LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD ADULTOS – 1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo
na Carta aos Hebreus – Comentarista: José
Gonçalves
Lição 3: A superioridade de Jesus em relação a Moisés
TEXTO ÁUREO
“Porque ele é
tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a
casa tem aquele que a edificou” (Hb 3.3).
VERDADE PRÁTICA
Cristo em tudo foi superior a Moisés na Casa de Deus, pois
enquanto o legislador hebreu foi um mordomo, o Salvador foi o dono.
LEITURA DIÁRIA
Lc 19.10 Uma missão superior que apenas Cristo poderia cumprir
10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar
o que se havia perdido.
1Tm 2.5 Cristo - O único Mediador
entre os homens e Deus
5. Pois há um só
Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 6. o qual
se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em
seu próprio tempo.
Hb 3.1 Uma vocação superior dada a Cristo por Deus Pai
Hb 3.1 Cristo - O único Mediador
entre os homens e Deus
1 Portanto, santos irmãos, participantes do
chamado celestial, fixem os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo
sacerdote que confessamos.
Hb 3.2 Cristo, o edificador da Casa
de Deus
2 Ele foi fiel àquele que o havia constituído,
assim como Moisés foi fiel em toda a casa de Deus.
Hb 3.5,6 Cristo, não apenas servo, mas
Filho
5. Moisés foi fiel como servo em toda a casa de Deus, dando testemunho
do que haveria de ser dito no futuro, 6. mas Cristo é fiel como Filho sobre a
casa de Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à
confiança e à esperança da qual nos gloriamos.
Hb 3.7,8 Cristo, superior em palavra à
Lei
7. Assim, como diz o Espírito
Santo: "Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, 8. não endureçam o coração, como
na rebelião, durante o tempo de provação no deserto, 9. onde os seus
antepassados me tentaram, pondo-me à prova, apesar de, durante quarenta anos,
terem visto o que eu fiz.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 3.1-19.
3.1—4.16 — É esta a
segunda exortação na epístola (Hb 2.1-41 1. Portanto, convém-nos atentar com mais
diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos
desviemos delas. 2. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e
toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, 3. Como
escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual,
começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a
ouviram; 4. Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias
maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?) Por
isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais
nos desviemos.
2 Porque se a mensagem transmitida por anjos provou a
sua firmeza, e toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, 3 como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande
salvação? Esta salvação, primeiramente anunciada pelo Senhor, foi-nos
confirmada pelos que a ouviram.
4 Deus também deu testemunho dela por meio de sinais,
maravilhas, diversos milagres e dons do Espírito Santo distribuídos de acordo
com a sua vontade.). Irmãos santos a
interliga ao conceito de santificação em Hebreus 2.11: 11 Ora, tanto o que santifica quanto os que são santificados provêm
de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos.
Hebreus 3
Subtema: Ouvir
a voz de Deus e nunca desistirmos das pessoas é a receita para entrarmos no
descanso de Deus
1-6 ->
Temos que ser separados para uso exclusivo de Deus e participarmos da vocação
celestial. Note como não se trata de um chamado deste mundo (para fazermos coisas), mas a
capacitação para uma tarefa espiritual (tratamento de caráter a fim de que as pessoas possam ser
usadas por Deus para confirmar a Palavra de Deus na vida de outras pessoas (Ap
3.19)). Jesus é o enviado de Deus (apóstolo) para
expiar os pecados do povo naquilo que é de Deus (e não no que é do homem – Hb 2.17). Ou seja, não
adianta queremos o bem (o
fruto do Espírito Santo) no nosso coração enquanto insistirmos em
fazer a nossa vontade. Todas as coisas contribuem para o bem, quando somos
chamados para amá-lO de acordo com o propósito Dele (Rm 8.28). Temos que esperar o chamado de
Deus para depois irmos.
Jesus
foi superior a Moisés porque Ele foi fiel em Sua própria casa, que Ele mesmo
edificou, para testemunho de tudo aquilo que Deus é (Hb 1.3).
Detalhe:
nós somos a casa a qual Deus fez a fim de poder oferecer Seus dons e
sacrifícios (1Pe 2.5). E os dons
que Jesus quer ofertar a Deus no altar do nosso coração (Nm 3.5,6) são as pessoas.
3.1,2
— Participantes é a mesma palavra grega
traduzida por companheiros em Hebreus 1.9. A vocação celestial desses
companheiros é a de herdar a salvação (Hb 1.14) e a glória futura em Cristo (Hb
2.10). O autor de Hebreus convida os cristãos judeus a considerar a fidelidade
de Jesus Cristo. Apóstolo significa aquele que é enviado. Essa é a única
passagem no Novo Testamento que designa Jesus como o Apóstolo. O título indica
que Jesus foi enviado por Deus para revelar o Pai (Jo 4.34; 6.38; 7.28,29;
8.16).
A
frase em toda a sua casa é retirada de Números 12.7, onde casa se refere à Casa
de Deus, ao tabernáculo, centro da adoração israelita. Moisés havia obedecido
fielmente às instruções de Deus em relação ao tabernáculo. Da mesma forma,
Jesus obedeceu em tudo à missão que o Pai lhe dera. Como resultado de Sua
obediência, Deus pôde estabelecer Sua nova casa, a igreja.
1 — Pelo
que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus
Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão,
2 — sendo
fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa.
3 — Porque
ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do
que a casa tem aquele que a edificou.
3.3
,4 — Mas o que edificou todas as coisas é Deus. O autor iguala
Jesus a Deus. Deste modo, Ele, certamente, é tido por digno de tanto maior
glória do que Moisés (Hb 1.2,8,10). Conclui-se que o concerto estabelecido
mediante a morte de Jesus é mais glorioso do que o estabelecido no monte Sinai.
4 — Porque
toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
3.5
— O autor de Hebreus continua a comparação entre Moisés e
Jesus. Enquanto Moisés foi fiel como servo, a fidelidade de Cristo foi maior
porque exercida pelo Filho. Coisas que se haviam de anunciar indica que o
trabalho de Moisés apontava para Cristo (Hb 9.10; 10.1-3). Os preceitos da Lei
de Moisés chamam a atenção tanto para o pecado humano quanto para a necessidade
de um sacrifício perfeito, a fim de reconciliar o povo com o seu santo Criador.
5 — E,
na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das
coisas que se haviam de anunciar;
3.6
— Como Filho sobre a Sua própria casa. O Filho se assentará
no trono no Reino vindouro (Hb 1.8). No momento, reina sobre a Igreja. Reinará
sobre toda a criação quando Seus oponentes forem completamente derrotados. Sua
habitação consiste em todos os que nele creem. Conservarmos firme a confiança
[...] até ao fim. Aqueles que perseverarem até o fim, colocando sua esperança
firmemente no Filho, viverão com Ele na eternidade.
6 — mas
Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão
somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim.
7-11 -> Se
tivermos o privilégio de ouvir a voz de Deus, não vamos endurecer o nosso
coração (vs 8). Pelo
contrário: procuremos conhecer o caminho de Deus ao invés de insistirmos nas
tradições que herdamos dos pais ou do mundo (1Pe 1.18; Mt 15.8,9). Chega de erramos no coração (vs 10). Quem insiste nisto nunca
experimentará Deus repousando em si.
3.7-11
— O autor de Hebreus cita Salmo 95.7-11 para alertar os
cristãos judeus de não endurecerem o coração para com Deus e a salvação que Ele
oferece. A geração de Moisés se recusou a crer que Deus supriria suas
necessidades no deserto (Ex 17.1-7), e os leitores desta carta estariam
igualmente em perigo não crendo na salvação oferecida por Deus mediante Seu
Filho. Para que permanecessem firmes até ao final (v. 6), não poderiam
endurecer o coração para com Deus (v. 8,13,15). Pelo contrário, teriam de
renovar sua fé na Palavra de Deus (v. 12,19), depositá-la em Cristo e obedecer
a Ele (v. 18).
Repouso
é um conceito fundamental em Hebreus. No Antigo Testamento, a conquista da
Terra Prometida e o fim das lutas na terra eram vistos como uma forma de
repouso (Dt 3.20; 12.9; 25.19; Js 11.23; 21.44; 22.4; 23.10. No Novo
Testamento, significa o lar eterno do cristão e a alegria que há de
experimentar na presença de Jesus (Hb 4.1).
7 — Portanto,
como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz,
8 — não
endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto,
9 — onde
vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas
obras.
10 — Por
isso, me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram em seu
coração e não conheceram os meus caminhos.
11 — Assim,
jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.
12-14 ->
homem mau: aquele que deseja as coisas para si. Infiel: que não mantém firme a
fé, a glória da esperança (vs
6) e
o princípio da confiança até o fim (vs
14).
Se quisermos participar de Jesus, ao invés de nos apartarmos do Deus que
vive (vs 12), nos
separando daqueles que são Dele quando pecamos (vs 10,24,25), devemos
animá-los a manter um coração bom e fiel (vs 12) de modo que nenhum deles venha a endurecer
pela ilusão de que o pecado pode dar fim aos seus problemas (vs 13). Eles devem se manter confiantes
de que o princípio de sua confiança (o
amor) não falha. Quem se afasta da Igreja de Jesus é porque não quer
servi-la. Neste caso, a quem ele deseja servir? Se não é para ajudar os irmãos
a permanecerem na fé (vs
12,13), então qual a nossa razão de ser?
3.12
— O autor fala claramente a legítimos cristãos. Dirige-se a
eles como irmãos (gr. adelphoi; compare com irmãos santos no
versículo 1), que é o tratamento padrão em todo o livro. Não existe a menor
sugestão, em parte alguma da epístola, de que se tratasse apenas de cristãos
nominais, e não genuínos, como tem sido por vezes suposto. Um coração mau e
infiel. Refere-se a um sério problema espiritual. Um coração descrente é mau
porque a incredulidade é má.
Apartar (gr. aphistemi).
Esta palavra dá a ideia de manter-se à distância do Deus vivo. Os incrédulos,
aqueles que se recusam a ouvir e são indiferentes a Deus, sofrem com isso
sérios prejuízos. Aqui se trata, naturalmente, da descrição de uma recaída do
cristianismo para o judaísmo. Jesus é Deus. Afastar-se dele é afastar-se do
Deus vivo, o que certamente contraria o conservar-se firme no versículo 6.
12 — Vede,
irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se
apartar do Deus vivo.
3.13,
14 — Exortarmo-nos uns aos outros para permanecermos na fé é
importante. Os cristãos devem permanecer firmes na fé até o fim de sua vida
para que sejam participantes de Cristo (v. 15-19). Participantes é a mesma
palavra traduzida por companheiros em Hebreus 1.9. Os fiéis serão participantes
com Cristo do Seu Reino futuro (Ap 2.26,27).
13 — Antes,
exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje,
para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.
14 — Porque
nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da
nossa confiança até ao fim.
15 — Enquanto
se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na
provocação.
15-19 ->
Deus se indignou contra aqueles que, apesar de terem ouvido a voz de Deus,
ainda assim o provocavam com as obras das suas mãos (Nm 14.11; Dt 32.21; 1Rs 14.22; Sl 106.
29; Ez 16.43; Jr 8.19; 25.6). Eles acabaram caindo e morrendo no deserto (vs 17), sem entrarem na terra onde eles
teriam condições de servir a Deus sem nada para restringi-los, onde todas as
leis favoráveis para se viver o amor. Eles não puderam entrar neste lugar onde
Deus poderia repousar nos corações porque não queriam crer no poder da
piedade (1Tm 3.16; 2Tm
3.5).
3.15-19
— O autor de Hebreus fala da incredulidade dos israelitas
como sendo pecado (v. 17) e desobediência (v. 18). Muitos israelitas não
entraram no repouso de Deus, a Terra Prometida (v. 11), porque não creram nas
promessas de Deus para eles (Nm 1.1-34). Deixaram de possuir a herança
reservada para eles porque não creram em Deus (Dt 12.9; Js 13.7).
Cristãos
a quem esta carta foi endereçada estavam provavelmente em perigo de seguir os
passos dos israelitas. Estavam tentados certamente a duvidar das palavras de
Jesus. Ao apresentar questões retóricas nestes versículos, o autor da carta os
encoraja a depositar firmemente toda a sua fé em Cristo (Hb 10.26; 12.1,2).
16 — Porque,
havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por
meio de Moisés.
17 — Mas
com quem se indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que
pecaram, cujos corpos caíram no deserto?
18 — E
a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram
desobedientes?
19 — E
vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.
Hebreus 3
Comentário de Hebreus 3:1-6
Cristo deve ser considerado o Apóstolo de nossa confissão, o Mensageiro enviado aos homens por Deus, o grande Revelador da fé que professamos, e da esperança que confessamos ter. como Cristo, o Messias, é o ungido para o ofício de Apóstolo e Sacerdote. Como Jesus, é nosso Salvador, nosso Curador, o grande Médico das almas. Seja assim considerado. Considere-se o que é em sim, o que é para nós e o que será para nós no além e para sempre. pensar íntima e seriamente em Cristo nos conduz a saber mais dEle. Os judeus tinham uma elevada opinião da fidelidade de Moisés, porém sua fidelidade era um tipo da de Cristo.
Cristo foi o Senhor desta casa, de sua Igreja,
que é seu povo, e seu Criador. Moisés foi um servo fiel; Cristo, como o eterno
Filho de Deus, é o dono legal e o Rei Soberano da Igreja. Não só devemos
estabelecer-nos bem nos caminhos de Cristo, senão que devemos seguir e
perseverar firmemente até o fim. Toda meditação em sua Pessoa e sua salvação sugere
mais sabedoria, novos motivos para amar, confiar e obedecer.
3.1
IRMÃOS SANTOS. Hebreus provavelmente foi escrito a um grupo de
cristãos judeus que, depois da sua conversão a Cristo, foram submetidos à
perseguição e ao desânimo (10.32-39). Que os destinatários de Hebreus eram
verdadeiros cristãos, nascidos de novo, fica claro pelas referências abaixo:
(1) Hb 2.1-4 fala do perigo de se desviarem da salvação; (2) em Hb 3.1, os
leitores são chamados “irmãos santos, participantes da vocação celestial”; e
(3) em Hb 3.6, onde são chamados a casa de Deus. Para mais evidências de
que os destinatários eram salvos por Cristo, ver Hb 3.12-19; 4.14-16;
6.9-12,18-20; 10.19-25,32-36; 12.1-29; 13.1-6,10-14,20,21.
3.1
APÓSTOLO E SUMO SACERDOTE. Segundo o antigo concerto, Moisés
(vv. 2-5) era o apóstolo (i.e., pessoa enviada por Deus, com a sua autoridade)
e, Arão (5.1-5), o sumo sacerdote do povo de Deus. Agora, sob o novo concerto,
esses dois ofícios, apostólico e sacerdotal estão reunidos na pessoa de Jesus.
1 POR isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial,
considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, 2
Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa.
3 Porque ele é tido por digno
de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem
aquele que a edificou.
4 Porque toda a casa é
edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
5 E, na verdade, Moisés foi
fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam
de anunciar;
3.6
SE... CONSERVARMOS FIRME... ATÉ AO FIM. As
declarações condicionais de Hebreus merecem atenção especial (ver Hb 2.3;
3.6,14; 10.26) porque advertem que a salvação é condicional. (1) A segurança do
crente em Cristo é mantida somente enquanto ele coopera com a graça de Deus
perseverando na fé e na santidade até o fim da sua existência terrena. Essa
verdade foi enfatizada por Cristo (Jo 8.31; Ap 2.7,11,17,25,26; 3.5,11,12,21) e
é uma admoestação repetida em Hebreus (Hb 2.1; 3.6,14; 4.16; 7.25; 10.34-38;
12.1-4,14). (2) A salvação assegurada aos membros da igreja que deliberadamente
pecam nas igrejas, hoje tão em voga nalguns círculos, não tem lugar no NT (Ap
3.14-16; ver Lc 12.42-48 nota; Jo 15.6 nota).
6 Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa
somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da
esperança até ao fim.
Comentário de Hebreus 3:7-13
Os dias de tentação costumam ser os dias de provocação. Sem dúvida é uma provocação tentar a Deus quando Ele nos deixa que vejamos que dependemos e vivemos por inteiro dEle. O endurecimento do coração é a fonte de todos os outros pecados. Os pecados alheios, especialmente os de nossos parentes, devem ser alarme para nós.
Todo pecado, especialmente o pecado cometido pelo povo privilegiado que professa a Deus, não só provoca a Deus, senão o contrista. Deus detesta destruir a ninguém em ou por seu pecado; espera muito para ser bondoso com eles. Mas o pecado em que se persiste por longo tempo faz com que a ira de Deus se revele ao destruir o impenitente; não há repouso sob a ira de Deus.
"Cuidado": todos os que irão chegar a salvo ao céu devem cuidar-se; se uma vez nos permitimos desconfiar de Deus, logo poderemos desertar dEle. Os que pensam que estão firmes, olhem que não caiam. Já que o amanhã não nos pertence, devemos aproveitar até o máximo o dia de hoje. Não há, nem sequer entre os mais fortes do rebanho, quem não necessite da ajuda de outros cristãos. Tampouco há alguém tão baixo e desprezível cujo cuidado na fé e sua segurança não pertençam a todos. o pecado tem tantos caminhos e cores que necessitamos mais olhos que os próprios. O pecado parece justo, porém é vil; parece agradável, mas é destruidor; promete muito, mas não cumpre nada. O enganoso do pecado endurece a alma; um pecado permitido dá lugar a outro; e cada ato de pecado confirma o hábito. Que cada qual se cuide do pecado.
3.7 DIZ O ESPÍRITO SANTO. Assim como os demais escritores do
NT, o escritor de Hebreus considera as Escrituras, no sentido final e pleno,
como as palavras do Espírito Santo e não como meras palavras dos homens (cf. Hb
9.8; 10.15; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21; ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS
ESCRITURAS). Ao lermos a Bíblia, não devemos pensar que estamos lendo
simplesmente com dificuldade na penosa estrada deste mundo. Ao morrermos no
Senhor, entramos no seu repouso perfeito no céu (ver a nota seguinte)
7 Portanto, como diz o Espírito
Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, 8 Não endureçais os vossos corações, Como na
provocação, no dia da tentação no deserto.
9 Onde vossos pais me tentaram,
me provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras.
10 Por isso me indignei contra
esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os
meus caminhos.
11 Assim jurei na minha ira Que
não entrarão no meu repouso.
12 Vede, irmãos, que nunca haja
em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.
13 Antes, exortai-vos uns aos
outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós
se endureça pelo engano do pecado;
Comentário de Hebreus 3:14-19
O privilégio dos santos é que são feitos
participes de Cristo, isto é, do Espírito, a natureza, as virtudes, a justiça e
a vida de Cristo; estão interessados em todo o que Cristo é, em todo o que Ele
tem feito e fará. O mesmo espírito com que os cristãos empreendem o caminho de
Deus é o que devem manter até o fim. A perseverança na fé é a melhor prova da
sinceridade de nossa fé. Ouvir a palavra amiúde é um médio de salvação, porém
se não se escuta, exporá mais a ira divina. A alegria de sermos participes de
Cristo e de sua salvação completa, e o temor à ira de Deus e à miséria eterna,
devem estimular-nos a perseverar na vida da fé obediente. Cuidemo-nos de
confiar nos privilégios ou profissões externas e peçamos ser contados com os
crentes verdadeiros que entram no céu quando todos os outros falham a causa da
incredulidade. Como nossa obediência continua conforme ao poder de nossa fé,
assim os nossos pecados e a falta de cuidado se conformam ao predomínio da
incredulidade em nós.
14 Porque nos tornamos
participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança
até ao fim.
15 Enquanto se diz: Hoje, se
ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.
16 Porque, havendo-a alguns
ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés.
17 Mas com quem se indignou por
quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no
deserto?
18 E a quem jurou que não
entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?
19 E vemos que não puderam
entrar por causa da sua incredulidade.
Significado de
Hebreus 1
Hebreus 1
1.1
— A expressão muitas vezes se refere a períodos da história
do Antigo Testamento, e muitas maneiras se refere aos diferentes métodos que
Deus usou para se comunicar, entre os quais visitações, sonhos, sinais, parábolas
e acontecimentos (Is 28.10).
Pelo
Filho. Essa expressão poderia ser traduzida como por uma pessoa
tal como um Filho. A ênfase
aqui
se dá no caráter da revelação. É uma revelação do Filho, nem tanto sobre o que
Ele disse, mas sobre quem Ele é e o que fez.
1.2
— Herdeiro de tudo. Jesus é o herdeiro de todas as coisas,
pois é o próprio eterno Filho de Deus (Is 9.6,7; Mq 5.2). Sua herança é o
domínio universal. Há de reinar sobre todos e tudo (Rm 4.13; Ap 11.15).
Fez
também o mundo. A palavra grega para mundo pode significar também séculos.
Assim, mundo indica aqui tanto todo o universo criado quanto o tempo todo ao
longo de todas as épocas. O Filho é o Senhor de toda a história. Controla o
universo ao longo de toda a história como o Mediador junto ao Pai.
1.3
— O Filho é o resplendor da sua glória, da glória de Deus.
Isso significa ser o Seu brilho emanado da glória essencial de Deus (Jo 1.14; 2
Co 4-4,6). O autor de Hebreus enfatiza que esse brilho não é refletido, como da
luz da lua, mas sim um brilho inerente, como dos raios do sol. O brilho
glorioso de Jesus se deve ao fato de ser Ele essencialmente divino.
A
locução expressa imagem ocorre somente nesta passagem do Novo Testamento,
significando representação exata ou exata natureza. Em grego, era usada para se
referir à imagem gravada em uma moeda. O Filho é a representação exata de Deus
porque é o próprio Deus (Cl 1.15). Na verdade, a palavra grega traduzida aqui
por pessoa significa natureza ou ser. Como disse Jesus, quem me vê a mim, vê o
Pai (Jo 14.9).
Sustentando
significa suportando ou carregando, em alusão ao movimento ou progresso em
direção ao fim. O Filho não somente criou o universo, mediante Sua poderosa
Palavra, mas também mantém e dirige seu curso. E Ele o Governante do universo.
As leis da natureza são Suas e operam sob Seu comando.
Purificar
significa limpar ou purgar. A glória da redenção é muito maior do que a glória
da criação:
o
Filho de Deus não veio para nos ofuscar com Seu esplendor, mas para a
purificação dos nossos pecados.
Assentou-se
sugere o ato formal de assumir o ofício de Sumo Sacerdote, em contraste com o
sacerdote levítico, que jamais poderia dar por terminado seu trabalho, e então
se assentar (Hb 10.11-13). Encontramos no Antigo Testamento um santuário sem
assentamento; mas no Novo Testamento, um Salvador assentado.
1.4
— O Filho é mais excelente do que os anjos, ou seja, detém
posição mais elevada, por estar assentado à direita de Deus Pai (v. 3) e devido
à Sua herança eterna. O Filho obteve um nome maior do que dos anjos. Este
retrato majestoso fortalece o dramático convite em Hebreus 4.16 para que
cheguemos com confiança ao trono da graça, à presença do Filho.
1.5-14
— O autor de Hebreus usa sete citações do Antigo Testamento
para explicar por que o Filho é superior aos anjos.
1.5
— Anjos são filhos coletivamente, no sentido de que foram
criados por Deus (Jó 1.6). Mas Cristo é, única e eternamente, o Filho. Ele é
superior aos anjos. Hoje te gerei provavelmente se refere ao dia em que Cristo
assentou-se à direita do Pai, após consumado Seu trabalho na terra como
Messias. Nesse dia, o Filho eterno participou da plena experiência de Sua
filiação. Eu lhe serei por pai. Esta passagem cita 2 Samuel 7.14, sendo uma
profecia de Cristo como Pessoa eterna em quem a linhagem e o reino davídico
culminam.
1.6
— E quando outra vez introduz no mundo é uma referência à
volta de Cristo. Primogênito se refere à Sua posição, significando Aquele que
está acima de todos os outros (SI 89.27). O Filho não adora, mas é adorado
pelos anjos. A citação neste versículo é da versão Septuaginta de Deuteronômio
32.43
ou do Salmo 97.7, onde corretamente é usado o termo anjos no texto hebraico.
Que os anjos adorem o Filho quando for coroado como Rei sobre toda a terra (Hb
2.5-9), depois de levar a vingança sobre Seus inimigos e restaurar Seu povo!
1.7
— O Filho é superior aos anjos porque é o Soberano que é
adorado, enquanto os anjos são ministros, ou seja, servos de Deus. O autor de
Hebreus cita o Salmo 104 porque esse salmo relaciona
os
anjos em uma longa lista da criação que Deus, soberanamente, controla.
1.8
— Ó Deus. Jesus Cristo recebeu o grau de divindade plena. O
Filho tem um trono eterno, o que significa que possui um Reino eterno.
1.9
— Companheiros provém de uma palavra que quer dizer amigos
próximos ou parceiros. O conceito de os crentes como companheiros de Cristo é
fundamental em Hebreus (3.1,14; 6.4; 12.8). O termo se refere àqueles que serão
participantes com Cristo em Seu Reino. Assim como o Filho, que obteve o direito
de reinar e jubilar graças à Sua vida íntegra, assim também o obterão os Seus
companheiros — os crentes que vivam vida santa e que hão de reinar com o Filho
em Seu Reino.
1.10-12
— O contexto do Salmo 102, de onde esses versos foram
extraídos, indica claramente que o Senhor é Aquele que haveria de vir para
Israel e as nações (SI 102.12-16). O salmo só pode estar se referindo,
portanto, a Jesus, a Segunda Pessoa da Trindade, o Único que veio em carne.
Jesus é um ser divino feito humano. O universo perecerá (2 Pe 3.10-13; Ap
21.1), mas o Filho permanecerá para sempre. O universo mudará, mas o Filho
permanecerá o mesmo (Hb 13.8).
