LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD ADULTOS 1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos
Hebreus – Comentarista: José Gonçalves
Lição 5: Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica
TEXTO ÁUREO
“Visto que temos um grande sumo
sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a
nossa confissão” (Hb 4.14).
VERDADE PRÁTICA
Como Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus
intercede eficazmente por sua Igreja.
LEITURA DIÁRIA
Hb 4.14 – Jesus, Sumo Sacerdote qualificado para representar
os homens diante de Deus
14 Visto que temos um grande sumo
sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a
nossa confissão.
Hb 4.15 – Jesus, Sumo Sacerdote identificado com a condição
humana
15 Porque não temos um sumo sacerdote que
não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo
foi tentado, mas sem pecado.
Hb 5.4 – Jesus, Sumo Sacerdote e ministro do santuário
4 E ninguém toma para si esta honra,
senão o que é chamado por Deus, como Arão.
Hb 5.7 – Jesus, o Sumo Sacerdote de vida santa
7 O qual, nos dias da sua carne,
oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia
livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
Hb 5.8 – Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que
nos ensina
8 Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu.
Hb 12.28 – Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que
nos ensina
28. Por isso, tendo
recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual
sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;
29. Porque o nosso
Deus é um fogo consumidor.
Hb 5.9-14 – Jesus, o Sumo Sacerdote
transcendente e necessário
9. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da
eterna salvação para todos os que lhe obedecem;
10. Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a
ordem de Melquisedeque.
11. Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação;
porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo,
ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros
rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de
leite, e não de sólido mantimento.
13. Porque qualquer que ainda se alimenta de
leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos,
os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto
o bem como o mal.
II. O sumo sacerdócio
de Cristo (4.14-6.20)
(a) Sumo sacerdócio de Cristo, um encorajamento
para seu povo (4.14-16)
(b) Qualificações para o sumo sacerdócio (5.1-4)
(c) Qualificações de Cristo para o sumo sacerdócio
(5.5-10)
(d) Terceira admoestação: imaturidade espiritual
(5.11-14)
(e) Nenhum recomeço e possível (6.1-8)
(f) Encorajamento para perseverar (6.9-12 )
(g) A firmeza da promessa de Deus (6.13-20)
Significado de Hebreus 4
Hebreus 4
4.14—10.18 — Esta parte, que discorre sobre o sumo
sacerdócio de Cristo, é o âmago de Hebreus. O assunto, mencionado em Hebreus
2.17,
é reintroduzido, aqui, em Hebreus 4-14-16,
discutido resumidamente em Hebreus 5.1-10 e
considerado detalhadamente em Hebreus 7.1—10.18.
Nosso Sumo Sacerdote é exatamente tal como dele
precisamos: Ele pode purificar o pecaminoso coração humano.
4.14 — Visto que significa voltar ao assunto do sumo
sacerdócio de Cristo (Hb 2.17—3.6). Temos indica propriedade.
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote de Israel
atravessava o pátio e o véu, no tabernáculo, para então penetrar no Santo dos
Santos.
Nosso Sumo Sacerdote penetrou nos céus, na presença
de Deus, onde se assentou à destra do Pai (Hb 1.3).
Seu nome e título, Jesus, Filho de Deus, enfatizam
Suas duas naturezas — Sua humanidade e divindade.
4.15 — Compadecer implica sofrer com. Expressa o
sentimento por outro de quem já experimentou também sofrimento. Em tudo foi
tentado. Jesus passou por todos os graus de tentação (Hb 2.18).
Sem pecado (Hb 7.26; 2 Co 5.21).
Somente quem não se rendeu ao pecado pode conhecer
a intensidade total da tentação. Jesus não se rendeu à tentação.
4.16 — Cheguemos é a mesma palavra grega traduzida
em Hebreus 10.22. Que contraste com o ficar afastado para que não morra do
Antigo Testamento, que os leitores judeus da epístola e seus antepassados
certamente cresceram ouvindo! João Batista resume admiravelmente essa
diferença, em sua apresentação de Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Não haverá mais a morte de animais
em sacrifício. Nunca mais o sumo sacerdote terá acesso exclusivo ao Santo dos
Santos. Confiança é a mesma palavra traduzida por ousadia em Hebreus 10.19,
significando, aqui, coragem, audácia, destemor. Os cristãos devem aproximar-se
corajosamente de Deus em oração, porque dele é o
trono da graça e nosso Sumo Sacerdote se assenta à Sua direita, intercedendo
por nós.
Hebreus 5
5.1-4 — Estes versículos explicam o que significa ser
um sumo sacerdote. Um sumo sacerdote deve ser uma pessoa (v. 1-3) chamada por
Deus (v. 4)
– Ele representa o povo e, assim, deve
identificar-se com sua natureza humana. Mas também representa Deus para o povo
e, por isso, deve ser chamado por Deus para Seu serviço.
5.1 — Dons e sacrifícios. A principal
referência aqui é a do trabalho do sumo sacerdote no Dia da Expiação, único dia
do ano em que um sacerdote entrava no Santo dos Santos (Hb 9.7-10) para expiar
os pecados do povo e interceder por ele.
5.2 — A expressão ignorantes e errados refere-se
àqueles do povo que houvessem pecado sem querer, sem a real intenção de fazê-lo
(Nm 15.30-36)
5.3 — Era exigido que o sumo sacerdote oferecesse um
sacrifício, tanto pelo povo, como também por si mesmo, no Dia da Expiação (Hb
9.7; Lv 16.6).
5.4 — Chamado por Deus. Arão
foi nomeado para a função de sacerdote pelo próprio Deus (Ex 28.1); assim
também seus sucessores (Nm 20.23-28; 25.10-13). Aqueles que desafiaram o
chamado de Arão ou nomearam a si mesmos como sacerdotes foram mortos por Deus (Nm
16).
5.5-6 — Cristo não chamou a si mesmo para o ofício de
Sumo Sacerdote; o Pai o chamou. Tanto Salmo 2.7 como o Salmo 110.4 são citados
aqui para provar esse fato. O Salmo 2.7 também é citado em Hebreus 1.5, para
provar a superioridade de Cristo em relação aos anjos; agora, o autor usa a
citação para afirmar o relacionamento especial de Jesus com Deus Pai. A citação
de Salmo 110.4 destaca a natureza eterna do sacerdócio de Jesus. Ele é e será o
Mediador entre nós e Deus para sempre.
5.7 — Cristo não ofereceu sacrifício por si mesmo,
mas ofereceu por nós clamor, lágrimas, orações e súplicas de uma vida e morte
de obediência. Foi ouvido e Seu sacrifício aceito por causa de Seu temor
(obediência reverente). Foi resgatado da morte pela ressurreição.
5.8 — Aprendeu a obediência. Jesus
não precisava aprender a obedecer como se antes fosse desobediente, mas teve de
passar pela experiência de obedecer à vontade do Pai como homem. Ele aprendeu a
natureza da obediência.
5.9 — Sendo ele consumado. Esta
frase não sugere que Jesus não fosse antes consumadamente perfeito. Significa
que cumpriu com total sucesso o plano de Deus para Ele. Suportou sofrimento e
tentação como ser humano para que pudesse agir verdadeiramente como nosso Sumo
Sacerdote, compreendendo nossas fraquezas e intercedendo por nós diante de
Deus. "Causa" aqui significa "fonte". A obediência de Jesus
ao Pai o conduziu ao Calvário, à própria morte na cruz. O sacrifício do único
ser humano sem pecado em nosso lugar tornou-o a causa, a fonte, de nossa
salvação.
5.10 — Chamado aqui significa designado, ao introduzir o
título formal de Cristo, Sumo Sacerdote.
5.11 — Embora o autor de Hebreus tenha muito mais
para dizer sobre o sacerdócio de Jesus, será de difícil interpretação para os
leitores desta carta, que são classificados como negligentes para ouvir.
