quarta-feira, 10 de junho de 2015

Lição 11: A última Ceia - EBD 2015

Lições Bíblicas CPAD – Adultos
2º Trimestre de 2015
Título: Jesus, o Homem Perfeito — O Evangelho de Lucas, o médico amado
Comentarista: José Gonçalves
Lição 11: A última Ceia

TEXTO ÁUREO
“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5.7).

VERDADE PRÁTICA
A Páscoa comemorava a libertação do Egito. A Ceia do Senhor celebra a libertação do pecado.

LEITURA DIÁRIA
Êx 12.1-28 – O real propósito da Páscoa para os judeus


Lc 22.7-13 – A última ceia de Jesus com seus discípulos aqui na terra


Lc 22.14-20 – O verdadeiro significado da celebração da Ceia

  
Lc 22.19,20 – Os elementos que compõem a Santa Ceia do Senhor


1Co 11.26 - O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja


1Co 11.27-32 – Ouem pode participar da Santa Ceia do Senhor

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 22.7-20.
7 — Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava sacrificar a Páscoa.
8 — E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos.
9 — E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos?
10 — E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar.
11 — E direis ao pai de família da casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos?
12 — Então, ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos.
13 — E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a Páscoa.
14 — E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com ele, os doze apóstolos.
15 — E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça,
16 — porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de Deus.
17 — E, tomando o cálice e havendo dado graças, disse: Tomai-o e reparti-o entre vós,
18 — porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o Reino de Deus.
19 — E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim.
20 — Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós.

HINOS SUGERIDOS

53, 22, 482 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Explicar a instituição da Ceia do Senhor como ordenança.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Analisar os antecedentes históricos da última ceia de Jesus.
II. Expor a dinâmica da preparação, celebração e a substituição da Páscoa pela celebração da Ceia do Senhor.
III. Elencar os dois elementos da última ceia.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado professor, estamos diante de um texto que narra uma das mais importantes celebrações da Igreja Cristã: Lucas 22, a Ceia do Senhor. A aula desta semana deve ser iniciada explicando aos alunos os antecedentes históricos da instituição da Ceia do Senhor. Quando o Senhor Jesus Cristo instituiu a Ceia, na ocasião, Ele estava celebrando a páscoa judaica. Como um marco representativo da liberação do povo de Israel do Egito — pois foi assim que a Páscoa ficou conhecida —, a Ceia do Senhor seria um marco representativo do ato de amor que Jesus Cristo fez em nosso favor, entregando-se à morte, e morte de cruz, por amor. Explicar tão significativa celebração é o objetivo da aula desta semana.









COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Sem dúvida, a Páscoa era uma das festas mais importantes do judaísmo, e a sua celebração era carregada de valor simbólico. O seu ritual era metódico e meticuloso pois lembrava um dos momentos mais importantes da história do povo de Deus da Antiga Aliança — a libertação do cativeiro egípcio! A sua celebração anual mobilizava toda a nação judaica.
Quando instituiu a Santa Ceia, por ocasião da celebração da última Páscoa, Jesus tinha em mente esses fatos. Sabedor de que a Páscoa era apenas um tipo do qual Ele era o antítipo (ou uma figura da qual Ele era o cumprimento), Ele demostrou alegria e satisfação por poder celebrá-la na companhia de seus discípulos. Apenas algumas horas depois, o Filho do Homem estaria libertando o seu povo, não mais de um cativeiro humano, mas do cativeiro do pecado!


PONTO CENTRAL

A Ceia do Senhor é uma celebração que o nosso Senhor ordenou à Igreja até a sua vinda.












I. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA

1. A instituição da páscoa judaica. A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na primavera. A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido de “passar por cima”. Essa festa tem sua origem nos dias que antecedem o êxodo dos israelitas do Egito, conforme narrado em Êxodo 12. Até esse momento, Faraó relutava em deixar os israelitas partirem conforme a determinação do Senhor. A consequência dessa obstinação do governante egípcio foi o julgamento divino que veio na forma de uma grande mortandade nos lares egípcios. Somente os primogênitos das famílias egípcias seriam atingidos, pois os hebreus estavam protegidos com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12.13). O sangue do cordeiro era um tipo do sangue de Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; 1Co 5.7).
2. O ritual da páscoa judaica. A páscoa judaica obedecia a um ritual detalhado (Dt 16.1-4). Todavia, de acordo com Êxodo 12.3-12, os preparativos teriam início aos dez do mês com a escolha de um cordeiro, ou cabrito, para cada família. A família, sendo pequena poderia então convidar o vizinho. O cordeiro, que seria guardado até ao décimo quarto dia, deveria ser de um ano e sem defeito. No final do décimo quarto dia era imolado. O sangue era posto sobre as ombreiras e vergas das portas das casas judaicas. O cordeiro deveria ser comido assado e com pães asmos e ervas amargas. O resto que sobrasse deveria ser queimado. Os participantes da Páscoa deveriam ter os lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor.



SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A refeição da Páscoa era parte importante da festividade. Exigia o sacrifício e a assadura de um cordeiro, pão sem fermento, ervas amargas e vinho. A pessoa devia comer a refeição da Páscoa na posição reclinada e depois do pôr-do-sol (no início do décimo quinto dia de nisã). Assim, antes que a refeição da Páscoa fosse celebrada, preparações cuidadosas tinham de ser feitas.
Lucas reconta como Jesus se prepara para comer a última refeição da Páscoa com os discípulos antes de sua morte. A expressão ‘o dia da Festa dos Pães Asmos’ se refere provavelmente ao dia antes da refeição, o décimo quarto dia de nisã, quando os judeus retiravam todo o fermento de suas casas em preparação à festa. Jesus instrui Pedro e João a fazerem os arranjos necessários, mas eles não têm ideia de onde Ele quer fazer a comemoração. Pelo fato de Jesus saber que Judas concordou em entregá-lo aos líderes religiosos (vv.21,22), Ele manteve o lugar da refeição em segredo. Durante a refeição da Páscoa, todos os judeus estariam a portas fechadas, e tal oportunidade ofereceria ocasião conveniente para Judas entregar Jesus às autoridades. Mas Jesus será preso na hora em que Ele escolher, e não quando os inimigos escolherem” (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.460).




















II. A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA

1. A preparação. Ao responder à pergunta dos discípulos sobre onde se daria os preparativos da Páscoa, Jesus encaminha-os a um homem com um cântaro de água (Lc 22.10). Lucas deixa claro que Cristo, como filho de Deus e capacitado pelo Espírito Santo, possuía conhecimento prévio dos fatos. O expositor bíblico Anthony Lee Ash, observa que o homem com um cântaro de água seria facilmente notado, pois esse era um trabalho de mulher. Os hospedeiros costumavam oferecer suas casas durante a festa, em troca das peles de animais e utensílios usados para a refeição. O preparo da Páscoa incluiria a busca de fermento na casa e o preparo dos vários elementos da refeição.
2. A celebração e substituição. Jesus possuía consciência de que a sua morte na cruz se aproximava e que Ele era o Cordeiro de Deus do qual o cordeiro da Páscoa era apenas um tipo (Jo 1.29). Com certeza milhares de cordeiros foram sacrificados em Jerusalém nessa data, mas somente Jesus era o “Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo” (Jo 1.29). Se a Páscoa judaica marcou a libertação do sofrimento do cativerio egípcio, agora Jesus, através do seu sofrimento, libertaria a humanidade da escravidão do pecado. Pedro e João fazem os preparativos exigidos sobre a última Páscoa (Lc 22.7-20) e é durante a celebração da última Páscoa que Jesus instituiu a Ceia do Senhor (Lc 22.19,20). No contexto da Nova Aliança a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (1Co 11.20,23).



SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Foi numa Páscoa judaica que nosso Senhor instituiu a Ceia, como uma ordenança para toda a Igreja.







III. OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA

1. O vinho. O terceiro Evangelho faz referência ao uso do cálice por duas vezes, a primeira delas antes de mencionar o pão (Lc 22.17,20). Mas essa reversão da ordem dos elementos não modifica em nada o significado da Ceia. Nesse particular, a liturgia cristã segue o modelo dos outros evangelistas e de Paulo, onde o uso do vinho é precedido pelo pão (Mc 14.22-26; Mt 26.26-30; 1Co 11.23-25).
Tomando o cálice, Jesus falou: “Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22.20). O sentido desse texto é que o vinho é um símbolo da Nova Aliança que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus (Êx 12.6,7,13; 24.8; Zc 9.11; Is 53.12).
2. O pão. Após tomar o pão, dar graças e partir, Jesus disse: “Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim” (Lc 22.19). Jesus usa a expressão: “isto é o meu corpo” com sentido metafórico, da mesma forma que Ele disse: “Eu sou a porta” (Jo 10.9). O pão era um símbolo do corpo de Jesus da mesma forma que o vinho era do seu sangue. A palavra “oferecido” traduz o verbo grego didomi, que também possui o sentido de entregar. Esse mesmo verbo é usado nos textos de Isaías 53.6,10,12, onde há uma clara referência a um sacrifício (cf. Êx 30.14; Lv 22.14). O corpo de Jesus seria oferecido vicariamente em favor dos pecadores.



SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Os elementos da Ceia são o vinho, que simboliza o sangue de Jesus; o pão, que simboliza o corpo partido do Senhor.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Devido, em grande parte, à conotação um tanto mística que acompanha a palavra ‘sacramento’, a maioria dos pentecostais e evangélicos prefere o termo ‘ordenança’ para expressar o seu modo de entender o batismo e a Ceia do Senhor. Já na era da Reforma, alguns levantavam objeções à palavra ‘sacramentos’. Preferiam falar em ‘sinais’ ou ‘selos’ da graça. Tanto Lutero quanto Calvino empregavam o termo ‘sacramento’, mas chamavam atenção para o fato de que o usavam num sentido teológico diferente da implicação original da palavra em latim. O colega de Lutero, Philipp Melanchthon, preferia empregar o termo signis (‘sinal’). Hoje, alguns que não se consideram ‘sacramentalistas’, ou seja, que não acham que a graça salvífica seja transmitida através dos sacramentos, continuam usando os termos ‘sacramento’ e ‘ordenança’ de modo sinônimo. Devemos interpretar cuidadosamente o sentido do termo de acordo com a relevância e implicações atribuídas à cerimônia pelos participantes. As ordenanças, determinadas por Cristo e celebradas por causa do seu mandamento e exemplo, não são vistas pela maioria dos pentecostais e evangélicos como capazes de produzir por si mesmas uma mudança espiritual, mas como símbolos ou formas de proclamação daquilo que Cristo já levou a efeito espiritualmente nas suas vidas” (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.560).




















CONCLUSÃO

Participar da Ceia do Senhor é um privilégio do qual todo cristão deve se alegrar. Não se trata de um ritual vazio, mas de uma celebração carregada de significado, porque aponta para o sacrifício do calvário. A Ceia celebra a vitória de Cristo, o Cordeiro de Deus, sobre o pecado e suas consequências.
Ao participarmos da Ceia, devemos manter uma atitude de eterna gratidão ao Senhor por nos haver dado vida quando nos encontrávamos mortos em nossos delitos. Assim como os antigos judeus não deveriam celebrá-la com fermento em seus lares, da mesma forma não devemos comemorar a Ceia com o velho fermento do pecado. Celebremos a Ceia com os asmos da sinceridade.

PARA REFLETIR

Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

Quando ocorria a festa da Páscoa?
A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na primavera.

A palavra Páscoa é derivada de qual verbo hebraico e qual é o seu significado?
A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido de “passar por cima”.

O que o vinho na Santa Ceia simboliza?
O vinho é um símbolo da Nova Aliança, que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus.

O que simboliza o pão?
O pão simboliza o corpo de Jesus.

O significa, para você, participar da Santa Ceia?
Resposta livre.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A última Ceia