1.13
— Cristo se assentou à destra de Deus até a vitória final
sobre todos os Seus inimigos (1 Co 15.25-28).
1.14
— Os anjos são meros servos (v. 7), atuando em favor
daqueles que hão de herdar a salvação. Salvação aqui não se
refere à justificação, porque o verbo está no futuro, não no
passado. Refere-se à condição dos crentes quando vierem e herdar o Reino e a
reinar com Cristo, como recompensa por seu serviço ao Filho (Hb 9.28; Cl 3.24).
O autor está falando sobre o mundo futuro (Hb 2.5). Outras referências à
salvação, em Hebreus 2.3,10; 5.9; 6.9, provavelmente também dizem respeito ao
futuro.
Significado de
Hebreus 2
Hebreus 2
2.1
— O autor emite a primeira de cinco exortações (Hb 2.1-4;
3.1—4-16; 5.11—6.20; 10.19-39; 12.1-29). Nós, cristãos, temos ouvido o Senhor
Deus, porque ouvimos a mensagem do evangelho. A majestade de Deus requer que
ouçamos com toda a atenção o que Ele nos diz. Desviar. O
público destinatário da epístola era certamente marcado, em grande parte, por
imaturidade e negligência espiritual (Hb 5.11,12).
O
autor alerta seus leitores para que não sejam levados pela opinião popular dos
que os rodeiam; deveriam, pelo contrário, apegar-se às palavras de Cristo, por
serem as palavras de Deus. E fácil se deixar levar pela corrente. Lembre-se de
como foi fácil para o justo Ló se afastar de Abraão e dirigir seus olhos para
Sodoma. Estamos todos expostos continuamente às correntes de opinião,
aparentemente razoáveis e confortáveis, se comparadas à tarefa de lutar contra
a correnteza, tendo os olhos voltados para o nosso Comandante (Rm 12.12).
2.2
— A palavra falada pelos anjos. Deus entregou a
Lei a Moisés por intermédio de Seus anjos (Dt 33.2; At 7.38,53; G1 3.19). A
desobediência ou obediência à Lei era punida ou recompensada. Em Hebreus
12.5-11, tal disciplina é discutida detalhadamente (Dt 28—30). Se a pessoa
transgredisse a Lei, sua punição não era a perda da justificação ou
regeneração, mas sim das bênçãos temporais e ela era disciplinada. Compare
Deuteronômio 28—30 com Hebreus 12.5-11.
2.3
— Como escaparemos. Se o povo que ouviu a mensagem
entregue pelos anjos era justamente punido quando desobedecia à Lei, como acham
os cristãos que podem escapar da punição se negligenciarem a mensagem, maior
ainda, entregue pelo mais importante Mensageiro, o Filho? O pronome nós é
referido cinco vezes nos versículos 1 a 3. O autor adverte a nós, cristãos,
incluindo a si mesmo, sobre o erro de descuidarmos da salvação e perdermos a
oportunidade de reinar com Cristo.
A
grande salvação (Fp 2.12,13) não se refere, aqui, propriamente, à justificação,
já que, no caso, a salvação começou a ser anunciada pelo Senhor. A justificação
é apresentada desde o Antigo Testamento (Gn 15.6), mas é o Senhor Jesus quem
primeiro fala a respeito de Seus seguidores herdarem o Seu Reino e reinarem com
Ele (Hb 2.10; Lc 12.31,32; 22.29,30).
Pelos
que a ouviram. O autor inclui a si mesmo entre aqueles que não ouviram do
Senhor pessoalmente a respeito da salvação. O fato de a terceira geração ter
tido a mensagem confirmada pela segunda geração, a qual, por sua vez, ao que
parece, realizou milagres, indica que muitos milagres podem ter cessado na
terceira geração. O tempo verbal de confirmada, no passado, pode levar a essa
suposição. Os primeiros leitores podem até ter presenciado milagres, mas não os
ter realizado.
2.4
— Sinais e maravilhas se referem aos milagres realizados
pelo Espírito Santo por intermédio do Senhor e de Seus apóstolos, em
cumprimento das antigas promessas relativas à vinda do Messias (At 2.22,43;
4-30; 5.12; 6.8; 14.3; 15.12; 2 Co 12.12).
2.5
— O autor retorna ao tema do capítulo 1: o Filho é superior
aos anjos. De que conecta esta passagem com Hebreus 1.4-14, como indicam a
menção dos anjos e a alusão ao Salmo 110 (v. 8), neste versículo. O mundo
futuro é o Reino futuro do Filho e de Seus companheiros (Hb 1.9) na terra.
2.6-8
— Como se a humanidade do Filho pudesse representar um
aparente empecilho para a declaração de Sua superioridade, o autor de Hebreus
cita o Salmo 8, uma reflexão lírica sobre Gênesis 1, para provar que Deus
colocou a humanidade acima de toda a criação, o que inclui o mundo angelical.
2.8
— Mas agora. O domínio dos seres humanos sobre a criação de Deus foi
adiado por causa do pecado (v. 15). A conivência da humanidade com Satanás
levou-a a entrar em conflito com Deus. Ainda não indica que essa demora, porém,
é apenas temporária.
2.9
— Os seres humanos dominarão a criação, mas mediante Jesus
Cristo. Vemos, porém [...] aquele Jesus. O autor usa o nome humano de Cristo,
Jesus, pela primeira vez nesta carta. Citando passagens do Salmo 8, chama a
atenção para o fato de que Cristo, por Sua humilhação e exaltação, recuperou o
que Adão havia perdido — o chamado original para que os seres humanos reinem
sobre a criação de Deus (Fp 2.6-11; Ap 5.1-14).
2.10
— Trazendo muitos filhos à glória não é propriamente uma
referência a conduzir os cristãos ao céu, mas sim a levar os companheiros
sofredores à glória futura (2 Co 4-17). Ao sofrerem, os cristãos se tornam
filhos, no sentido de que se identificam com Cristo. Jesus usou também a
palavra filhos nesse sentido (Mt 5.44,45). A palavra grega aqui para príncipe
significa, na verdade, capitão, comandante, chefe, criador ou autor. Descreve
um pioneiro ou desbravador. A aceitação de Jesus das aflições na terra faz dele
nosso líder. Ele experimentou os sofrimentos a que estamos sujeitos a passar. E
não somente os suportou, como também, por intermédio deles, triunfou sobre o
pecado, a morte e Satanás. Sua vida sem pecado marcou o caminho até Deus,
caminho que devemos seguir.
Jesus
é o nosso modelo, nosso líder, nosso Comandante. Entende nossa dor porque Ele
mesmo a sentiu e vivenciou. Salvação, aqui, se refere à nossa salvação futura,
à nossa glorificação no Reino vindouro de Cristo.
2.11-13
— Com uma declaração seguida de três citações de apoio do
Antigo Testamento, o escritor demonstra a unidade entre o Filho e os muitos
filhos de Deus.
2.11
— Todos de um. Esta expressão se refere à
humanidade que Jesus compartilha com todos os cristãos, ou ao fato de Jesus e
os cristãos pertencerem todos a Deus. Por serem os filhos de um mesmo Pai (Jo
20.17), Jesus pode chamar todos os cristãos de Seus irmãos.
2.12
— O Salmo 22, aqui citado, descreve a agonia de um justo
sofredor. O salmo, em última análise, é messiânico. Descreve os sofrimentos de
Cristo. Jesus cita o Salmo 22.1 na cruz (Mt 27.46). Nele, o salmista, como o
próprio Messias, se refere a meus irmãos, identificando-se com todos aqueles
que depositam sua fé em Deus.
2.13
— As citações aqui são de Isaías 8.17,18 e dizem respeito a
um profeta, que, tal como Jesus, é perseguido e rejeitado, mas se torna uma
referência para o fiel.
2.14-16
— Tendo estabelecido a unidade entre o Filho e os cristãos,
o autor conclui que existem dois propósitos nessa identificação. O Filho se
tornou humano para que, por Sua morte, pudesse destruir o diabo (v. 14) e
libertar todos os que estavam presos ao pecado (v. 15).
2.14
— Participou das mesmas coisas. Jesus Cristo compartilhou de
nossa humanidade, humilhando-
se
para tornar-se igual a nós (Fp 2.5-11). Império da morte. O diabo tenta as
pessoas ao pecado e depois as acusa de rebelião contra Deus (Gn 3; Jó 1). Ao induzi-las
ao pecado, Satanás entrega as pessoas à morte, pena devida pelos seus pecados
(Rm 5.12). O diabo está ativo ainda hoje (1 Pe 5.8), mas seu poder sobre a
morte lhe foi tirado. A morte de Cristo pagou por nós a penalidade do pecado.
Podemos, assim, ao depositarmos nossa confiança em Cristo, ficar livres do
perverso domínio de Satanás (Lc 10.18; 2 Tm 1.10; Ap 1.18). O julgamento de
Satanás foi feito na cruz, mas sua execução será no futuro (1 Co 15.54-57; Ap
20.10).
2.15
— O diabo usa o medo da morte para nos escravizar. O Filho
de Deus, porém, mediante Sua morte na cruz (v. 14), eliminou o medo e quebrou
nossa servidão ao pecado e à morte.
2.16
— A descendência de Abraão se refere tanto aos descendentes
humanos do patriarca quanto a seus filhos espirituais — aqueles que, como
Abraão, depositam sua fé em Deus (G1 3.7,29). O autor pode ter usado essa
expressão por serem os destinatários dessa carta principalmente judeus
cristãos. O autor ressalta que Cristo veio para ajudar os filhos de Abraão, e não
os exércitos angelicais.
2.17
— Em tudo inclui a humanidade de Jesus (v. 14) e Seu
sofrimento (v. 18). Jesus partilhou de nossa natureza e nossos sofrimentos para
que pudesse ser um Mediador compassivo entre Deus e a humanidade. Ele entende
nossa fraqueza e intercede por nós na presença de Deus Pai. É, assim, um
misericordioso [compassivo] e fiel [confiável] sumo sacerdote. Esta é a
primeira vez em que o título de sumo sacerdote aparece em Hebreus e a primeira
vez em que é aplicado a Jesus Cristo na Bíblia.
Expiar,
ou seja, fazer expiação, significa satisfazer as exigências de um Deus santo e
justo contra os pecadores que violaram Sua lei. Cristo aplacou a justa ira de
Deus ao morrer na cruz em nosso lugar (Rm 3.21-26). Embora inteiramente
perfeito e sem pecado, Ele voluntariamente se submeteu à penalidade do pecado,
ao experimentar a agonizante morte na cruz. Esse sacrifício voluntário do
próprio Filho em nosso favor satisfez a justiça e santidade de Deus. E os
benefícios de Seu sacrifício são para todos aqueles que nele depositarem sua
fé.
2.18
— Sendo tentado. O sofrimento de Cristo incluiu a tentação. Ele
experimentou a sedução do pecado, mas jamais se rendeu a ele. Cristo conhece o
que é ser tentado; sabe, então, como ajudar aqueles que caem em tentação.
Significado de
Hebreus 3
Hebreus 3
3.1—4.16
— É esta a segunda exortação na epístola (Hb 2.1-4). Irmãos
santos a interliga ao conceito de santificação em Hebreus 2.11.
3.1,2
— Participantes é a mesma palavra grega
traduzida por companheiros em Hebreus 1.9. A vocação celestial desses
companheiros é a de herdar a salvação (Hb 1.14) e a glória futura em Cristo (Hb
2.10). O autor de Hebreus convida os cristãos judeus a considerar a fidelidade
de Jesus Cristo. Apóstolo significa aquele que é enviado. Essa é a única
passagem no Novo Testamento que designa Jesus como o Apóstolo. O título indica
que Jesus foi enviado por Deus para revelar o Pai (Jo 4.34; 6.38; 7.28,29;
8.16).
A
frase em toda a sua casa é retirada de Números 12.7, onde casa se refere à Casa
de Deus, ao tabernáculo, centro da adoração israelita. Moisés havia obedecido
fielmente às instruções de Deus em relação ao tabernáculo. Da mesma forma,
Jesus obedeceu em tudo à missão que o Pai lhe dera. Como resultado de Sua
obediência, Deus pôde estabelecer Sua nova casa, a igreja.
3.3
,4 — Mas o que edificou todas as coisas é Deus. O autor iguala
Jesus a Deus. Deste modo, Ele, certamente, é tido por digno de tanto maior
glória do que Moisés (Hb 1.2,8,10). Conclui-se que o concerto estabelecido mediante
a morte de Jesus é mais glorioso do que o estabelecido no monte Sinai.
3.5
— O autor de Hebreus continua a comparação entre Moisés e
Jesus. Enquanto Moisés foi fiel como servo, a fidelidade de Cristo foi maior
porque exercida pelo Filho. Coisas que se haviam de anunciar indica que o
trabalho de Moisés apontava para Cristo (Hb 9.10; 10.1-3). Os preceitos da Lei
de Moisés chamam a atenção tanto para o pecado humano quanto para a necessidade
de um sacrifício perfeito, a fim de reconciliar o povo com o seu santo Criador.
3.6
— Como Filho sobre a Sua própria casa. O Filho se assentará
no trono no Reino vindouro (Hb 1.8). No momento, reina sobre a Igreja. Reinará
sobre toda a criação quando Seus oponentes forem completamente derrotados. Sua
habitação consiste em todos os que nele creem. Conservarmos firme a confiança
[...] até ao fim. Aqueles que perseverarem até o fim, colocando sua esperança
firmemente no Filho, viverão com Ele na eternidade.
3.7-11
— O autor de Hebreus cita Salmo 95.7-11 para alertar os
cristãos judeus de não endurecerem o coração para com Deus e a salvação que Ele
oferece. A geração de Moisés se recusou a crer que Deus supriria suas
necessidades no deserto (Ex 17.1-7), e os leitores desta carta estariam
igualmente em perigo não crendo na salvação oferecida por Deus mediante Seu
Filho. Para que permanecessem firmes até ao final (v. 6), não poderiam
endurecer o coração para com Deus (v. 8,13,15). Pelo contrário, teriam de
renovar sua fé na Palavra de Deus (v. 12,19), depositá-la em Cristo e obedecer
a Ele (v. 18).
Repouso
é um conceito fundamental em Hebreus. No Antigo Testamento, a conquista da
Terra Prometida e o fim das lutas na terra eram vistos como uma forma de
repouso (Dt 3.20; 12.9; 25.19; Js 11.23; 21.44; 22.4; 23.10. No Novo Testamento,
significa o lar eterno do cristão e a alegria que há de experimentar na
presença de Jesus (Hb 4.1).
3.12
— O autor fala claramente a legítimos cristãos. Dirige-se a
eles como irmãos (gr. adelphoi; compare com irmãos santos no
versículo 1), que é o tratamento padrão em todo o livro. Não existe a menor
sugestão, em parte alguma da epístola, de que se tratasse apenas de cristãos
nominais, e não genuínos, como tem sido por vezes suposto. Um coração mau e
infiel. Refere-se a um sério problema espiritual. Um coração descrente é mau
porque a incredulidade é má.
Apartar (gr. aphistemi).
Esta palavra dá a ideia de manter-se à distância do Deus vivo. Os incrédulos,
aqueles que se recusam a ouvir e são indiferentes a Deus, sofrem com isso
sérios prejuízos. Aqui se trata, naturalmente, da descrição de uma recaída do
cristianismo para o judaísmo. Jesus é Deus. Afastar-se dele é afastar-se do
Deus vivo, o que certamente contraria o conservar-se firme no versículo 6.
3.13,
14 — Exortarmo-nos uns aos outros para permanecermos na fé é
importante. Os cristãos devem permanecer firmes na fé até o fim de sua vida
para que sejam participantes de Cristo (v. 15-19). Participantes é a mesma
palavra traduzida por companheiros em Hebreus 1.9. Os fiéis serão participantes
com Cristo do Seu Reino futuro (Ap 2.26,27).
3.15-19
— O autor de Hebreus fala da incredulidade dos israelitas
como sendo pecado (v. 17) e desobediência (v. 18). Muitos israelitas não
entraram no repouso de Deus, a Terra Prometida (v. 11), porque não creram nas
promessas de Deus para eles (Nm 1.1-34). Deixaram de possuir a herança
reservada para eles porque não creram em Deus (Dt 12.9; Js 13.7).
Cristãos
a quem esta carta foi endereçada estavam provavelmente em perigo de seguir os
passos dos israelitas. Estavam tentados certamente a duvidar das palavras de
Jesus. Ao apresentar questões retóricas nestes versículos, o autor da carta os
encoraja a depositar firmemente toda a sua fé em Cristo (Hb 10.26; 12.1,2).
Significado de
Hebreus 4
4.1-11
— Em Hebreus 3.12-19, o fracasso de muitos de Israel em
entrar no repouso que Deus lhes concedera serve de séria advertência aos
cristãos. O autor explica o que esse repouso significa para os cristãos e
mostra por que e como se encontra disponível para nós hoje.
4.1
— A trágica incredulidade de uma geração inteira de
israelitas no deserto (Hb 3.7-19) age como um aviso aos cristãos de hoje para
que possam entrar no repouso de Deus, ainda oferecido a Seu povo fiel (v.
6-11).
4.2
— Foram pregadas as boas novas é tradução de uma única
palavra grega, que significa que as boas novas foram anunciadas. As boas novas
do repouso de Deus (v. 1) foram proclamadas aos israelitas. A geração mais
antiga, liderada por Moisés, falhou em entrar no repouso, a Terra Prometida (Dt
12.9), por causa de sua falta de fé. Do mesmo modo, o evangelho de Cristo foi
proclamado aos leitores da carta, e o autor os convoca então para o repouso de
Deus, antes que sua incredulidade venha a impedi-los, também, de nesse descanso
entrar.
4.3
— Desde a fundação do mundo. O repouso da
criação de Deus é o arquétipo e tipo de todas as experiências de repouso
posteriores.
4.4
— E repousou Deus. O tema tem início no repouso do próprio Deus logo após a
criação. O fato de Gênesis não fazer menção à noite do sétimo dia da criação
forneceu a base para alguns comentaristas judeus concluírem que o repouso de
Deus há de durar por toda a eternidade.
4.5,6
— Aqueles. Havia um repouso esperando pelo povo de Deus, mas grande
parte da geração do Êxodo não conseguiu entrar nele.
4.7,8
— Assim como muitos israelitas não haviam entrado no repouso de Deus, na Terra
Prometida, Davi, longos anos depois de Josué haver liderado os israelitas a
ingressarem na terra, advertia sua geração para não endurecer seu coração, a
fim de que pudesse entrar no repouso de Deus (Hb 3.7-11). E tal como Davi, o
autor de Hebreus convoca a geração atual a responder a Deus hoje (Hb 3.13), que
é o dia do arrependimento.
4.9
— A palavra grega para repouso, neste versículo, é diferente
da palavra usada em Hebreus 4-1,3,5,10,11; 3.11,18. A palavra, aqui, significa
descanso do sábado e somente nesta passagem é encontrada no Novo Testamento. Os
judeus geralmente ensinavam que o Sábado prenunciava o mundo vindouro, falando
de um dia que seria sempre sábado.
4.10
— Repousou de suas obras. Pode ser que se refira ao
repouso no qual os cristãos entrarão quando terminarem seu trabalho para o
Reino de Deus na terra (Ap 14.13).
4.11
— Procuremos. Ao incluir a si mesmo junto com seus leitores, o autor
quer exortar os crentes a serem diligentes, a fazer todo o esforço para entrar
naquele repouso. Pois o repouso não é automático; exige empenho e dedicação. O
perigo está em que os cristãos de hoje, como os israelitas do passado, não
persistam, mas caiam em desobediência.
4.12
— A palavra de Deus é o padrão de medida que Cristo usará no
juízo (2 Co 5.10). A mensagem de Deus é viva e eficaz, penetrando as partes
mais íntimas do ser. Diferencia o que é natural do que é espiritual, assim como
os pensamentos (as reflexões) e as intenções (desejos) de cada pessoa. A
palavra de Deus, enfim, expõe as motivações naturais e as espirituais do
coração do crente (Hb 4.7; 3.8,10,12,15; 8.10; 10.16,22; 13.9).
4.13
— A expressão nuas e patentes significa uma completa
exposição e clareza diante de Deus. Todos terão de prestar contas a Deus, que
tudo vê e tudo conhece (Rm 14.10-12; 2 Co 5.10).
4.14—10.18
— Esta parte, que discorre sobre o sumo sacerdócio de
Cristo, é o âmago de Hebreus. O assunto, mencionado em Hebreus 2.17, é
reintroduzido, aqui, em Hebreus 4-14-16, discutido resumidamente em Hebreus
5.1-10 e considerado detalhadamente em Hebreus 7.1—10.18. Nosso Sumo Sacerdote
é exatamente tal como dele precisamos: Ele pode purificar o pecaminoso coração
humano.
4.14
— Visto que significa voltar ao assunto do sumo sacerdócio
de Cristo (Hb 2.17—3.6). Temos indica propriedade. No Antigo Testamento, o sumo
sacerdote de Israel atravessava o pátio e o véu, no tabernáculo, para então
penetrar no Santo dos Santos. Nosso Sumo Sacerdote penetrou nos céus, na
presença de Deus, onde se assentou à destra do Pai (Hb 1.3). Seu nome e título,
Jesus, Filho de Deus, enfatizam Suas duas naturezas — Sua humanidade e
divindade.
4.15
— Compadecer implica sofrer com. Expressa o sentimento por
outro de quem já experimentou também sofrimento. Em tudo foi tentado. Jesus
passou por todos os graus de tentação (Hb 2.18). Sem pecado (Hb 7.26; 2 Co
5.21). Somente quem não se rendeu ao pecado pode conhecer a intensidade total
da tentação. Jesus não se rendeu à tentação.
4.16
— Cheguemos é a mesma palavra grega traduzida em Hebreus
10.22. Que contraste com o ficar afastado para que não morra do Antigo
Testamento, que os leitores judeus da epístola e seus antepassados certamente
cresceram ouvindo! João Batista resume admiravelmente essa diferença, em sua
apresentação de Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo (Jo 1.29). Não haverá mais a morte de animais em sacrifício.
Nunca mais o sumo sacerdote terá acesso exclusivo ao Santo dos Santos.
Confiança é a mesma palavra traduzida por ousadia em Hebreus 10.19,
significando, aqui, coragem, audácia, destemor. Os cristãos devem aproximar-se
corajosamente de Deus em oração, porque dele é o trono da graça e nosso Sumo
Sacerdote se assenta à Sua direita, intercedendo por nós.
Esboço e Sumário da Carta aos Hebreus
Tema: a
superioridade de Cristo como impediente da apostasia, ou seja, a reversão do
cristianismo ao judaísmo
I. A SUPERIORIDADE DE CRISTO SOBRE OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO (1:1-3a)
I. A SUPERIORIDADE DE CRISTO SOBRE OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO (1:1-3a)
II. A SUPERIORIDADE DE CRISTO SOBRE OS ANJOS (1:3b-2:18), E AVISO QUANTO À APOSTASIA (2:1-4)
III. A SUPERIORIDADE DE CRISTO SOBRE MOISÉS (3:1-6), E AVISO QUANTO À APOSTASIA (3:7-19)
IV. A SUPERIORIDADE DE CRISTO SOBRE JOSUÉ (4:1-10), E AVISO QUANTO À APOSTASIA (4:11-6)
V. A SUPERIORIDADE DE CRISTO SOBRE OS ARONITAS E AVISOS QUANTO À APOSTASIA (51 - 12:29)
A. A Simpatia humana de Cristo e Sua divina nomeação ao sumo sacerdócio (5:1-10)
B. Aviso quanto à apostasia com uma exortação acerca da busca pela maturidade (5:11-6:10)
C. Melquisedeque, modelo do sumo sacerdócio de Cristo (7:1-10)
D. Caráter transitório do sacerdócio arônico (7:11-28)
E. Realezas celestiais do sacerdócio de Cristo (8:1-10:18)
F. Advertência contra a apostasia (10:19-39)
G. Encorajamento derivado dos heróis da fé do Antigo Testamento (11:1-40)
H. Encorajamento derivado do exemplo dado por Cristo (12:1-11)
I. Advertência acerca da apostasia, com o mau exemplo de Esaú (12:12-29)
VI. EXORTAÇÕES PRÁTICAS (13:1-19)
CONCLUSÃO: Saudações, notícia da libertação de Timóteo, e bênção final (13:20-25)
Estudo sobre Hebreus 1
Os
primeiros quatro versículos de Hebreus constituem uma majestosa oração
gramatical no grego, que de forma apropriada serve para anunciar o grande tema
do autor: a transcendência de Cristo como revelador e redentor. Sua
beleza e equilíbrio são provas suficientes de que não houve uma
introdução epistolar original que agora estaria perdida.
A
carta começa de tal forma que contrasta fortemente a revelação anterior com a
nova revelação. Ao afirmar que Deus falou muitas vezes e de
várias maneiras (v. 1), o autor indica que não somente era o AT
diversificado, completo e inspirado, mas também que lhe faltou o
caráter decisivo e final, que em nenhum momento do passado e por meio
de nenhuma pessoa, profeta ou salmista, nem por meio deles todos
juntos, Deus revelou completamente a sua vontade; enquanto por meio
da expressão nestes últimos dias falou-nos (o verbo traz a ideia
de “de uma vez por todas”), ele destaca a completude e perfeição dessa
revelação que agora veio nesse estágio final do plano de Deus para a
redenção (cf. Is 2.2; Dn 10.14). E há boas razões para fazer esse
contraste entre as duas revelações como o autor deixa claro em seguida: a
revelação antiga veio por meio dos (lit. ”nos”) profetas,
mas a nova por meio do (“no”) Filho (v. 1,2).
