terça-feira, 30 de janeiro de 2018

EBD Lição 5: Cristo é superior a Arão e a ordem Levita


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus – Comentarista: José Gonçalves
Lição 5: Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica
  
TEXTO ÁUREO

Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão” (Hb 4.14).

VERDADE PRÁTICA

Como Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.

LEITURA DIÁRIA

Hb 4.14 – Jesus, Sumo Sacerdote qualificado para representar os homens diante de Deus
14 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.

Hb 4.15 – Jesus, Sumo Sacerdote identificado com a condição humana
15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

Hb 5.4 – Jesus, Sumo Sacerdote e ministro do santuário
4 E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.

Hb 5.7 – Jesus, o Sumo Sacerdote de vida santa
7 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
Hb 5.8 – Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que nos ensina
8 Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.

Hb 12.28 – Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que nos ensina
28. Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;
29. Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.

Hb 5.9-14 – Jesus, o Sumo Sacerdote transcendente e necessário

9. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;

10. Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.

11. Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.

12. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.

13. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.

14. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

 

 

II. O sumo sacerdócio de Cristo (4.14-6.20)
(a) Sumo sacerdócio de Cristo, um encorajamento para seu povo (4.14-16)
(b) Qualificações para o sumo sacerdócio (5.1-4)
(c) Qualificações de Cristo para o sumo sacerdócio (5.5-10)
(d) Terceira admoestação: imaturidade espiritual (5.11-14)
(e) Nenhum recomeço e possível (6.1-8)
(f) Encorajamento para perseverar (6.9-12 )
(g) A firmeza da promessa de Deus (6.13-20)



 

Significado de Hebreus 4 

Hebreus 4
4.14—10.18 — Esta parte, que discorre sobre o sumo sacerdócio de Cristo, é o âmago de Hebreus. O assunto, mencionado em Hebreus 2.17,
é reintroduzido, aqui, em Hebreus 4-14-16,
discutido resumidamente em Hebreus 5.1-10 e
considerado detalhadamente em Hebreus 7.1—10.18.
Nosso Sumo Sacerdote é exatamente tal como dele precisamos: Ele pode purificar o pecaminoso coração humano.

4.14 — Visto que significa voltar ao assunto do sumo sacerdócio de Cristo (Hb 2.17—3.6). Temos indica propriedade.
No Antigo Testamento, o sumo sacerdote de Israel atravessava o pátio e o véu, no tabernáculo, para então penetrar no Santo dos Santos.
Nosso Sumo Sacerdote penetrou nos céus, na presença de Deus, onde se assentou à destra do Pai (Hb 1.3).
Seu nome e título, Jesus, Filho de Deus, enfatizam Suas duas naturezas — Sua humanidade e divindade.

4.15 — Compadecer implica sofrer com. Expressa o sentimento por outro de quem já experimentou também sofrimento. Em tudo foi tentado. Jesus passou por todos os graus de tentação (Hb 2.18).
Sem pecado (Hb 7.26; 2 Co 5.21).
Somente quem não se rendeu ao pecado pode conhecer a intensidade total da tentação. Jesus não se rendeu à tentação.

4.16 — Cheguemos é a mesma palavra grega traduzida em Hebreus 10.22. Que contraste com o ficar afastado para que não morra do Antigo Testamento, que os leitores judeus da epístola e seus antepassados certamente cresceram ouvindo! João Batista resume admiravelmente essa diferença, em sua apresentação de Jesus: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Não haverá mais a morte de animais em sacrifício. Nunca mais o sumo sacerdote terá acesso exclusivo ao Santo dos Santos. Confiança é a mesma palavra traduzida por ousadia em Hebreus 10.19, significando, aqui, coragem, audácia, destemor. Os cristãos devem aproximar-se corajosamente de Deus em oração, porque dele é o trono da graça e nosso Sumo Sacerdote se assenta à Sua direita, intercedendo por nós.

Hebreus 5 
5.1-4 — Estes versículos explicam o que significa ser um sumo sacerdote. Um sumo sacerdote deve ser uma pessoa (v. 1-3) chamada por Deus (v. 4)
– Ele representa o povo e, assim, deve identificar-se com sua natureza humana. Mas também representa Deus para o povo e, por isso, deve ser chamado por Deus para Seu serviço.

5.1 — Dons e sacrifícios. A principal referência aqui é a do trabalho do sumo sacerdote no Dia da Expiação, único dia do ano em que um sacerdote entrava no Santo dos Santos (Hb 9.7-10) para expiar os pecados do povo e interceder por ele.

5.2 — A expressão ignorantes e errados refere-se àqueles do povo que houvessem pecado sem querer, sem a real intenção de fazê-lo (Nm 15.30-36) 

5.3 — Era exigido que o sumo sacerdote oferecesse um sacrifício, tanto pelo povo, como também por si mesmo, no Dia da Expiação (Hb 9.7; Lv 16.6).

5.4 — Chamado por Deus. Arão foi nomeado para a função de sacerdote pelo próprio Deus (Ex 28.1); assim também seus sucessores (Nm 20.23-28; 25.10-13). Aqueles que desafiaram o chamado de Arão ou nomearam a si mesmos como sacerdotes foram mortos por Deus (Nm 16).

5.5-6 — Cristo não chamou a si mesmo para o ofício de Sumo Sacerdote; o Pai o chamou. Tanto Salmo 2.7 como o Salmo 110.4 são citados aqui para provar esse fato. O Salmo 2.7 também é citado em Hebreus 1.5, para provar a superioridade de Cristo em relação aos anjos; agora, o autor usa a citação para afirmar o relacionamento especial de Jesus com Deus Pai. A citação de Salmo 110.4 destaca a natureza eterna do sacerdócio de Jesus. Ele é e será o Mediador entre nós e Deus para sempre.

5.7 — Cristo não ofereceu sacrifício por si mesmo, mas ofereceu por nós clamor, lágrimas, orações e súplicas de uma vida e morte de obediência. Foi ouvido e Seu sacrifício aceito por causa de Seu temor (obediência reverente). Foi resgatado da morte pela ressurreição.