O ambiente da última Páscoa de Jesus, e a instituição da Ceia do Senhor, é digno de notas extensas. Quem estava na Ceia do Senhor, assentado à mesa? Judas, o traidor; os discípulos que logo após a Ceia do Senhor disputavam sobre quem seria o maior entre eles; estava presente Pedro, que negou Jesus três vezes; no final, todos os discípulos abandonariam o Senhor, exceto o apóstolo João. Esse contexto é significativo quando refletimos sobre a simbologia da ordenança de nosso Senhor.
O ato da Ceia do Senhor demonstra que Ele se entregou em favor de nós, seres humanos imperfeitos, não regenerados e dependentes exclusivamente da graça de Deus. O nosso Senhor estava diante dos seus discípulos, aqueles que os trairia, os negaria, e encontravam-se preocupados acerca de quem é o maior no Reino de Deus. Ele partiu o pão e deu-o para essas pessoas, Ele serviu o suco da vide para essas pessoas. A Ceia do Senhor foi instituída num ambiente onde estavam pessoas com uma natureza absolutamente contrária ao Evangelho. Jesus sabia que seria traído, negado e que pessoas estavam preocupadas com a posição que assumiriam quando o seu reino fosse instaurado. Para esses discípulos, o reino era de perspectiva humana, palaciana e material. Por isso, quando o nosso Senhor foi crucificado e morto, os discípulos dispersaram, pois “Onde estava o reino?”; “Onde estava o Palácio?”; “onde estava o rei?”. Os discípulos simplesmente desanimaram...
Não somos tão diferentes dos discípulos hoje. Talvez, não traímos o Senhor, entregando-o a morte para livrar a nossa pele, por absoluta falta de oportunidade. Quantas vezes quando estamos sob alguma pressão, o nosso pensamento é desistir? Imagine a pressão que o nosso Senhor sentiu e, igualmente, a pressão que o apóstolo João pressentiu ao decidir ficar só, com Maria, a mãe de Jesus e outras mulheres que sofriam o sofrimento do Messias.
Hoje, pela graça de Deus, temos a possibilidade de sentarmo-nos à mesa do Senhor, “comer do seu corpo” e “beber do seu sangue”. Lembrando de tão grande e suficiente sacrifício que o nosso Senhor fez por nós. Celebrando a sua presença conosco, pois Ele está vivo, ressuscitou e habita em nós. Igualmente, tendo a esperança de um dia Ele voltar para nos buscar, pois chegará o dia em que o nosso Senhor beberá de novo, mas agora juntamente conosco, do fruto da vide. Portanto, a Ceia do Senhor nos faz olhar para o passado, viver o presente e ter esperança no futuro. Deus está conosco!


A Importância da Santa Ceia – 2009


TEXTO ÁUREO
"Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha" (1 Co 11.26).


VERDADE PRÁTICA
A Santa Ceia não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda.

HINOS SUGERIDOS 192, 291, 301


LEITURA DIÁRIA
Mt 26.28 A nova aliança em Cristo
Mt.26.29 A vitória com Cristo sobre a morte
1 Co 10.16,17 A Igreja é um só corpo em Cristo
1 Co 11.28 O auto-exame interior do crente
2 Co 13.5 O auto-exame interior do crente
1 Pe 1.18,19 Resgatados pelo precioso sangue de Cristo
Ap 19.7 As Bodas do Cordeiro no céu



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 11.23-32.


INTERAÇÃO

Caro professor, o tema desta semana nos oferece variadas lições espirituais. Portanto, ore e aprofunde-se no estudo do assunto.
Nesta lição, explique aos alunos os termos transubstanciação e consubstanciação. O primeiro termo foi adotado pelos católicos em 1215 e depois confirmado pelo Concílio de Trento em 1551. Segundo eles, quando o sacerdote abençoa o pão e o vinho, estes transformam-se em corpo e sangue literais de Jesus. O segundo termo, ensinado por Lutero, significa que o corpo e o sangue de Cristo se unem às substâncias do pão e do vinho. Não são literalmente o pão e o vinho, mas estão presentes. Talvez seja necessário você ainda distinguir os termos ordenanças e sacramentos. O segundo termo, mais usado pelos católicos, refere-se à idéia de que a Ceia do Senhor transmite graça espiritual ou salvífica a quem dela participa. Já a palavra ordenança, apenas sugere que a Santa Ceia foi "ordenada" pelo Senhor, entretanto, não é um meio de salvação para aqueles que participam do cálice e do pão. Boa aula!


OBJETIVOS

Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Definir Santa Ceia.
Explicar os elementos da Ceia.
Aplicar as lições doutrinárias da Santa Ceia a sua vida.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Utilize o quadro comparativo entre a Páscoa e Jesus Cristo para introduzir o tópico III. Enfatize ao final da exposição do quadro que tanto a Páscoa quanto Cristo refletem a graça salvadora de Deus.

PÁSCOA

JESUS CRISTO
Sangue
Salvar o primogênito da morte
Salvar o homem da ira de Deus
Sacrifício
Cordeiro substituiu o primogênito
Substituiu a humanidade
Pureza
Cordeiro sem mácula
Sem pecado
Comunhão
Identificação com os israelitas
Santa Ceia, comunhão com Cristo



COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

Palavra Chave:
Memorial
Aquilo que mantém viva a memória de alguém ou de algo.