Negligente significa descuidado. Quando essas pessoas ouviram a Palavra de
Deus, não devem ter-se mostrado certamente prontas e aptas a aceitá-la (Hb
6.11,12). Mostraram-se descuidadas, preguiçosas, na fé. Seria então tarefa
difícil explicar a verdade para elas.
5.12—6.20 — O autor prepara seus leitores para receber o
ensinamento sobre o sumo sacerdócio de Cristo. Primeiro, reprova a imaturidade
espiritual deles (Hb 5.12—6.3) e o fato de haverem abandonado o progresso à
maturidade (Hb 6.4-8; observe que todos os verbos nos v. 4-6 estão no passado).
Recorda, então, alguns feitos espirituais dignos, da parte deles (Hb 6.9-12), e
faz com que se lembrem das promessas que Deus lhes tinha ofertado (Hb 6.13-20).
5.12 — Devendo já ser mestres pelo tempo sugere que
muitos dos cristãos já deveriam ser instrutores, não no sentido formal (compare
com 1 Co 12.29; Tg 3.1), mas já transmitindo a outros o que aprenderam mediante
os dons que Deus lhes havia concedido.
Primeiros rudimentos significam as verdades básicas
aprendidas pelo crente sobre a fé (Hb 6.1,2). A expressão como que se refere ao
bê-á-bá na alfabetização ou à tabuada das quatro operações fundamentais em
aritmética. Os primeiros rudimentos são, enfim, os elementos básicos a partir
dos quais tudo o mais no saber se desenvolve. Necessitais. Esses cristãos
haviam regredido, por causa do não uso do que aprenderam. Se uma pessoa não
pratica o que aprende, esquece, e é preciso que lhe ensinem novamente a mesma
coisa. Não usar, não pôr em prática, não exercer, é esquecer. Leite [...]
alimento sólido. O autor ilustra deste modo os ingredientes do crescimento
espiritual. O leite equivaleria aos primeiros rudimentos.
O alimento sólido, à revelação mais ampla. Começamos
então com o processamento da verdade (1 Pe 2.2), exercitando o princípio da
prontidão para aprender. Gradualmente, ativamos o princípio da prática para
retenção da verdade. A prática consistente e persistente da verdade resulta em
crescimento e a maturidade (esta mesma fórmula é apresentada aos coríntios por
Paulo em 1 Co 3.1-4).
5.13 — Não está experimentado na palavra da justiça.
Grande parte dos primeiros leitores desta carta não tinham necessariamente
falta de informação em relação à justiça; o que não tinham era experiência em
praticar a informação que possuíam. A maturidade vem com a prática. Ao
praticarmos a justiça, teremos menos dificuldade em distinguir o bem do mal.
Menino, aqui, é qualificação da imaturidade cristã.
A criança, geralmente, tem pouco discernimento e autodisciplina. Precisa ouvir
não constantemente, para poder vir a entender. O crente maduro está apto a
saber a diferença entre o bem e o mal e controlar seus apetites pecaminosos.
5.14 — Perfeitos refere-se aos cristãos
espiritualmente maduros. Costume significa a prática ou o hábito. Aqueles que
têm o costume ou hábito de obedecer à mensagem de justiça amadurecem na fé e
estão prontos para discernir tanto o bem quanto o mal.
Hebreus 6
6.1, 2 — O autor insiste em que os leitores de sua carta deixem o que é
primário e prossigam até a perfeição, no sentido de maturidade. Ele lista então
seis pontos doutrinários, que chama de os rudimentos da doutrina de Cristo (os
primeiros rudimentos, em Hb 5.12):
(1) Arrependimento de obras mortas se
refere à mudança de pensamento quanto às exigências da Lei de Moisés (Hb 9.14).
Embora a Lei seja boa (1 Tm 1.8), era fraca, por causa da fraqueza de nossa natureza
pecaminosa (Rm 8.3).
(2) O que é necessário para a
salvação não são as obras mortas, que não podem salvar, mas a fé em Deus.
(3) Batismos pode referir-se aos
vários batismos citados no Novo Testamento (o batismo de Cristo, o de João, o
batismo do crente nas águas, e o espiritual, do crente pelo Espírito Santo), ou
também aos diversos ritos de purificação praticados pelos judeus.
(4) No livro de Atos, a imposição das
mãos era usada para transmitir o Espírito Santo (At 8.17,18; 19.6), assim como
para ordenação ao ministério (At 6.6; 13.3). Essa prática é encontrada também
no Antigo Testamento, para a delegação de poderes a alguém para serviço público
(Nm 27.18,23; Dt 34.9) e no contexto de apresentação do holocausto ao Senhor
(Lv 1.4; 3.2; 4.4; 8.14; 16.21).
(5) Ressurreição dos mortos se refere
à doutrina da ressurreição de todos no final dos tempos (Ap 20.11-15). E um
ensinamento do Antigo Testamento (Is 26.19; Dn 12.2), amplamente difundido no
judaísmo do século 1, principalmente pelos fariseus. Para os cristãos,
tornou-se essencial a crença na ressurreição de Jesus, sem a qual não existiria
o perdão dos pecados (1 Co 15.12-17).
(6) Juízo eterno se refere à crença
de que todos seremos julgados pelo grande Juiz. As Escrituras indicam que
existirão dois tipos de julgamento final: o dos cristãos, no qual Jesus
determinará a recompensa de cada um (1 Co 3.12-15), e o juízo dos descrentes
(Ap 20.11-15).
6.3 — O autor inclui ainda a si mesmo na ação que deva ser realizada pelos cristãos. Se Deus permitir — ou seja, se for da vontade de Deus (Tg 4.15) — indica o imperativo necessário da autoridade divina para que algo aconteça.
6.4-6 — Esta passagem, tão difícil com respeito a recair, tem sido
interpretada de diversas maneiras.
Alguns afirmam que o autor de Hebreus
está falando de cristãos nominais, que ouvem a verdade e aparentam crer em
Cristo, mas, por fim, demonstram sua superficialidade em relação a Ele,
renunciando-o publicamente. Outros interpretam estes versículos como argumento
hipotético que o autor de Hebreus estaria usando para advertir àqueles espiritualmente
imaturos (v. 1-3) que não rejeitem a oferta de salvação de Deus (v. 6; Hb
3.12). Os que postulam essas duas posições citam, caracteristicamente, as
diversas passagens bíblicas que falam da verdadeira segurança eterna do crente
(Jo 6.39,40; 10.27-29; Rm 8.28-30).
Uma vez que Deus nos salvou, nada
pode separar-nos do Seu amor (Rm 8.35-39). Outros ainda, porém, preferem que o
autor esteja falando de cristãos genuínos que renunciam a Cristo e deixam de
ser cristãos. Alegam ser esta uma leitura clara deste texto, citando várias
advertências no Novo Testamento para resistirmos aos enganos de falsos mestres,
como evidência adicional a esta sua interpretação (2 Co 11.1-4,13-15; 2 Tm
2.17,18; 1 Jo 2.21-25). É mais provável que a passagem diga respeito a judeus,
verdadeiros crentes em Jesus, que, ao sofrerem perseguição, vejam-se tentados a
novamente se envolver com a religião judaica e seus ritos, de que haviam sido
libertos em Cristo. Em vez de falar da perda da justificação, a passagem se
refere ao fracasso de um crescimento à maturidade. O crente que, tentado, é
levado a cair (como traduz melhor o grego), depois de já haver obtido progresso
na caminhada cristã, como se evidencia nas características do crescimento
cristão indicadas nos versículos 4 e 5, após a queda (o abandono não de Cristo,
mas da corrida cristã) coloca-se em risco de ficar estagnado no crescimento
cristão.