5.8 — Aprendeu a obediência. Jesus não precisava aprender a obedecer como se antes fosse desobediente, mas teve de passar pela experiência de obedecer à vontade do Pai como homem. Ele aprendeu a natureza da obediência.

5.9 — Sendo ele consumado. Esta frase não sugere que Jesus não fosse antes consumadamente perfeito. Significa que cumpriu com total sucesso o plano de Deus para Ele. Suportou sofrimento e tentação como ser humano para que pudesse agir verdadeiramente como nosso Sumo Sacerdote, compreendendo nossas fraquezas e intercedendo por nós diante de Deus. "Causa" aqui significa "fonte". A obediência de Jesus ao Pai o conduziu ao Calvário, à própria morte na cruz. O sacrifício do único ser humano sem pecado em nosso lugar tornou-o a causa, a fonte, de nossa salvação.

5.10 — Chamado aqui significa designado, ao introduzir o título formal de Cristo, Sumo Sacerdote.

5.11 — Embora o autor de Hebreus tenha muito mais para dizer sobre o sacerdócio de Jesus, será de difícil interpretação para os leitores desta carta, que são classificados como negligentes para ouvir. Negligente significa descuidado. Quando essas pessoas ouviram a Palavra de Deus, não devem ter-se mostrado certamente prontas e aptas a aceitá-la (Hb 6.11,12). Mostraram-se descuidadas, preguiçosas, na fé. Seria então tarefa difícil explicar a verdade para elas.

5.12—6.20 — O autor prepara seus leitores para receber o ensinamento sobre o sumo sacerdócio de Cristo. Primeiro, reprova a imaturidade espiritual deles (Hb 5.12—6.3) e o fato de haverem abandonado o progresso à maturidade (Hb 6.4-8; observe que todos os verbos nos v. 4-6 estão no passado). Recorda, então, alguns feitos espirituais dignos, da parte deles (Hb 6.9-12), e faz com que se lembrem das promessas que Deus lhes tinha ofertado (Hb 6.13-20).

5.12 — Devendo já ser mestres pelo tempo sugere que muitos dos cristãos já deveriam ser instrutores, não no sentido formal (compare com 1 Co 12.29; Tg 3.1), mas já transmitindo a outros o que aprenderam mediante os dons que Deus lhes havia concedido.

Primeiros rudimentos significam as verdades básicas aprendidas pelo crente sobre a fé (Hb 6.1,2). A expressão como que se refere ao bê-á-bá na alfabetização ou à tabuada das quatro operações fundamentais em aritmética. Os primeiros rudimentos são, enfim, os elementos básicos a partir dos quais tudo o mais no saber se desenvolve. Necessitais. Esses cristãos haviam regredido, por causa do não uso do que aprenderam. Se uma pessoa não pratica o que aprende, esquece, e é preciso que lhe ensinem novamente a mesma coisa. Não usar, não pôr em prática, não exercer, é esquecer. Leite [...] alimento sólido. O autor ilustra deste modo os ingredientes do crescimento espiritual. O leite equivaleria aos primeiros rudimentos.

O alimento sólido, à revelação mais ampla. Começamos então com o processamento da verdade (1 Pe 2.2), exercitando o princípio da prontidão para aprender. Gradualmente, ativamos o princípio da prática para retenção da verdade. A prática consistente e persistente da verdade resulta em crescimento e a maturidade (esta mesma fórmula é apresentada aos coríntios por Paulo em 1 Co 3.1-4).

5.13 — Não está experimentado na palavra da justiça. Grande parte dos primeiros leitores desta carta não tinham necessariamente falta de informação em relação à justiça; o que não tinham era experiência em praticar a informação que possuíam. A maturidade vem com a prática. Ao praticarmos a justiça, teremos menos dificuldade em distinguir o bem do mal.

Menino, aqui, é qualificação da imaturidade cristã. A criança, geralmente, tem pouco discernimento e autodisciplina. Precisa ouvir não constantemente, para poder vir a entender. O crente maduro está apto a saber a diferença entre o bem e o mal e controlar seus apetites pecaminosos.

5.14 — Perfeitos refere-se aos cristãos espiritualmente maduros. Costume significa a prática ou o hábito. Aqueles que têm o costume ou hábito de obedecer à mensagem de justiça amadurecem na fé e estão prontos para discernir tanto o bem quanto o mal.

Hebreus 6
6.1, 2 — O autor insiste em que os leitores de sua carta deixem o que é primário e prossigam até a perfeição, no sentido de maturidade. Ele lista então seis pontos doutrinários, que chama de os rudimentos da doutrina de Cristo (os primeiros rudimentos, em Hb 5.12):
(1) Arrependimento de obras mortas se refere à mudança de pensamento quanto às exigências da Lei de Moisés (Hb 9.14).

Embora a Lei seja boa (1 Tm 1.8), era fraca, por causa da fraqueza de nossa natureza pecaminosa (Rm 8.3).
(2) O que é necessário para a salvação não são as obras mortas, que não podem salvar, mas a fé em Deus.
(3) Batismos pode referir-se aos vários batismos citados no Novo Testamento (o batismo de Cristo, o de João, o batismo do crente nas águas, e o espiritual, do crente pelo Espírito Santo), ou também aos diversos ritos de purificação praticados pelos judeus.
(4) No livro de Atos, a imposição das mãos era usada para transmitir o Espírito Santo (At 8.17,18; 19.6), assim como para ordenação ao ministério (At 6.6; 13.3). Essa prática é encontrada também no Antigo Testamento, para a delegação de poderes a alguém para serviço público (Nm 27.18,23; Dt 34.9) e no contexto de apresentação do holocausto ao Senhor (Lv 1.4; 3.2; 4.4; 8.14; 16.21).

(5) Ressurreição dos mortos se refere à doutrina da ressurreição de todos no final dos tempos (Ap 20.11-15). E um ensinamento do Antigo Testamento (Is 26.19; Dn 12.2), amplamente difundido no judaísmo do século 1, principalmente pelos fariseus. Para os cristãos, tornou-se essencial a crença na ressurreição de Jesus, sem a qual não existiria o perdão dos pecados (1 Co 15.12-17).