A Ceia do Senhor é um ato de suma importância, em si mesmo e na vida do crente. Ela não é um mero símbolo, mas sim uma das verdades centrais da nossa fé. A Santa Ceia lembra a paixão e a morte de Cristo em nosso lugar, bem como a sua segunda vinda. Tendo em vista suas verdades bíblico-teológicas, cabe-nos tomar assento à mesa do Senhor com solenidade e redobrada reverência.

I. O QUE É A SANTA CEIA

A Santa Ceia não é apenas um ato celebrado pela igreja, mas também uma proeminente doutrina bíblica. Em geral, todos sabem como proceder, todavia poucos conhecem a doutrina, pois depende do estudo da Palavra.
A Bíblia afirma que Paulo recebeu o ensino da Santa Ceia diretamente do Senhor: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei" (v.23). Provavelmente ele o tenha recebido durante os três anos em que estivera a sós com Deus na Arábia, sobre os quais as Escrituras silenciam (Gl 1.11,12, 15-17). 
São duas as ordenanças da Igreja Cristã originadas do ministério terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo: o batismo e a Santa Ceia. Com o seu batismo, no rio Jordão, Ele iniciou o seu glorioso ministério (Mt 3.13-16), encerrando-o com a instituição da Santa Ceia, sua paixão e morte redentora (Mt 26.26-30). Enquanto o batismo fala da nossa fé em Cristo e ocorre apenas uma vez na vida do crente (Mc 16.16), a Ceia do Senhor diz respeito à nossa comunhão com Ele, e deve ser sempre renovada (Lc 22.14,15).
1. Definição e designações. A Santa Ceia é uma ordenança da Igreja, instituída por Jesus na noite em que ele foi traído. Na Bíblia, ela é chamada de "Ceia do Senhor" (1 Co 11.20) e "comunhão do corpo e do sangue de Cristo" (1 Co 10.16).
2. Ordenança ou sacramento. A Ceia do Senhor é conhecida pelos evangélicos como ordenança, por constituir-se numa ordem dada por Cristo aos santos apóstolos.
Os católicos romanos e certas alas do protestantismo costumam denominá-la de sacramento.

SINOPSE DO TÓPICO (1)
A Santa Ceia é uma ordenança instituída por Jesus.


II. OS ELEMENTOS DA SANTA CEIA

São elementos da Santa Ceia o pão e o vinho por representarem, respectivamente, o corpo e o sangue do Senhor Jesus.
1. O pão. Por ser este alimento o símbolo da vida, Jesus assim identificou-se aos seus discípulos: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo 6.35). Por conseguinte, quando o pão é partido, na celebração da Ceia, vem-nos à memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.
2. O vinho. Identificado na Bíblia como "fruto da vide" e "cálice do Senhor" (Mt 26.29; 1 Co 11.27), o vinho na Ceia lembra-nos o sangue de Cristo vertido na cruz para redimir a todos os filhos de Adão: "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" (1 Pe 1.18,19). Portanto, o pão e o vinho são, biblicamente, o memorial do Calvário; representam o corpo e o sangue de Cristo, oferecidos por Ele como sacrifício expiatório para redimir-nos de nossos pecados. É a explicita, profunda e confortadora simbologia das Sagradas Escrituras.

SINOPSE DO TÓPICO (2)
O vinho simboliza o sangue de Cristo, e o pão, o seu corpo.