6.6 — A expressão e recaíram pode ser traduzida de forma melhor por e caíram de lado, representando um corredor que cai ao lado da pista durante uma corrida. A expressão, neste caso, pode ser entendida aqui como referindo-se a pessoas para as quais é impossível ter uma mudança de opinião, ou arrependimento, por estarem envolvidas em atividades que contrariam sua confissão de Cristo como seu Salvador.
Renovar (gr. anakainizõ) significa restaurar, restabelecer. É
impossível ao empenho de quem quer que seja na comunidade cristã restabelecer a
comunhão de alguém com Deus. Este, o motivo da forte advertência em Hebreus
3.13 de que exortemos uns aos outros, a fim de evitarmos um coração endurecido.
A imaturidade constante é sempre
perigosa. Pense em pessoas que você possa ter conhecido, exultantes testemunhas
de Cristo, que se desviaram do caminho e se tornaram frias como pedra. Para o
autor, essas pessoas de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao
vitupério. Ao se afastarem do crescimento cristão, tais apóstatas se colocariam
na posição dos que, na prática, crucificaram Jesus e o expuseram à humilhação
pública.
Em outras palavras, se os leitores
originais são cristãos judeus que estão pensando em retornar ao judaísmo,
estarão se juntando às fileiras daqueles que crucificaram Cristo, pois sua
atitude corresponde, em importância, a uma rejeição pública, a uma nova
crucificação (simbólica) do Senhor.
6 .7 ,8 — Aqui, uma ilustração baseada na natureza transmite duas verdades:
(1) um pedaço de terra que recebe chuva (um dom celestial, v. 4) e que é
produtiva e útil para muitos e abençoada por Deus (v. 7);
(2) um pedaço de terra (v. 8) que
recebe chuva (um dom celestial, v. 4), mas é improdutiva, é reprovada (gr. adokimos),
palavra que significa desqualificada, usada em relação a cristãos
desqualificados para receber recompensas (1 Co 9.27; 2 Co 13.5,7). Essa terra
não é amaldiçoada, mas perto está da maldição (1 Co 11.29-31).
A consequência é ser queimada, o que
não significa o inferno, mas um juízo temporal de Deus. No Antigo Testamento, o
juízo de Deus sobre Seu povo está associado a queima dos campos (Is 9.18-19;
10.17), o que representa morte física, mas não morte espiritual. Talvez exista
aqui também uma alusão ao fogo do juízo, quanto ao fundamento de Cristo (1 Co
3.11-15). Existia uma prática antiga de queimar a terra para destruir as ervas
daninhas e fazer que o campo fosse útil novamente. Se essa é a alusão
pretendida, então a passagem ensina que, embora todas as tentativas humanas de
restaurar os apóstatas sejam inúteis (v. 6), existe a esperança de que possam
voltar a produzir novamente. E possível a uma pessoa naufragar na fé e
aprender, então, com essa ruinosa experiência (1 Tm 1.18-20).
6.9 — Com o calor e a afeição do título amados, o autor garante aos
hebreus que espera coisas melhores deles. Suas boas obras são sinais, para o
autor, de que eles teriam recebido Cristo verdadeiramente (v. 10).
6.10 — Serão então recompensados, porque Deus não é injusto. Ele os
recompensará pelo que tiverem realizado.
6.11 — Os cristãos correm constantemente o perigo de não permanecer
inteiramente fiéis na esperança que devem ter em Cristo. Devemos manter nosso
compromisso com Cristo firme até o fim.
6.12 — Negligentes é a mesma palavra usada em Hebreus 5.11,
que deu início a esta exortação para que os hebreus crescessem na fé em Cristo
(Hb 5.11—6.12).
6.13-15 — Abraão é um exemplo de fé e paciência para com a promessa de Deus
(v. 12). Ele esperou 25 anos desde que foi feita a promessa até Isaque, o filho
prometido, nascer (Gn 12.4; 21.5).
6.16,17 — Confirmação significa garantia. O juramento é usado para garantir
o cumprimento do acordo.
6.18 — O Senhor confirmou Seu juramento a Abraão ao jurar por si mesmo
(v. 13) porque Ele, por si só, é maior do que tudo. As duas coisas imutáveis
são a Palavra de Deus e o juramento de Deus. Como Deus não mente e é
todo-poderoso, há de cumprir todas as Suas promessas. Essa natureza imutável de
Deus é a consolação e o fortalecimento do crente.
6.19 — A esperança do crente em Cristo é segura como uma âncora. Essa
âncora não está na areia, mas na presença do Todo-poderoso. Interior do véu se
refere ao Santo dos Santos, o lugar onde Deus habita.
6.20 — A palavra grega para precursor era usada no
século 2 d.C. com relação a barcos menores enviados para o porto pelos grandes
navios impossibilitados de lá atracar devido ao mau tempo. Esses barcos carregavam
a âncora através da arrebentação para o porto e a prendiam lá, segurando assim
o navio maior. Precursor pressupõe que outros o seguirão. Deste modo, Jesus é
não somente a própria âncora do crente, mas também o barco que leva a âncora
para o porto e a segura firmemente. Não há dúvida de que o nosso navio está
indo para o porto. A única questão é se está indo com a tranquilidade de um
navio bem posicionado nas águas. Os cristãos que conservam sua esperança na
presença de Deus hão de chegar com confiança ao trono da graça (Hb 4.14-16).
Como a esperança dos cristãos é segura e não pode ser abalada, devem usá-la com
perseverança.
Interpretação Bíblica da Carta aos Hebreus
Hebreus 4
Cristo, o
Grande Sacerdote eterno 4.14—5.10 – Para que
“fiquemos firmes na fé que anunciamos” (4.14), o autor apresenta Cristo como o
Grande Sacerdote eterno que faz o seu trabalho na própria presença de Deus
(1.3,13; 8.1-2; 9.11-12,24).
O autor compara Jesus com o
Grande Sacerdote da antiga aliança, mostrando as semelhanças entre eles (para
as diferenças, ver (cap. 7).
Duas características do Grande
Sacerdote recebem destaque:
o fato de ele ser capaz de
compreender as nossas fraquezas (5.1-3,7-10)
e o fato de ele ser chamado
por Deus (5.4-6).
4.14
fiquemos firmes Ver Intr. 2.2.
temos um
Grande Sacerdote Hb 2.17; 3.1.
Esse Grande Sacerdote, que é
Cristo, compreende as nossas fraquezas (Hb 4.15a);
foi tentado, mas não pecou (Hb
4.15b; 5.1-3; 7.26);
foi chamado por Deus (Hb
5.4-5,10; 7.28a);
é eterno (Hb 5.6; 7.20-21,24;
7.28b);
é autor da salvação eterna (Hb
5.7-9; 7.25).
entrou na
própria presença de Deus Uma vez por ano, no Dia
do Perdão, o Grande Sacerdote dos judeus entrava no Lugar Santíssimo e ali
oferecia sacrifícios para tirar os pecados do povo. Mas Jesus entrou na
presença de Deus no céu. Hb 9.11-14,24-26.
4.15
compreender as nossas fraquezas Hb 2.14-18.
foi tentado
do mesmo modo que nós Mt 4.1-11; Lc
4.1-13.
não pecou Hb 7.26; Jo 8.46; 2Co 5.21; 1Pe 2.22; 3.18; 1Jo 3.5. Se isso não
fosse verdade, Jesus não poderia ser o Grande Sacerdote que nos ajuda (Hb
9.14).
4.16
cheguemos perto do trono divino Por meio de Cristo, o
trono divino não é mais um lugar que nos assusta (Hb 12.18-21), mas um lugar
onde encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda.
Hebreus 5
5.1
sacrifícios pelos pecados Hb 7.27; Lv 9.7.
5.4 como
aconteceu com Arão Êx 28.1-3; Lv 8.1-9.