No primeiro caso, os profetas eram meras ferramentas humanas da revelação,
nada mais; no segundo, alguém que é ele mesmo o Filho de Deus, possuindo
sua natureza, é o meio pelo qual essa mensagem vem. Assim a
superioridade da revelação de Deus em Cristo não se deve meramente
ao fato de que veio por último ao final de uma era, mas ao “caráter
transcendente da pessoa, da posição, do status e da
autoridade daquele por quem e em quem ela veio” (Manson, op. cit., p.
89). Duas coisas devem ser observadas nesses comentários iniciais. Em
primeiro lugar, o autor sublinha a unidade e a continuidade das duas
revelações, que em essência não são duas, mas uma só que culmina em
Cristo. O mesmo Deus fala nestes últimos dias assim como
falou Há muito tempo. E, em segundo lugar, ele sugere que
sempre que Deus se revela ao homem é principalmente por meio do homem que
ele faz isso. ”Nos profetas” e “no Filho” são expressões que reforçam
o princípio de que Deus transmite sua verdade por meio da
personalidade humana.
No
entanto, não é somente por meio de alguém que é filho entre muitos que
Deus oferece sua revelação definitiva. A expressão por meio do Filho (v.
2), portanto, de forma inadequada transmite a intenção do autor nesse
ponto. E verdade que no grego falta o artigo definido (e o pronome
possessivo que a NIV em inglês acrescenta), mas essa omissão se deve ou à
exigência rítmica da frase ou ao desejo do autor de destacar a qualidade
dessa palavra definitiva do Filho. O contexto exige que seja traduzida por
“seu Filho”, “um que é Filho” (B. F. Westcott, The Epistle to the
Hebrews, 1889, p. 7), ou “o Filho”, pois ele deve ser considerado
um Filho “incomparável e singular”. Que esse é o caso é demonstrado pelas
diversas expressões que seguem imediatamente. Elas descrevem o Filho como
(a) autor e alvo da criação, no fato de que ele é herdeiro de
todas as coisas e a causa eficiente da sua criação, e como
(b) ele mesmo sendo divino, no fato de que 0 Filho é o resplendor
da glória de Deus e a expressão exata do seu ser (v. 3).
A
palavra “esplendor” traduz o termo grego apaugasma, que também
tem um significado ativo, “que irradia” (cf. tb. Sabedoria 7.24ss, em que essa
palavra é usada com os significados combinados de “refletir”
e ”irradiar”. O autor de Hebreus, sem dúvida, tinha conhecimento
desse trecho). Por meio dessa palavra, o autor mostra a origem
divina do Filho, sua semelhança com o Pai e ao mesmo tempo sua
independência pessoal (Cf. Spicq, Comm. v. II, p. 7) —
ele reflete ou irradia “a Glória”. [Observação: “de Deus” não está no
texto grego. Visto que “a Glória” era associada particularmente a Deus na
LXX, a expressão tornou-se substituta para se referir a Deus (cf. 2Pe
1.17). Talvez seja usada dessa forma aqui — “o Filho reflete
(irradia) Deus”]. A construção a expressão exata do seu ser não
acrescenta nenhuma ideia nova, mas amplia a anterior, definindo mais o
relacionamento que existe entre o Filho e o Pai. Ele é a “exata
representação do ser real de Deus”, e todas as características
essenciais de Deus estão claramente focalizadas nele; quem viu o
Filho viu o Pai também (cf. Jo 14.9). Isso, em conjunto com a declaração anterior,
contém uma das reivindicações mais fortes da divindade de Cristo
encontradas no NT (cf. tb. Jo 1.1-3; Cl 1.15). É fortalecida pela
afirmação de que ele está sustentando todas as coisas por sua
palavra poderosa (v. 3). Não se deve retratar, no entanto, o
Filho como Atlas [filho de Júpiter, na mitologia romana. O
equivalente ao filho de Zeus, na mitologia grega. N. do T.] que sustenta
de forma estática o peso do mundo sobre os seus ombros, pois a
palavra “sustentar” (lit. “carregar”, gr. pherein) contém não
somente a ideia de “apoio”, mas também a de “movimento em direção a”.
Assim, o Filho é descrito como alguém que mantém “o Todo” e o carrega e
leva adiante para o seu alvo final.
Na
última parte do v. 3, há uma breve referência à ideia que na verdade constitui
o tema principal da carta: o sacerdote que fez a purificação
dos pecados. O autor de Hebreus entende que o serviço sacerdotal
é a atividade essencial do Filho e a verdadeira razão da sua vinda à
terra. Isso se reflete até na forma do verbo que ele usa para descrever
sua obra, embora a tradução obscureça isso. Quando ele fala acerca do
início das eras (dos éons; gr. tous aiônas; NVI: universo;
ARC: “mundo”), ele diz que o Filho as fez (gr. epoiêsen). Quando
ele trata do tema da purificação dos pecados, emprega o mesmo verbo, mas
lhe dá uma forma diferente — uma forma que sugere maior interesse ou
envolvimento na ação por parte do sujeito (poiêsamenos).
Essa ideia é refletida corretamente na tradução da ARC: “havendo
feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados”.
Junto
com os temas básicos da redenção e da ressurreição, o da exaltação de Cristo à
direita de Deus era um elemento essencial na pregação e no ensino
apostólicos (At 2.34; Ef 1.20; Ap 3.21). Quando o autor de
Hebreus afirma que o Filho se assentou à direita da Majestade nas
alturas (v. 3), mostra que concorda com essa ênfase tradicional.
Mas ao mesmo tempo ele usa essa afirmação para destacar o caráter
definitivo da obra do Filho (cf. comentário de 10.12), e para mostrar que o
Filho é ao mesmo o Messias prometido. [Observação: Essa expressão
concernente à exaltação do Filho à direita de Deus é uma citação
tomada de um salmo messiânico (SI 110).]
E
possível que o v. 4 tenha sido causado por adoração de anjos por parte dos
destinatários, mas não necessariamente. No AT como também em muitos livros
apócrifos os anjos desempenham um papel muito importante. Eram vistos como
criaturas muito próximas de Deus (Is 6.2ss), possivelmente até chamados de
“filhos de Deus” (cf. Gn 6.2 com Jó 1.6; 2.1. Cf. tb. E. L. Sukenik, The Dead
Sea Scrolls of the Hebrew University, pl. 53, fragmento 2,1.3).
Eles eram também considerados mediadores da lei (At 7.53; G1 3.19; Hb
2.2). De qualquer forma, como o autor destaca, o Filho é superior aos
anjos porque, bem à parte da sua “natureza eterna”, no seu papel humano
ele obteve por meio da experiência (esse é o significado
da expressão tornando-se) o que já era seu
por personalidade — um nome [...] superior
ao deles (cf. Fp 2.5-11).
2)
Provas das declarações no prólogo (1.5-14)
De
forma típica desse autor, apela-se ao AT agora para dar validade às
declarações que fez. Para ele, o AT é inspirado por Deus e tem
autoridade completa. Suas declarações são finais, não são necessários mais
argumentos. Para ele, também, há um significado mais profundo no AT do que
o histórico. É o significado cristológico. O Filho, que é o Cristo, é a
chave que abre os verdadeiros tesouros das antigas Escrituras. Assim, ele
se sente livre, na verdade compelido, a aplicar a Cristo a linguagem
exaltada do AT, embora originariamente ela tenha se referido a outro.
Por meio desse método exegético, é fácil a tarefa de estabelecer a
validade das suas declarações acerca de Cristo.
Ele
começa a demonstrar a sua declaração acerca da superioridade de Cristo em
relação aos anjos com uma citação do salmo 2: Tu és meu Filho; eu hoje
te gerei (v. 5). Historicamente, essas palavras podem ter sido
cantadas a um monarca israelita no dia da sua coroação (cf. H. H. Rowley,
ed., The Old Testament and Modern Study, 1951, p.
167). Mais tarde, porém, foram interpretadas de forma messiânica (cf.
At 4.25,26; 13.33). E nesse sentido cristológico que o autor
de Hebreus as usa para estabelecer o fato de que o Filho foi sempre o
Filho (a expressão Tu és descreve um relacionamento essencial
e contínuo com o Pai), mas que ele mesmo assim herdou esse título de
Filho em algum momento na história (o hoje te gerei sugerindo um
“tempo quando”. Cf. Lc 3.22; 9.35; Rm 1.4 acerca de possibilidades de quando
isso ocorreu), e que ele é infinitamente superior aos anjos, Pois
a qual dos anjos Deus alguma vez disse algo assim (v. 5)?
O
autor continua amontoando provas ao acrescentar uma citação de 2Sm 7.14: “Eu serei
seu Pai”(v. 5). Essas palavras foram dirigidas originariamente por Deus a
Davi e diziam respeito a seu filho. Mas se alguma vez essas palavras foram
verdadeiras em relação a Salomão, então são insuperavelmente verdadeiras
acerca de Cristo. Aliás, para o autor de Hebreus elas encontram seu
cumprimento definitivo nele. Essa passagem nunca foi aplicada de forma
messiânica na literatura rabínica, mas agora há evidências dos rolos
do mar Morto de que algumas comunidades judaicas o interpretavam dessa
forma. O autor de Hebreus, no entanto, nunca se refere a Cristo como
o Filho de Davi.
Ele
continua sua demonstração ao combinar SI 97.7 com a leitura da Septuaginta de
Dt 32.43. [Lembramos que a Septuaginta (LXX) é a tradução grega do AT
hebraico, e em Dt 32.43 traz uma leitura mais longa do que a
encontrada no texto massorético hebraico. Visto que não está no hebraico,
não está nas versões baseadas nele, como em geral são as versões em
português. Agora, no entanto, pela primeira vez há apoio para
a leitura mais longa num texto hebraico pré-massorético encontrado na
comunidade do mar Morto, em Cunrã (cf. F. M. Cross, The Ancient
Library of Qumran, 1958, p. 182-3).] Sua combinação desses dois
trechos resulta na ordem de que Todos os anjos de Deus o adorem (v.
6). A coisa interessante acerca dessa exortação é que tanto no salmo
quanto no texto de Deuteronômio o “o” e o “dele” são referências ao
próprio Deus. Mas, visto que o autor já deixou clara a comunhão de
natureza que existe entre o Pai e o Filho, ele não tem receio algum de
aplicar ao Primogênito o que foi dito originariamente
acerca do Pai. A expressão “primogênito” é um termo técnico que quando
aplicado aqui a Cristo pode significar que para o autor de Hebreus
Cristo é anterior a toda a criação e soberano sobre ela (cf. o
comentário de Lightfoot em Cl 1.15), ou pode significar que ele
simplesmente queria dizer com isso o relacionamento de Cristo com os
homens que também são chamados de “filhos de Deus” (2.10; cf. tb. Rm
8.29).
A
prova final da superioridade de Cristo sobre os anjos vem de SI 104.4. Ao
descrever os anjos como ventos e clarões
reluzentes (v. 7), o autor chama atenção para sua
“mutabilidade, materialidade e transitoriedade” (Westcott, Comm.,
p. 25), em contraste com as qualidades permanentes do Filho cujo trono subsiste para
todo o sempre (v. 8). Em 2Esdras 8.21,22, se mostra por meio do
paralelismo sinônimo que a interpretação da natureza dos anjos
é correta: “Diante de quem as hostes angelicais estão com tremor: e
diante de cuja ordem são transformados em ventos e fogo”.
O
segundo conjunto de citações foi designado para fundamentar a afirmação do
autor acerca do Filho como resplendor e marca da divindade (v. 8,9). Ele começa
com uma citação do salmo 45 afirmando que as palavras desse salmo eram uma
referência ao Filho: “O teu trono, ó Deus, subsiste para todo
o sempre” (v. 8). Historicamente, é provável que esse salmo
tenha sido escrito para o casamento de um rei israelita e cantado
numa cerimônia dessas. Como era comum, o rei, em virtude de seu
relacionamento íntimo com Deus como seu representante na terra, em
certas ocasiões era transformado em recipiente na terra de atributos
hiperbólicos como ’Elohim, “Deus” (cf. SI 82.6 com
Jo 10.34; cf. tb. Rowley, op. cit., p. 167-8). O que era verdadeiro
acerca do monarca hebreu antigo somente em virtude de seu ofício,
o autor de Hebreus considera totalmente verdadeiro acerca de Cristo em
virtude de sua natureza. A primeira parte dessa citação é ambígua no
grego, de modo que alguns tradutores estão propensos a traduzi-la por
“Deus é o teu trono” (cf. nota textual da RSV), mas está claro tanto
com base no contexto de SI 45 como no de Hb 1 que o que se tem
em mente aqui é o vocativo de saudação — “O teu trono, 6
Deus”. Há a mesma ambiguidade de construção no v. 9, de modo que
a expressão Deus, o teu Deus [...] ungindo-te também pode
ser traduzida por “Deus, o teu Deus, te ungiu” (cf. a tradução de Aquila
do salmo hebraico; assim tb. a NEB). Essa unção ocorreu originariamente como
recompensa pela equidade e justiça (v. 9). Visto que o autor
de Hebreus agora aplica esse salmo a Cristo e porque ele entende que
a vida de Cristo foi um período de “provação moral” (2.18; 5.8 etc.),
é muito provável que ele identifique a unção de Cristo com sua exaltação —
uma recompensa, sem dúvida, pelo cumprimento bem-sucedido da sua
missão na terra (cf. 2.9). dentre os teus companheiros (v. 9)
significa dentre todos os que receberam a unção real antes e desde então.
Finalmente,
o autor estabelece a verdade de sua afirmação concernente à
atividade criadora do Filho por meio de uma citação longa de SI
102.25-27 (v. 10-13). Originariamente, esse texto expunha o poder
criador de Deus — “No princípio, Senhor, firmaste os
fundamentos da terra, e os céus são obras das tuas mãos (v. 10),
e suas qualidades eternas em contraste com as características transitórias
da criação — “Eles [os céus] perecerão, mas tu
permanecerás” (v. 11). Agora, no entanto, isso é
aplicado ao Filho. O autor achou que era fácil fazer essa aplicação,
porque na LXX, que ele usa continuamente, havia a inserção da palavra
“Senhor” no texto — “Tu, Senhor, firmaste os fundamentos da terra...” —
que não aparece no texto hebraico. “Senhor”, sem dúvida, foi o título
que a era apostólica mais usou com referência a Jesus Cristo.
O
autor leva ao clímax sua cadeia de citações do AT ao se referir novamente ao
salmo 110 (cf. 1.3). Com isso, ele descreve Deus como entrando no conflito para
enfrentar os inimigos do seu Ungido:“Senta-te [...] até
que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés” (v.
13). Essa citação não tem a intenção de mostrar que o Filho é impotente
e incapaz de travar suas próprias batalhas, mas, sim, de tornar clara
a identidade de vontade que existe entre o Pai e o Filho, e o respeito que
o Pai tem pelo Filho (Spicq, Comm. v. II, p. 2). Nunca se
pôde dizer isso acerca de anjos, pois eles são meros espíritos
ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação (v.
14). Com essa menção de “salvação”, o autor conclui a sua discussão
concernente às dimensões cósmicas do Filho e avança para um novo tópico —
o papel de Jesus na redenção no plano dos eventos históricos.
Estudo sobre Hebreus 2
II.
O PROGRAMA DE DEUS PARA A SALVAÇÃO (2.1-18)
1)
Advertência e exortação (2.1-4)
Antes
de desenvolver o tema da salvação, o autor se sente impelido a parar e fazer
uma advertência com base nas implicações da sua teologia exegética.
Isso está em harmonia com o seu método de intercalar exortações
com teologia. Essas “digressões” não devem ser consideradas um desvio
que o autor faz do seu propósito principal. Antes, ele está desvelando o
seu propósito principal por meio delas (cf. 13.22).
A
advertência aqui pode ser a chave para a compreensão da dificuldade enfrentada
por aqueles que em primeira instância receberam a carta de Hebreus.
Aparentemente é uma advertência contra a negligência e a indiferença à
nova revelação, contra a falha em apreciá-la e um estímulo para
aproveitar todos os seus benefícios, além de ser uma advertência
contra a possibilidade de nos desviarmos (v. 1). A solução do problema é
o exercício moral: é preciso que prestemos maior atenção ao
que temos ouvido (v. 1), o que sugere responsabilidade pessoal na
aplicação da mente à nova revelação de maneira tão extraordinária a
ponto de obedecer a ela completamente.
O
motivo dessa exortação deve ser encontrado na natureza dessa nova revelação.
A mensagemanterior foi transmitida por anjos (v.
2), e cada pecado de ação e omissão transgressão e desobediência)
foi adequadamente castigado. Mas a nova mensagem de salvação foi anunciada
pelo Senhor (v. 3), que se mostrou incomparavelmente superior aos
anjos. Sua mensagem, portanto, é igualmente superior àquela mediada por
eles, e a negligência dela tanto mais culpável. Nunca foi afirmado
explicitamente no AT que a lei foi transmitida por anjos, somente sugerido
(cf. Dt 33.2, LXX, e SI 68.17, LXX), não obstante era um axioma do
judaísmo (v. Josefo, Ant. 15,5.3) e uma crença da Igreja (cf.
At 7.53 e G1 3.19).
Visto
que a nova revelação trazida pelo Filho foi-nos confirmada pelos que a
ouviram (v. 3), temos a certeza de uma tradição fiel em que podemos
ter total confiança. A expressão “foi-nos confirmada” traduz o grego bebaioõ com
o significado de “tornar firme”, ”estabelecer”, “confirmar”. Goodspeed
assim expressa mais claramente a ideia contida aqui, quando traduz:
“foi garantida”. Aqui também está a pista de que o autor se considerava
um dos que receberam sua “tradição autêntica” de segunda mão daqueles
que tinham realmente ouvido o Salvador.
O
v. 4 serve a dois propósitos: (a) mostrar o lugar e propósito dos milagres,
isto é, estabelecer a autenticidade da mensagem do NT (Deus “acrescentou o
seu testemunho” em milagre para mostrar que ela contava com sanção divina)
e (b) “para ressaltar a tremenda autoridade das ‘coisas que foram ouvidas’” (F. D. V.
Narborough, The Epistle to the Hebrews, 1930, p. 86). Essa
mensagem não foi somente falada pelo Senhor, mas visivelmente aprovada por
Deus e por dons carismáticos do Espírito Santo. Pai, Filho e
Espírito Santo assim cooperaram para produzir essa revelação de
salvação. Desviar-se dela ou tratá-la com indiferença é a maior das tolices.
2)
O resumo da salvação (2.5-18)
A
primeira seção (v. 5-9), que esboça a necessidade da salvação e os meios
pelos quais ela é atingida, se torna mais inteligível se é conectada
com 1.14. Anjos são enviados para servir aqueles que hão de herdar
a salvação (1.14); Não foi a anjos que ele sujeitou o mundo
que há de vir (2.5). Nessas palavras, o autor está dizendo que
apesar do que pode ter sido uma política de ação temporária [Observação:
acreditava-se que tanto os anjos (Dt 32.8, LXX; Dn 10.13; 12.1) como as
estrelas e os planetas (lEnoque 60.15-21; 18.13-16; Jubileus 2.2)
governavam as pessoas], não era o propósito de Deus dar aos anjos
soberania sobre seu “sistema moral, organizado” (gr. oikumenè,Westcott, Comm., p.
42). Essa soberania, ele reservou somente para o homem, como mostra tão
claramente o uso de SI 8 (observe a forma casual em que ele
introduz sua citação, lit. “alguém testemunhou em algum lugar”,
sugerindo que para o autor de Flebreus a ferramenta é insignificante; na
verdade, foi Deus quem falou): Tu [...] o
coroaste (o homem, o filho do homem) de glória e
de honra; tudo sujeitaste debaixo dos seus pés (v. 7b,8).
Isto então é o ideal divino (cf. Gn 1.26 28): o homem deve
governar; o filho do homem que foi feito somente “por um pouco [...] menor do
que Deus” (SI 8.5, ARA) foi destinado a ser soberano, e nada deve
existir que não esteja debaixo dos seus pés (v. 8).
E nesse ponto, no entanto, que a necessidade de salvação se torna
completamente clara, pois não vemos que todas as coisas estão
sujeitas ao homem (v. 8b). O alvo de Deus para o homem não está sendo
atingido.
Contudo,
os propósitos divinos não podem ser frustrados. O v. 9 revela que Deus proveu o
meio para a salvação. Ele encontrou um caminho de trazer o homem de
volta ao seu lugar de soberania: Jesus, aquele que por um
pouco foi feito menor do que os anjos, é agora coroado de
honra e de glória. [Observação: Aqui pela primeira vez temos a
menção do nome “Jesus”. E uma designação favorita, usada 13 vezes pelo
autor de Hebreus em sua carta.]
No
presente argumento do autor, a expressão “feito menor do que os anjos”,
significa, provavelmente, pouco mais do que o Eterno se tornou humano, pois se
deve perceber que essa expressão foi tomada por empréstimo de SI 8 (citado
anteriormente), e é o único que diz alguma coisa acerca da natureza do
homem. Por isso, quando o autor de Hebreus afirma que Jesus foi feito
menor do que os anjos, ele está simplesmente dizendo, por meio da
fraseologia bíblica, que o Filho de Deus se tornou encarnado
como homem, que ele assumiu a posição de homem. Mas essa é uma declaração
tremendamente importante, mesmo assim, pois no seu pensamento foi somente
nesse ato de auto-identificação com a raça humana que pela graça
de Deus ele foi capacitado para queexperimentasse a morte (v.
9).
A
ideia prevalecente da “solidariedade corporativa” estava, sem dúvida, na
mente do autor quando ele formulou a declaração anterior: os
redimidos juntos com o Redentor “constituem uma unidade, e essa unidade é
concebida em termos de substância: eles e ele pertencem a um corpo [...].
O que acontece com o Redentor, ou aconteceu enquanto ele permaneceu em
forma humana na terra, acontece com todo o seu corpo, i.e., não somente a
ele, mas a todos que pertencem a esse corpo. Assim, se ele sofreu a morte,
o mesmo é verdadeiro acerca deles (2Co 5.14). Se ele foi ressuscitado
dentre os mortos, o mesmo se aplica a eles (ICo 15.20-22)” (cf. Rm
5.12,18,19; ICo 15.45,46; R. Bultmann, Theology of theNew
Testament, 1951, v. 1, p. 299).
Com
base nisso, fica claro agora que, quando o autor prossegue e diz que Jesus
foi coroado de honra e de glória (v. 9), ele entende que
esse evento foi muito mais amplo do que a exaltação da personalidade
singular de Jesus. Pois, se é verdade que Jesus foi exaltado ao posto
de soberania, também é verdade que aqueles que estão unidos com ele
em um corpo da mesma forma compartilham dessa exaltação. Assim é que a salvação
é completada, pois o que o homem não tinha sido capaz de atingir, ou seja,
o seu destino divinamente apontado de ser soberano, Jesus atingiu, e o
homem por meio dele também.
Mais
duas coisas devem ser mencionadas: Em primeiro lugar, pouco importa se a
expressão gregabrachy ti é traduzida para mostrar graus, i.e.,
“um pouco menor que os anjos” (NVI), ou para mostrar tempo,
i.e., ”por um pouco” (ARA, para o que há apoio geral hoje), pois não
acrescenta nada ao argumento principal do autor. Ele parece ter incluído isso
principalmente porque era parte de uma citação de que precisava para mostrar
que Cristo se tornou o que o homem era. Em segundo lugar, vale a pena
chamar atenção especial para o fato de que para o autor a exaltação
(incluindo também a do homem) ocorreu somente por causa do sofrimento
e da morte de Jesus. Nada se diz do seu ensino como meio de salvação
humana. Isso, sem dúvida, está em harmonia com a ênfase do autor no
sacerdócio de Cristo e no seu auto-sacrifício pelo qual a expiação foi feita
(cf. 9.14). Esta próxima seção (v. 10-18) reitera o grande conceito da
identificação divina com o humano e busca oferecer razões de
esse método de salvação ter sido usado por Deus.
A
primeira razão é sugerida sem a prova costumeira das Escrituras, isto é, que
esse método particular, que necessariamente envolveu o aperfeiçoamento do
Salvador mediante o sofrimento (e morte), era conveniente
para aquele por causa de quem e por meio de quem tudo existe (v.
10). E não somente é fato que esse método está em perfeita harmonia
com a natureza de Deus, mas essa descrição dele como a causa final e
eficiente de todas as coisas revela mais duas verdades
essenciais concernentes à salvação: (a) que o sofrimento do Redentor
não foi acidental, mas estava em concordância com o plano geral da
providência divina (Spicq, Comm., v. 1, ad loc.), e (b) que o
próprio Deus é o grande iniciador desse processo redentor; é aquele que
pôs em movimento todas as coisas que determinou levar muitos
filhos à glória (essa sendo a frase-chave, denotando a essência
da salvação, cf. v. 7b e 9b) ao aperfeiçoar o Salvador por meio do sofrimento.
O verbo “aperfeiçoar” (gr. teleiouri) significa “concluir um
processo”, e com seu uso o autor mostrou que Jesus se tornou perfeitamente
qualificado a ser o pioneiro da salvação do homem por meio do
processo do sofrimento humano.
No
v. 11, é ressaltada novamente a auto-identificação do Filho com aqueles que ele
veio redimir, sua completude e sua razão de ser: tanto o que
santifica quanto os que são santificados provêm de um só, i.e., estão
inextricavelmente ligados. Assim, visto que o sofrimento e a morte fazem
parte de forma tão significativa da humanidade, era impossível que fosse
diferente com o Filho que tinha de forma graciosa assumido para si
essa mesma humanidade. Ao fazer uso do verbo ”santificar”, o autor
não está comentando sobre o caráter moral dos que são santificados, pois é
primeiramente um termo técnico que significa simplesmente “separar”.
Foi usado com frequência para se referir a Israel (cf. Ex 19.14) que,
por meio de sua santificação, foi separado como povo especial de Deus.