(6) Juízo eterno se refere à crença de que todos seremos julgados pelo grande Juiz. As Escrituras indicam que existirão dois tipos de julgamento final: o dos cristãos, no qual Jesus determinará a recompensa de cada um (1 Co 3.12-15), e o juízo dos descrentes (Ap 20.11-15).

6.3 — O autor inclui ainda a si mesmo na ação que deva ser realizada pelos cristãos. Se Deus permitir — ou seja, se for da vontade de Deus (Tg 4.15) — indica o imperativo necessário da autoridade divina para que algo aconteça.

6.4-6 — Esta passagem, tão difícil com respeito a recair, tem sido interpretada de diversas maneiras.

Alguns afirmam que o autor de Hebreus está falando de cristãos nominais, que ouvem a verdade e aparentam crer em Cristo, mas, por fim, demonstram sua superficialidade em relação a Ele, renunciando-o publicamente. Outros interpretam estes versículos como argumento hipotético que o autor de Hebreus estaria usando para advertir àqueles espiritualmente imaturos (v. 1-3) que não rejeitem a oferta de salvação de Deus (v. 6; Hb 3.12). Os que postulam essas duas posições citam, caracteristicamente, as diversas passagens bíblicas que falam da verdadeira segurança eterna do crente (Jo 6.39,40; 10.27-29; Rm 8.28-30).

Uma vez que Deus nos salvou, nada pode separar-nos do Seu amor (Rm 8.35-39). Outros ainda, porém, preferem que o autor esteja falando de cristãos genuínos que renunciam a Cristo e deixam de ser cristãos. Alegam ser esta uma leitura clara deste texto, citando várias advertências no Novo Testamento para resistirmos aos enganos de falsos mestres, como evidência adicional a esta sua interpretação (2 Co 11.1-4,13-15; 2 Tm 2.17,18; 1 Jo 2.21-25). É mais provável que a passagem diga respeito a judeus, verdadeiros crentes em Jesus, que, ao sofrerem perseguição, vejam-se tentados a novamente se envolver com a religião judaica e seus ritos, de que haviam sido libertos em Cristo. Em vez de falar da perda da justificação, a passagem se refere ao fracasso de um crescimento à maturidade. O crente que, tentado, é levado a cair (como traduz melhor o grego), depois de já haver obtido progresso na caminhada cristã, como se evidencia nas características do crescimento cristão indicadas nos versículos 4 e 5, após a queda (o abandono não de Cristo, mas da corrida cristã) coloca-se em risco de ficar estagnado no crescimento cristão.

6.6 — A expressão e recaíram pode ser traduzida de forma melhor por e caíram de lado, representando um corredor que cai ao lado da pista durante uma corrida. A expressão, neste caso, pode ser entendida aqui como referindo-se a pessoas para as quais é impossível ter uma mudança de opinião, ou arrependimento, por estarem envolvidas em atividades que contrariam sua confissão de Cristo como seu Salvador.

Renovar (gr. anakainizõ) significa restaurar, restabelecer. É impossível ao empenho de quem quer que seja na comunidade cristã restabelecer a comunhão de alguém com Deus. Este, o motivo da forte advertência em Hebreus 3.13 de que exortemos uns aos outros, a fim de evitarmos um coração endurecido.

A imaturidade constante é sempre perigosa. Pense em pessoas que você possa ter conhecido, exultantes testemunhas de Cristo, que se desviaram do caminho e se tornaram frias como pedra. Para o autor, essas pessoas de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério. Ao se afastarem do crescimento cristão, tais apóstatas se colocariam na posição dos que, na prática, crucificaram Jesus e o expuseram à humilhação pública.

Em outras palavras, se os leitores originais são cristãos judeus que estão pensando em retornar ao judaísmo, estarão se juntando às fileiras daqueles que crucificaram Cristo, pois sua atitude corresponde, em importância, a uma rejeição pública, a uma nova crucificação (simbólica) do Senhor.

6 .7 ,8 — Aqui, uma ilustração baseada na natureza transmite duas verdades: (1) um pedaço de terra que recebe chuva (um dom celestial, v. 4) e que é produtiva e útil para muitos e abençoada por Deus (v. 7);
(2) um pedaço de terra (v. 8) que recebe chuva (um dom celestial, v. 4), mas é improdutiva, é reprovada (gr. adokimos), palavra que significa desqualificada, usada em relação a cristãos desqualificados para receber recompensas (1 Co 9.27; 2 Co 13.5,7). Essa terra não é amaldiçoada, mas perto está da maldição (1 Co 11.29-31).

A consequência é ser queimada, o que não significa o inferno, mas um juízo temporal de Deus. No Antigo Testamento, o juízo de Deus sobre Seu povo está associado a queima dos campos (Is 9.18-19; 10.17), o que representa morte física, mas não morte espiritual. Talvez exista aqui também uma alusão ao fogo do juízo, quanto ao fundamento de Cristo (1 Co 3.11-15). Existia uma prática antiga de queimar a terra para destruir as ervas daninhas e fazer que o campo fosse útil novamente. Se essa é a alusão pretendida, então a passagem ensina que, embora todas as tentativas humanas de restaurar os apóstatas sejam inúteis (v. 6), existe a esperança de que possam voltar a produzir novamente. E possível a uma pessoa naufragar na fé e aprender, então, com essa ruinosa experiência (1 Tm 1.18-20).

6.9 — Com o calor e a afeição do título amados, o autor garante aos hebreus que espera coisas melhores deles. Suas boas obras são sinais, para o autor, de que eles teriam recebido Cristo verdadeiramente (v. 10).

6.10 — Serão então recompensados, porque Deus não é injusto. Ele os recompensará pelo que tiverem realizado.

6.11 — Os cristãos correm constantemente o perigo de não permanecer inteiramente fiéis na esperança que devem ter em Cristo. Devemos manter nosso compromisso com Cristo firme até o fim.