5.5 Deus...
lhe disse Sl 2.7; ver Hb 1.5, n.
5.6 ele
também disse Sl 110.4. Este texto
volta com maiores detalhes no cap. 7.
na ordem do
sacerdócio de Melquisedeque Ou “como Melquisedeque”;
ou “na linha de sucessão de Melquisedeque”. Melquisedeque Hb
7.1-19; Gn 14.17-20.
5.7 em voz
alta e com lágrimas Parece que o autor está
falando a respeito de Jesus no jardim do Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42;
Lc 22.39-46).
5.8 ele
aprendeu... a ser obediente Hb 10.5-10; 12.1-11;
ver também Rm 5.19; Gl 1.4; Fp
2.8-9. Só aqui, no NT, se afirma que Cristo aprendeu.
5.9 depois
de ser aperfeiçoado Ver Hb 2.10, n. a
fonte da salvação eterna Cristo é essa fonte por ser o Grande
Sacerdote sobre o qual fala Hb 7—10. os que lhe obedecem Os
que seguem o seu exemplo (v. 8) e que confiam nele.
5.10 na
ordem do sacerdócio de Melquisedeque Ver Hb
5.6, n.
O perigo de
abandonar a fé 5.11—6.12 – A Carta aos Hebreus se dirige
a pessoas que correm o perigo de abandonar a fé. Esse perigo é real, e essas
pessoas podem acabar se perdendo (6.6). Por isso, o autor faz uma severa
advertência (6.4-6), talvez uma das mais severas em todo o NT (Hb 10.26-31). Ao
mesmo tempo, ele está certo de que os cristãos hebreus têm as melhores bênçãos
que vêm da salvação (6.9) e que vão continuar com entusiasmo até o fim, para
receber o que esperam (6.11). A vida cristã é uma caminhada que não pára:
“Vamos em frente!”, exorta o autor (6.1,3).
5.11 desse
assunto Isto é, a respeito de
Jesus Cristo como o nosso Grande Sacerdote (v. 10; 7.1—8.13).
5.12
alimento sólido... leite Alimento sólido é uma
maneira de falar sobre os ensinamentos adiantados; leite, por sua vez, é figura
de primeiras lições (1Co 3.2).
Exposição
da Carta aos Hebreus
Hebreus 4
4.14 TEMOS UM GRANDE SUMO SACERDOTE. Ver 8.1, nota sobre o ministério de Jesus como sumo sacerdote.
4.16
CHEGUEMOS POIS COM CONFIANÇA AO TRONO DA GRAÇA. Porque Cristo se compadece das nossas fraquezas (v. 15), podemos
chegar com confiança ao trono celestial, sabendo que nossas orações e petições
são bem acolhidas e ouvidas por nosso Pai celestial (cf. 10.19,20). É chamado o
“trono da graça”, porque dele fluem o amor, o socorro, a misericórida, o
perdão, o poder divino, o batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, o
fruto do Espírito Santo e tudo de que precisamos em todas as circunstâncias.
Uma das maiores bênçãos da salvação é que Cristo, agora, é nosso sumo
sacerdote, conduzindo-nos até a sua presença pessoal, de modo que sempre
podemos buscar a ajuda de que carecemos.
Hebreus 5
5.1 TODO O SUMO SACERDOTE. Duas
qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio.
(1) O
sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por
ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v. 2; 4.15; cf. Lv 4; Nm
15.27-29).
(2) Deve
ser designado por Deus (vv. 4-6).
Cristo
satisfaz ambos requisitos (ver Lv 8.2 nota).
5.6 A ORDEM DE MELQUISEDEQUE. Melqui-sedeque é um personagem misterioso do AT, que aparece em Gn
14 como sacerdote de Deus em Salém (que é Jerusalém, Gn 14.18; Js 18.28; Sl
110.1-4; Hb 7.1), antes dos tempos do sacerdócio levítico. O sacerdócio de
Cristo é do mesmo tipo que o de Melquisedeque (ver 7.1-3 notas).
5.7 GRANDE CLAMOR E LÁGRIMAS. Este trecho provavelmente se refira à intensidade da oração de
Jesus no jardim do Getsêmani. A oração de Jesus foi “ouvida”, não no sentido de
Deus ter removido tudo o que levaria à sua morte, mas no sentido de Ele receber
ajuda de Deus para suportar o sofrimento que lhe aguardava. Haverá tempos em
que, também, enfrentaremos sofrimentos, parecendo que nossas ferventes orações
não têm resposta. Em tais ocasiões devemos lembrar que Jesus foi provado da
mesma forma, e que Deus nos dará graça suficiente para suportarmos aquilo que
Ele permite que aconteça em nossa vida (ver Mt 26.39 nota).
5.8 APRENDEU A OBEDIÊNCIA. Cristo
aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com -frequência se paga
pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. Hb 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele
se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte
na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os
sentidos (vv. 1-6), para nos prover a eterna salvação (v. 9; ver 2.10 nota).
5.9 SALVAÇÃO PARA TODOS OS QUE LHE OBEDECEM. A salvação eterna, obtida mediante o sofrimento de Jesus (v. 8),
pertence somente àqueles que lhe são obedientes pela fé. A fé que salva é
também a fé que obedece (Rm 1.5; 16.26; Jo 8.31; Tg 2.17-26).
5.12 LEITE E NÃO DE SÓLIDO MANTIMENTO. Ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS
5.14 DISCERNIR TANTO O BEM COMO O MAL. Quem é fraco e imaturo na fé não tem sensibilidade nem
discernimento espiritual para perceber o que é bom e o que é mau nesta vida e
aquilo que honra a Deus e o que o desonra. O crente espiritualmente maduro, por
outro lado, é aquele que tem seus sentidos espirituais treinados para
distinguir claramente entre o bem e o mal mediante a prática constante da
justiça e da obediência a Deus e à sua Palavra. Este crente aprendeu a amar a
justiça e a odiar a iniquidade (ver 1.9 nota), tendo uma mente renovada segundo
os princípios da justiça (Rm 12.1,2). E, por ser capacitado pelo Espírito Santo
para ver as coisas do ponto de vista de Deus, está apto a receber o alimento
sólido da sua Palavra e crescer segundo a estatura completa de Cristo (cf. Ef
4.13).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.14-16; 5.1-14.
Hebreus 4
14 — Visto
que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos
céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15 — Porque
não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;
porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 — Cheguemos,
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia
e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Hebreus 5
1 — Porque
todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens
nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos
pecados,
2 — e
possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo
está rodeado de fraqueza.
3 — E,
por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer
oferta pelos pecados.
4 — E
ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 — Assim,
também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas
glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 — Como
também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de
Melquisedeque.
7 — O
qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações
e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 — Ainda
que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 — E,
sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que
lhe obedecem,
10 — chamado
por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 — Do
qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes
negligentes para ouvir.
12 — Porque,
devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a
ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis
feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
13 — Porque
qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da
justiça, porque é menino.
14 — Mas
o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os
sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
HINOS SUGERIDOS
152, 291 e 402 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus
como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para
inaugurar uma nova ordem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· I. Demonstrar biblicamente
a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;
· II. Ensinar que
o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
· III. Expressar a
importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Hebreus 4.14-16 (14. Visto que temos um grande sumo sacerdote,
Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa
confissão.
15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16. Cheguemos, pois,
com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e
achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.) talvez seja a passagem mais enfática acerca da
perfeição do ministério sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta
nosso Senhor como um sumo sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas
porque Ele havia sido tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos
Hebreus encoraja os cristãos: “Cheguemos,
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia
e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (v.16). Encoraje
sua classe a partir dessa Palavra!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de Jesus
começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16 (14. Visto que temos um grande sumo
sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a
nossa confissão.