Agora os que foram redimidos pela morte de Cristo recebem a mesma
designação usada para o antigo Israel — um fato que pode significar que o
autor entende que os cristãos são o novo povo de Deus.
Agora
o autor se volta às Escrituras para buscar suas provas (v. 12,13). A
identificação do Filho com a humanidade não foi uma reflexão tardia de
Deus. Ele a tinha anunciado por meio da voz profética do salmista e
do vidente: Proclamarei o teu nome a meus irmãos e: Nele
porei a minha confiança, e finalmente: Aqui estou eu com os filhos
que Deus me deu. Quão completa era essa identificação então? A
resposta das Escrituras dada a essa pergunta é que ela era tão completa
quanto a que existe entre irmãos, ou a que existe entre pai e filho. Era
tão completa quanto a “comunhão de natureza” a podia tornar. A primeira
dessas citações do AT vem do salmo 22, um salmo que anteriormente tinha sido
usado pelo Senhor acerca de si mesmo enquanto ele estava na cruz (cf. Mt
27.46). Assim era fácil para o autor aplicar mais uma parte do mesmo salmo
a ele aqui. As últimas duas citações são de Is 8.17,18 (LXX), e suas
palavras originariamente davam expressão à fé pessoal do profeta em Deus e
à sua convicção de que ele e seus filhos simbolizavam o remanescente fiel
de Israel. Quando aplicadas a Cristo, elas revelam que, ao assumir a
humanidade para si, exigiu-se dele viver dentro dessas limitações na
completa dependência de Deus (cf. o comentário de 12.2), e que ele e
seus “filhos” constituem a nova comunidade do povo fiel de Deus.
A
salvação pela identificação não estava somente em harmonia com a natureza
de Deus, mas também era necessária (v. 14-18). Pois, visto
que os filhos são pessoas de carne e sangue (a ordem no gr., no
entanto, é “sangue e carne”), vale dizer que, visto que eles são humanos,
o Filho também exatamente da mesma maneira (gr. paraplêsiõs, “de
forma absolutamente idêntica”) tinha de compartilhar dessa
condição humana (v. 14) se ele queria chegar ao verdadeiro problema
deles — a morte. [Observação: Os dois verbos usados nesse versículo {são e participou)
representam dois verbos diferentes no grego, o primeiro ”marca a
natureza comum compartilhada entre os homens enquanto a raça durar”;
o segundo “expressa o fato singular da encarnação como aceitação
voluntária da humanidade” (Westcott, Comm., p. 53).] Ao se
tornar humano, o Filho Eterno se tornou suscetível à morte. Mas o
grande paradoxo é que por meio da morte ele destruiu (lit. “tornou
sem poder”) o Diabo que tem o poder da morte (cf. Sabedoria
2.24) e libertou de uma vez por todasaqueles que durante toda a vida
estiveram escravizados pelo medo da morte (v. 14,15).
O autor não deixa claro aqui como exatamente a morte de Cristo
destruiu o poder do Diabo e libertou os homens do medo em que ele
os escravizava, mas faz isso mais tarde. Então ele mostra que a morte
de Cristo foi de tal natureza que libertou os homens da culpa
dos seus pecados e sua consciência do pavor das suas consequências
(cf. 9.14; 10.22).
O
v. 16 é um resumo. Mostra que essa salvação é voltada para os homens, e não
para os anjos. O termo ajuda traduz o verbo grego epilambanesthai,
que significa “pegar” ou “tomar”. A ideia é que Deus com muita graça tomou
os descendentes de Abraão, isto é, todos os que como Abraão
têm fé em Deus (cf. G1 3.29),
para conduzi-los da morte para a glória (cf. Jr 31.32 [38.22, LXX]; Is 41.8,9,
LXX). Ele não fez isso para os anjos.
O
método que Deus preparou para realizar essa salvação é o sacerdotal, pois foi
como sumo sacerdote misericordioso que Cristo deveria fazer
propiciação pelos pecados do povo (v.17). “Fazer propiciação” traduz o
verbo grego hilaskesthai, que também tem a ideia de
“satisfazer”, “apaziguar”. Aqui, no entanto, com ”pecados” como seu objeto
(cf. o gr.), muito provavelmente significa “apagar”, “remover”, e não
“apaziguar”. Mas, e o autor retoma a um conceito muito destacado, o Filho
pode ser eficiente como sacerdote somente por meio da identificação
com aqueles a quem deve representar. Por isso, era necessário
que ele se tomasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos (v.
17).
Estudo sobre Hebreus 3
III. EXORTAÇÃO E ADVERTÊNCIA (3.1—4.13)
1)
Exortação para considerar Cristo superior a Moisés (3.1-6a)
A
seção anterior termina com uma descrição de Cristo como o sumo
sçcerdote misericordioso. Isso agora se torna o tema da nova
discussão. Mas em forma invertida o autor trata primeiro da fidelidade de
Jesus e depois da sua misericórdia (4.14ss).
Do
ponto de vista da verdade teológica, o autor faz seu apelo aos santos
irmãos, participantes do chamado celestial (v. 1). A
palavra ”santos” tem o mesmo significado básico de ”santificar” e se
refere, portanto, àqueles separados por Deus e para Deus, i.e., os cristãos
(cf. comentário de 2.11; Lv 20.26; IPe 2.9). A esses cristãos cujo chamado
ou convite é “do céu [...] e para o céu” o autor
se dirige agora pela primeira vez. Eles são encorajados a fixar os seus
pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote, o objeto da sua
confissão declarada, como sendo fiel àquele que o havia
constituído (v. 1,2). E mesmo assim, não é que os cristãos devem
fixar sua atenção em Jesus como fiel meramente, pois Moisés,
que também foi considerado apóstolo (cf. Ex 3.10) e sacerdote (Êx
24.6-8; cf. tb. Fílon, On the Life ofMoses, 2.2-5), foi
fiel (v. 2; cf. Nm 12.7). Mas eles devem dar atenção cuidadosa
e demorada à pessoa e obra de Cristo porque, por sua própria
natureza, ele é completamente “outro” e muito maior do que Moisés. Moisés
foi um servo fiel na casa de Deus (v. 2) — uma mera testemunha, por meio
das leis morais e cerimoniais que ele estabeleceu, do evangelho que
seria dito no futuro (v. 5). Mas Jesus é o Filho de Deus
estabelecido sobre aquela casa, “o agente criador” por meio do qual
ela foi construída, que é ele mesmo o evangelho previsto por Moisés
e aquele por quem ele foi primeiramente anunciado (v. 3,5,6; cf. tb. 1.2;
2.3). O v. 4 é difícil, e essa dificuldade é muito pouco aliviada
por se colocar o versículo em parênteses (como na RSV), pois ele não
tem todas as características de um interlúdio. Tem alguma conexão com a
referência a Jesus como o construtor no v. 3. Talvez seu significado seja
que toda casa é construída por alguém, mas Deus é
o edificador de tudo, cujo “agente criador é Cristo”. Ou
talvez seu significado seja compreendido mais facilmente ao se traduzir
a palavra “Deus” por “divino”, visto que no grego o artigo definido é
omitido: “o edificador (i.e., Cristo) de todas as coisas é divino”.
E
digno de observação que a expressão na casa de Deus (“em sua
casa”, ARA) se refere a mais do que uma construção, portanto, à “família”
de Deus. Evidentemente, descreve o povo crente em Deus no AT e também no NT,
pois a “casa” é a mesma em ambos os Testamentos. Moisés foi servo
na casa de Deus, uma casa que Cristo fundou, sobre a qual ele governa
e à qual pertencem os cristãos — e esta casa somos nós (v.
6). Esse trecho argumenta fortemente a favor da continuidade entre o
antigo Israel e o novo “Israel de Deus” (cf. G1 6.16).
2)
Advertência acerca de pôr a perder o descanso que Deus
prometeu (3.6b—4.11)
v.
6. esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e
à esperança da qual nos gloriamos: Essa advertência é dirigida àqueles
que “se confessaram cristãos. Ela tem o propósito de mostrar que o
verdadeiro cristianismo é demonstrado pela perseverança, pela confiança
contínua em Cristo e pela lealdade para com aquele que é a nossa esperança (cf.
Cl 1.27). Não pertence à casa de Deus aquele que meramente professa
pertencer. Pertence aquele que continua crendo ”até o fim” (v. 6, nota
textual da RSV, uma leitura que, embora paralela a 3.14, provavelmente é
genuína aqui à luz de sua ampla confirmação textual). O salmo 95, que é
agora citado como a voz do Espírito ainda falando aos cristãos hoje
(v. 7-11), tem o propósito na mente do autor de mostrar que a perda
trágica de Israel foi devida à rebeldia ou incredulidade — a falta de manter
uma atitude de confiança e obediência durante toda a sua caminhada do
Egito a Canaã — e foi uma advertência a cristãos professos para não
cometerem o mesmo erro. Serve, assim, para ilustrar o princípio já exposto
antes, isto é, de que a perseverança é de fato a demonstração da fé. A
saída inicial de Israel, o seu “batismo em Moisés”, sua participação da
comida espiritual (cf. ICo 10.1,2), i.e., sua observação das obras divinas
(v. 9), não garantiram a sua entrada em Ganaã. Alguns continuaram a
crer em Deus e entraram em Ganaã, mas alguns se rebelaram e nunca
experimentaram o descanso de Deus (v. 11; cf. v. 16-19). A
jornada determinou a vitalidade da sua fé.
Portanto,
visto que o Espírito Santo está falando ainda e dizendo: “Hoje” (v.
7,13,15), Cuidado,irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração
perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo(v. 12). A gravidade
da situação é intensificada assim por três coisas: (a) pelo autor
chamando a atenção para o fato de que é Deus que está falando, e não o
homem — como diz o Espírito Santo (v. 7); (b) pelo
fato de ele ressaltar que esse afastar-se é do Deus vivo, uma
designação predileta para Deus em Hebreus (9.14; 10.31; 12.22; cf. tb.
4.12; 11.6), que retrata Deus como “totalmente vivo, ativo em se
fazer conhecido aos homens, capaz de cumprir suas promessas e determinado a
executar seus juramentos” (observação: a advertência contra afastar-se do
“Deus vivo” não soa como uma advertência contra recair no judaísmo), e (c)
por seu uso repetido do imperativo (3.12,13; 4.1,11). A prevenção para essa
condição é encorajem-se uns aos outros (gr. “a si
mesmos”, destacando a ”unidade do corpo cristão”) todos os dias
(v.13). Isso exige tanto responsabilidade pessoal quanto coletiva. A
expressão engano do pecado (v. 13) descreve o pecado como
um sedutor e pode ser uma alusão àquele primeiro pecado quando Eva foi
seduzida pela serpente (Gn 3.13; cf. lTm 2.14).
Os
v. 12,13 juntos descrevem esse processo que ocorre no fundo do coração de um
homem quando não há o fortalecimento constante da exortação mútua — um processo
que inicialmente é invisível a qualquer observador. Primeiro a semente da
incredulidade tem permissão para germinar, depois pensamentos maus e desafiadores
de Deus começam a se espalhar. Esses gradualmente passam a dominar
toda a atitude, até que todo o caráter é mudado. Uma nova tendência está
no controle da pessoa envolvida. Sua resposta básica a Deus é NÃO. Já não há
agora o SIM da submissão que ele professou no seu batismo (J.
Schneider, The Letter to the Hebrews, 1957, p. 31-2).
O
autor reitera de forma mais intensa o que já disse anteriormente (v. 14), isto
é, que há um simples teste pelo qual podemos saber se somos participantes
de Cristo ou não, se somos “parceiros” dele (gr. metochoi
tou christou, que em si tem um significado ambíguo):
Apegamo-nos até o fim à confiança que tivemos no princípiol [Observação:
O gr. para ”confiança” é hypostasis, aquele apoio
firme em que “um homem se fundamenta para enfrentar o futuro” (J.
Moffatt, The Epistle to the Hebrews, ad loc., p. 48).
Aqui é a convicção, com que a vida cristã começou, de que Deus falou
sua palavra definitiva e final em Jesus Cristo.] A experiência de Israel
no deserto (v. 16-19) prova que “esse retrato da vida como um todo é
o critério” pelo qual podemos ver objetivamente a realidade da sua fé. O
que é fé para o autor de Hebreus? O cap. 11 é sua discussão completa desse
tópico, mas ao compararmos o v. 18 com o 19 fica claro que ele
entende fé como sendo algo muito semelhante a obediência ou lealdade.
Estudo sobre Hebreus 4
O
cap. 4 continua a mesma advertência iniciada em 3.6b acerca da possibilidade
de se pôr a perder a entrada no descanso de Deus. Que há esse
descanso o autor prova na sua forma típica de exegese por meio de
uma citação de Gn 2.2: “ ‘No sétimo dia Deus descansou de toda a
obra que realizara’ “ (v. 4). Que Deus deseja compartilhar esse
descanso e que a promessa de entrada nesse descanso ainda é válida
são fatos demonstrados por dois outros textos, ambos do salmo 95. O
primeiro cita Deus como dizendo: “ ‘Jamais entrarão no meu descanso’ “
(v. 5). Essa é uma afirmação curta condensando diversas ideias em uma
breve observação. Deus, que nunca deseja algo em vão, deve ter desejado
compartilhar seu descanso, senão nunca teria feito o convite aos homens
para se juntarem a ele nisso. Mas já que ele fez isso, e visto que
os que ele convidou primeiro não entraram, por causa da
desobediência (v. 6), e visto que os propósitos de Deus não podem
ser frustrados, a oferta para que se entre no prazer do seu descanso ainda
deve ser válida. O autor então prossegue e usa outra parte do
salmo 95 para demonstrar essa conclusão. Deus ainda está fazendo o
seu convite aos homens para que se juntem a ele no seu
descanso: ” ‘Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o
coração’ “ (v. 7). Com esse “hoje”, o autor entende que Deus está
novamente estabelecendo determinado dia (v. 7), definindo
“um novo período em que o descanso está aberto e é acessível”. Assim,
ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus (v.
9). Com base nisso, aprendemos que o “descanso de Deus” não pode ser
identificado com Canaã, pois o segundo e duradouro convite de Deus
veio por meio de Davi que viveu muito depois de Josué (“Jesus”, VA) ter
conduzido Israel à terra prometida (v. 8). [Observação: Essa atribuição do
salmo 95 a Davi só é encontrada na LXX; não está no texto hebraico.]
Mas se Josué lhes tivesse dado descanso, Deus não teria falado [...] a
respeito de outro dia (v. 8). Assim, a tragédia do incrédulo
Israel é vista como sendo bem maior do que parecia na superfície. A
importância do seu fracasso não estava meramente no fato de que não
puderam entrar em Canaã, mas no fato de que também foram irrevogavelmente
excluídos do descanso eterno de Deus.
E
contra esse pano de fundo — a possibilidade de um descanso eterno e também a
possibilidade de não atingi-lo — que o autor faz seu apelo: Visto
que nos foi deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deus, que nenhum de
vocês pense que falhou (v. 1). Aqui há tanto severidade quanto
cuidado carinhoso — severidade na necessidade de temor; cuidado carinhoso
na “forma sensível e cautelosa” com que o autor expressa a
possibilidade do fracasso. Poderíamos formular a frase assim: “que nenhum
de vocês pense que falhou segundo o juízo de outros”. O fracasso, o autor
continua explicando, sempre está na incredulidade. O mero ouvir das boas
novas não é suficiente. O evangelho precisa ser acompanhado de
fé nos ouvintes (v. 2). Quando isso acontece, torna-se eficaz,
pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso (v.
3). Observe que o tempo do verbo é presente — “entramos”. Assim, o descanso
de Deus não é totalmente um alvo futuro a ser atingido, mas uma
realidade presente a ser desfrutada. O autor cunha uma palavra
para descrevê-lo e o chama de descanso sabático (v. 9,
gr. sabbatismos), pois todo aquele que entra no descanso de
Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas no
sábado, i.e., no sétimo dia (v. 10; cf. v. 4).
O
que quer dizer descansa das suas obras, como Deus descansou das suas? Visto que é
impossível conceber Deus descansando de boas obras, a ideia de Deus
descansando deve significar que ele trabalhava sem empecilhos ou tensões,
com energia fluindo dele com tranquila constância (cf. Jo 5.17; cf. tb. A. C.
Purdy, ”Hebrews”, The Interpreter’s Bible, v. XI,
p. 631). Se isso estava na mente do autor, então ”descansa das suas
obras” descreve a interrupção de atividade fútil feita em resistência a
Deus, isto é, de obras mortas (cf. 9.14), para encontrar descanso numa
vida de completa dependência dele — muito semelhante ao ”contraste
entre a vida de fé em Cristo e a vida de realização de obras da lei” em
Paulo (Narborough, Comm., p. 95). Embora
seja verdade que Deus não pode descansar de boas obras, mesmo assim o
verbo hebraico (shãbath, do qual vem “sábado”) de fato significa
“cessar, desistir, descansar”. “Deus descansou”, então, deve significar
que Deus desistiu do (interrompeu o) que estava fazendo, i.e., de sua
atividade na criação. E, quando um homem entra no seu descanso sabático,
ele também deve desistir do que estava fazendo, nesse caso tentando
atingir sua própria salvação. “De forma mais positiva, temos permissão
para preencher a palavra com o significado derivado do desejo predominante
do autor de uma adoração satisfatória a Deus. Esse descanso é
paz na certeza do acesso a Deus que não é impedido por rituais que não
podem tocar a consciência, e que se torna possível somente pela obra de
Cristo da ‘purificação dos pecados’ que corrompem e nos impedem de atingir
o alvo final da adoração” (Purdy, Comm., p.
631). Visto que isso agora está disponível, esforcemo-nos por
entrar nesse descanso (v. 11).
3)
A impossibilidade de esconder de Deus a incredulidade (4.12,13)
Visto
que a incredulidade com frequência é uma questão do coração, muitas vezes ela
escapa da observação dos homens, mas nunca de Deus, cuja palavra é
viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes (v.
12). Ela tem o poder de atingir diretamente as partes mais íntimas da nossa
personalidade. Tem o poder de julgar (gr. kritikos) tanto os
sentimentos quanto os pensamentos do coração (cf. Sabedoria 18.15ss). E
capaz de discernir e decidir acerca do valor moral de um homem. A
expressão “palavra de Deus” pode ser uma referência àquela
mensagem falada pelos profetas, ou por Cristo e seus apóstolos, que
em si mesma possui uma dinâmica tão intensa que quando ouvida e preservada cria
algo novo (cf. Rm 1.16), ou pode simplesmente ser uma circunlocução
para o próprio Deus, como às vezes se fazia. Observe que no v. 13 a “palavra”
é deixada para trás, e aí estamos diante do próprio Deus
— completamente expostos. O que realmente somos é exposto
diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.
Com
isso, o autor conclui a sua longa advertência e chega ao tópico que é mais
precioso ao seu coração e que ele já mencionou duas vezes anteriormente (1.3b;
2.17,18) — isto é, o sacerdócio de Jesus.
IV
O SACERDÓCIO DE JESUS É APRESENTADO (4.14—5.10)
1)
Os sofrimentos do sacerdote e seu significado (4.14-16)
Da
advertência, o autor se volta agora para o consolo e encorajamento que ele
associa inseparavelmente à obra sacerdotal de Cristo — um tema que de
forma muito real constitui o tema principal da carta. A vida de fé, embora
difícil, não está privada de apoio exterior: temos um grande sumo
sacerdote (v. 14) que pode nos ajudar (v. 16). E a
grandeza desse sumo sacerdote é medida (a) pelo fato de que
adentrou os céus para a presença de Deus, assim como o antigo
sumo sacerdote passava pelo véu para o Lugar Santíssimo — o lugar do
real serviço em favor dos homens, e (b) pelos nomes atribuídos a ele
aqui: Jesus, o Filho de Deus. Esses nos contam que ele
é tanto homem quanto Deus, tanto “compassivo quanto poderoso”.
Portanto, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos (v. 14).
Essa exortação está fundamentada no fato de que o nosso sumo sacerdote também
sofreu e foi tentado, pois essas experiências do Salvador têm grande
importância para nós. Elas significam que há um incentivo para
que perseveremos, pois embora Jesus tenha passado, como nós, [...] por
todo tipo de tentação (v. 15), mesmo assim ele permaneceu
fiel até o fim. Elas também significam que, porque ele sofreu e foi
tentado, pode compreender de maneira compassiva o que estamos passando,
pode ser sensível às nossas fraquezas e fazer algo para nos ajudar (v.
15,16). Portanto, aproximemo-nos [continuamente]
do trono da graça [...] a fim de recebermos misericórdia
e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade (v. 16),
e façamos isso com toda a confiança. Essa é a primeira
afirmação, a ser repetida muitas vezes, indicando os resultados finais da
obra sacerdotal de Cristo — acesso livre à presença de Deus
para todos que quiserem vir. A expressão “aproximar-se” (usada sete vezes em
Hebreus) era um termo técnico empregado na LXX acerca dos sacerdotes
que tinham permissão exclusiva de se aproximarem de Deus no serviço da
adoração: Agora “o direito da aproximação sacerdotal é estendido a todos
os cristãos” (Westcott, Comm., p. 108).
O
autor de Hebreus destaca o caráter divino desse novo sumo sacerdote começando
com a descrição dele no seu papel cósmico como criador e Filho de Deus,
mas ele também destaca a realidade da sua humanidade como nenhum outro
autor do NT. Ele insiste, por exemplo, em que as tentações de Jesus não
foram tentações forjadas — foram genuínas: passou por todo tipo
de tentação, como nós. Gomo isso é possível se ao mesmo
tempo ele era Filho de Deus? A sua natureza divina não o protegeria da
possibilidade de pecar? Essa questão da possibilidade de Cristo pecar tem sido
debatida por séculos, e ainda não há uma solução satisfatória para todos.
Não pode ser discutida agora. Não obstante, pressupondo que
era impossível para ele pecar, em virtude da natureza da sua pessoa, há
também a possibilidade de se pressupor que ele não sabia que esse era o
caso. Marcos 13.32 sugere que o Filho, no seu papel encarnado, não era
onisciente — há ao menos uma coisa registrada ali que ele não sabia. Se,
então, havia uma coisa que ele não sabia, o desconhecimento de outros
fatos também era possível, até mesmo com referência ao fato de ele
saber ou não saber se podia pecar. De todo modo, embora Hebreus diga
que ele viveu a sua vidasem pecado (v. 15; gr. chõris
hamartias, lit. ”à parte do pecado”, não significando “sem a
capacidade de pecar”, mas “sem ter de fato pecado”), isso também deixa
claro que Jesus experimentou tentações exatamente da mesma maneira que nós
e que sua impecabilidade foi o resultado de “decisão consciente” da sua parte
em meio a intensas lutas (cf. 5.7-9). Nunca podemos supor que sua vitória
sobre o pecado foi “mera consequência formal da sua natureza divina”.
Qualquer interpretação da pessoa de Cristo que de alguma forma diminua a força
e genuinidade das suas tentações não pode ser correta.
Hebreus 1 — Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 1
1.1,2
FALOU-NOS... PELO FILHO. Estes dois primeiros versículos
estabelecem o tema principal deste livro. No passado, o instrumento principal
de Deus para sua revelação foram os profetas, mas agora Ele tem falado, ou se
revelado pelo seu Filho Jesus Cristo, que é supremo sobre todas as coisas. A
Palavra de Deus falada mediante seu Filho é final: ela cumpre e transcende tudo
o que foi anteriormente falado da parte de Deus (ver o estudo A PALAVRA DE DEUS).
Absolutamente nada, nem os profetas (v. 1), nem os anjos (v. 4), têm maior
autoridade do que Cristo. Ele é o único caminho para a salvação eterna e o
único mediador entre Deus e o homem. O escritor de Hebreus confirma a
supremacia de Cristo ao enumerar dEle sete grandes revelações (vv. 2,3)
1.3 ASSENTOU-SE
À DESTRA. Depois de Cristo ter efetuado o perdão dos
nossos pecados mediante a sua morte na cruz assumiu o seu lugar de autoridade à
destra de Deus. A atividade redentora de Cristo no céu envolve seu ministério
de mediador divino (8.6; 13.15; 1 Jo 2.1,2), de sumo sacerdote (Hb 2.17,18;
4.14-16; 8.1-3), de intercessor (7.25) e de batizador no Espírito (At 2.33).
1.4
MAIS EXCELENTE QUE OS ANJOS. Jesus é superior aos anjos pela
mesma razão porque Ele é superior aos profetas: Ele é o Filho (vv. 4-14). Os
anjos desempenharam um papel importante na outorga do concerto do AT (Dt 33.2;
At 7.53; Gl 3.19). O autor, escrevendo aos judeus crentes, estabelece a
superioridade de Cristo sobre os anjos, recorrendo ao AT. Para uma maior
exposição sobre os anjos, ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR
1.5
HOJE TE GEREI. Ver Jo 1.14 nota.
1.8
DO FILHO, DIZ: Ó DEUS. O escritor sacro destaca aqui a
deidade de Cristo (ver Jo 1.1 nota).
1.9
AMASTE A JUSTIÇA E ABORRECESTE A INIQUIDADE. Não basta
o crente amar a justiça; ele deve, também, aborrecer o mal. Vemos esse fato
claramente na devoção de Cristo à justiça (Is 11.5) e, na sua aversão à
iniquidade; na sua vida, no seu ministério e na sua morte (ver Jo 3.19 nota;
11.33 nota). (1) A fidelidade de Cristo ao seu Pai, enquanto Ele estava na
terra, conforme Ele demonstrou pelo seu amor à justiça e sua aversão à
iniquidade, é a base para Deus ungir o seu Filho (v. 9). Da mesma maneira, a
unção do cristão virá somente à medida que ele se identificar com a atitude do
seu Mestre para com a justiça e a iniquidade (Sl 45.7). (2) O amor do crente à
justiça e seu ódio ao mal crescerá por dois meios: (a) crescimento em sincero
amor e compaixão por aqueles, cujas vidas estão sendo destruídas pelo pecado, e
(b) por uma sempre crescente união com o nosso Deus e Salvador, do qual está
dito: “O temor do SENHOR é aborrecer o mal?? (ver Pv 8.13; Sl 94.16; 97.10; Am
5.15; Rm 12.9; 1 Jo 2.15; Ap 2.6).