6.12 — Negligentes é a mesma palavra usada em Hebreus 5.11, que deu início a esta exortação para que os hebreus crescessem na fé em Cristo (Hb 5.11—6.12).

6.13-15 — Abraão é um exemplo de fé e paciência para com a promessa de Deus (v. 12). Ele esperou 25 anos desde que foi feita a promessa até Isaque, o filho prometido, nascer (Gn 12.4; 21.5).

6.16,17 — Confirmação significa garantia. O juramento é usado para garantir o cumprimento do acordo.

6.18 — O Senhor confirmou Seu juramento a Abraão ao jurar por si mesmo (v. 13) porque Ele, por si só, é maior do que tudo. As duas coisas imutáveis são a Palavra de Deus e o juramento de Deus. Como Deus não mente e é todo-poderoso, há de cumprir todas as Suas promessas. Essa natureza imutável de Deus é a consolação e o fortalecimento do crente.

6.19 — A esperança do crente em Cristo é segura como uma âncora. Essa âncora não está na areia, mas na presença do Todo-poderoso. Interior do véu se refere ao Santo dos Santos, o lugar onde Deus habita.

6.20 — A palavra grega para precursor era usada no século 2 d.C. com relação a barcos menores enviados para o porto pelos grandes navios impossibilitados de lá atracar devido ao mau tempo. Esses barcos carregavam a âncora através da arrebentação para o porto e a prendiam lá, segurando assim o navio maior. Precursor pressupõe que outros o seguirão. Deste modo, Jesus é não somente a própria âncora do crente, mas também o barco que leva a âncora para o porto e a segura firmemente. Não há dúvida de que o nosso navio está indo para o porto. A única questão é se está indo com a tranquilidade de um navio bem posicionado nas águas. Os cristãos que conservam sua esperança na presença de Deus hão de chegar com confiança ao trono da graça (Hb 4.14-16). Como a esperança dos cristãos é segura e não pode ser abalada, devem usá-la com perseverança.

Interpretação Bíblica da Carta aos Hebreus
Hebreus 4
Cristo, o Grande Sacerdote eterno 4.14—5.10 – Para que “fiquemos firmes na fé que anunciamos” (4.14), o autor apresenta Cristo como o Grande Sacerdote eterno que faz o seu trabalho na própria presença de Deus (1.3,13; 8.1-2; 9.11-12,24).

O autor compara Jesus com o Grande Sacerdote da antiga aliança, mostrando as semelhanças entre eles (para as diferenças, ver (cap. 7).

Duas características do Grande Sacerdote recebem destaque:
o fato de ele ser capaz de compreender as nossas fraquezas (5.1-3,7-10)
e o fato de ele ser chamado por Deus (5.4-6).

4.14 fiquemos firmes Ver Intr. 2.2. 
temos um Grande Sacerdote Hb 2.17; 3.1.
Esse Grande Sacerdote, que é Cristo, compreende as nossas fraquezas (Hb 4.15a);
foi tentado, mas não pecou (Hb 4.15b; 5.1-3; 7.26);
foi chamado por Deus (Hb 5.4-5,10; 7.28a);
é eterno (Hb 5.6; 7.20-21,24; 7.28b);
é autor da salvação eterna (Hb 5.7-9; 7.25). 

entrou na própria presença de Deus Uma vez por ano, no Dia do Perdão, o Grande Sacerdote dos judeus entrava no Lugar Santíssimo e ali oferecia sacrifícios para tirar os pecados do povo. Mas Jesus entrou na presença de Deus no céu. Hb 9.11-14,24-26.

4.15 compreender as nossas fraquezas Hb 2.14-18. 
foi tentado do mesmo modo que nós Mt 4.1-11; Lc 4.1-13. 
não pecou Hb 7.26; Jo 8.46; 2Co 5.21; 1Pe 2.22; 3.18; 1Jo 3.5. Se isso não fosse verdade, Jesus não poderia ser o Grande Sacerdote que nos ajuda (Hb 9.14).

4.16 cheguemos perto do trono divino Por meio de Cristo, o trono divino não é mais um lugar que nos assusta (Hb 12.18-21), mas um lugar onde encontraremos graça sempre que precisarmos de ajuda.

Hebreus 5
5.1 sacrifícios pelos pecados Hb 7.27; Lv 9.7.

5.4 como aconteceu com Arão Êx 28.1-3; Lv 8.1-9.

5.5 Deus... lhe disse Sl 2.7; ver Hb 1.5, n.

5.6 ele também disse Sl 110.4. Este texto volta com maiores detalhes no cap. 7. 
na ordem do sacerdócio de Melquisedeque Ou “como Melquisedeque”; ou “na linha de sucessão de Melquisedeque”. Melquisedeque Hb 7.1-19; Gn 14.17-20.

5.7 em voz alta e com lágrimas Parece que o autor está falando a respeito de Jesus no jardim do Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46).

5.8 ele aprendeu... a ser obediente Hb 10.5-10; 12.1-11;
ver também Rm 5.19; Gl 1.4; Fp 2.8-9. Só aqui, no NT, se afirma que Cristo aprendeu.

5.9 depois de ser aperfeiçoado Ver Hb 2.10, n. a fonte da salvação eterna Cristo é essa fonte por ser o Grande Sacerdote sobre o qual fala Hb 7—10. os que lhe obedecem Os que seguem o seu exemplo (v. 8) e que confiam nele.

5.10 na ordem do sacerdócio de Melquisedeque Ver Hb 5.6, n.
O perigo de abandonar a fé 5.11—6.12 – A Carta aos Hebreus se dirige a pessoas que correm o perigo de abandonar a fé. Esse perigo é real, e essas pessoas podem acabar se perdendo (6.6). Por isso, o autor faz uma severa advertência (6.4-6), talvez uma das mais severas em todo o NT (Hb 10.26-31). Ao mesmo tempo, ele está certo de que os cristãos hebreus têm as melhores bênçãos que vêm da salvação (6.9) e que vão continuar com entusiasmo até o fim, para receber o que esperam (6.11). A vida cristã é uma caminhada que não pára: “Vamos em frente!”, exorta o autor (6.1,3).