III. LIÇÕES DOUTRINÁRIAS DA SANTA CEIA

Vejamos algumas das lições ou ensinos doutrinários da Ceia do Senhor até a volta de Jesus.
1. A Santa Ceia é um mandamento do Senhor. Ele ordenou por duas vezes: "fazei isto em memória de mim" (vv.24,25).
2. É um memorial divino. "Em memória de mim" (vv.24,25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar (1 Pe 1.18,19; Jo 1.29). Como tal, a Santa Ceia comemora algo já realizado (Lc 22.19).
Assim como a sociedade, o governo, o povo, as instituições particulares têm seus memoriais, aos quais estimam, honram e preservam, nós temos muito mais razão, dever, direito e prazer de sempre participar da Ceia do Senhor.
3. É uma profecia a respeito da volta de Jesus. "Anunciais a morte do Senhor até que venha" (v.26). A igreja ao celebrar a Ceia do Senhor, está também anunciando a todos a sua vinda. "E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai" (Mt 26.29).
4. Deve ser precedida de auto-exame do participante (v. 25). Trata-se do auto-julgamento do cristão diante de Deus, quanto ao seu estado espiritual (v.31). Esse auto-exame deve ser feito com o auxílio do Espírito Santo e tendo a nossa consciência alinhada às Escrituras.
5. A ceia do Senhor e o discernimento espiritual do crente. Participar da Ceia sem discernir "o corpo do Senhor" (v. 29), é ter os santos elementos da Ceia como coisas comuns, e não como emblemas do corpo e do sangue de Cristo. 
6. É uma ocasião propícia ao recebimento de bênçãos. "O cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo?" (10.16). Portanto, Deus pode derramar copiosas bênçãos no momento da ceia. Houve milagres na preparação da primeira Ceia (Lc 22.10-13).
7. A Santa Ceia é um momento de gratidão a Deus. Na Ceia do Senhor todo crente deve ser agradecido. "E tendo dado graças" (v.24). Em todos os registros da Ceia vemos ação de graças a Deus: 1 Co 11.24; Mt 26.27; Mc 14.23; Lc 22.19. 
8. A Santa Ceia é para os discípulos do Senhor. Conforme Lucas 22.14, Jesus levou apenas os Doze para a mesa da Páscoa, seguida da Ceia do Senhor. Se a Ceia fosse para qualquer um, Ele teria chamado a todos sem distinção. A Santa Ceia é para os santos em Cristo Jesus.
9. É um momento de profunda e solene devoção e louvor a Deus. "E, tendo cantado um hino" (Mt 26.30). Como Jesus cantou à sombra da sua cruz, não podemos compreender, nem explicar!
10. A Santa Ceia é alimento espiritual. Toda ceia destina-se a alimentar. Devemos participar desse Santo Memorial convictos, pela fé e esperança de que seremos novamente alimentados espiritualmente.
11. A Ceia do Senhor condena a duplicidade religiosa. "Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (10.21). A Santa Ceia é incompatível com a duplicidade da vida espiritual do cristão (Sl 119.113; Mt 6.24; 2 Co 6.14).

SINOPSE DO TÓPICO (3)
A Ceia é um mandamento, um memorial, uma profecia, e um momento de gratidão.


CONCLUSÃO

Tendo em mente o exposto, devemos sentar-nos à mesa do Senhor, com discernimento, temor de Deus e humildade. Conscientizemo-nos, pois, de que, ali, não estão meros símbolos, mas o sublime memorial da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Caso contrário, seremos contados como réus diante de Deus. Que o Senhor nos guarde a todos, por sua graça.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO


Subsídio Doutrinário
"A importância da Ceia do Senhor:
1. Passado. É um memorial da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para a nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).[...]
2. Presente. É um ato de comunhão com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (10.16,17). Nessa ceia, com o Senhor ressurreto, Ele, como anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18-20; Lc 24.35). [...]
3. Futuro. É um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade."

(Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. p.1753).


VOCABULÁRIO

Estimar: Ter em estima; apreciar, prezar.
Verter: Derramar, jorrar.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

SANTOS, Roberto dos Reis. A santa ceia. RJ: CPAD, 2005.
HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. RJ: CPAD, 2006.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 38, p.40.


EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. O que é a Santa Ceia?
R. A Santa Ceia é uma ordenança da Igreja, instituída por Jesus na noite em que ele foi traído.

2. O que simboliza o pão?
R. O pão simboliza o corpo de Cristo entregue na cruz por nós.

3. O que simboliza o vinho?
R. O vinho simboliza o sangue de Cristo vertido na cruz.

4. Cite três lições doutrinárias da Santa Ceia do Senhor.
R. É um mandamento do Senhor, um memorial divino e uma profecia a respeito da volta de Jesus.

5. Descreva o elemento profético da Santa Ceia do Senhor.
R. A igreja, ao celebrar a Santa Ceia, está anunciando que o Senhor Jesus voltará.