15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16. Cheguemos, pois,
com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e
achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.). Nessa seção o autor apresenta Jesus como “o
grande sumo sacerdote que penetrou os céus”. Jesus, portanto, era um Sumo
Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o
autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e
qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de
Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e
qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e,
por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote,
era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de condoer-se e
socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza censurando os crentes
pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande relevância.
PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é o sacerdote perfeito que executou o
mais perfeito sacrifício pela humanidade.
I.
UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1.
Por representar melhor os homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra
que o sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1: 1. Porque todo o sumo
sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas
concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; 2. E
possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo
está rodeado de fraqueza).
Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação,
quando Deus se humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma
certo teólogo, “é necessário que um homem seja escolhido para representar
homens ao tratar dos pecados deles contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é
quem nos apresentou diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que
oferecia ofertas e sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a
Deus em nosso favor (Hb 4.14-16: 14. Portanto, visto que temos um grande sumo
sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a
firmeza à fé que professamos, 15. pois não temos um sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou
por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
16. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a
confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude
no momento da necessidade.).
2.
Por compreender melhor a condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o
autor prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era
alguém tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição
humana. A palavra “compadecer-se”
(Hb 5.2,3: 2.
Ele é capaz de se compadecer dos que não têm conhecimento e se desviam, visto
que ele próprio está sujeito à fraqueza.
3. Por isso ele precisa oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo.) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.
3. Por isso ele precisa oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo.) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.
3.
Pela posição que exerceu. Não
era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o Senhor chamasse (Hb
5.4: 4 Ninguém toma esta honra
para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de fato o foi Arão.). O contexto deixa claro que a
palavra “honra” tem o sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada
ao ministério sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do
altar era algo extremamente honroso, de grande importância e de muita
responsabilidade. Tanto Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente por
Deus para esse ministério (Êx 28.1: 1 "Chame
seu irmão Arão e separe-o dentre os israelitas, e também os seus filhos Nadabe
e Abiú, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes.
Sl
105.26: 26. Então enviou seu
servo Moisés, e Arão, a quem tinha escolhido,
27. por meio dos quais realizou os seus sinais miraculosos e
as suas maravilhas na terra de Cam.).
Jesus,
nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto
pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa
missão.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O
sacerdócio de Cristo é mais qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica
porque representa melhor o ser humano diante de Deus, pois compreende a
condição humana, e também por pertencer ao “sacerdócio do céu”.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a superioridade da
qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e ao da ordem
levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.
CONHEÇA MAIS
Todo o sumo sacerdote
“Duas qualificações são necessárias
para um verdadeiro sacerdócio.
(1) O sacerdote deve ser compassivo,
manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado
involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15;
cf. Lv 4;
Nm 15.27-29).
(2) Deve ser designado por Deus
(vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.
[...] Cristo aprendeu pela experiência
o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a Deus num
mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo
sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado.
Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para nos prover
a eterna salvação”. Leia mais em Bíblia de Estudo Pentecostal,
CPAD, pp.1905,06.
II. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO
SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito pelo
qual viveu. Em sua exposição sobre o
sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 (7 Proclamarei o decreto do
Senhor: Ele me disse: "Tu és meu filho; eu hoje te gerei.)
com o Sl 110.4 (4 O Senhor jurou e não se
arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque".). Essas citações
servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina e da realeza do
sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam
que o tipo de “messias” que os judeus da época de Jesus esperavam era de
natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus
Cristo não era um messias político nem meramente religioso, mas o Messias
aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em
Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e
Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não
glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o
sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7: 5. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo
Jesus, 6. que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era
algo a que devia apegar-se; 7. mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo,
tornando-se semelhante aos homens.).
2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do
capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida
piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades
presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele
levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno,
revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses
fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36: 33. Levou consigo Pedro, Tiago e João, e
começou a ficar aflito e angustiado.
34. E lhes disse:
"A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui
e vigiem".
35. Indo um pouco mais
adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela
hora.
36. E dizia:
"Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não
seja o que eu quero, mas sim o que tu queres".), conforme narra os Evangelhos e serve para
mostrar que um sacerdote assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se
das fraquezas humanas e dos que sofriam.
3. Pela submissão que demonstrou. A expressão “foi ouvido quanto ao que temia” (Hb 5.7: 7 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor
e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido
quanto ao que temia. ACRF) (Hb 5.7O qual, nos dias da sua carne,
oferecendo, Mt 26.39,42,44; Mc 14.36,39; Jo 17.1com grande clamor e
lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto
ao que temia., ARC)
é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA Hb 5.7:
7Ele, Jesus, nos dias
da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, oraçõesMt 26.36-46; Mc 14.32-42;
Lc 22.39-46 e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido
ouvido por causa da sua piedade, 8 embora sendo Filho, aprendeu a obediência
pelas coisas que sofreu 9 e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o
Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, 10 tendo sido nomeado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.) como “tendo sido
ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas traduções é a
palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece
duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em
Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28: 28. Por isso, tendo recebido um reino que
não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus
agradavelmente, com reverência e piedade; 29. Porque o nosso Deus é um fogo
consumidor. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como
a ARA traduzem como “reverência”.
Não há dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de um
temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o
sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória
em favor de todos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A realeza, o propósito pelo qual viveu,
a vida santa que possuía e a submissão demonstrada no seu ministério apontam
para superioridade do serviço de Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Filho e sacerdote (5.5,6). O
autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de Jesus, na
condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda,
estabelece seu direito de servir na terra como Sumo Sacerdote. A razão pela
qual é importante traçar o sacerdórcio de Jesus desde Melquisedeque é discutida
no capítulo 7.
Obediência (5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido
ou o comando de outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a
obediência a Deus cresce em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é
motivado pelo amor. Duas das mais importantes passagens das epístolas examinam
a obediência de Cristo. Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e
renúncia, expressas na encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa
passagem, Hebreus 5, discute o significado da obediência de Cristo. Ao aprender
a obedecer ele estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano,
vivendo da mesma maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus.
Assim qualificado, Jesus tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os
que lhe obedecem’” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010,
p.859).
III. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA
TEOLÓGICA
1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 (11. Do qual muito temos que dizer, de
difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12. Porque, devendo já
ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais
sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que
necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
13. Porque qualquer
que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça,
porque é menino.
14. Mas o mantimento
sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos
exercitados para discernir tanto o bem como o mal.) forma um parêntese feito pelo autor para chamar a
atenção da importância teológica que possuía essa doutrina — o sacerdócio de
Jesus Cristo. A compreensão dessa doutrina era de suma importância para o viver
cristão, mas a falta de crescimento por parte dos leitores tornava difícil para
o autor torná-la compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito
aqueles princípios formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria
sido possível se eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.
2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza
transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz
substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes,
desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14: 13. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está
experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos,
os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto
o bem como o mal.). Quando não se tem maturidade
suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se fazer
escolhas acertadas.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A doutrina da superioridade sacerdotal
de Cristo é transcendental aos princípios formadores da fé cristã e essencial à
nossa fé.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Resumo do capítulo [5]. O
sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um cargo
acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se mostra
cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na fé, no Novo
Testamento. O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de
representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa
sensível às necessidades dos seres humanos (v.4). Cristo foi ordenado por seu
Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as qualificações de
sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a
obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi
nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na
fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança mais uma
advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até
mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para caminhar em direção à
maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a
distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não leite, a
verdade deve ser explicitada na prática (vv.11-14)” (RICHARDS, Lawrence
O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).
CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de Hebreus
e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal
nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as
qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o
Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição
humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós.
Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.