5.11 desse assunto Isto é, a respeito de Jesus Cristo como o nosso Grande Sacerdote (v. 10; 7.1—8.13).

5.12 alimento sólido... leite Alimento sólido é uma maneira de falar sobre os ensinamentos adiantados; leite, por sua vez, é figura de primeiras lições (1Co 3.2).

Exposição da Carta aos Hebreus
Hebreus 4
4.14 TEMOS UM GRANDE SUMO SACERDOTE. Ver 8.1, nota sobre o ministério de Jesus como sumo sacerdote.

4.16 CHEGUEMOS POIS COM CONFIANÇA AO TRONO DA GRAÇA. Porque Cristo se compadece das nossas fraquezas (v. 15), podemos chegar com confiança ao trono celestial, sabendo que nossas orações e petições são bem acolhidas e ouvidas por nosso Pai celestial (cf. 10.19,20). É chamado o “trono da graça”, porque dele fluem o amor, o socorro, a misericórida, o perdão, o poder divino, o batismo com o Espírito Santo, os dons espirituais, o fruto do Espírito Santo e tudo de que precisamos em todas as circunstâncias. Uma das maiores bênçãos da salvação é que Cristo, agora, é nosso sumo sacerdote, conduzindo-nos até a sua presença pessoal, de modo que sempre podemos buscar a ajuda de que carecemos.

Hebreus 5
5.1 TODO O SUMO SACERDOTE. Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio.
(1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v. 2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29).
(2) Deve ser designado por Deus (vv. 4-6).
Cristo satisfaz ambos requisitos (ver Lv 8.2 nota).

5.6 A ORDEM DE MELQUISEDEQUE. Melqui-sedeque é um personagem misterioso do AT, que aparece em Gn 14 como sacerdote de Deus em Salém (que é Jerusalém, Gn 14.18; Js 18.28; Sl 110.1-4; Hb 7.1), antes dos tempos do sacerdócio levítico. O sacerdócio de Cristo é do mesmo tipo que o de Melquisedeque (ver 7.1-3 notas).

5.7 GRANDE CLAMOR E LÁGRIMAS. Este trecho provavelmente se refira à intensidade da oração de Jesus no jardim do Getsêmani. A oração de Jesus foi “ouvida”, não no sentido de Deus ter removido tudo o que levaria à sua morte, mas no sentido de Ele receber ajuda de Deus para suportar o sofrimento que lhe aguardava. Haverá tempos em que, também, enfrentaremos sofrimentos, parecendo que nossas ferventes orações não têm resposta. Em tais ocasiões devemos lembrar que Jesus foi provado da mesma forma, e que Deus nos dará graça suficiente para suportarmos aquilo que Ele permite que aconteça em nossa vida (ver Mt 26.39 nota).

5.8 APRENDEU A OBEDIÊNCIA. Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com -frequência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. Hb 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv. 1-6), para nos prover a eterna salvação (v. 9; ver 2.10 nota).

5.9 SALVAÇÃO PARA TODOS OS QUE LHE OBEDECEM. A salvação eterna, obtida mediante o sofrimento de Jesus (v. 8), pertence somente àqueles que lhe são obedientes pela fé. A fé que salva é também a fé que obedece (Rm 1.5; 16.26; Jo 8.31; Tg 2.17-26).

5.12 LEITE E NÃO DE SÓLIDO MANTIMENTO. Ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS

5.14 DISCERNIR TANTO O BEM COMO O MAL. Quem é fraco e imaturo na fé não tem sensibilidade nem discernimento espiritual para perceber o que é bom e o que é mau nesta vida e aquilo que honra a Deus e o que o desonra. O crente espiritualmente maduro, por outro lado, é aquele que tem seus sentidos espirituais treinados para distinguir claramente entre o bem e o mal mediante a prática constante da justiça e da obediência a Deus e à sua Palavra. Este crente aprendeu a amar a justiça e a odiar a iniquidade (ver 1.9 nota), tendo uma mente renovada segundo os princípios da justiça (Rm 12.1,2). E, por ser capacitado pelo Espírito Santo para ver as coisas do ponto de vista de Deus, está apto a receber o alimento sólido da sua Palavra e crescer segundo a estatura completa de Cristo (cf. Ef 4.13).


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 4.14-16; 5.1-14.

Hebreus 4
14 — Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15 — Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 — Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.

Hebreus 5
1 — Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
2 — e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 — E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 — E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 — Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 — Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
7 — O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 — Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 — E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,
10 — chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 — Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 — Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
13 — Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14 — Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.



HINOS SUGERIDOS

152, 291 e 402 da Harpa Cristã.




OBJETIVO GERAL

Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·   I. Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;
·   II. Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
·   III. Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.














INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Hebreus 4.14-16 (14. Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.) talvez seja a passagem mais enfática acerca da perfeição do ministério sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor como um sumo sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque Ele havia sido tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos Hebreus encoraja os cristãos: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (v.16). Encoraje sua classe a partir dessa Palavra!














COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A doutrina do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16 (14. Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.). Nessa seção o autor apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote que penetrou os céus”. Jesus, portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande relevância.


PONTO CENTRAL

Jesus Cristo é o sacerdote perfeito que executou o mais perfeito sacrifício pela humanidade.



I. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO

1. Por representar melhor os homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1: 1. Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; 2. E possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza). Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é necessário que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos pecados deles contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16: 14. Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, 15. pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
16. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.).

2. Por compreender melhor a condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o autor prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A palavra “compadecer-se” (Hb 5.2,3: 2. Ele é capaz de se compadecer dos que não têm conhecimento e se desviam, visto que ele próprio está sujeito à fraqueza.
3. Por isso ele precisa oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo.
) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.

3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4: 4 Ninguém toma esta honra para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de fato o foi Arão.). O contexto deixa claro que a palavra “honra” tem o sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao ministério sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx 28.1: 1 "Chame seu irmão Arão e separe-o dentre os israelitas, e também os seus filhos Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes.
Sl 105.26: 26. Então enviou seu servo Moisés, e Arão, a quem tinha escolhido,
27. por meio dos quais realizou os seus sinais miraculosos e as suas maravilhas na terra de Cam.).
Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

O sacerdócio de Cristo é mais qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica porque representa melhor o ser humano diante de Deus, pois compreende a condição humana, e também por pertencer ao “sacerdócio do céu”.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Enfatize a superioridade da qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e ao da ordem levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.







