deus pode ser conhecido à medida que Se revela a Si mesmo ao se comunicar com os homens;
e) Através do conhecimento de Deus o homem fica habilitado a reconhecer as verdadeiras manifestações ou revelações da natureza e da vontade do Senhor;
f) As Escrituras ensinam a impossibilidade de se conhecer a Deus em Sua natureza transcendental (Jó 11.7; 1 Tm 3.16);

g) A finalidade das Escrituras é a de fazer Deus conhecido por Suas atividades na história e nas experiências que homens fiéis tenham com Ele (Rm 1.19).

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