A terna simpatia do
nosso sumo sacerdote
14Tendo, portanto, um
grande vd. Hb 2.17sumo sacerdote que vd. Ef 4.10; cp. Hb 6.20; 8.1;
9.24penetrou os céus, a saber, Jesus, Hb 6.6; 7.3;
10.29; vd. Mt 4.3; cp. Hb 1.2Filho de Deus, guardemos firmes a nossa vd. Hb 3.1confissão. 15Pois não
temos vd. Hb 2.17um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas enfermidades,
mas que tem sido Hb 2.18tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas vd. 2Co 5.21; cp.
Hb 7.26sem pecado. 16vd. Hb 7.19Cheguemo-nos, portanto, com vd. Hb 3.6confiança, ao trono
da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos
socorridos em tempo oportuno.
Cristo é superior aos sumos sacerdotes da antiga aliança
1Pois todo sumo
sacerdote, Êx 28.1sendo escolhido dentre os homens, é constituído a favor dos homens
nas vd. Hb 2.17coisas pertencentes a Deus, para que Hb 8.3s.; 9.9; cp.
Hb 7.27; 10.11ofereça tanto dons como sacrifícios Hb 7.27; 10.12;
vd. 1Co 15.3pelos pecados, 2cp. Hb 2.18; 4.15o qual possa
condoer-se dos cp. Hb 9.7; vd. Ef 4.18ignorantes e Tg 5.19; cp. 1Pe
2.25dos que erram, pois que ele também está cp. Hb 7.28cercado de
enfermidades, 3e, por essa razão deve, Hb 7.27; 9.7; Lv
9.7; 16.6tanto pelo povo como também por si mesmo, oferecer sacrifício pelos
pecados. 4Nm 16.40; 18.7; 2Cr 26.18Ninguém arroga para si essa honra,
senão quando é chamado por Deus, Êx 28.1; 1Cr 23.13como também foi
Arão. 5Assim, também Cristo Jo 8.54não se exaltou a si
mesmo para ser feito cp. Hb 2.17; Hb 5.10sumo sacerdote, mas
aquele que lhe vd. Hb 1.1,5; Sl 2.7disse:
Tu és meu Filho,
hoje eu te gerei;
6 Hb 7.17; Sl 110.4como também em outro lugar diz:
Tu és sacerdote para sempre
segundo Hb 5.10; Hb 6.20; Hb 7; esp. 7.11,17a ordem de Melquisedeque.
7Ele, nos dias da sua carne, Mt 26.39,42,44; Mc
14.36,39; Lc 22.41,44tendo oferecido preces, e súplicas com Mt 27.46,50; Mc
15.34,37; Lc 23.46forte clamor, e lágrimas ao que Mc 14.36podia salvá-lo da
morte e tendo sido ouvido pela sua Hb 12.28; cp. Hb
11.7reverência, 8embora fosse vd. Hb 1.2Filho, aprendeu vd. Fp 2.8a obediência pelas
coisas que sofreu, 9e, tendo sido vd. Hb 2.10aperfeiçoado,
tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, 10chamado por
Deus cp. Hb 2.17; Hb 5.5sumo sacerdote segundo Hb 5.6; Hb 6.20;
Hb 7; esp. 7.11,17a ordem de Melquisedeque.
Os cristãos hebreus
não tinham progredido
11Acerca deste muito
temos que dizer e difícil de explicar, visto que vos tendes tornado tardios em
ouvir. 12Pois, devendo já ser mestres em razão do tempo, tendes ainda mister de
que alguém vos ensine vd. Gl 4.3os rudimentos
dos Hb 6.1princípios elementares dos vd. At 7.38oráculos de Deus e
vos tendes tornado tais, que tendes precisão de 1Co 3.2; cp. 1Pe
2.2leite e não de mantimento sólido. 13Todo o que usa de leite é inexperiente
na palavra da justiça, pois é 1Co 3.1; cp. 1Co
14.20; 1Pe 2.2criança; 14mas o mantimento sólido é para vd. 1Co 2.6; Ef
4.13; Hb 6.1os adultos, para aqueles que têm, pela prática, as suas faculdades cp. 1Tm 4.7exercitadas
para cp. Rm 14.1discernirem tanto o bem como o mal.
Jesus, o nosso Sumo
Sacerdote
14Nós temos a Jesus,
o Filho de Deus, como o nosso Sumo Sacerdote. Por isso devemos conservar firme
a fé que temos.15O nosso Sumo Sacerdote não é alguém que não possa se compadecer de
nossas fraquezas. Ao contrário, Ele foi tentado de todas as maneiras, assim
como nós também somos tentados, mas nunca pecou.16Por isso devemos nos aproximar com
confiança do trono do nosso Pai que é cheio de amor, a fim de recebermos
misericórdia e encontrarmos graçagraça A bondade
divina. para nos ajudar na hora em que precisarmos.
1Todo sumo sacerdotesumo sacerdote O líder e
sacerdote judeu mais importante. é escolhido entre os homens e é
nomeado para ajudar as pessoas nas coisas referentes a Deus e para oferecer
ofertas e sacrifícios pelos pecados.2Ele é capaz de ter compaixão dos
ignorantes e dos que erram, pois ele mesmo está cheio de fraquezas.3E, por esta razão,
ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo como pelos seus
próprios pecados.
4Ninguém escolhe por
si mesmo a honra de ser sumo sacerdotesumo sacerdote O líder e
sacerdote judeu mais importante.. A pessoa deve ser chamada por Deus,
como aconteceu com ArãoArão O primeiro
sumo sacerdote judeu. Ele era irmão de Moisés..5Assim também, Cristo não tomou para
si mesmo a honra de se tornar sumo sacerdote; foi Deus que lhe deu essa honra.
Ele disse:
“Você é meu Filho;
hoje Eu me tornei
seu Pai”.
6Em outro lugar das
EscriturasEscrituras As coisas sagradas escritas, o Velho Testamento. Ele também
disse:
“Você é sacerdote
para sempre,
de acordo com a
ordem do sacerdócio de Melquisedeque”.
7Durante sua vida
aqui na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas com altos gritos e lágrimas a
quem o podia livrar da morte. E Deus o ouviu porque Jesus era humilde e fazia o
que Deus queria.8Embora fosse Filho de Deus, Ele aprendeu a ser obediente pelas coisas
que sofreu.9E, depois de ser aperfeiçoado, Ele se tornou a fonte da salvação eterna
para todos os que lhe obedecem.10E Deus o nomeou Sumo Sacerdote, de acordo com a
ordem do sacerdócio de Melquisedeque.
O perigo de abandonar a fé
11Temos muitas coisas
a dizer a esse respeito, mas elas são difíceis de explicar porque vocês não
querem entender.12De fato, depois de tanto tempo, vocês já deviam ser mestres. Porém,
precisam de que alguém os ensine novamente quais são os princípios básicos da
mensagem de Deus. Ao invés de alimento sólido, vocês ainda precisam de leite.13Ora, todo aquele
que se alimenta de leite é inexperiente sobre o que é certo ou errado, pois é
uma criança.14Mas o alimento sólido é para os adultos. Ele é para aqueles que, pela
prática, estão com os seus sentidos treinados para saber escolher entre o bem e
o mal.
PARA REFLETIR
A respeito de Cristo é superior a Arão e à Ordem
Levítica, responda:
Ao contrário do sacerdócio arônico, o que Jesus
ofereceu?
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb
4.14-16).
Por que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi
superior e mais honrado do que Arão?
Jesus, nosso sumo sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que
Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do
céu para essa missão.
Como foi estabelecido o sacerdócio de Jesus?
Jesus foi aclamado por Deus como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo
sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua
filiação divina.
Quais as qualidades presentes em um verdadeiro
sacerdote?
Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um
verdadeiro sacerdote.
Como seria possível chegar à maturidade cristã?
Exercitando a mente na meditação da Palavra.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Cristo é superior a Arão e à Ordem
Levítica
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus 4.14-16;
5.1-14
2. I.
Um sacerdócio superior quanto à Qualificação
• 1.