CONHEÇA MAIS


Todo o sumo sacerdote
“Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio.
(1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15;
cf. Lv 4;
Nm 15.27-29).
(2) Deve ser designado por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.
[...] Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para nos prover a eterna salvação”. Leia mais em Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pp.1905,06.


II. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO

1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu. Em sua exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 (7 Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu filho; eu hoje te gerei.)
com o Sl 110.4 (4 O Senhor jurou e não se arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque".). Essas citações servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam que o tipo de “messias” que os judeus da época de Jesus esperavam era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente religioso, mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7: 5. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6. que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; 7. mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.).

2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno, revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36: 33. Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado.
34. E lhes disse: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem".
35. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora.
36. E dizia: "Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres".), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas e dos que sofriam.

3. Pela submissão que demonstrou. A expressão “foi ouvido quanto ao que temia” (Hb 5.7: 7 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. ACRF) (Hb 5.7O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, Mt 26.39,42,44; Mc 14.36,39; Jo 17.1com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia., ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA Hb 5.7: 7Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, oraçõesMt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46 e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, 8 embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu 9 e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, 10 tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.) como “tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28: 28. Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; 29. Porque o nosso Deus é um fogo consumidor. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como a ARA traduzem como “reverência”. Não há dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória em favor de todos.


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A realeza, o propósito pelo qual viveu, a vida santa que possuía e a submissão demonstrada no seu ministério apontam para superioridade do serviço de Cristo.





















SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Filho e sacerdote (5.5,6). O autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de Jesus, na condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda, estabelece seu direito de servir na terra como Sumo Sacerdote. A razão pela qual é importante traçar o sacerdórcio de Jesus desde Melquisedeque é discutida no capítulo 7.
Obediência (5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor. Duas das mais importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo. Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5, discute o significado da obediência de Cristo. Ao aprender a obedecer ele estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus. Assim qualificado, Jesus tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem’” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).















III. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA

1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 (11. Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
13. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.) forma um parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica que possuía essa doutrina — o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.

2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes, desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14: 13. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.). Quando não se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se fazer escolhas acertadas.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A doutrina da superioridade sacerdotal de Cristo é transcendental aos princípios formadores da fé cristã e essencial à nossa fé.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Resumo do capítulo [5]. O sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um cargo acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na fé, no Novo Testamento. O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa sensível às necessidades dos seres humanos (v.4). Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as qualificações de sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança mais uma advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para caminhar em direção à maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não leite, a verdade deve ser explicitada na prática (vv.11-14)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).


CONCLUSÃO

O final do capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.



A terna simpatia do nosso sumo sacerdote
14Tendo, portanto, um grande vd. Hb 2.17sumo sacerdote que vd. Ef 4.10; cp. Hb 6.20; 8.1; 9.24penetrou os céus, a saber, Jesus, Hb 6.6; 7.3; 10.29; vd. Mt 4.3; cp. Hb 1.2Filho de Deus, guardemos firmes a nossa vd. Hb 3.1confissão. 15Pois não temos vd. Hb 2.17um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas enfermidades, mas que tem sido Hb 2.18tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas vd. 2Co 5.21; cp. Hb 7.26sem pecado. 16vd. Hb 7.19Cheguemo-nos, portanto, com vd. Hb 3.6confiança, ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos em tempo oportuno.

Cristo é superior aos sumos sacerdotes da antiga aliança
1Pois todo sumo sacerdote, Êx 28.1sendo escolhido dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas vd. Hb 2.17coisas pertencentes a Deus, para que Hb 8.3s.; 9.9; cp. Hb 7.27; 10.11ofereça tanto dons como sacrifícios Hb 7.27; 10.12; vd. 1Co 15.3pelos pecados, 2cp. Hb 2.18; 4.15o qual possa condoer-se dos cp. Hb 9.7; vd. Ef 4.18ignorantes e Tg 5.19; cp. 1Pe 2.25dos que erram, pois que ele também está cp. Hb 7.28cercado de enfermidades, 3e, por essa razão deve, Hb 7.27; 9.7; Lv 9.7; 16.6tanto pelo povo como também por si mesmo, oferecer sacrifício pelos pecados. 4Nm 16.40; 18.7; 2Cr 26.18Ninguém arroga para si essa honra, senão quando é chamado por Deus, Êx 28.1; 1Cr 23.13como também foi Arão. 5Assim, também Cristo Jo 8.54não se exaltou a si mesmo para ser feito cp. Hb 2.17; Hb 5.10sumo sacerdote, mas aquele que lhe vd. Hb 1.1,5; Sl 2.7disse:
Tu és meu Filho,
hoje eu te gerei;
6 Hb 7.17; Sl 110.4como também em outro lugar diz:
Tu és sacerdote para sempre segundo Hb 5.10; Hb 6.20; Hb 7; esp. 7.11,17a ordem de Melquisedeque.
7Ele, nos dias da sua carne, Mt 26.39,42,44; Mc 14.36,39; Lc 22.41,44tendo oferecido preces, e súplicas com Mt 27.46,50; Mc 15.34,37; Lc 23.46forte clamor, e lágrimas ao que Mc 14.36podia salvá-lo da morte e tendo sido ouvido pela sua Hb 12.28; cp. Hb 11.7reverência, 8embora fosse vd. Hb 1.2Filho, aprendeu vd. Fp 2.8a obediência pelas coisas que sofreu, 9e, tendo sido vd. Hb 2.10aperfeiçoado, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, 10chamado por Deus cp. Hb 2.17; Hb 5.5sumo sacerdote segundo Hb 5.6; Hb 6.20; Hb 7; esp. 7.11,17a ordem de Melquisedeque.
Os cristãos hebreus não tinham progredido
11Acerca deste muito temos que dizer e difícil de explicar, visto que vos tendes tornado tardios em ouvir. 12Pois, devendo já ser mestres em razão do tempo, tendes ainda mister de que alguém vos ensine vd. Gl 4.3os rudimentos dos Hb 6.1princípios elementares dos vd. At 7.38oráculos de Deus e vos tendes tornado tais, que tendes precisão de 1Co 3.2; cp. 1Pe 2.2leite e não de mantimento sólido. 13Todo o que usa de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é 1Co 3.1; cp. 1Co 14.20; 1Pe 2.2criança; 14mas o mantimento sólido é para vd. 1Co 2.6; Ef 4.13; Hb 6.1os adultos, para aqueles que têm, pela prática, as suas faculdades cp. 1Tm 4.7exercitadas para cp. Rm 14.1discernirem tanto o bem como o mal.