1.13
DOS ANJOS. “Anjo” (hb. malak; gr. aggelos)
significa “mensageiro”. Os anjos são descritos como mensageiros e servos de
Deus, criados antes da terra (Jó 38.4-7). Para um estudo da atividade dos anjos
em relação à nossa vida, ver o estudo OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR
Hebreus 2 — Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 2
2.1-3
PARA QUE EM TEMPO ALGUM NOS DESVIEMOS DELAS. Uma das
razões por que o escritor de Hebreus destaca a superioridade do Filho de Deus e
da sua revelação sobre a dos profetas e dos anjos é enfatizar, diante dos que
experimentaram a salvação em Cristo, que devem levar muito a sério o testemunho
e doutrina originais de Cristo e dos apóstolos. Por isso, devemos dar muita
atenção à Palavra de Deus, ao nosso relacionamento com Cristo e à direção do
Espírito Santo (Gl 5.16-25). (1) A negligência, o descuido ou a falta de
interesse, é desastroso. O crente que, por negligência, desconhece a verdade e
os ensinos do evangelho, corre o grande perigo de ser arrastado rio abaixo além
do porto seguro, onde não há mais segurança. (2) Assim como todos os
endereçados de Hebreus, todo cristão é tentado a tornar-se indiferente para com
a Palavra de Deus. Por causa de descuido e desinteresse, é fácil começarmos a
prestar menos atenção às advertências de Deus (v. 2), cessarmos de perseverar
em nossa luta contra o pecado (12.4; 1 Pe 2.11), e aos poucos desviar-nos do
Filho de Deus, Jesus Cristo (vv. 1-3; 6.4-8; 10.31,32; ver Rm 8.13 nota).
2.4
TESTIFICANDO...DEUS COM ELES. O Espírito Santo, através
do escritor de Hebreus, reafirma que Deus confirmou e aprovou a mensagem do
evangelho com sinais, prodígios, milagres e dons do Espírito Santo (At 2.22).
Depois da sua ressurreição, Cristo prometeu que a confirmação milagrosa da
mensagem do evangelho acompanharia todos aqueles que cressem (ver o estudo
SINAIS DOS CRENTES). Deus deseja que o testemunho do crente seja mais do que
simples palavras (Mc 16.20; Jo 10.25; At 2.22,43; 1 Co 2.4,5; Gl 3.5; 1 Ts 1.5;
1 Pe 1.12; ver At 4.30 nota)
2.8 AINDA NÃO VEMOS QUE TODAS AS COISAS
LHE ESTEJAM SUJEITAS. Neste
mundo caído, dominado por Satanás, ainda não vemos todas as coisas sujeitas a
Cristo. Porém, Jesus já está coroado de glória e de honra no céu (v. 9), e isso
significa que os poderes malignos do mundo estão condenados à ruína total e ao
julgamento.
2.9
PROVASSE A MORTE POR TODOS. Cristo experimentou a humilhação
e o sofrimento da morte em favor de todos. Sua morte não foi uma “expiação
limitada” segundo afirmam alguns. Posto que Ele suportou o castigo dos pecados
de toda a humanidade, sua morte é eficaz em favor de todos quantos o aceitam
(ver Rm 3.25 nota)
2.10 CONSAGRASSE
PELAS AFLIÇÕES. Isso não significa que Cristo precisava
tornar-se moral e espiritualmente perfeito. O que foi aperfeiçoado foi seu
papel de “príncipe” ou guia - aquele que vai adiante, para abrir caminho para
os outros seguirem. Ele somente poderia ser o Salvador perfeito de todos
quantos crêem se primeiramente suportasse o sofrimento e a morte como ser
humano. Sua obediência e morte na cruz qualificaram-no como o representante
perfeito da humanidade caída e para levar sobre si a penalidade do pecado em
favor deles.
2.11
O QUE SANTIFICA. O que santifica é Cristo (cf.
10.10,14,29; 13.12) e, “os que são santificados” são os que foram redimidos da
culpa e do poder do pecado e separados como povo de Deus. A consagração de
Cristo para morrer por nós abre o caminho para a nossa santificação (ver estudo
A SANTIFICAÇÃO)
2.14
PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que Jesus
veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar
sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as
qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. Cristo morreu
para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para
livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com Deus
(Jo 17.3; Ap 21; 22).
2.17
MISERICORDIOSO E FIEL SUMO SACERDOTE. Cristo se
tornou um com a humanidade a fim de se tornar sumo sacerdote e, assim,
representar os crentes diante de Deus. (1) Nesse ministério, a morte do Filho
faz expiação ao remover a ira de Deus contra nós por causa dos nossos pecados
(cf. Rm 1.18; 5.10). Como resultado, agora podemos aproximar-nos de Deus com
confiança. (2) O Filho, com misericórdia, compadece-se de nós quando somos tentados
e nos socorre, porque Ele, como ser humano, experimentou sofrimento, provações
e tentações, porém sem pecar (cf. Hb 4.14,15; 2 Co 6.2).
2.18 ELE... PODE SOCORRER. Quando somos tentados a
afastar-nos de Deus e a nos entregar ao pecado, devemos orar a Cristo, pois Ele
triunfou sobre a tentação e agora como nosso sumo sacerdote, promete que nos
dará força e graça suficientes para resistirmos ao pecado. Nossa
responsabilidade é nos aproximarmos dEle nos tempos de aflição; sua
responsabilidade é socorrer-nos em tempos de necessidade (ver Hb 4.16 nota).
Hebreus 3 — Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 3
3.1
IRMÃOS SANTOS. Hebreus provavelmente foi escrito a um grupo de
cristãos judeus que, depois da sua conversão a Cristo, foram submetidos à
perseguição e ao desânimo (10.32-39). Que os destinatários de Hebreus eram
verdadeiros cristãos, nascidos de novo, fica claro pelas referências abaixo:
(1) Hb 2.1-4 fala do perigo de se desviarem da salvação; (2) em Hb 3.1, os
leitores são chamados “irmãos santos, participantes da vocação celestial”; e
(3) em Hb 3.6, onde são chamados a casa de Deus. Para mais evidências de
que os destinatários eram salvos por Cristo, ver Hb 3.12-19; 4.14-16;
6.9-12,18-20; 10.19-25,32-36; 12.1-29; 13.1-6,10-14,20,21.
3.1
APÓSTOLO E SUMO SACERDOTE. Segundo o antigo concerto, Moisés
(vv. 2-5) era o apóstolo (i.e., pessoa enviada por Deus, com a sua autoridade)
e, Arão (5.1-5), o sumo sacerdote do povo de Deus. Agora, sob o novo concerto,
esses dois ofícios, apostólico e sacerdotal estão reunidos na pessoa de Jesus.
3.6
SE... CONSERVARMOS FIRME... ATÉ AO FIM. As
declarações condicionais de Hebreus merecem atenção especial (ver Hb 2.3;
3.6,14; 10.26) porque advertem que a salvação é condicional. (1) A segurança do
crente em Cristo é mantida somente enquanto ele coopera com a graça de Deus
perseverando na fé e na santidade até o fim da sua existência terrena. Essa
verdade foi enfatizada por Cristo (Jo 8.31; Ap 2.7,11,17,25,26; 3.5,11,12,21) e
é uma admoestação repetida em Hebreus (Hb 2.1; 3.6,14; 4.16; 7.25; 10.34-38;
12.1-4,14). (2) A salvação assegurada aos membros da igreja que deliberadamente
pecam nas igrejas, hoje tão em voga nalguns círculos, não tem lugar no NT (Ap
3.14-16; ver Lc 12.42-48 nota; Jo 15.6 nota).
3.7 DIZ O ESPÍRITO SANTO. Assim como os demais escritores do
NT, o escritor de Hebreus considera as Escrituras, no sentido final e pleno,
como as palavras do Espírito Santo e não como meras palavras dos homens (cf. Hb
9.8; 10.15; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21; ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS
ESCRITURAS). Ao lermos a Bíblia, não devemos pensar que estamos lendo
simplesmente com dificuldade na penosa estrada deste mundo. Ao morrermos no
Senhor, entramos no seu repouso perfeito no céu (ver a nota seguinte)
Hebreus 4 — Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 4
4.9
RESTA... UM REPOUSO. O repouso prometido por Deus não
é somente o terrestre, mas também o celestial (vv. 7,8; cf. Hb 13.14). Para os
crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10,16).
Entrar nesse repouso final significa o cessar do labor, dos sofrimentos e da
perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra (cf. Ap 14.13); significa
participar do repouso do próprio Deus e experimentar eterna alegria, deleite,
amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim
(Ap 21,22).
4.11
PROCUREMOS, POIS, ENTRAR. À luz da bênção gloriosa do
estado eterno e da terrível sorte dos que não entrarão ali, o crente deve
esforçar-se diligentemente para alcançar o lar celestial do povo de Deus. Isso
requer nosso esforço em direção ao alvo celestial (Fp 3.13,14), apego à Palavra
(v. 12) e dedicação à oração (v. 16).
4.12
A PALAVRA DE DEUS. A palavra de Deus mostra quem vai
entrar no repouso de Deus. Ela é uma espada cortante que penetra no mais íntimo
do nosso ser para discernir se nossos pensamentos e motivos são espirituais ou
não (vv. 12,13). Tem dois gumes e corta, ou para nos salvar ou para nos
condenar à morte eterna (cf. Jo 6.63; 12.48). Por isso, nossa atitude para com
a palavra de Deus deve ser achegar-nos a Jesus como nosso sumo sacerdote (vv.
14-16; ver estudo A PALAVRA DE DEUS)
4.14
TEMOS UM GRANDE SUMO SACERDOTE. Ver 8.1, nota sobre o
ministério de Jesus como sumo sacerdote.
4.16 CHEGUEMOS
POIS COM CONFIANÇA AO TRONO DA GRAÇA. Porque
Cristo se compadece das nossas fraquezas (v. 15), podemos chegar com confiança
ao trono celestial, sabendo que nossas orações e petições são bem acolhidas e
ouvidas por nosso Pai celestial (cf. 10.19,20). É chamado o “trono da graça”,
porque dele fluem o amor, o socorro, a misericórida, o perdão, o poder divino,
o batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, o fruto do Espírito Santo
e tudo de que precisamos em todas as circunstâncias. Uma das maiores bênçãos da
salvação é que Cristo, agora, é nosso sumo sacerdote, conduzindo-nos até a sua
presença pessoal, de modo que sempre podemos buscar a ajuda de que carecemos.
Hebreus 1 — Interpretação Bíblica
Hebreus 1
Jesus
Cristo, a perfeita revelação de Deus 1.1-3
Usando um estilo elevado e solene, o autor começa com uma exposição teológica a respeito da pessoa e obra do Filho de Deus, Jesus Cristo. Enfatiza que o Deus Criador do Universo falou ao seu povo por meio dos profetas e enviou Jesus para cumprir a missão de purificar os seres humanos de seus pecados (v. 3). Esses versículos lembram a introdução ao Evangelho de João (Jo 1.1-5).
Usando um estilo elevado e solene, o autor começa com uma exposição teológica a respeito da pessoa e obra do Filho de Deus, Jesus Cristo. Enfatiza que o Deus Criador do Universo falou ao seu povo por meio dos profetas e enviou Jesus para cumprir a missão de purificar os seres humanos de seus pecados (v. 3). Esses versículos lembram a introdução ao Evangelho de João (Jo 1.1-5).
1.1 nossos
antepassados O povo de Israel dos tempos do AT (At 7.51-52).
1.2 nestes
últimos tempos ele nos falou por meio do seu Filho A vida e obra
de Cristo dão início aos últimos tempos. Deus falou por meio do seu Filho, e
esta é a palavra final e definitiva que Deus dirige aos seres humanos. possuir
todas as coisas Isto é, por ser Filho único, ele herdará do Pai tudo o
que é dele (Rm 8.17). por meio dele que Deus criou o Universo Jo
1.3; 1Co 8.6; Cl 1.16.
1.3 a
perfeita semelhança do próprio Deus Cl 1.15; 2Co 4.4. purificado Ver
Hb 9.14, n. sentou-se no céu Isso se refere tanto à
ressurreição como à ascensão de Cristo (ver também Fp 2.9a). do lado
direito A posição de honra e autoridade (Sl 110.1; Mt 22.44; At
2.34-35; 1Co 15.25; Ef 1.20; 1Pe 3.22; Hb 8.1; 10.12; 12.2).
O Filho e
os anjos 1.4-14
O autor começa a
mostrar que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é superior a tudo e a todos (ver
Intr. 2.3), começando pelos anjos (1.4—2.12). Para fazer isso, o autor cita
sete passagens do AT. Em geral, ele cita o texto grego da Septuaginta, ao invés
de fazer uma nova tradução do texto original hebraico. Isso explica a diferença
entre o texto do AT citado aqui em Hebreus (por exemplo, o Sl 104.4, citado no
v. 7) e o mesmo texto na tradução do AT da Nova Tradução na Linguagem de Hoje
(NTLH). Acontece que, ao traduzir Sl 104.4, a NTLH traduz o texto original
hebraico. Ao traduzir a citação do Sl 104.4 em Hb 1.7, a NTLH traduz o texto
grego que o autor da Carta aos Hebreus tirou da Septuaginta.
1.4 lhe deu
um nome O nome de “Filho” (v. 5), que nenhum anjo tem.
1.5 Você é
o meu Filho Sl 2.7, onde o salmista, o rei de Israel, diz o que
o Senhor Deus tinha dito isso a ele. Já em At 13.33, o Sl 2 é aplicado à
ressurreição de Jesus. Eu serei o Pai dele 2Sm 7.14, onde o
profeta Natã está falando com o rei Davi a respeito de Salomão, o filho de
Davi, a quem Deus faz essa promessa (1Cr 17.13).
1.6 o seu
primeiro Filho Rm 8.29; Cl 1.15,18; Ap 1.5. Que todos os
anjos de Deus o adorem Dt 32.43 conforme a Septuaginta (ver vs. 4-14,
n.). A Septuaginta traz: “Que todos os filhos de Deus o adorem”; o texto
original hebraico não inclui esta ordem de Deus.
1.7 Deus
disse A citação do Sl 104.4 segue o texto da Septuaginta; o texto original
hebraico traz: “Fazes com que os ventos sejam os teus mensageiros e com que os
relâmpagos sejam os teus servidores”. Ver vs. 4-14, n.
1.8 ele
disse As palavras que seguem (vs. 8-9) são do Sl 45.6-7.
1.9 uma
honra A honra de ser rei.
1.10 as
Escrituras também dizem Sl 102.25-27 de acordo com o texto da
Septuaginta (ver vs. 4-14, n.). Aqui, as diferenças entre o texto da
Septuaginta e o texto original hebraico são de pouca importância. Tu,
Senhor,... criaste a terra Mais uma vez, o autor aplica a Jesus um
texto que, no AT, fala sobre Deus.
1.13
Sente-se do meu lado direito Sl 110.1. O Sl 110 aparece várias
vezes no NT, quando se fala sobre a grandeza de Cristo (ver Hb 1.3, n.), e
recebe destaque também aqui na Carta aos Hebreus (Hb 8.1; 10.12-13;
12.2). inimigos como estrado debaixo dos... pés Figura de
derrota e humilhação.
1.14 ajudar Este
texto não especifica como os anjos ajudam o povo de Deus, mas tanto o AT (Gn
24.7,40; Êx 23.20,23; 1Rs 19.5-7; Sl 91.11-12; Dn 3.28) como o NT (Mt 1.20;
2.13,19; 4.11; 18.10; 28.2-7; At 5.19; 8.26; 10.3-6; 12.6-10) dão exemplos de
como Deus envia os seus anjos para ajudar o seu povo. os que vão
receber a salvação Aqui, o autor está falando da salvação que
acontecerá quando Cristo voltar (Hb 9.28).
Hebreus 2 — Interpretação Bíblica
Hebreus 2
A grande
salvação 2.1-18
Depois de mencionar
a salvação que o povo de Deus vai receber (1.14), o autor entra em maiores
detalhes a respeito dessa grande salvação (2.1-4) e do grande Salvador, Jesus
Cristo (2.5-18).
2.1 não nos
desviarmos delas Estimular os cristãos a permanecerem firmes na fé é
um dos assuntos principais desta Carta (ver Intr. 2.2.).
2.2 a
mensagem que foi dada por meio dos anjos De acordo com
At 7.38,53 e Gl 3.19, foram os anjos que deram a lei a Moisés no Monte
Sinai. receberam o castigo que mereciam Hb 3.16-19; 10.28-31.
2.3 aqueles
que a ouviram nos provaram Isso parece indicar que o autor da
Carta e os seus leitores já são da segunda geração de cristãos (ver também
13.7).
2.4 sinais
de poder, maravilhas Ver 2Co 12.12, n. os dons do
Espírito Santo At 2—4; 10.44; 1Co 12.1-11; Gl 3.2-5.
2.5 o mundo
novo que está por vir Isto é, que virá com a vinda de Jesus
Cristo no Dia Final.
2.6 alguém
afirma O texto dos vs. 6-8 é tirado de Sl 8.4-6.
2.7 dos
anjos Assim diz o texto grego, citando Sl 8.5 conforme a Septuaginta (ver
Hb 1.1-14, n.). O texto original hebraico de Sl 8.5 usa a palavra que
geralmente quer dizer “Deus”, mas que pode também ser traduzida por “deuses” ou
“anjos” (ver Sl 8.5, n.). a honra de um rei Alguns dos mais
antigos manuscritos gregos acrescentam: “Tu lhe deste poder sobre tudo o que
existe” (Sl 8.6a).
2.8 puseste
todas as coisas debaixo do domínio dele 1Co 15.27-28.
2.9 ele
morresse por todas as pessoas Mt 20.28; Mc 10.45; Ef 1.7; Fp
2.6-11; 1Tm 2.6; Tt 2.14.
2.10 tornou
Jesus perfeito Jesus não é imperfeito, no sentido de cometer
pecado (Hb 4.15). O que se quer dizer é que, por meio de seus sofrimentos e de
sua morte, ele completou a missão que Deus tinha dado para ele de ser o
Salvador de todos (vs. 17-18; 5.8-9; 7.28; ver também 10.14; 11.40; 12.23).
2.11 não se
envergonha de chamá-los de irmãos Mc 3.35; Jo 20.17.
2.12 ele
diz Jesus diz as palavras de Sl 22.22, que falam sobre sua vitória. Na
cruz, Jesus disse palavras tiradas do início do mesmo Salmo (v. 1; ver Mt
27.46, n.; Mc 15.34, n.).
2.13 Diz
também... E diz ainda São palavras do AT (Is 8.17-18) que,
segundo o autor de Hebreus, foram ditas por Jesus.
2.14 sua
morte A Carta aos Hebreus dá destaque à morte de Jesus (ver Intr. 2.3), que
livra os seres humanos do medo da morte (v. 15).
2.16 os
descendentes de Abraão Todos os que têm fé em Jesus (Rm
4.11,16,18; Gl 3.29).
2.17 ser o
Grande Sacerdote deles, bondoso e fiel no seu serviço a Deus Esta
é uma maneira de descrever a vida, morte e ressurreição de Cristo. Grande
Sacerdote Um título de Jesus que aparece várias vezes neste livro (Hb
3.1; 4.14-15; 5.5,10; 6.20; 7.26-28; 8.1-3; 9.11,25).
2.18 ele
mesmo foi tentado Hb 4.15.
Hebreus 3 — Interpretação Bíblica
Hebreus 3
Jesus e
Moisés 3.1-6
Além de ser
superior aos anjos (1.4; ver Intr. 2.3), Jesus é também mais importante do que
Moisés, o homem que Deus escolheu para ser o líder de Israel e para entregar ao
povo a sua lei. Moisés foi um servo que fez seu trabalho na casa de Deus (v.
5), enquanto Jesus é o Filho que dirige a casa de Deus (v. 6). Portanto, Jesus
é superior a Moisés.
3.1 que
Deus enviou Isso traduz a palavra grega “apóstolo”. É a única
vez, no NT, em que Jesus é chamado de “apóstolo”, embora a afirmação de que
Deus o enviou apareça em vários outros lugares (Mt 10.40; Jo 3.17; 4.34;
5.24,30,37; 6.38,44; Gl 4.4). Grande Sacerdote Ver Hb 2.17, n.
3.2 Moisés
foi fiel Hb 11.23-28. seu trabalho em toda a casa de
Deus Isto é, com o povo de Israel (Nm 12.7).
3.5
Moisés... falou das coisas que Deus ia dizer no futuro Isto é, falou
sobre aquilo que Deus ia dizer através do Filho (Hb 1.2).
3.6 Cristo
é fiel Hb 2.17. nós seremos a sua casa 1Co
3.16-17; Ef 2.20-22; 1Tm 3.15; Hb 10.21; 1Pe 2.5. se conservarmos a nossa
coragem e a nossa confiança Ver Intr. 2.1 e 2.2.
O descanso
do povo de Deus 3.7—4.13
Tomando por base o
texto de Sl 95.7-11, o autor adverte contra a falta de fé (3.12,19) e estimula
os leitores a que continuem firmes até o fim (3.14). Os israelitas se
revoltaram contra Deus e assim não entraram no descanso da Terra Prometida.
Diante disso, “há outros que vão recebê-lo” (4.6) e “ainda fica para o povo de
Deus um descanso” (4.9). Esse descanso é uma figura para falar sobre a salvação
por meio de Cristo (Hb 4.1, n.). Portanto, conclui o autor, façamos tudo para
receber esse descanso (4.11).
3.7 como
diz o Espírito Santo Hb 9.8; 10.15. Na seqüência (vs.
7b-11), o autor cita Sl 95.7-11 de acordo com o texto da Septuaginta (ver Hb
1.4-14, n.). Aqui, são de menor importância as diferenças entre o texto da
Septuaginta, citado pelo autor, e o original hebraico.
3.8 no dia
em que eles o puseram à prova no deserto Êx 17.1-7; Nm
20.1-13.
3.9
quarenta anos Este é o tempo que o povo de Israel levou para
entrar na terra de Canaã depois de ter saído do Egito (Êx 16.35; Dt 29.5).
3.12
cuidado O autor, repetidamente, adverte os leitores contra
o perigo de abandonarem a fé (ver Intr. 2.2). que nenhum de vocês tenha
um coração... descrente O que ameaça o cristão é o mesmo problema do
povo de Israel do AT: a falta de fé (vs. 14,19), que é revolta contra Deus (v.
18); ou, como diz no v. 12, o afastar-se do Deus vivo. Deus vivo Uma
expressão que aparece várias vezes nesta Carta (Hb 9.14; 10.31; 12.22). O Deus
vivo dá vida a todos e precisa ser levado a sério.
3.13 esse
“hoje” O “hoje” sobre o qual fala Sl 95.7 (ver v. 7, n.);
Hb 3.15; 4.7; ver também 2Co 6.2. Esse “hoje” vai até o dia da segunda vinda de
Cristo (Hb 9.28).
3.14 se
continuarmos firmes até o fim Ver Intr. 2.2.
3.15 as
Escrituras Sagradas dizem Sl 95.7-8; Hb 3.7b-8.
3.17 caíram
mortos no deserto De todas as pessoas que tinham mais de vinte anos
de idade quando o povo de Israel saiu do Egito, somente Calebe e Josué entraram
na terra de Canaã (Num 14.28-35).
3.18 Deus...
fez este juramento Sl 95.11; Hb 3.11.
Hebreus 4 — Interpretação Bíblica
Hebreus 4
4.1 o
descanso Esse descanso são as “bênçãos eternas” que Deus
prometeu (Hb 9.15). É o mesmo que o Reino do Céu (Mt 4.17) ou a vida eterna (Jo
3.16) sobre a qual fala Jesus. algum de vocês tenha falhado Ver
Intr. 2.1.
4.2 aquelas
pessoas ouviram... a boa notícia Essa boa notícia é a mesma promessa
de salvação que Deus fez a nós por meio de Cristo (Hb 1.1-2), a saber, o
“descanso” na Terra Prometida.
4.3 ele
mesmo disse Sl 95.11; Hb 3.11.
4.4 está
escrito... em alguma parte das Escrituras Sagradas Gn 2.2.
4.5 o mesmo
assunto é repetido Sl 95.11; Hb 3.11.
4.7 no
trecho das Escrituras já citado Sl 95.7-8; Hb 3.7b-8,15.
4.8 Josué O
sucessor de Moisés; ele comandou o povo de Israel na conquista da terra de
Canaã (Dt 31.8; Js 22.4).
4.10 Deus
descansou dos trabalhos dele Gn 2.2.
4.11
façamos tudo para receber esse descanso Ver Intr.
2.2.
4.12 a
palavra de Deus O que Deus diz (Hb 1.1-2) é sempre poderoso e
eficaz (Is 49.2; 55.11; Jr 23.20; Ef 6.17; Ap 1.16; 2.12).
4.13 tudo
está descoberto e aberto diante dos seus olhos Jr 11.20; Rm
8.27; 1Co 4.5.