Por representar melhor os homens diante de Deus.
• 2.
Por compreender melhor a condição humana.
• 3.
Pela posição que exerceu.
3. II.
Um sacerdócio superior quanto ao Serviço
• 1.
Pela realeza e o propósito pelo qual viveu.
• 2.
Pela vida santa que possuía.
• 3.
Pela submissão que demonstrou.
4. III.
Um sacerdócio superior quanto à importância Teológica
• 1.
Uma doutrina transcendente.
• 2.
Uma doutrina essencial.
5. Conclusão
Nesta altura, chegamos numa seção
crucial da Carta aos Hebreus: A Supremacia do Sumo Sacerdócio de Cristo. O
início dessa seção resgata o fato de que o Senhor Jesus, por intermédio de seu
sacerdócio supremo, torna aberto o caminho para todas as pessoas aproximarem-se
ao trono da Graça de Deus com confiança. Ora, nosso Senhor compartilhou a nossa
humanidade e, por isso, ninguém melhor que Ele para compreender nossas
fraquezas e debilidades. Por isso, precisamos de um mediador perfeito,
“porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (1Tm 2.5,6). Por todos
esses motivos, o Senhor Jesus
(1) representa mais eficazmente todos
os seres humanos do que os sacerdotes do Antigo Testamento;
(2) compreende melhor a condição
humana, pois a viveu em sua plenitude — Ele é verdadeiro Homem;
(3) sua posição, junto ao Pai, o
coloca em melhor posição para interceder por nós (1Jo 2.1).
Dentre muitos outros motivos, esses
três levantados acima atestam claramente que o nosso Senhor é o Sumo Sacerdote
por excelência. Nele, devemos depositar a nossa confiança!
Sugestão Pedagógica
Uma boa sugestão é que você explique
a classe a estrutura da ordem sacerdotal e levítica de Israel. Nesse sentido,
vale a pena ler o capítulo 16 do livro de Levítico que descreve uma das
principais cerimônias que o sumo sacerdote celebrava: o Dia da Expiação. Os
capítulos 15 e 16.1-6 de 1 Crônicas também merecem atenção, pois eles destacam
a organização dos levitas feita pelo rei Davi. Faça essa leitura com o auxílio
da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD. Boa aula!
Hebreus 5
Estudo: Jesus o Sumo Sacerdote Eterno
Em
Hebreus 5, o autor explica a função do Sumo Sacerdote na antiga aliança,
mostrando que ele devia oferecer sacrifícios pelo povo e por seus próprios
pecados.
Neste
aspecto Jesus continua sendo superior.
Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, ele não conheceu o pecado e
tronou-se mediador de uma aliança superior sendo capaz de interceder por cada
um de seus irmãos.
Ele
encerra repreendendo os seus leitores por causa da sua demora em aprender
a Palavra de Deus, pelo tempo que receberam a mensagem
já deviam ser mestres, contudo continuavam aprendendo sobre rudimentos básicos
da fé.
Esboço
de Hebreus 5:
Hebreus
5.1 – 4: A função do Sumo Sacerdote
Hebreus
5. 5 – 10: Jesus o nosso Sumo Sacerdote Eterno
Hebreus
5.11 – 14: A lentidão para aprender a Palavra de Deus
Amadurecer é Obrigação
“De
fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém
que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão
precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda
é criança, e não tem experiência no ensino da justiça”. (Hebreus 5:12,13).
O
apóstolo mostra como as diversas doutrinas do evangelho devem ser ministradas a
diferentes pessoas. Na igreja há bebês e pessoas maduras, e há no evangelho
leite e carne.
Os
que são bebês, inábeis na palavra da justiça, precisam ser alimentados com
leite; eles precisam ser entretidos com as verdades mais simples, e isso da
maneira mais simples:
“Porque
é mandamento e mais mandamento, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco
ali” (Isaías 28.10).
Cristo
não despreza os seus bebês; Ele proveu alimento adequado para eles. E bom ser
bebê em Cristo, mas não se deve continuar nesse estado infantil.
Devemos
nos esforçar em passar desse estágio infantil; em maldade devemos sempre
permanecer crianças, mas em compreensão devemos crescer para a maturidade de
homem.
Há
carne substanciosa para os que têm maturidade. Os profundos mistérios de Cristo
pertencem àqueles que são de uma classe mais elevada na escola de Cristo, que
aprenderam os primeiros princípios e fizeram bom progresso sobre eles.
Assim
que em virtude do uso eles têm seus sentidos exercitados para discernir entre o
bem e o mal, entre submissão e pecado, verdade e erro.
Sempre
houve no estado cristão crianças, jovens e pais. Todo o verdadeiro cristão,
tendo recebido o princípio de vida espiritual de Deus, tem necessidade de
preservar essa vida.
Sentidos Espirituais
A palavra de Deus é comida e alimento para a vida
na graça:
“Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, da palavra, para que, por ele, vades crescendo” (1 Pedro 2.2).
E da
sabedoria dos ministros dividir corretamente a palavra da verdade, e dar a cada
um a sua porção – leite para os bebês, e carne substanciosa para os maduros.
Há
sentidos espirituais assim como sentidos naturais. Há um olho espiritual, um
apetite espiritual, um paladar espiritual; a alma tem os seus sentidos como os
tem o corpo.
Esses
estão muito depravados e perdidos pelo pecado, mas são recuperados pela graça.
E pelo uso e pelo exercício que esses sentidos são melhorados, tornados mais
ativos e fortes para provar a doçura do que é bom e verdadeiro.
E a
amargura do que é falso e perverso. Não somente a razão e a fé, mas também o
sentido espiritual, vão ensinar os homens a distinguir entre o que é agradável
e o que é provocativo a Deus, entre o que é útil e o que prejudicial à nossa
alma. (Henry, Matthew, Comentário de Atos a Apocalipse)
Estudo Textual: Hebreus 5:1 - 6:20
Hebreus 5
1 Porque todo o sumo sacerdote,
tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas
concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; 2 E
possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo
está rodeado de fraqueza.
3 E por esta causa deve ele, tanto
pelo povo, como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 E ninguém toma para si esta
honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 Assim também Cristo não se
glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse:
Tu és meu Filho, Hoje te gerei.
6 Como também diz, noutro lugar: Tu
és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
7 O qual, nos dias da sua carne,
oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia
livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu.
9 E, sendo ele consumado, veio a
ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem; 10 Chamado
por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 Do qual muito temos que dizer, de
difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 Porque, devendo já ser mestres
pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os
primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que
necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
13 Porque qualquer que ainda se
alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é
menino.
14 Mas o mantimento sólido é para os
perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para
discernir tanto o bem como o mal.
Hebreus 6
1 Por isso, deixando os rudimentos
da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o
fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, 2 E
da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos
mortos, e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o
permitir.
4 Porque é impossível que os que já
uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram
participantes do Espírito Santo, 5 E provaram a boa palavra de
Deus, e as virtudes do século futuro, 6 E recaíram, sejam outra
vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo
crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a
chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles
por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; 8 Mas a que produz
espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser
queimada.
9 Mas de vós, ó amados, esperamos
coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.
10 Porque Deus não é injusto para se
esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome
mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.
11 Mas desejamos que cada um de vós
mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; 12 Para
que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e
paciência herdam as promessas.
13 Porque, quando Deus fez a
promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si
mesmo, 14 Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e
multiplicando te multiplicarei.
15 E assim, esperando com paciência,
alcançou a promessa.
16 Porque os homens certamente juram
por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim
de toda a contenda.
17 Por isso, querendo Deus mostrar
mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa,
se interpôs com juramento; 18 Para que por duas coisas
imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação,
nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;
19 A qual temos como âncora da alma,
segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, 20 Onde
Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote,
segundo a ordem de Melquisedeque.