Jesus, o nosso Sumo Sacerdote
14Nós temos a Jesus, o Filho de Deus, como o nosso Sumo Sacerdote. Por isso devemos conservar firme a fé que temos.15O nosso Sumo Sacerdote não é alguém que não possa se compadecer de nossas fraquezas. Ao contrário, Ele foi tentado de todas as maneiras, assim como nós também somos tentados, mas nunca pecou.16Por isso devemos nos aproximar com confiança do trono do nosso Pai que é cheio de amor, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graçagraça A bondade divina. para nos ajudar na hora em que precisarmos.
1Todo sumo sacerdotesumo sacerdote O líder e sacerdote judeu mais importante. é escolhido entre os homens e é nomeado para ajudar as pessoas nas coisas referentes a Deus e para oferecer ofertas e sacrifícios pelos pecados.2Ele é capaz de ter compaixão dos ignorantes e dos que erram, pois ele mesmo está cheio de fraquezas.3E, por esta razão, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo como pelos seus próprios pecados.
4Ninguém escolhe por si mesmo a honra de ser sumo sacerdotesumo sacerdote O líder e sacerdote judeu mais importante.. A pessoa deve ser chamada por Deus, como aconteceu com ArãoArão O primeiro sumo sacerdote judeu. Ele era irmão de Moisés..5Assim também, Cristo não tomou para si mesmo a honra de se tornar sumo sacerdote; foi Deus que lhe deu essa honra. Ele disse:
“Você é meu Filho;
hoje Eu me tornei seu Pai”.
6Em outro lugar das EscriturasEscrituras As coisas sagradas escritas, o Velho Testamento. Ele também disse:
“Você é sacerdote para sempre,
de acordo com a ordem do sacerdócio de Melquisedeque”.
7Durante sua vida aqui na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas com altos gritos e lágrimas a quem o podia livrar da morte. E Deus o ouviu porque Jesus era humilde e fazia o que Deus queria.8Embora fosse Filho de Deus, Ele aprendeu a ser obediente pelas coisas que sofreu.9E, depois de ser aperfeiçoado, Ele se tornou a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.10E Deus o nomeou Sumo Sacerdote, de acordo com a ordem do sacerdócio de Melquisedeque.
O perigo de abandonar a fé
11Temos muitas coisas a dizer a esse respeito, mas elas são difíceis de explicar porque vocês não querem entender.12De fato, depois de tanto tempo, vocês já deviam ser mestres. Porém, precisam de que alguém os ensine novamente quais são os princípios básicos da mensagem de Deus. Ao invés de alimento sólido, vocês ainda precisam de leite.13Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente sobre o que é certo ou errado, pois é uma criança.14Mas o alimento sólido é para os adultos. Ele é para aqueles que, pela prática, estão com os seus sentidos treinados para saber escolher entre o bem e o mal.






























PARA REFLETIR

A respeito de Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica, responda:

Ao contrário do sacerdócio arônico, o que Jesus ofereceu?
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).

Por que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão?
Jesus, nosso sumo sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

Como foi estabelecido o sacerdócio de Jesus?
Jesus foi aclamado por Deus como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua filiação divina.

Quais as qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote?
Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote.

Como seria possível chegar à maturidade cristã?
Exercitando a mente na meditação da Palavra.






SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus 4.14-16; 5.1-14

2. I. Um sacerdócio superior quanto à Qualificação
 1. Por representar melhor os homens diante de Deus.
 2. Por compreender melhor a condição humana.
 3. Pela posição que exerceu.

3. II. Um sacerdócio superior quanto ao Serviço
 1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu.
 2. Pela vida santa que possuía.
 3. Pela submissão que demonstrou.

4. III. Um sacerdócio superior quanto à importância Teológica
 1. Uma doutrina transcendente.
 2. Uma doutrina essencial.

5. Conclusão

Nesta altura, chegamos numa seção crucial da Carta aos Hebreus: A Supremacia do Sumo Sacerdócio de Cristo. O início dessa seção resgata o fato de que o Senhor Jesus, por intermédio de seu sacerdócio supremo, torna aberto o caminho para todas as pessoas aproximarem-se ao trono da Graça de Deus com confiança. Ora, nosso Senhor compartilhou a nossa humanidade e, por isso, ninguém melhor que Ele para compreender nossas fraquezas e debilidades. Por isso, precisamos de um mediador perfeito, “porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (1Tm 2.5,6). Por todos esses motivos, o Senhor Jesus
(1) representa mais eficazmente todos os seres humanos do que os sacerdotes do Antigo Testamento;
(2) compreende melhor a condição humana, pois a viveu em sua plenitude — Ele é verdadeiro Homem;
(3) sua posição, junto ao Pai, o coloca em melhor posição para interceder por nós (1Jo 2.1).
Dentre muitos outros motivos, esses três levantados acima atestam claramente que o nosso Senhor é o Sumo Sacerdote por excelência. Nele, devemos depositar a nossa confiança!

Sugestão Pedagógica

Uma boa sugestão é que você explique a classe a estrutura da ordem sacerdotal e levítica de Israel. Nesse sentido, vale a pena ler o capítulo 16 do livro de Levítico que descreve uma das principais cerimônias que o sumo sacerdote celebrava: o Dia da Expiação. Os capítulos 15 e 16.1-6 de 1 Crônicas também merecem atenção, pois eles destacam a organização dos levitas feita pelo rei Davi. Faça essa leitura com o auxílio da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD. Boa aula!