Cristo, o
Grande Sacerdote eterno 4.14—5.10
Para que “fiquemos firmes na fé que anunciamos” (4.14), o autor apresenta Cristo como o Grande Sacerdote eterno que faz o seu trabalho na própria presença de Deus (1.3,13; 8.1-2; 9.11-12,24). O autor compara Jesus com o Grande Sacerdote da antiga aliança, mostrando as semelhanças entre eles (para as diferenças, ver (cap. 7). Duas características do Grande Sacerdote recebem destaque: o fato de ele ser capaz de compreender as nossas fraquezas (5.1-3,7-10) e o fato de ele ser chamado por Deus (5.4-6).
Para que “fiquemos firmes na fé que anunciamos” (4.14), o autor apresenta Cristo como o Grande Sacerdote eterno que faz o seu trabalho na própria presença de Deus (1.3,13; 8.1-2; 9.11-12,24). O autor compara Jesus com o Grande Sacerdote da antiga aliança, mostrando as semelhanças entre eles (para as diferenças, ver (cap. 7). Duas características do Grande Sacerdote recebem destaque: o fato de ele ser capaz de compreender as nossas fraquezas (5.1-3,7-10) e o fato de ele ser chamado por Deus (5.4-6).
4.14
fiquemos firmes Ver Intr. 2.2. temos um Grande Sacerdote Hb
2.17; 3.1. Esse Grande Sacerdote, que é Cristo, compreende as nossas fraquezas
(Hb 4.15a); foi tentado, mas não pecou (Hb 4.15b; 5.1-3; 7.26); foi chamado por
Deus (Hb 5.4-5,10; 7.28a); é eterno (Hb 5.6; 7.20-21,24; 7.28b); é autor da
salvação eterna (Hb 5.7-9; 7.25). entrou na própria presença de Deus Uma
vez por ano, no Dia do Perdão, o Grande Sacerdote dos judeus entrava no Lugar
Santíssimo e ali oferecia sacrifícios para tirar os pecados do povo. Mas Jesus
entrou na presença de Deus no céu. Hb 9.11-14,24-26.
4.15
compreender as nossas fraquezas Hb 2.14-18. foi tentado do
mesmo modo que nós Mt 4.1-11; Lc 4.1-13. não pecou Hb
7.26; Jo 8.46; 2Co 5.21; 1Pe 2.22; 3.18; 1Jo 3.5. Se isso não fosse verdade,
Jesus não poderia ser o Grande Sacerdote que nos ajuda (Hb 9.14).
4.16
cheguemos perto do trono divino Por meio de Cristo, o trono divino
não é mais um lugar que nos assusta (Hb 12.18-21), mas um lugar onde
encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda.
Hebreus
1 — Explicação das Escrituras
1.1 — Hebreus começa como tese, prossegue como sermão e conclui como carta. A revelação de Deus é concedida em dois estágios: pelos profetas do At e por meio de Cristo no NT. João 1.1 afirma que Cristo é a Palavra (logos) de Deus; Hb 1.1,2 declara que Ele é a palavra final. Sua pessoa determina a interpretação da Palavra de Deus falada. Pelos profetas. Lit. “nos profetas” indicando a inspiração clara do AT.
1.2 — Últimos
dias. A vinda do Messias dá inicio ao período
escatológico. Falou. O uso do aoristo no grego
indica finalidade. Pelo Filho. Falta o artigo no grego.
Deus se revelou ”filialmente”.
1.2b-3 — Sete
declarações acerca de Cristo revelam Sua majestade e poder: 1) Cristo é
herdeiro de todas as coisas (Ef 1.20-23). 2) Ele é o agente da Criação (cf. Jo
1.3). 3) Ele é o brilho que irradia de Deus que é luz (1 Jo 1.5). 4) Ele
manifesta a verdadeira natureza de Deus (2 Co 4.4; Cl 1.5). 5) Sua palavra
poderosa sustenta o universo (Cl 1.17). 6) Ele é o sacerdote que oferece a
si mesmo como Sacrifício para purificar os pecados (Jo 1 29). 7) Ele ocupa
o trono soberano à direita de Deus (Sl110.1; Ef 4.10). Assentou-se. Cristo,
o Sumo Sacerdote, assentou-se porque Sua obra foi consumada. Os sacerdotes
judaicos continuam em pé (10.11).
1.5-13
— Sete passagens citadas do AT sustentam o argumento
que Cristo é superior aos anjos. • N. Hom. A Superioridade de
Cristo. 1) Sendo Deus, o Filho primogênito, os anjos O adoram (5, 6), 2)
Sendo Deus, onipotente Rei, os anjos Lhe obedecem (7-9). 3) Sendo Deus,
eterno Criador, os anjos O servem (10-14).
1.6
— Introduzir. Pode referir-se à Segunda Vinda,
ainda no futuro.
1.7 — Este v. destaca o contraste entre as
posições de Cristo e dos anjos ou a distinção entre a eternidade daquele e
o evanescer destes.
1.9 — Companheiros. São
os “muitos filhos” (2.10) conduzidos à gloria.
1.10 — Há distinção de natureza entre a
Criação e o Criador. Deus não necessita do universo, mas a Criação não
pode existir sem Deus. Na LXX (Septuaginta), que Hebreus cita, Deus Se
dirige ao Filho, chamando-O Senhor” (cf. também Sl 110.1).
1.14 — O serviço dos anjos ministradores tem
como objetivo o benefício dos herdeiros da salvação, i.e., os cristãos.
Hebreus
2 — Explicação das Escrituras
2.1
— Desviemos. Lit. “sermos levados pela
correnteza”.
2.2
— A supremacia de Cristo sobre os anjos destaca a superioridade da
segunda aliança sobre a primeira ministrada por anjos no Sinai.
2.3
— Negligenciarmos. Os hebreus, destinatários
desta epístola, estavam deixando a comunhão da igreja e dos cultos
(10.25). Foi-nos depois confirmada. Em contraste
com Paulo, o autor de Hebreus não reivindica alguma revelação: direta de
Cristo (cf. GI 1.15-17e Lc 1.2).
2.4
— Distribuições. Cf. aos dons do Espírito (1 Co
12.11; Gl 3.5).
2.5
— Mundo (gr oikoumenen, “a
sociedade organizada dos homens”). Baseando-se em Dt. 32.8 (LXX), o
autor nota que ainda que a administração deste mundo foi conferida
a anjos, não foi assim corri a Nova Sociedade. O mundo novo será governado
por Cristo, junto com Seus seguidores (2 Tm 2.12).
2.6-8 — O
homem. A passagem citada (Sl 8.4-6) tem Adão em vista.
A ele Deus deu soberania sobre tudo (Gn 1.26ss). Filho de homem. No
primeiro século, sob a influência de Dn 7.13 ss e do livro apocalíptico de
Enoque este título provavelmente denotava o Messias. No NT este termo é
usado. exclusivamente por Jesus, referindo-Se a Si mesmo (81 vezes).
Exceções: At 7.56; Ap 1.13 onde falta o artigo, “um filho de homem”.
2.8
— Ainda não. A soberania que Adão devia ter
exercido, progressivamente, (com e por meio dos seus descendentes) não se
realizou. Ele mesmo foi conquistado pelo diabo e a morte em castigo do
pecado(14).
2.9
— Aquele. Jesus, pela Sua encarnação, Se
tornou homem, o último Adão (1 Co 15.45), para poder padecer a morte
substitutiva por todos.
2.10
— Cristo é o Autor (lit. “iniciador”) e condutor dos filhos de Adão
à glória que Deus tencionou para a humanidade. Autor (gr archegõn) também
em At 3.15, 5.31; Hb 12.2. Aperfeiçoasse. Só por meio
da Sua paixão é que Cristo pode Se tornar nosso perfeito Salvador (18).
2.11
— Santifica. A salvação (3) consiste na
separação de homens da natureza adâmica para Deus. De um só. Cristo
e os filhos de Deus surgem do mesmo estoque, que é Deus.
2.12
— Congregação (gr ekklesia). Só
“irmãos” de Cristo, participantes (14) de Sua natureza pelo Espírito, são membros
da Igreja.
2.13.14
— Junto com o termo “irmãos” (11, 12) “filhos” destaca a
solidariedade de Jesus com os salvos. No Seu nascimento, Ele compartilhou
nossa “carne e sangue”. Na Sua morte, Ele levou nosso castigo. Destruísse. A
cruz de Cristo marcou a derrota do diabo e suas pretensões (1 Jo
3.8). • N. Hom. O Redentor vinculou-Se aos Seus irmãos por:
1) parentesco; 2) substância (“carne e sangue”); 3) experiência (18).
2.15
— Pavor. O temor da morte escraviza os
homens.
2.16
— Socorre. Aos anjos caídos (demônios) não é
concedida, a graça salvadora de Deus. Não foram enganados como Adão. Descendência
de Abraão. São todos os que se entregam a Deus pela fé (Gl
3.7).
2.17
— Propiciação. Significa “cobrir”, “apagar”;
Trata-se de pecados absolvidos e comunhão restaurada com Deus.
Hebreus
3 — Explicação das Escrituras
3.1,2 — Cristo é
o Apóstolo (representante) perfeito de Deus entre os homens. Sumo Sacerdote. Ele
é nosso perfeito representante diante de Deus. Sua fidelidade se mostrou na
consumação dai obra que Deus lhe deu (Jo 17.4). Casa. Isto
é, “família”.
3.4
— Aquele. O filho de
Deus, agente e herdeiro da Criação, obviamente tem o direito de mandar;
Moisés tinha o direito de servir.
3.5
— Testemunho. Moisés como profeta falou da
vinda de Cristo.
3.6
— Até ao fim. A prova da realidade da
regeneração é a fidelidade.
3.7
— Diz o Espírito Santo. Novamente
encontramos a inspiração do AT. Se ouvirdes... Melhor
a tradução do original heb em Sl 95.7.
3.8.9
— No original, provocação e tentação são
nomes - Meribá e Massá.
3.13
— Endurecido. O engano do pecado produz
endurecimento (cf. 2.8; Jr 17.9). Tanto Satanás como nosso próprio coração
querem nos convencer que atitudes e práticas erradas não são pecaminosas.
3.14
— Participantes (gr entochoi; cf.
2.14). Cristo participou em nossa subjugação à morte. Pela ressurreição
conquistou o poder sobre a morte por todos nós. Confiança (gr hupostasis). “Certeza”
em 11.1.
3.15
— Hoje. I.e., nesta época da graça, a
palavra de Deus precisa ser ouvida diariamente com coração disposto a
obedecer.
3.16
— É muito perigoso concluir que a maioria está sempre certa. A
democracia na igreja pode ser instrumento de Deus ou do diabo.
3.17
— Pecaram. A Bíblia encara a rebelião da
incredulidade como pecado dos mais graves. O Êxodo não garantiu entrada na
Terra.
3.18
— Descanso. Cf. 4.5n. Aponta para o
recebimento completo dos benefícios prometidos por Deus.
Hebreus
4 — Explicação das Escrituras
4.2 — A
palavra... Cf. Rm 10.16s e Is 53.1. A mensagem do
evangelho exige a aceitação da fé. Acompanhada. Lit.
“unida”. A fé compromete o ouvinte com a mensagem; não se pode livrar da
sua obrigação. Anunciadas as boas novas. Lit.
“evangelizadas”.
4.4
— Ao sétimo dia. O sábado cristão é guardado pela
fé por aquele que descansa nas promessas de Deus em Cristo.
4.5
— Meu descanso. Deus compartilha conosco Seu
próprio descanso (cf. Gn 2.3). Este descanso espiritual ficou à disposição
dos homens desde o Éden, e o término da Criação, mas foi exposto
claramente na Nova Criação.
4.7,8 — Sendo que
Deus oferecia Seu descanso no tempo de Davi, fica patente que Ele não fala
a conquista da terra da Palestina no salmo 95.
4.9.10
— Repouso (gr sabbatismos). 1
Refere-se ao descanso de sábado providenciado na morte e ressurreição de
Cristo (cf. Jo 5.19). Este repouso é celestial, mas é usufruído nesta vida
pela fé (cf. Jo 14.2, 24). Descansou de suas obras. Quem
confia na obra perfeita de Cristo que iniciou a Nova Criação não tentará
ganhar a salvação por boas obras. • N. Hom. 4.12 O
Potencial da Palavra de Deus. 1) Sendo viva, concede a vida. 2)
Sendo eficaz, transforma o ouvinte fiel. 3) Tendo dois gumes, corta
primeiramente quem à usa e depois aqueles que recebem seu ministério. 4)
Sendo cortante, traz à luz os motivos obscuros do subconsciente (1 Co
4.5). 5) Apta para discernir (gr kritikos), julga os valores.
4.13
— Patentes. O gr tem o
significado de um lutador que, tendo derrotado seu adversário, dobra o seu
pescoço até a submissão total.
4.14
— Penetrou os céus. Cristo passou pelos céus
para ocupar Sua suprema transcendência e autoridade (7,26; Ef 4.10; Fp
2.9-11).
4.15
— A divina majestade de Cristo, não nega em nada Sua humanidade.
Ele simpatiza conosco porque sentiu o pleno poder da tentação. •
N. Hom. 4.16 (vv. 1-16). A Poderosa Palavra de Deus. 1) Ela nos
adverte acerca dos perigos que enfrentamos (1-11). 2) Revela o julgamento
de Deus sobre a nossa natureza (12, 13). 3) É a provisão divina para
nossas necessidades (14-16).
HINOS SUGERIDOS
295, 396 e 620 da Harpa Cristã.
Novo Canto de Louvor
Novo
canto de louvor, Canta já meu coração;
Hino de paz a de amor, Que me traz consolação.
Hino de paz a de amor, Que me traz consolação.
Ouve
quão doce e o louvor,
Ao Cordeiro divinal!
Jesus, canto inspirador, Harmonia angelical
Ao Cordeiro divinal!
Jesus, canto inspirador, Harmonia angelical
Canto
hinos de louvor, Porque Cristo me salvou
Deste mundo enganador; Sobre a rocha me firmou
Deste mundo enganador; Sobre a rocha me firmou
Este
canto novo é Cada noite que passar;
Sombras dão lugar à fé, Se a Deus louvor cantar.
Sombras dão lugar à fé, Se a Deus louvor cantar.
Quando
o coração vibrar, Os acordes lá do céu,
E da rola a voz soar, No jardim do nosso Deus.
E da rola a voz soar, No jardim do nosso Deus.
Quando
meu Jesus voltar, E levar-me com os Seus,
Inda eu irei cantar, Este hino lá nos céus.
Inda eu irei cantar, Este hino lá nos céus.
No céu,
hino de louvor, Canta a grande multidão.
Vinde às bodas de amor, Ao banquete do perdão.
Vinde às bodas de amor, Ao banquete do perdão.
Além de Nosso Entendimento
Muito além do nosso entendimento,
Alto mais que todo o pensamento,
Glorioso em seu sublime intento,
É o amor de Deus, sem par.
Glorioso em seu sublime intento,
É o amor de Deus, sem par.
Grande amor! Amor de Deus!
Enche a terra e enche os céus!
Grande amor! Amor que abrange
A todo o mundo e atinge a mim!
Enche a terra e enche os céus!
Grande amor! Amor que abrange
A todo o mundo e atinge a mim!
Fez um sacrifício infinito
Dum valor imenso, inaudito;
Dando-nos o Filho Seu bendito;
Calculei o amor de Deus!
Dum valor imenso, inaudito;
Dando-nos o Filho Seu bendito;
Calculei o amor de Deus!
Grande, foi mui grande o meu pecado;
Triste, perigoso o meu estado;
Mas o amor que nunca foi sondado
Me salvou - o amor de Deus!
Triste, perigoso o meu estado;
Mas o amor que nunca foi sondado
Me salvou - o amor de Deus!
Foi quem perdoou os pecadores,
Rogos atendeu de malfeitores,
Quem sarou os pobres sofredores,
Esse imenso amor de Deus!
Rogos atendeu de malfeitores,
Quem sarou os pobres sofredores,
Esse imenso amor de Deus!
Na Jornada Para o Céu
Na
jornada para o Céu,
Vivo sempre a meditar.
Muito alegre vou cantando
E seguindo pro meu lar.
Muito alegre vou cantando
E seguindo pro meu lar.
Vivo sempre a meditar.
Muito alegre vou cantando
E seguindo pro meu lar.
Muito alegre vou cantando
E seguindo pro meu lar.
Sei que
é certa a vitória,
Que Jesus me garantiu:
Eu vou chegar à Glória (bis)
Que o mortal inda não viu.
Que Jesus me garantiu:
Eu vou chegar à Glória (bis)
Que o mortal inda não viu.
Caminhando
com Jesus,
Meu prazer sempre aumentou:
Revelou-me o amor da cruz,
Que meus crimes perdoou
Revelou-me o amor da cruz,
Que meus crimes perdoou.
Meu prazer sempre aumentou:
Revelou-me o amor da cruz,
Que meus crimes perdoou
Revelou-me o amor da cruz,
Que meus crimes perdoou.
Um
clarão da luz do Céu
Minha alma iluminou
Então vi o abismo eterno
Do qual Deus já me salvou.
Então vi o abismo eterno
Do qual Deus já me salvou.
Minha alma iluminou
Então vi o abismo eterno
Do qual Deus já me salvou.
Então vi o abismo eterno
Do qual Deus já me salvou.
Nesta senda gloriosa,
Me ajude o meu Rei:
Tenho paz, e mui ditosa,
E mais paz no Céu terei.
Tenho paz, e mui ditosa.
E mais paz no Céu terei.
Me ajude o meu Rei:
Tenho paz, e mui ditosa,
E mais paz no Céu terei.
Tenho paz, e mui ditosa.
E mais paz no Céu terei.
Hebreus 3
1 Portanto, meus
irmãos, a quem Deus separou para si e a quem chamou para participarem da vida
celestial, atentem para o enviado de Deus e o supremo sacerdote da fé que
proclamamos,
2 o qual cumpriu
fielmente a missão que Deus lhe designou, tal como Moisés serviu fielmente na
casa de Deus.
3 Mas Jesus é
muito superior a Moisés, da mesma maneira que o homem que constrói uma casa tem
mais mérito do que a própria casa em si.
4 Ora se é verdade
que não há casa que não tenha sido construída por alguém, não menos verdade é
que quem construiu tudo o que existe foi Deus.
5 É bem certo que
Moisés serviu com toda a fidelidade na casa de Deus, mas o que ele fez foi um
serviço, o de anunciar aquilo que havia de ser revelado mais tarde.
6 Mas Cristo é
fiel e responsável como Filho sobre a sua própria casa, a qual casa somos nós
próprios, se conservarmos a nossa confiança até ao fim, assim como a exultação
da esperança no Senhor.
7 Portanto o
Espírito Santo nos avisa, como está escrito:Se hoje ouvirem a sua voz, não
endureçam os vossos corações, como fizeram na rebelião,durante o tempo de prova
no desertoonde os seus pais tentaram a minha paciência li vossos pais duvidaram
de mim, mesmo depois de terem visto tudo o que eu podia fazer urante quarenta
anos andei desgostoso com esta geração, disse o Senhor. É um povo que erra
constantemente ecusa aceitar os meus caminhos or isso jurei, na minha
cólera,que não entrariam no meu descanso.
8 Tomem então
cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês se afaste para longe do Deus vivo,
levado pelo seu coração mau e incrédulo
9 Pelo contrário,
procurem encorajar-se uns aos outros enquanto dura esse tempo de hoje, a fim de
que ninguém endureça o seu coração pelo engano do pecado.
10 Porque se
mantivermos firmemente até ao fim a nossa confiança no Senhor, como quando nos
tornámos cristãos, participamos de tudo o que pertence a Cristo.
11 Então, não
esqueçamos este aviso: Se hoje ouvirem a sua voz, não endureçam os vossos
corações, como quando eles provocaram Deus.
12 E quem foram
esses que, depois de ouvirem Deus falar-lhes, o provocaram? Não foram
porventura os que por meio de Moisés saíram do Egipto? e
13 E não foram
esses que durante quarenta anos tanto exasperaram Deus e pecaram, tendo os seus
cadáveres ali ficado no deserto? d
14 E não foram eles
a quem Deus declarou, com juramente, que não haviam de entrar e repousar na
terra? Pois foram esses mesmos que lhe desobedeceram.
15 E não puderam
entrar por causa da sua incredulidade.
Hebreus 1-
Católica
1 Muitas vezes e
de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas.
2 Ultimamente nos
falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas
as coisas.
3 Esplendor da
glória {de Deus} e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua
palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à
direita da Majestade no mais alto dos céus,
4 tão superior aos
anjos quanto excede o deles o nome que herdou.
5 Pois a quem
dentre os anjos disse Deus alguma vez: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei {Sl
2,7}? Ou então: Eu serei seu Pai e ele será meu Filho {II Sm 7,14}?
6 E novamente, ao
introduzir o seu Primogênito na terra, diz: Todos os anjos de Deus o adorem {Sl
96,7}.
7 Por outro lado,
a respeito dos anjos, diz: Ele faz dos seus anjos sopros de vento e dos seus
ministros chamas de fogo {Sl 103,4},
8 ao passo que do
Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste para a eternidade. O cetro do teu
Reino é cetro de justiça.
9 Amaste a justiça
e odiaste a iniquidade. Por isso, ó Deus, o teu Deus te ungiu com óleo de
alegria, mais que aos teus companheiros {Sl 44,7s};
10 e ainda: Tu,
Senhor, no princípio dos tempos fundaste a terra, e os céus são obra de tuas
mãos.
11 Eles passarão,
mas tu permaneces. Todos envelhecerão como uma veste;
12 tu os envolvas
como uma capa, e serão mudados. Tu, ao contrário, és sempre o mesmo e os teus
anos não acabarão {Sl 103,26s}.
13 Pois a qual dos
anjos disse alguma vez: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus
inimigos por escabelo dos teus pés {Sl 109,1}?
14 Não são todos os
anjos espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles
que devem herdar a salvação?
Hebreus 3 Estudo: Jesus é Superior a
Moisés
Em Hebreus 3, o autor começa explicando porque Jesus Cristo é
superior a Moisés. Isso ocorre porque o profeta dirigiu a casa terrena de
Deus, Jesus,
por sua vez dirige a casa eterna de Deus que somos nós.
Ao dizer isso, ele alerta mais uma vez para a necessidade de
ouvirmos a voz de Deus e sermos obedientes a ela. Ele cita o exemplo dos
hebreus no deserto, que ouviram a voz do Senhor mas preferiram seguir o pecado.
A resistência
a voz de Deus é fruto de um coração endurecido pelo ceticismo e
incredulidade, algo que produz a ira de Deus e a morte.
Esboço de Hebreus 3:
Hebreus 3.1 – 6: Jesus Cristo é superior a Moisés
Hebreus 3.7 – 11: Devemos ouvir a voz de Deus
Hebreus 3.12 – 14: O perigo de um coração endurecido
Hebreus 3.15 – 19: As consequências da incredulidade
Digno de Maior Glória
“Jesus foi considerado digno de
maior glória do que Moisés, da mesma forma que o construtor de uma casa tem
mais honra do que a própria casa. Pois toda casa é construída por alguém, mas
Deus é o edificador de tudo”. (Hebreus 3.3,4)
Nesses versículos, temos a
aplicação da doutrina esboçada no final do último capítulo com respeito ao
sacerdócio de nosso Senhor Jesus Cristo.
A maneira ardente e afável com
que o apóstolo exorta os cristãos a terem em alta conta esse sumo sacerdote, e
fazerem dele o objeto de seu profundo e sério exame.
E certamente ninguém na terra
nem no céu merece mais a nossa consideração do que Ele. Para que essa exortação
se torne mais eficiente, observe a saudação honrosa usada para com aqueles a
quem ele escreve: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação
celestial”.
Irmãos, não somente meus
irmãos, mas os irmãos de Cristo, e nele irmãos de todos os santos. Todos no
povo de Deus são irmãos, e deveriam se amar e viver como irmãos.
Irmãos santos; santos não só de
confissão e título, mas em princípio e prática, de coração e vida. Alguns
transformaram isso em motivo de zombaria: “Esses”, assim dizem eles, “são os
santos irmãos”; mas é perigoso fazer gracejos com ferramentas tão afiadas;
“…não mais escarneçais, para que vossas ligaduras se não façam mais fortes”
(Isaías 28.22).
Deixem que os que são assim
desprezados e zombados se esforcem em ser de fato irmãos santos, e se mostrem
aprovados diante de Deus; e eles não precisam se envergonhar do título nem ter
medo dos escárnios dos profanos.
Está chegando o dia em que os
que fazem disso motivo de vergonha o considerariam sua grande honra e felicidade
se pudessem ser recebidos nessa santa irmandade.
Participantes da Vocação Celestial
Participantes dos meios da
graça, e do Espírito da graça, que veio do céu, e por meio do qual os cristãos
são de forma eficaz chamados das trevas para a maravilhosa luz.
Esse chamado que traz o céu à
alma dos homens, elevando-os a uma disposição e a conversas celestiais, e os
prepara para viverem para sempre com Deus no céu.
Os títulos que ele dá a Cristo,
a quem ele quer que eles considerem como o apóstolo da nossa confissão, o
primeiro-ministro da igreja do evangelho, um mensageiro e o principal
mensageiro enviado por Deus aos homens, com a mais importante missão.
O grande revelador daquela fé
em que professamos crer e da esperança que professamos ter. Não somente como o
apóstolo, mas também como o sumo sacerdote da nossa profissão de fé, o
principal ministrante do Antigo Testamento. Como também do Novo, o cabeça da
igreja em qualquer estado, e em cada dispensação, de cuja satisfação e
intercessão confessamos depender para o perdão dos pecados e a aceitação por
parte de Deus.
Como o Cristo, o Messias, o ungido e em todas as formas qualificado para a missão tanto de
apóstolo quanto de sumo sacerdote.