Diligente até o Fim
Jó clamou em seu
desespero: “Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos?” (Jó
9:33). Jó percebeu que não era capaz de falar diretamente com Deus, por causa
de sua majestade, e sentiu agudamente a falta de um mediador ou árbitro. O
autor de Hebreus, contudo, observa que temos um mediador entre nós e Deus. Ele
é nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo.
Jesus foi indicado pelo
Pai para ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (veja Gênesis 14); ele
não se deu essa honra (Hebreus 5:5-10). Há um grande contraste, contudo, entre
os sacerdotes levíticos e Jesus Cristo. Todo sumo sacerdote levítico poderia
verdadeiramente simpatizar com a situação difícil dos homens pecadores, porque
todo sacerdote era, ele mesmo, culpado de pecado (Hebreus 5:1-3). Assim sendo,
ele tinha que primeiro oferecer sacrifício por seus próprios pecados e então
podia fazer intercessão pelo restante do povo (veja Levítico 16). Jesus foi
tentado, como nós somos, mas sem pecar. Ele foi obediente ao Pai e assim se
tornou o autor da salvação eterna de todos aqueles que o obedecem.
Quando o autor se prepara
para continuar sua discussão do sacerdócio de Melquisedeque mais adiante, ele
percebe que seus leitores não estão preparados para entender tais assuntos.
Eles têm sido cristãos por tempo suficiente para que sejam espiritualmente
maduros, isto é, sejam capazes de ensinar outros mas, em vez disso, deixaram de
crescer em conhecimento e experiência (5:11-14). Assim, eles são capazes de
entender somente as coisas simples do evangelho, o “leite” da palavra.
Todos os cristãos começam
suas vidas espirituais como “bebês” em Cristo, mas precisam crescer para
amadurecer (6:1). Permanecer um infante espiritual pode resultar em afastar-se
de Cristo (6:4-6). O cristão que rejeita Jesus está na realidade agindo
justamente como aqueles que realmente crucificaram Jesus! Ele crucifica Jesus
de novo e o envergonha abertamente. Se um cristão rejeita Cristo, que mais o
evangelho oferece para levá-lo ao arrependimento?
O Escritor de Hebreus,
contudo, estimula seus leitores, observando que ele não pensa que eles estejam
em tal estado. Mas espera que eles continuem nos trabalhos que tinham iniciado
(6:9-12). Mas que garantia têm os cristãos de que, depois que tiverem
trabalhado diligentemente e suportado as tribulações pacientemente serão, de
fato, salvos da eterna destruição? O autor cita o exemplo de Abraão, a quem
Deus fez uma promessa (6:13-17). Quando Abraão pacientemente suportou, obteve o
cumprimento da promessa, porque a palavra de Deus é imutável. O exemplo de
Abraão é um forte encorajamento para aqueles que estão agora confiantes em que
Deus lhes dará a vida eterna, como ele prometeu àqueles que o obedecem (Hebreus
5:9).
Perguntas para estudar:
1. Estavam os cristãos
hebreus crescendo espiritualmente?
2. É possível a um cristão
afastar-se de Cristo?
3. Quem é um exemplo do
fato que Deus mantém suas promessas?
Estudo Textual: Hebreus 7:1-28
Hebreus 7
1 Porque este Melquisedeque, que
era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão
quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2 A
quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação,
rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia,
não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao
Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 Considerai, pois, quão grande era
este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
5 E os que dentre os filhos de Levi
recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto
é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
6 Mas aquele, cuja genealogia não é
contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as
promessas.
7 Ora, sem contradição alguma, o
menor é abençoado pelo maior.
8 E aqui certamente tomam dízimos
homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
9 E, por assim dizer, por meio de
Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
10 Porque ainda ele estava nos
lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
11 De sorte que, se a perfeição
fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que
necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
12 Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.
13 Porque aquele de quem estas
coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, 14 Visto
ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo
nunca Moisés falou de sacerdócio.
15 E muito mais manifesto é ainda,
se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, 16 Que
não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida
incorruptível.
17 Porque ele assim testifica: Tu és
sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
18 Porque o precedente mandamento é
abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade 19 (Pois a lei
nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança,
pela qual chegamos a Deus.
20 E visto como não é sem prestar
juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes,
21 Mas este com juramento por aquele
que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote
eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque,
22 De tanto melhor aliança Jesus foi
feito fiador.
23 E, na verdade, aqueles foram
feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de
permanecer,
24 Mas este, porque permanece
eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
25 Portanto, pode também salvar
perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder
por eles.
26 Porque nos convinha tal sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais
sublime do que os céus;
27 Que não necessitasse, como os
sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus
próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez,
oferecendo-se a si mesmo.
28 Porque a lei constitui sumos
sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei,
constitui ao Filho, perfeito para sempre.
Jesus: Um Sumo Sacerdote
Superior
O autor de Hebreus
identificou Jesus como sumo sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque,
tanto no capítulo 5 como no 6. Mas quem é Melquisedeque? Por que Jesus é um
sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem levítica?
No capítulo 7, o autor
responde a ambas as questões. Melquisedeque aparece na história bíblica durante
apenas um curto período (veja Gênesis 14:18-20). Porque a Bíblia não registra
seu nascimento, morte nem mesmo sua genealogia, Melquisedeque parece ser
de natureza eterna, como o Filho de Deus. Ele é identificado como sendo tanto o
rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo.
O autor deseja demonstrar
a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o de Arão e, assim, ele afirma a
superioridade de Melquisedeque sobre Levi. Ele o faz, em parte, observando que
Melquisedeque abençoou Abraão (o menor é abençoado pelo maior) e que Abraão,
que tinha as promessas, pagou dízimo a Melquisedeque. Num sentido figurado,
Levi, descendente de Abraão, também pagou dízimo a Melquisedeque, através de
Abraão.
Mas por que uma outra
ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A resposta é que o
sacerdócio levítico não era adequado (7:11,27). Nem a Jesus era permitido ser
sacerdote segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da tribo de Levi, mas
Jesus era da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada dizia sobre homens
de Judá se tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido. O homem não deve ir
além do que Deus autorizou.
Para que Jesus fosse um
sacerdote, o sacerdócio tinha que ser mudado. Desde que o sacerdócio e a lei de
Moisés estavam intimamente ligados, se o sacerdócio for mudado, então a lei
também precisa ser mudada (7:12,18-19). Aqueles que querem viver sob a lei de
Moisés, hoje em dia, desligam-se do sacerdócio de Jesus porque ele não pode ser
sacerdote sob essa lei! O sacerdócio de Jesus é, então, uma garantia de que uma
lei (ou aliança) melhor foi estabelecida (7:20-22).
Por que alguém haveria de
querer voltar à Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus é um Sumo Sacerdote
superior. Ele foi feito sacerdote pelo poder de uma vida infindável, e não
através de um mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente dos sacerdotes
levíticos, que eram incapazes de continuar a servir por causa da morte, Jesus
vive sempre para fazer intercessão por nós. Jesus foi feito sacerdote através
do imutável juramento de Deus.
Os sacerdotes levíticos
eram fracos porque pecavam assim como os homens pelos quais eles faziam
intercessão. Jesus, contudo, é santo, imaculado e separado dos pecadores. Ele
não tem que fazer oferenda por si mesmo, como os sacerdotes levíticos tinham
que fazer. De muitas maneiras, Jesus é verdadeiramente o sumo sacerdote
superior!
Perguntas para estudar:
1. Como Melquisedeque é
semelhante a Jesus?
2. Por que Jesus é incapaz
de ser um sacerdote sob a lei de Moisés?
3. O silêncio de Deus
autoriza alguma coisa?
4. O sacerdócio de Jesus é
garantia do quê?
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