APLICAÇÃO PESSOAL

Sem dúvida alguma, a essência da Santa Ceia é a comunhão. Comunhão significa ter algo em comum com alguém. No âmbito espiritual, é indispensável que a Igreja, como Corpo de Cristo, possua algumas características em comum, tais como: "um só corpo, um só espírito, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos." (Ef 4.4-6).
Jamais deveríamos nos esquecer de que a Igreja de Cristo é um lugar onde, embora se manifeste uma diversidade de características físicas e culturais, a unidade é fundamental. Unidade na diversidade. Diversidade de dons, ministérios, talentos, mas unidade na doutrina, na fé e no Espírito.

Em que situações eu não devo tomar a Santa Ceia?
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Cara leitora, essa é uma questão que confunde muitas pessoas. Muitos acham que comer a santa ceia indignamente é ter um pecado não confessado ali no momento ou coisa do tipo. Vamos então compreender melhor essa questão para não cometermos equívocos.
O texto que contém essa questão é esse: “Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.” (1Co 11. 27). É um texto que apresenta uma advertência muito séria: Participar da ceia “indignamente” é se tornar culpado perante Deus de um grave pecado.
Mas o que Paulo quis dizer nesse texto com a palavra “indignamente”?
Para compreendermos corretamente a mensagem do texto, precisamos avaliar o contexto (o que vem antes e o que vem depois desse texto). Observe que o versículo mencionado está dentro de uma sessão que vai dos versículos 17 ao 34. E é dentro desta sessão que encontramos a resposta que estamos buscando. É importante observar que a Palavra de Paulo é dirigida a igreja (aos crentes). É evidente que quem é descrente não deve participar da santa ceia, pois não teria significado algum.
Nos versículos 20 a 22 vemos claramente o que o apóstolo quis dizer com a expressão “indignamente” (utilizarei a Nova Versão Internacional – NVI para facilitar a compreensão do texto):
“Quando vocês se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, porque cada um come sua própria ceia sem esperar pelos outros. Assim, enquanto um fica com fome, outro se embriaga. Será que vocês não têm casa onde comer e beber? Ou desprezam a igreja de Deus e humilham os que nada têm? Que lhes direi? Eu os elogiarei por isso? Certamente que não!” (1Co 11. 20-22)
Vemos aqui o que Paulo quis dizer com comer a ceia “indignamente”:
Eles não estavam observando o modo correto de fazer a ceia, por isso, se afastaram de seu real significado. Estavam fazendo do jeito errado. “Quando vocês se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor”. Vemos que a ceia perdeu seu significado, ficando vazia. Mas o que eles estavam fazendo errado?
Eles estavam tentando celebrar a ceia de forma dividida e não em unidade (como corpo de Cristo, igreja) como devia ser. Os ricos desprezavam aqueles que nada tinham ou eram pobres, fazendo sua própria ceia, enquanto os pobres ficavam chupando dedos desprezados num canto e também fazendo a ceia do seu jeito. “porque cada um come sua própria ceia sem esperar pelos outros. Assim, enquanto um fica com fome, outro se embriaga.”. Paulo condena essa desunião. Uma ceia dividida dentro da igreja não era a santa ceia que Cristo instituiu e, por isso, era pecado.
Os pobres eram envergonhados como se não fizessem parte do corpo de Cristo por serem pobres.“Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm?”.
Dos versos 23 ao 26 Paulo relembra a eles o real significado da Santa Ceia.
Seguindo com sua orientação, Paulo busca uma correção para a questão, orientando uma mudança de atitude baseada na reflexão: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.” (1Co 11. 28-29). Esse “examinar” está ligado à questão anterior, ou seja, examinar se da forma que está participando não está pecando contra seus irmãos na fé e consequentemente contra Deus. Paulo nos chama a examinar a seriedade do ato de participar da santa ceia como indivíduos que fazem parte de um corpo.
Paulo finaliza reiterando o caráter de união da ceia. União de todos os servos de Cristo. Participar da ceia com qualquer forma de desunião é comê-la indignamente. “Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros.” (1Co 11. 33).

Concluo essa questão dizendo que nem mesmo um pecado ocasional deve ser um empecilho para que você deixe de participar da ceia. Confesse o seu pecado e participe da ceia. A ceia é momento de [união] do povo de Deus e de relembrar o sacrifício do nosso Salvador, bem como, de avaliação interior e fortalecimento espiritual de cada um de nós e da igreja como um todo. Por isso, devemos refletir, tomar decisões para reparar possíveis erros e participar dela, fortalecendo-nos como indivíduos e como igreja (isso é comer a ceia dignamente).

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