Como Jesus, nosso
Salvador, o que nos cura, o grande médico da nossa
alma, tipificado na serpente de bronze que Moisés levantou no deserto, para que
os que haviam sido picados pelas serpentes de fogo pudessem olhar para Ele e
ser salvos. (Henry, Matthew, Comentário de Atos a Apocalipse)
OBJETIVO GERAL
Evidenciar a superioridade de Jesus em relação ao legislador
Moisés.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Apresentar a
superioridade da vocação, da missão e da mediação de Jesus em relação a Moisés;
II. Exprimir a
autoridade maior de Jesus em relação a Moisés;
III. Esclarecer a
superioridade do discurso de Jesus em relação ao de Moisés.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A Antiga Aliança apresenta Moisés como “apóstolo”, isto é, o
mensageiro de Deus da Aliança com o povo de Israel, e o seu irmão Arão, como
sumo sacerdote do povo de Deus, respectivamente. Essa dispensação deu lugar a
uma nova ordem, a um novo concerto em que Cristo Jesus se apresenta como
executor desses dois ofícios. Agora, Ele é o apóstolo da Nova Aliança e o Sumo
Sacerdote perfeito. Essa verdade é que permeia toda a lição.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor dá início ao capítulo três fazendo um contraste entre
Moisés e Cristo. Ele estava consciente da grande estima que seus compatriotas
tinham pela figura do grande legislador hebreu, Moisés. Em nenhum momento desse
contraste o autor deprecia a pessoa de Moisés, mas sempre o coloca como um
homem fiel a Deus na execução de sua obra. Entretanto, mesmo tendo assumido a
grande missão de conduzir o povo rumo à Terra Prometida, Moisés não poderia se
equiparar a Jesus, o Autor da nossa fé. O contraste entre Moisés e Cristo é bem
definido: Moisés é visto como um administrador da casa, Jesus como Edificador;
Moisés é retratado como servo, Jesus como Filho; Moisés foi enviado em uma
missão terrena, Jesus numa missão celestial, eterna.
PONTO CENTRAL
A
carta de Hebreus revela a superioridade de Jesus em relação a Moisés quanto à
tarefa, à autoridade e o discurso.
I. UMA TAREFA SUPERIOR
1. Uma vocação superior. O autor introduz a seção
vv.1-6
1 Portanto,
santos irmãos, participantes do chamado celestial, fixem os seus pensamentos em
Jesus, apóstolo e sumo sacerdote que confessamos.
2 Ele foi
fiel àquele que o havia constituído, assim como Moisés foi fiel em toda a casa
de Deus.
3 Jesus foi
considerado digno de maior glória do que Moisés, da mesma forma que o
construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa.
4 Pois toda
casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo.
5 Moisés foi
fiel como servo em toda a casa de Deus, dando testemunho do que haveria de ser
dito no futuro, 6 mas Cristo é fiel como Filho sobre a casa de
Deus; e esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à
esperança da qual nos gloriamos.
tomando
como ponto de partida o que havia dito anteriormente — Jesus era o autor e
mediador da nossa salvação (Hb 2.14-18: 14. Portanto,
visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa
condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte,
isto é, o diabo, 15. e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram
escravizados pelo medo da morte.
16. Pois é claro que não é a anjos
que ele ajuda, mas aos descendentes de Abraão.
17. Por essa razão era necessário
que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se
tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus e fazer
propiciação pelos pecados do povo.
18 Porque, tendo em
vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que
também estão sendo tentados.).
Tomando por base esse conhecimento, seus leitores, a quem ele
chama afetuosamente de irmãos santos, deveriam ficar atentos ao que seria dito
agora (Hb 3.1 1. Por isso, irmãos santos, participantes da vocação
celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa
confissão, 2. Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda
a sua casa.). Eles não eram apenas um povo nômade pelo
deserto escaldante à procura da Terra Prometida, mas herdeiros de uma vocação
celestial. Eles deveriam se lembrar de quem os fez aptos e idôneos dessa
vocação. Nesse aspecto, os leitores de Hebreus não deveriam ter dúvida alguma
de que Jesus, como Aquele que os conduzia ao destino eterno, era em tudo
superior a Moisés, a quem coube a missão de conduzir o povo à Canaã terrena.
2. Uma missão superior. O autor pela primeira vez
usa a palavra apóstolo em relação a Jesus (Hb 3.1). A palavra apóstolo se
refere a alguém que é comissionado como um representante autorizado. Não havia
dúvida de que Moisés havia sido um enviado de Deus em uma missão, todavia, ele
não foi o “apóstolo da grande salvação”. A missão de Moisés foi tirar o povo de
dentro do Egito e conduzi-lo à Terra Prometida, mas a missão de Jesus é a de
conduzir a Igreja à Canaã celestial. A missão mosaica era daqui, a Canaã
terrena; a missão de Jesus possuía uma vocação celestial. Cristo não foi apenas
um enviado em uma missão, mas acima de tudo, o apóstolo da nossa confissão,
alguém com autoridade na missão de nos conduzir ao destino eterno.
3. Uma mediação superior. Depois de afirmar que Jesus
era “o apóstolo”, o autor também diz que Ele é o “sumo sacerdote da nossa
confissão”. Jesus era superior a Moisés, não apenas em relação à missão, mas
também em relação à função que exercia. O autor fará um contraste mais
detalhado entre o sacerdócio de Cristo e o araônico mais adiante, mas aqui os
crentes deveriam ter em mente que a mediação de Jesus era em tudo superior ao
sistema mosaico e levítico. Cristo era o mediador da nossa confissão. A palavra
“confissão” traduz o termo original homologia, que tem
o sentido primeiro de “concordância”. Quando confessamos Jesus como Salvador,
concordamos que Ele em tudo tem a primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que
tudo e do que todos; Ele, e somente Ele, é a razão do nosso viver.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Em relação a Moisés, a carta de Hebreus apresenta o Senhor Jesus
com uma vocação superior, uma missão superior e uma mediação superior.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), inicie a aula desta semana fazendo as
seguintes perguntas:
a) O que Moisés representou para o povo de Israel?
b) Qual foi o papel de Moisés no estabelecimento da Antiga
Aliança de Deus com o seu povo?
c) Por que Moisés é uma autoridade respeitada na história de
Israel?
Ouça as respostas dos alunos e em seguida faça um resumo
abordando as respostas das três perguntas a fim de amarrar as informações. A
ideia dessa atividade é familiarizar a classe com Moisés a fim de, a partir da
importância dele para o povo judeu, destacar a magnitude de Jesus Cristo como o
mediador da Nova Aliança.
CONHEÇA MAIS
A possibilidade de não chegar ao fim da caminhada
“O livro de Hebreus considera a possibilidade de permanecer firme
na fé ou de abandoná-la como uma escolha real, que deve ser feita por cada um
dos leitores; o autor ilustra as consequências da segunda opção referindo-se à
destruição dos hebreus rebeldes no deserto após sua gloriosa libertação do
Egito”. Leia mais em Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento,
CPAD, pp.1557-59.
II. UMA AUTORIDADE SUPERIOR
1. Construtor, não apenas administrador. O
autor destaca que tanto Moisés como Jesus foram fiéis na “casa de Deus” (Hb 3.2
1. Por isso, irmãos santos, participantes
da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da
nossa confissão, 2. Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em
toda a sua casa.). Eles foram fiéis na missão que lhes foram confiada. Isso
mostra o apreço que o autor possuía pelo legislador hebreu. Todavia, ao se
referir a Jesus, o autor usa a palavra grega aksioô,
traduzida como “digno”, “valor”, “mérito”. Duas coisas precisam ser destacadas
no uso desse vocábulo pelo autor. Primeiramente ele quer mostrar que o mérito
de Jesus era maior do que o de Moisés. Nosso Senhor era o construtor do
edifício, da casa de Deus, e não apenas o mordomo, como fora Moisés. Os crentes
precisavam enxergar isso e, assim, valorizarem mais a sua salvação. Por outro
lado, ao usar o pretérito perfeito (tempo verbal grego), ele demonstra que a
glória de Moisés era desvanecente, enquanto a de Jesus era permanente.
2. O perigo de ver, mas não crer. “[...]
E viram, por quarenta anos, as minhas obras” (Hb 3.9 9 Onde vossos pais me tentaram, me provaram, E viram por quarenta anos
as minhas obras.). Erra
quem pensa que só acredita quem vê. Parece que quem muito vê, menos acredita.
Acaba ficando acostumado com o sobrenatural. Para algumas pessoas o
sobrenatural se “naturaliza”. É exatamente isso que aconteceu no deserto e era
especificamente isso que acontecera com a comunidade dos primeiros leitores de
Hebreus. Tanto Moisés como Jesus foram poderosos em obras, mas isso não era
suficiente para segurar os crentes. É preocupante quando o cristão se acostuma
com o sobrenatural e nada mais parece impactá-lo ou sensibilizá-lo.
3. O perigo de começar, mas não terminar. “Estes sempre erram
em seu coração e não conheceram os meus caminhos” (Hb 3.10b 10 Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes
sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos.). Com
essas palavras o autor mostra o perigo de começar, mas não chegar; de andar,
mas se desviar. Alguns do antigo povo de Deus haviam começado bem, mas
terminado mal. Muitos caíram pelo caminho, desistiram da estrada. O mesmo risco
estava ocorrendo com os cristãos neotestamentários — haviam começado bem, mas
corriam o risco de caírem e perderem a fé. Esse alerta é para nós hoje! Como
está a tua fé?
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Hebreus destaca o Senhor Jesus como o construtor da Nova Aliança; o
Filho amado de Deus; o ministro excelente da Igreja de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...]
Pedro apresenta Jesus como o Profeta semelhante a Moisés (vv.22,23). Moisés
havia declarado: ‘O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti,
de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis’ (Dt 18.15). Seria natural dizer que
Josué cumpriu essa profecia. Josué, o seguidor de Moisés, realmente veio depois
deste e foi um grande libertador de seu tempo. Surgiu, porém, outro Josué (na
língua hebraica, os nomes Josué e Jesus são idênticos). Os cristãos primitivos
reconheciam Jesus como o derradeiro cumprimento da profecia de Moisés.
No
final do capítulo (vv.25,26), Pedro lembra aos ouvintes a aliança com Abraão,
muito importante para se entender a obra de Cristo: ‘Vós sois os filhos dos
profetas e do concerto que Deus fez em nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua
descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a
seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos
desviasse, a cada um, das vossas maldades’. Claro está que, agora, é Jesus quem
traz a bênção prometida e cumpre a aliança com Abraão — e não apenas a Lei dada
por meio de Moisés” [HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, pp.307,08].
III. UM DISCURSO SUPERIOR
1. O perigo de ouvir, mas não atender. Seguindo
a redação da Septuaginta (tradução grega da Bíblia Hebraica),
o autor cita o Salmo 95.7-11
(6. Venham! Adoremos prostrados e
ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador; 7. pois ele é o nosso Deus, e nós
somos o povo do seu pastoreio, o rebanho que ele conduz. Hoje, se vocês ouvirem
a sua voz, 8. não endureçam o coração, como em Meribá, como aquele dia em
Massá, no deserto, 9. onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova,
apesar de terem visto o que eu fiz.
10. Durante
quarenta anos fiquei irado contra aquela geração e disse: "Eles são um
povo de coração ingrato; não reconheceram os meus caminhos".
11. Por isso jurei na
minha ira: "Jamais entrarão no meu descanso".)
para trazer uma série de advertências. Se o povo de Deus no
Antigo Pacto precisou ser exortado, maior exortação precisava os que tinham
maiores promessas. Primeiramente havia o perigo de ouvir e não atender (Hb
3.7,8 7.
Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,
8. Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto.). No passado, o povo de Deus tinha ouvido a mensagem divina; entendido, mas não atendido! O mesmo erro estava se repetindo. O Espírito Santo, falando profeticamente pela boca do salmista, advertia os o leitores para que seus corações não se endurecessem. É um apelo atual, porque o povo de Deus muitas vezes demonstra ser tardio para ouvir.
8. Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto.). No passado, o povo de Deus tinha ouvido a mensagem divina; entendido, mas não atendido! O mesmo erro estava se repetindo. O Espírito Santo, falando profeticamente pela boca do salmista, advertia os o leitores para que seus corações não se endurecessem. É um apelo atual, porque o povo de Deus muitas vezes demonstra ser tardio para ouvir.
2. A humilhação do servo. A humilhação de Jesus teve
início com o esvaziamento de sua glória para tomar a forma de servo e culminou
com o sofrimento na cruz (Fp 2.7,8: 5. Seja a
atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6. que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7. mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
8. E, sendo encontrado
em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de
cruz!).
Sua humilhação está relacionada aos seus sofrimentos, como o ser
perseguido, desprezado pelas autoridades, discriminado (Jo 1.46 46 Perguntou Natanael: "Nazaré? Pode vir alguma coisa boa
de lá? " Disse Filipe: "Venha e veja".),
silenciado diante de seus acusadores, açoitado impiedosamente,
injustamente julgado diante de Pilatos e Caifás e, finalmente, crucificado e
morto. Assim se cumpriu cada detalhe da profecia a respeito do Servo Sofredor
(Is 53).
O sofrimento e a vitória do servo de Deus
52.13 O Senhor Deus
diz:
“Tudo o que o meu servo fizer dará certo; ele será
louvado e receberá muitas homenagens.
14Muitos ficaram horrorizados quando o viram,
pois ele estava tão desfigurado, que nem parecia um ser humano.
15Mas agora muitos povos ficarão admirados
quando o virem,
e muitos reis não saberão o que dizer.
Pois verão coisas de que ninguém havia falado, entenderão aquilo
que nunca tinham ouvido.”
53.1 O povo diz: “Quem
poderia crer naquilo que acabamos de ouvir?
Quem diria que o Senhor estava
agindo?
2Pois o Senhor quis que o
seu servo aparecesse como uma plantinha que brota e vai crescendo em
terra seca.
Ele não era bonito nem simpático, nem tinha nenhuma beleza que
chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse.
3Ele foi rejeitado e
desprezado por todos; ele suportou dores e sofrimentos sem fim.
Era como alguém que não queremos ver; nós nem mesmo olhávamos
para ele e o desprezávamos.
4“No entanto, era o nosso
sofrimento que ele estava carregando,
era a nossa dor que ele estava suportando.
E nós pensávamos que era por causa das suas próprias culpas que
Deus o estava castigando, que Deus o estava maltratando e ferindo.
5 Porém ele estava
sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das
nossas maldades.
Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados
pelos ferimentos que ele recebeu.
6Todos nós éramos como
ovelhas que se haviam perdido; cada um de nós seguia o seu próprio caminho.
Mas o Senhor castigou
o seu servo; fez com que ele sofresse o castigo que nós merecíamos.
7“Ele foi maltratado, mas
aguentou tudo humildemente e não disse uma só palavra.
Ficou
calado como um cordeiro que vai ser morto, como uma ovelha quando cortam a sua
lã.
8Foi preso, condenado e
levado para ser morto, e ninguém se importou com o que ia acontecer com ele.
Ele foi expulso do mundo dos vivos, foi morto por causa dos
pecados do nosso povo.
9Foi sepultado ao lado de criminosos, foi enterrado com os ricos,
embora nunca tivesse cometido crime nenhum, nem tivesse dito uma só mentira.”
10 O Senhor Deus
diz:
“Eu quis maltratá-lo, quis fazê-lo sofrer.
Ele ofereceu a sua vida como sacrifício para tirar
pecados e por isso terá uma vida longa e verá os seus descendentes.
Ele fará com que o meu plano dê certo.
11Depois de tanto sofrimento, ele será feliz; por causa da sua
dedicação, ele ficará completamente satisfeito.
O meu servo não tem pecado, mas ele sofrerá o castigo que muitos
merecem,
e assim os pecados deles serão perdoados.
12Por isso, eu lhe darei um lugar de honra; ele receberá a sua
recompensa junto com os grandes e os poderosos.
Pois ele deu a sua própria vida e foi tratado como se fosse um
criminoso.
Ele levou a culpa dos pecados de muitos e orou pedindo que eles
fossem perdoados.”
53.1 Jo 12.38;
Rm 10.16Quem creu a nossa mensagem? E a quem foi revelado o braço de
Jeová? 2Is 11.1Crescia diante dele,
como servo e como raiz que sai de uma terra seca. Ele Is 52.14não tinha beleza nem
formosura; quando olhávamos para ele, não mostrava beleza, para que nele
tivéssemos prazer. 3Era Is 49.7; Sl 22.6; Lc 18.31-33desprezado
e rejeitado dos homens; um varão de dores e Is 53.10que tinha experiência de
enfermidades. Como um de quem os homens escondiam o rosto, era ele Mc 10.33-34desprezado, e Jo 1.10-11dele não fizemos caso.
4Verdadeiramente, foi ele quem Mt 8.17tomou sobre si as nossas
enfermidades e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos como aflito,
ferido de Jo 19.7Deus e oprimido. 5Mas
ele foi ferido por causa das Is 53.8;
Hb 9.28nossas transgressões, esmagado por causa das Is 53.10; Rm 4.25; 1Co 15.3nossas
iniquidades; o Dt 11.2; Hb 5.8castigo
que nos devia trazer a paz caiu sobre ele, e 1Pe 2.24-25pelas suas pisaduras
fomos nós sarados. 6Todos nós temos andado
desgarrados como ovelhas; temo-nos desviado cada um para o seu caminho; e Jeová
fez cair Is 53.11sobre ele a iniquidade
de todos nós.
7Ele foi oprimido, contudo, humilhou-se a si
mesmo e Mt 26.63; 27.12-14; Mc 14.61; 15.5; Lc 23.9;
Jo 19.9não abriu a boca. Como o cordeiro que é levado ao matadouro
e At 8.32-33como a ovelha que é muda
diante dos que a tosquiam, assim não abriu ele a boca. 8Pela
opressão e pelo juízo, foi ele arrebatado, e, quanto à sua geração, quem
considerou que ele foi cortado da terra dos viventes? Is 53.5,12Por causa da
transgressão do meu povo, foi ele ferido. 9Deram-lhe
a sepultura com os ímpios, e com Mt
27.57-60o rico esteve na sua morte, Is 42.1-3ainda
que ele não tinha 1Pe 2.22cometido
violência, nem havia dolo na sua boca.
10Todavia foi do agrado de Jeová Is 53.5esmagá-lo; Is 53.3-4deu-lhe enfermidades.
Quando a sua alma fizer uma Is
53.6,12; Jo 1.29oferta pelo pecado, ele verá Is 54.3; 61.9; 66.22; Sl 22.30a
sua semente, prolongará os seus dias, e na sua mão será próspera Is 46.10a boa vontade de
Jeová. 11Ele Jo
10.14-18verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito; pelo
seu Is 45.25; Rm 5.18-19conhecimento,
o meu Servo justo justificará a muitos, e Is 53.5-6as
iniquidades deles, ele as tomará sobre si. 12Por
isso, lhe darei a sua Is 52.13;
Fp 2.9-11parte com os grandes, e com os fortes ele partilhará os
despojos; porque Mt 26.38-39,42derramou
a sua alma até a morte e foi Lc 22.37contado
com os transgressores. Contudo, Is
53.6,11; 2Co 5.21levou sobre si os pecados de muitos e
intercedeu pelos transgressores.
3. O exemplo a ser seguido. Quando andou na
Terra, Jesus nos ofereceu o melhor exemplo, fazendo a vontade do Pai e amando o
próximo com um amor sem igual
(Jo 4.34; 34 Disse Jesus: "A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou e concluir a sua obra.
Lc 4.18,19 17. Foi-lhe
entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o lugar onde está
escrito: 18. "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu
para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos
presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos 19. e
proclamar o ano da graça do Senhor".).
Logo, a partir da vida do Salvador, somos estimulados a
priorizar o Reino de Deus, a pessoa do Altíssimo em todas as áreas de nossa
vida, não permitindo que nada tome o seu lugar em nosso coração. Assim, somos
instados a amar o próximo na força do mesmo amor que o Pai tem por nós (Mc
12.30,31 30. Ame o Senhor, o
seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento
e de todas as suas forças’.
31. O segundo é este:
‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes".).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A mensagem de Cristo faz alguns alertas: o perigo de ouvir, mas não
atender ao apelo; o perigo de ver, mas não crer na revelação; o perigo de
começar, mas não terminar a jornada.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“SE OUVIRDES HOJE A SUA VOZ Citando Salmos 95.7-11,
o escritor se refere à desobediência de Israel no deserto, depois do êxodo do
Egito, como advertência aos crentes sob o novo concerto. Porque os israelitas
deixaram de resistir ao pecado e de permanecer leais a Deus, foram impedidos de
entrar na Terra Prometida (ver Nm 14.29-43; Sl 95.7-10). Semelhantemente, os
crentes do Novo Testamento devem reconhecer que eles, também, podem ficar fora
do repouso divino, se forem desobedientes e deixarem que seus corações se
endureçam.
NÃO ENDUREÇAIS O VOSSO CORAÇÃO
O Espírito
Santo fala conosco a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11; Rm
8.11-14; Gl 5.16-25). Se formos indiferentes à sua voz, nossos corações se
tornarão cada vez mais duros e rebeldes a ponto de se tornarem insensíveis à
Palavra de Deus ou aos apelos do Espírito Santo (v.7). A verdade e o viver em
retidão já não serão prioridades nossas. Cada vez mais, buscaremos prazer nos
caminhos do mundo e não nos caminhos de Deus (v.10). O Espírito Santo nos
adverte que Deus não continuará a insistir conosco indefinidamente se
endurecermos os nossos corações por rebeldia (vv.7-11; Gn 6.3). Existe um ponto
do qual não há retorno (vv.10,11; 6.6; 10.26)” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
RJ: CPAD, 1995, p.1902).
CONCLUSÃO
Ao mostrar a superioridade de Jesus sobre Moisés, o autor da
Carta aos Hebreus não tencionava exaltar o primeiro e desprezar o segundo, mas
pôr em relevo a obra do Calvário, bem como esclarecer como os crentes devem valorizá-la.
Ora, se Moisés que não era divino, que não se deu sacrificalmente em lugar de
ninguém, merecia ser ouvido, então por que Jesus, o Filho do Deus bendito,
Senhor da Igreja e superior aos anjos, não merecia reconhecimento ainda maior?
PARA REFLETIR
A respeito
da Superioridade de Jesus em relação a Moisés, responda:
Qual o ponto
de partida para o autor aos Hebreus introduzir o assunto sobre a vocação
superior de Jesus?
Que Jesus era
o autor e mediador da nossa salvação (Hb 2.14-18).
Em que
concordamos quando confessamos Jesus como Salvador?
Quando
confessamos Jesus como Salvador, concordamos que Ele em tudo tem a primazia.
Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo e do que todos; Ele e somente Ele é a
razão do nosso viver.
O que
devemos destacar quando o autor usa aksioô, isto é, “digno”,
“valor” e “mérito”?
Diferente de
Moisés, o mérito de Jesus era maior e sua glória era permanente.
Se Moisés
foi um ministro de Deus no culto da congregação do deserto, o que foi Jesus?
O ministro da
Igreja, o povo de Deus na Nova Aliança, “a qual casa somos nós” (Hb 3.6).
Qual risco
corria os cristãos neotestamentários?
O perigo de
ouvir, mas não atender, o perigo de ver, mas não crer e o perigo de começar,
mas não terminar.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A superioridade de Jesus em relação a Moisés
Explicando o capítulo 3
O capítulo 3 de Hebreus está na seção que aborda a supremacia do
Filho de Deus: 1.4—4.13. Essa parte da carta demarca a supremacia de Jesus em
relação a Moisés, o legislador de Israel. Diferentemente de Moisés, que serviu
a uma casa, que “não era o tabernáculo, mas os da casa de Deus, ou o povo de
Deus como a comunidade da fé” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento, CPAD, p.1557), Jesus Cristo é o construtor dessa casa de Deus,
enquanto o legislador de Israel fazia parte dela.
Podemos retomar essa abordagem no Evangelho de Mateus, no
capítulo 16, e no versículo 18: “edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Atenção para o verbo
“edificarei” e o pronome possessivo “minha”. É Cristo quem construiu, edificou
e ergueu o povo de Deus, por isso, esse povo pertence a Ele; diferentemente de
Moisés, que embora fosse uma figura proeminente entre os judeus, um líder
exemplar, ele não edificou o povo de Deus, mas se achou parte dele.
Portanto, o escritor de Hebreus faz um apelo aos leitores de sua
carta, que diferentemente dos judeus do deserto que não atentaram para as
palavras de Moisés, os seguidores de Cristo atentem para o mandamento do Filho,
o edificador do povo de Deus, e não se deixem endurecer pelo engano do pecado.
Sugestão Pedagógica
Caro professor, prezada professora, ao introduzir a lição desta
semana reproduza o esquema abaixo conforme as suas possibilidades:
Em seguida, dê um espaço de tempo para que os alunos tenham a
oportunidade de expressar suas opiniões sobre a comparação entre Moisés e Jesus
a partir do esquema apresentado. Depois explique a superioridade da vocação de
Jesus reafirmando os pontos do esquema acima.
ESTUDO DO LIVRO DE HEBREUS CAPÍTULO 03
Hebreus 3:1 – “Por isso, santos irmãos, que
participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo
Sacerdote da nossa confissão, Jesus,”.
Como vimos nos estudos anteriores, os cristãos hebreus estavam
pensando em deixar o cristianismo e voltar para o judaísmo. Era um tempo de
perseguição e muita dificuldade para os cristãos. Atos 8:1 – “… Naquele
dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos,
exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria”. Mas
para os judaizantes, tudo era mais fácil, pois os romanos lhes eram favoráveis.
Voltar para a velha e ineficiente religião só porque era mais fácil? Mas quem
disse que o cristianismo é fácil e cômodo? Para o apóstolo, esse regresso era
um absurdo, pois estariam deixando o “Tudo” para ir em direção
ao vazio. Estariam deixando Terra firme para se perderem em alto mar. Ele
deixou bem claro nos capítulos 1 e 2 da grandeza do Salvador Jesus Cristo, o
Filho de Deus. Ele até adverte em 2:3 – “como escaparemos nós, se
negligenciarmos tão grande salvação?”. Ele havia apresentado o
Filho de Deus que é o Verbo, através de quem, Deus fala hoje. Jesus Cristo, o
Herdeiro de todas as coisas, o Criador, o Resplendor da Glória, Aquele que é a
expressão exata de Deus, o Sustentador de tudo e o que fez a purificação de
nossos pecados. Aquele que está assentado à destra de Deus Todo Poderoso.
Aquele que é superior aos anjos. Deixar o Senhor da Glória para voltar à
inutilidade da religião? Que absurdo! Isto é deixar a salvação e ir para a
perdição, deixar a vida para escolher a morte eterna, deixar a segurança para
vagar perdidamente em um mundo mau e perverso. Ao perceber que os cristãos
estavam indo nesta direção, o apóstolo conclama a que apeguem com mais firmeza
às verdades ouvidas, para que delas jamais se desviem (2:1). Não deixem Cristo,
pelo contrário, agarre-se a Ele com mais firmeza.
Ao estudar este livro, dá a impressão que os crentes de hoje
estão em uma situação parecida. Desanimados, perdidos e até virando as costas
para o único Senhor e Salvador. Precisamos fazer um exame em nossas vidas. A
própria Escritura nos conclama a fazermos um exame de nós mesmos.
II Coríntios 13:5 – “Examinai-vos a vós mesmos se
realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus
Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”.Estamos firmados
em Cristo? Temos mantido íntima comunhão com Ele? Posso afirmar com alegria e
convicção que estou crucificado com Cristo? Sua vida se manifesta em minha?
Jesus Cristo é o centro da minha vida? Meu motivo para viver? Estou ouvindo Sua
voz e seguindo-O como fazem suas ovelhas? João 10:27 – “As minhas
ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem”.
Hoje estaremos estudando o capítulo 3. Neste capítulo vemos os
perigos da apostasia. Apostatar da fé é abandonar e se afastar de Cristo. Isto
tem ocorrido com maior freqüência do que imaginamos nos dias de hoje. I Timóteo
4:1 – “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos,
alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de
demônios,”.Precisamos ouvir a Palavra de Deus, pois dela provém nossa
fé. Para que os hebreus não se apostatassem, o apóstolo apresentou Jesus Cristo
nos capítulos 1 e 2. Ao começar o capítulo 3 ele diz: “Por isso…”. Por tudo que foi dito até
agora, por causa do Senhor Jesus apresentado na seção anterior, por causa de
Cristo. À luz de tudo que foi dito até agora. Assim começa o capítulo 3 de
Hebreus. O argumento único do apóstolo para convencer os hebreus a não se
afastarem de Cristo foi a própria Pessoa do Salvador. A base de sua explanação
é simplesmente a Pessoa de Jesus Cristo. Tudo que o apóstolo tinha para falar
era Jesus Cristo, o Resplendor da Glória. Vocês não devem se apostatar por
causa de Cristo. Ele é tudo o que foi falado; por isso, não abandonem a fé. Em
3:1 o apóstolo prossegue chamando-os de “santos
irmãos”. Ele não se refere a qualquer um, mas aos
irmãos santificados; isto é, separados para Deus. Diferentes dos demais. Foram
escolhidos, eleitos em Cristo e separados para Deus. Irmãos em Cristo, adotados
na família de Deus. Pedro estaria dizendo: “aos que conosco
obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus
Cristo” (II Pedro 1:1). O apóstolo Paulo diria: “à
igreja de Deus que está na [Judéia], aos santificados em Cristo Jesus, chamados
para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor
Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (I Coríntios 1:2). Santos
irmãos, isto é, irmãos escolhidos para ter fé em Jesus Cristo, tirados do mundo
para viverem para a glória de Deus em Cristo Jesus. Santos irmãos que receberam
a graça de Deus para serem salvos, que receberam a revelação da inclusão na
morte e ressurreição de Jesus Cristo, santos irmãos que agora tem um novo
coração, pois nasceram de novo. Santos irmãos da família de Deus. Efésios 2:19
– “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos
santos, e sois da família de Deus,”. Santos irmãos, diferente dos
demais homens, pois foram eleitos e separados para Deus. Santos irmãos que um
dia ouviram a voz de Deus e foram conduzidos pelo Espírito Santo para a pessoa
de Cristo. SANTOS IRMÃOS! A porta é estreita e o caminho, apertado! (Mateus
7:13-14). A caminhada cristã não é fácil, por isso temos que aprender a viver
vida de cruz. Este mundo perverso e tenebroso exerce grande pressão aos
cristãos que querem continuar com Cristo. As deliciosas propostas para a
satisfação da carne e o viver mundano rodeiam o cristão noite e dia. O inimigo
procura seduzir os mais fracos e persegue os que estão firmes até que venham a
esmorecer. O sofrimento faz parte da vida cristã. João 16:33 – “Estas
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. Na carta aos
Hebreus o autor não esconde o sofrimento e relata o sofrimento do próprio
Cristo. Hebreus 2:10 fala que Jesus foi aperfeiçoado por meio do sofrimento. Em
5:8 fala que o Filho aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. De modo
franco e transparente, o apóstolo não passa mel na cabeça dos cristãos hebreus.
Ele não nega o sofrimento, ele exorta a olhar para o sofrimento de Cristo e
“bola para frente”. Hebreus 12:3 – “Considerai, pois, atentamente,
aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que
não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma”. Está sofrendo? Olha
para Jesus! Está difícil? Fixe Jesus Cristo! Está fraco, querendo desistir?
Volte-se para Jesus!
Não voltem para trás! Hebreus 10:39 – “Nós, porém,
não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a
conservação da alma.”.
O apóstolo Pedro dá uma idéia sobre os que retrocedem. II Pedro
2:20-22 – “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações
do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam
enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o
primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça
do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento
que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão
voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no
lamaçal”. Que palavras duras não? Voltar? Jamais!
Hebreus 3:1 continua: “Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial,…”. Por
que não podemos abandonar a fé? Por que Jesus Cristo é tudo que já vimos e muito
mais. Porque Deus em Cristo nos escolheu e nos separou para Ele e agora, porque
somos participantes da vocação celestial. Há um chamado, uma vocação! Deus nos
chamou para irmos ao céu. Nós fomos chamados! Temos uma vocação celestial.
Romanos 1:6-7 – “de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo. A todos os
amados de Deus, que estais em Roma, chamados para
serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do
Senhor Jesus Cristo”. Fomos chamados para Cristo e é o próprio
Cristo que cumprirá o nosso chamado “celestial”. Ele nos conduzirá para a
glória (Hebreus 2:10). Santos irmãos, não se esqueçam do chamado celestial!
Finalmente em Hebreus 3:1 vemos: “Por isso, santos
irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o
Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus”. A
esta altura, o apóstolo está dando uma ordem: Fixem em Jesus! Olhem para Jesus!
Jesus Cristo é o nosso alvo, não olhem para trás. Adiante, para Jesus somente.
Ele é o Apóstolo com “A” maiúsculo. Ele é o Enviado de Deus para nós. Ele é o
Sumo Sacerdote, Aquele que faz expiação por nós, que intercede diante de Deus
em nosso favor. Sim, prestem atenção! É Jesus, é Jesus, é Jesus! Olhem para
Ele!
Você está capengando na fé? Balança mas não cai? Parece um
bêbado andando pela calçada? Sua fé está se esvaindo? OLHE PARA JESUS!
ATENTE PARA JESUS! FIXE SEUS OLHOS EM JESUS! Um hino do hinário da
vida cristã da Inglaterra diz: “Volve os olhos para Cristo. Contempla
tua face de amor. Quando ao teu redor há perigo mil. Volve o olhar para o teu
Redentor”.
Incredulidade:
Um Pecado Ignorado
Introdução: Nós não entendemos os
efeitos devastadores da incredulidade sobre nossas vidas. As pessoas falam sobre pecados
terríveis, e o pecado imperdoável, e nós não podemos nem falar deles perto de
nossos filhos. Mas não vai ser o pecado de roubo que vai nos mandar para o
inferno, nem assassinato, nem fornicação e adultério.
Se fizéssemos uma pesquisa em nossa congregação hoje, um deles poderia ser votado como o "pior" pecado. Mas se eu perguntasse quantos têm problemas com o pecado da incredulidade, provavelmente todos nós teríamos que vir até o altar. O verso 19 diz: "Eles não puderam..." por causa da incredulidade.
Se fizéssemos uma pesquisa em nossa congregação hoje, um deles poderia ser votado como o "pior" pecado. Mas se eu perguntasse quantos têm problemas com o pecado da incredulidade, provavelmente todos nós teríamos que vir até o altar. O verso 19 diz: "Eles não puderam..." por causa da incredulidade.
Se no reino espiritual ou secular, a maioria das pessoas não pode fazer as coisas que eles querem por causa da incredulidade. Nestes versos, quatro coisas são direta ou indiretamente indicado sobre este pecado.
I. A incredulidade nunca tem provas suficientes. 3:9-10
A. Basicamente todo nós temos a mesma informação para
extrair.
1. As mesmas promessas, a mesma Palavra de Deus, os mesmos exemplos de pessoas para olhar e etc.[post_ad]
1. As mesmas promessas, a mesma Palavra de Deus, os mesmos exemplos de pessoas para olhar e etc.[post_ad]
2. Mas algumas pessoas têm conseguido guardar isso, e outros
não, apesar de terem a mesma prova.
3. Você está à espera de mais uma coisa?
4. O que vai fazer você crer?
B. Observe o exemplo dos filhos de Israel:
1. Eles permaneceram na escravidão por 400 anos.
2. Eles clamaram a Deus, Moisés os libertou e, em seguida, dois
milhões de pessoas testemunharam todos os tipos de milagres - pragas, piolhos, toda
a água se transformou em sangue, o anjo da morte...eles viram tudo isso.
3. Eles viram os egípcios deixá-los ir, as águas rolarem em
grandes paredes, e eles viram isso bem atrás deles.
4. Eles ainda assim não acreditavam.
5. A incredulidade nunca tem prova suficiente.
6. Quarenta anos no deserto vendo grandes obras de Deus e ainda
assim não foi suficiente.
7. E se Deus tivesse feito mais, ainda assim não teria sido
suficiente.
C. Observe o exemplo do homem rico e Lázaro. (Lucas
16:19-31)
1. O homem rico implorou ao Senhor que enviasse alguém para falar com seus cinco irmãos ainda vivos, mas o Senhor disse ainda que se ele ressuscitasse dentre os mortos, eles ainda não acreditariam.
2. A falta de fé nunca é preenchida, mas continuamente deve ser alimentanda - deve ver algo maior, melhor.
1. O homem rico implorou ao Senhor que enviasse alguém para falar com seus cinco irmãos ainda vivos, mas o Senhor disse ainda que se ele ressuscitasse dentre os mortos, eles ainda não acreditariam.
2. A falta de fé nunca é preenchida, mas continuamente deve ser alimentanda - deve ver algo maior, melhor.
II. A incredulidade nos rouba oportunidades. 3:11-16
A. Os filhos de Israel e a Terra Prometida
1. Deus sorriu para eles e chamou-os em parceria com Ele.
2. Depois que eles atravessaram o Mar Vermelho, eles viram o litoral coberto de corpos de soldados egípcios, se viraram e viram a coluna de fogo ou a nuvem - tinham tudo a favor deles.
3. Só que eles ainda permaneciam incrédulos e vagaram no deserto com isso por 40 anos.
2. Depois que eles atravessaram o Mar Vermelho, eles viram o litoral coberto de corpos de soldados egípcios, se viraram e viram a coluna de fogo ou a nuvem - tinham tudo a favor deles.
3. Só que eles ainda permaneciam incrédulos e vagaram no deserto com isso por 40 anos.
B. Judas Iscariotes
1. Ele teve a oportunidade de andar e falar com o Senhor, mas
uma palavra descreve a vida de Judas... desperdício!
2. Quando não cremos que Deus vai cuidar de nós, então nós tomamos
as coisas em nossas próprias mãos...
3. E isso não nos aproxima mais dEle do que estávamos quando
começamos.
C. Os Brasileiros:
1. Uma das razões porque não acreditamos é porque talvez a gente
vê muitos milagres.
2. Talvez estejamos acomodados demais.
3. Enquanto cuidava dos rebanhos no lado ocidental do Monte
Horebe, Moisés virou de lado para olhar para uma sarça ardente.
4. Por causa da combustão espontânea do sol no meio dos arbustos
secos do deserto, a visão era bastante comum.
5. Ninguém prestou atenção ao que parecia um evento
insignificante e comum, até que Moisés se voltou para ver, e foi então que Deus
falou com ele, deu-lhe a oportunidade.
6. Preste atenção aos pequenos fios que é preciso para fazer uma
vassoura; pequenas coisas se somam.
III. A incredulidade traz indignação a Deus. 3:17
A. É comparado à dor que sentimos quando vemos um ente querido
com dor.
1. A geração de Israel viu a obra de Deus por quarenta anos e
ainda tinha a incredulidade.
2. Esta indignação afeta Deus.
3. Deus sempre significou bom para nós, mas ainda assim não
cremos, recusamos e questionamos: "Mas... mas..."
4. Nós na verdade, suspeitamos de Deus.
B. Deus sente como se ele estivesse realmente nos perdendo,
assim como lamentamos quando vemos os nossos entes queridos pouco antes de eles
morrerem.
1. A incredulidade é o único pecado que limita Deus e desenha um
perímetro em torno do que Ele pode fazer.
2. "Por causa de sua incredulidade..." Mateus
13:58
3. "Por causa de vossa pouca fé..." Mateus 17:20
IV. A incredulidade traz destruição. 3:17-18
A. Os filhos de Israel:
1. Apenas dois dos 600 mil ficaram.
2. Isso significa que houve uma média de 41 mortes por
dia.
3. Houve lamento, lagrimas, choro por dias a fio, por quarenta
anos.
4. Os jovens, finalmente disseram: "Isso não é bom!" e
creram em Deus.
B. Período da Tribulação:
1. Durante este tempo, haverá muitas calamidades.
2. Uma em cada três pessoas na terra vai morrer, e ainda assim o restante ainda não vai se arrepender! Apocalipse 9:20-21 "Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. Também não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos".
2. Uma em cada três pessoas na terra vai morrer, e ainda assim o restante ainda não vai se arrepender! Apocalipse 9:20-21 "Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. Também não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos".
C. Brasil:
1. Estamos em declínio por causa da incredulidade.
2. A destruição eventualmente acontecerá.
Conclusão: A crença é uma oferta limitada. Se houver uma verdadeira pechincha na cidade, uma verdadeira boa oferta, haverá um limite para isso. É assim que é com a salvação. Deus disse que Seu espírito nem sempre vai contender com o homem. Mas não cometa o erro de pensar que a incredulidade lida apenas com a salvação. Ela vai muito mais além do que isso. Não deixe que o último verso seja o nosso epitáfio "Nós não podemos" por causa da incredulidade.
O que devemos fazer com a nossa incredulidade é arrepender-se, pedir perdão ao Senhor, colocar novamente a nossa confiança nEle. A incredulidade tem um preço mais elevado do que qualquer pessoa pode pagar. Ficaríamos muito magoados se nossos filhos dissessem: "Eu não vou obedecê-lo, porque eu não acredito em você." Deus está olhando para a nossa confiança e fé que se manifesta em nossa obediência a Ele.
Como
desenvolver uma fé forte
Texto: Romanos 4:17:22
Introdução: Nós temos falado sobre os sinais da fé e sobre ser cheio
do Espírito Santo para estes sinais nos acompanhar.
Hoje eu quero voltar para o tema da fé e, falar sobre como desenvolver uma fé forte.
Hoje eu quero voltar para o tema da fé e, falar sobre como desenvolver uma fé forte.
Vamos olhar para
Abraão, nosso pai da fé, enquanto estudamos esse assunto.
Nosso objetivo será o de desenvolver uma fé forte que fará com que sejamos bem sucedidos na vida.
Uma fé forte...
Nosso objetivo será o de desenvolver uma fé forte que fará com que sejamos bem sucedidos na vida.
Uma fé forte...
I. Está em um Deus miraculoso. V. 17
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Abraão é o nosso Pai: Ele é o nosso pai aos olhos de Deus... Deus o vê
dessa maneira. Jesus descendeu de Abraão no natural. Ao nos achegarmos ao
Senhor Jesus Cristo nos tornamos filhos espirituais de Abraão. Como filhos de
Abraão compartilhamos das mesmas características: a sua grande fé.
2. Em quem ele cria: Abraão tinha fé em Deus. Não a fé em sua religião ou fé nos resultados. Sua fé era em um Deus pessoal e milagroso, não uma fórmula.
3. Que tipo de Deus?... O Deus que dá vida aos mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.
a. Deus da ressurreição (Abraão demonstrou essa fé quando ofereceu Isaque sobre o altar)
b. Deus da criação da fé - traz o invisível para o visível, chamando a existência através das palavras.
Uma fé forte...
2. Em quem ele cria: Abraão tinha fé em Deus. Não a fé em sua religião ou fé nos resultados. Sua fé era em um Deus pessoal e milagroso, não uma fórmula.
3. Que tipo de Deus?... O Deus que dá vida aos mortos e chama as coisas que não são como se já fossem.
a. Deus da ressurreição (Abraão demonstrou essa fé quando ofereceu Isaque sobre o altar)
b. Deus da criação da fé - traz o invisível para o visível, chamando a existência através das palavras.
Uma fé forte...
II. Está ligada a esperança sobrenatural. V. 18,19
1. Esperança
natural versus esperança sobrenatural: A esperança
natural é uma extrapolação das condições atuais. A esperança sobrenatural é
muitas vezes contrária à esperança natural e baseia-se unicamente na Palavra de
Deus.
2. A fé verdadeira baseia-se nesta esperança: Abraão acreditou em uma situação naturalmente impossível. Sua fé era baseada em uma esperança sobrenatural que a Palavra de Deus iria se cumprir. Esta esperança foi uma âncora para sua alma nas tempestades da vida. Sua fé é a corrente que segura a âncora e faz a sua fé segura, firme.
Uma fé forte...
2. A fé verdadeira baseia-se nesta esperança: Abraão acreditou em uma situação naturalmente impossível. Sua fé era baseada em uma esperança sobrenatural que a Palavra de Deus iria se cumprir. Esta esperança foi uma âncora para sua alma nas tempestades da vida. Sua fé é a corrente que segura a âncora e faz a sua fé segura, firme.
Uma fé forte...
III. Está baseada em uma promessa poderosa. V. 20,21
1. Abraão tinha
uma promessa de Deus: A sua fé era baseada em uma
revelação, uma palavra falada de Deus (Romanos 10:17)
2. Ele não vacilou por incredulidade: Sua fé não era um dia sim e outro não. Ele não era de coração dobre (Tiago 1:6-8)
3. Ele reforçou sua fé pelo louvor: “Ele deu glória a Deus”.
4. Ele estava seguro (todas as dúvidas se foram) que Deus tinha poder para fazer o que prometeu: Deus é poderoso e Deus estava disposto a fazer.
Uma fé forte...
2. Ele não vacilou por incredulidade: Sua fé não era um dia sim e outro não. Ele não era de coração dobre (Tiago 1:6-8)
3. Ele reforçou sua fé pelo louvor: “Ele deu glória a Deus”.
4. Ele estava seguro (todas as dúvidas se foram) que Deus tinha poder para fazer o que prometeu: Deus é poderoso e Deus estava disposto a fazer.
Uma fé forte...
IV. Resulta em uma recompensa eterna. V. 22
1. Ele teve um filho
Isaque: Ele recebeu a promessa e através de
Isaque e seus descendentes veio o Senhor Jesus Cristo - o Salvador do
Mundo.
2. Foi creditado a justiça: ele se manteve reto com Deus e, portanto, o perdão dos pecados e a vida eterna. A fé agrada a Deus (Hebreus 11:6).
3. A sua fé abençoou a todos nós: a fé de Abraão nos abençoa e abençoa o mundo inteiro hoje. Nossa fé tem impacto de longo alcance.
Conclusão
2. Foi creditado a justiça: ele se manteve reto com Deus e, portanto, o perdão dos pecados e a vida eterna. A fé agrada a Deus (Hebreus 11:6).
3. A sua fé abençoou a todos nós: a fé de Abraão nos abençoa e abençoa o mundo inteiro hoje. Nossa fé tem impacto de longo alcance.
Conclusão
1. Você tem fé em
um Deus pessoal?
2. A sua fé está ligada a uma esperança verdadeira?
3. Você recebeu uma especifica palavra de Deus?
4. A sua fé será recompensada!
2. A sua fé está ligada a uma esperança verdadeira?
3. Você recebeu uma especifica palavra de Deus?
4. A sua fé será recompensada!
Hebreus 3.1-6
Amós 5.4-7, 10-15
Marcos 10.17-27
1. Introdução
Hebreus é um
escrito distinto no NT. Amarra inseparavelmente o AT ao NT. Propõe uma
releitura do AT a partir de um novo eixo semântico: Jesus Cristo é o Sumo
Sacerdote, a pessoa mais importante na hierarquia de pessoas, seu sacerdócio é
eterno (o levítico é provisório) e o seu auto-sacrifício é pleno (de uma vez
por todas, não precisando de repetição). Ele não saiu de cena, mas continua
intercedendo em favor dos seus (7.25; cf. também Jo 17 e Rm 8.34), assim como
também, preexistente, já falou ao povo de Deus através do Sl 95 = 3.7-11 (cf.
também a preexistência na figura de Melquisedeque = rei justo em Hb 7).
Hebreus é uma
prédica com um final epistolar (13.19-22-25), que a denomina de palavra
de exortação (13.22). O conteúdo aponta como destinatários os
judeu-cristãos (reafirmação) e, por tabela, também os judeus em geral
(conversão). O final epistolar (possivelmente de Paulo) insinua-se como um
bilhete anexado ao sermão que virou texto e que obteve uma circulação
panfletária: o sermão sacerdotal.
2. Considerações exegéticas
sobre Hb 3.1-6
Os ouvintes e
leitores do sermão recebem o tratamento de santos irmãos, participantes da
vocação celestial, mas não precisam necessariamente fazer parte do grupo do
autor, que tem uma identidade confessional: nossa confissão. É Jesus que reúne
o status de enviado (Moisés) e sacerdote (Aarão) numa só pessoa. No v. 6b: a
qual casa somos nós, o autor pode estar se referindo não apenas a seu grupo,
mas pode estar querendo abraçar os ouvintes e leitores.
A fidelidade
de Jesus e de Moisés (Nm 12.7) é exatamente igual em toda a casa de Deus. O
autor não desfaz Moisés, para ressaltar Jesus; a primeira comparação é de
igualdade. Deus constitui ambos, e ambos foram fiéis. A relação entre Deus e
Moisés é imediata, boca a boca (Nm 12.8). Como o rosto de Jesus resplandeceu,
quando de sua transfiguração (Mt 17.2), também o rosto de Moisés resplandecia
depois de seus contatos imediatos com Deus (Ex 34.29-35).
Contudo,
existe uma diferença: Deus os constituiu de modos diferentes; Moisés foi
colocado em toda casa de Deus (vv. 2 e 5), Cristo, porém, sobre a sua casa (v.
6). Moisés foi fiel como servo; Cristo foi fiel como filho. Moisés faz parte
dos móveis e utensílios da casa (v. 3), ao passo que Jesus estabeleceu a casa
(v. 3) em co-autoria com Deus, que estabeleceu todas as coisas (v. 4). Hebreus
não propõe a substituição de Moisés por Jesus, mas uma ideia de progressão
qualitativa, hierárquica.
Em 1.2 se
pressupõe que Jesus não é apenas o construtor da casa de Israel, mas o
preexistente co-criador do universo (cf. a ideia da preexistência de Jesus em
João l e em l Co 10.4). Jesus é ontologicamente preexistente, mas Moisés é
enviado como precursor de Jesus para testemunho das cousas que haviam de ser
anunciadas (v. 5; cf. também Dt 18.15,18). Entre os tesouros e prazeres do
Egito e o sofrimento e os maus-tratos do povo, Moisés optou pela paixão de
Cristo (11.25s.). Como precursor, Moisés já era movido por Cristo.
A casa
aparece seis vezes nesse pequeno texto. Deus estabelece a casa, Jesus a
co-estabeleceu, Moisés serviu na casa, foi parte da casa. Nos w. 3 e 4, casa
tem o significado de uma construção qualquer, nas outras vezes significa
Israel, o povo de Deus.
Cabe ainda um
comentário sobre a delimitação do texto. A fidelidade de Jesus (2.17; 3.2a)
parece recordar a fidelidade de Moisés (Nm 12.7). O autor usa essa brecha para
advertir os ouvintes e leitores sobre o destino da geração do deserto, por
causa de seu comportamento infiel. Apenas em 4.14 é retomada a ideia de 2.17s.
e 3.1. Desse modo, a digressão proposital e bem pensada do autor, 3.2-4.13,
forma uma unidade estrutural. Tê-la em mente na meditação ajuda; ampliar o
texto-base para a pregação atrapalha.
O final do v.
6 apresenta uma condição para permanecer casa de Cristo: guardar firmemente até
o fim a franqueza e a convicção da esperança. Parresía reaparece
em outras passagens importantes do sermão (4.16; 10.19,35) e significa
originalmente a liberdade de falar na assembleia pública da pólis,
como era o direito do cidadão completo; parresía é o direito
de dizer tudo abertamente. Kaúxema é o contrário de duvidar,
hesitar, murmurar, é manifestação de estar firme e permanecer agarrado
(Hegermann, 90). O pregador estimula a coragem civil e um comportamento livre,
apesar da perseguição.
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