Hebreus 5 Estudo: Jesus o Sumo Sacerdote Eterno
Em Hebreus 5, o autor explica a função do Sumo Sacerdote na antiga aliança, mostrando que ele devia oferecer sacrifícios pelo povo e por seus próprios pecados.
Neste aspecto Jesus continua sendo superior. Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, ele não conheceu o pecado e tronou-se mediador de uma aliança superior sendo capaz de interceder por cada um de seus irmãos.
Ele encerra repreendendo os seus leitores por causa da sua demora em aprender a Palavra de Deus, pelo tempo que receberam a mensagem já deviam ser mestres, contudo continuavam aprendendo sobre rudimentos básicos da fé.

Esboço de Hebreus 5:
Hebreus 5.1 – 4: A função do Sumo Sacerdote
Hebreus 5. 5 – 10: Jesus o nosso Sumo Sacerdote Eterno
Hebreus 5.11 – 14: A lentidão para aprender a Palavra de Deus

Amadurecer é Obrigação
“De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça”. (Hebreus 5:12,13).
O apóstolo mostra como as diversas doutrinas do evangelho devem ser ministradas a diferentes pessoas. Na igreja há bebês e pessoas maduras, e há no evangelho leite e carne.
Os que são bebês, inábeis na palavra da justiça, precisam ser alimentados com leite; eles precisam ser entretidos com as verdades mais simples, e isso da maneira mais simples:
“Porque é mandamento e mais mandamento, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali” (Isaías 28.10).
Cristo não despreza os seus bebês; Ele proveu alimento adequado para eles. E bom ser bebê em Cristo, mas não se deve continuar nesse estado infantil.
Devemos nos esforçar em passar desse estágio infantil; em maldade devemos sempre permanecer crianças, mas em compreensão devemos crescer para a maturidade de homem.
Há carne substanciosa para os que têm maturidade. Os profundos mistérios de Cristo pertencem àqueles que são de uma classe mais elevada na escola de Cristo, que aprenderam os primeiros princípios e fizeram bom progresso sobre eles.
Assim que em virtude do uso eles têm seus sentidos exercitados para discernir entre o bem e o mal, entre submissão e pecado, verdade e erro.
Sempre houve no estado cristão crianças, jovens e pais. Todo o verdadeiro cristão, tendo recebido o princípio de vida espiritual de Deus, tem necessidade de preservar essa vida.

Sentidos Espirituais
A palavra de Deus é comida e alimento para a vida na graça: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, da palavra, para que, por ele, vades crescendo” (1 Pedro 2.2).
E da sabedoria dos ministros dividir corretamente a palavra da verdade, e dar a cada um a sua porção – leite para os bebês, e carne substanciosa para os maduros.
Há sentidos espirituais assim como sentidos naturais. Há um olho espiritual, um apetite espiritual, um paladar espiritual; a alma tem os seus sentidos como os tem o corpo.
Esses estão muito depravados e perdidos pelo pecado, mas são recuperados pela graça. E pelo uso e pelo exercício que esses sentidos são melhorados, tornados mais ativos e fortes para provar a doçura do que é bom e verdadeiro.
E a amargura do que é falso e perverso. Não somente a razão e a fé, mas também o sentido espiritual, vão ensinar os homens a distinguir entre o que é agradável e o que é provocativo a Deus, entre o que é útil e o que prejudicial à nossa alma. (Henry, Matthew, Comentário de Atos a Apocalipse)

Estudo Textual: Hebreus 5:1 - 6:20
Hebreus 5
1 Porque todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados; 2 E possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 E por esta causa deve ele, tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei.
6 Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
7 O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem; 10 Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
13 Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14 Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
Hebreus 6
1 Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, 2 E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno.
3 E isto faremos, se Deus o permitir.
4 Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, 5 E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, 6 E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; 8 Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.
9 Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.
10 Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.
11 Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; 12 Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas.
13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, 14 Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e multiplicando te multiplicarei.
15 E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.
16 Porque os homens certamente juram por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda a contenda.
17 Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs com juramento; 18 Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;
19 A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, 20 Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.

Diligente até o Fim
Jó clamou em seu desespero: “Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos?” (Jó 9:33). Jó percebeu que não era capaz de falar diretamente com Deus, por causa de sua majestade, e sentiu agudamente a falta de um mediador ou árbitro. O autor de Hebreus, contudo, observa que temos um mediador entre nós e Deus. Ele é nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo.
Jesus foi indicado pelo Pai para ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (veja Gênesis 14); ele não se deu essa honra (Hebreus 5:5-10). Há um grande contraste, contudo, entre os sacerdotes levíticos e Jesus Cristo. Todo sumo sacerdote levítico poderia verdadeiramente simpatizar com a situação difícil dos homens pecadores, porque todo sacerdote era, ele mesmo, culpado de pecado (Hebreus 5:1-3). Assim sendo, ele tinha que primeiro oferecer sacrifício por seus próprios pecados e então podia fazer intercessão pelo restante do povo (veja Levítico 16). Jesus foi tentado, como nós somos, mas sem pecar. Ele foi obediente ao Pai e assim se tornou o autor da salvação eterna de todos aqueles que o obedecem.
Quando o autor se prepara para continuar sua discussão do sacerdócio de Melquisedeque mais adiante, ele percebe que seus leitores não estão preparados para entender tais assuntos. Eles têm sido cristãos por tempo suficiente para que sejam espiritualmente maduros, isto é, sejam capazes de ensinar outros mas, em vez disso, deixaram de crescer em conhecimento e experiência (5:11-14). Assim, eles são capazes de entender somente as coisas simples do evangelho, o “leite” da palavra.
Todos os cristãos começam suas vidas espirituais como “bebês” em Cristo, mas precisam crescer para amadurecer (6:1). Permanecer um infante espiritual pode resultar em afastar-se de Cristo (6:4-6). O cristão que rejeita Jesus está na realidade agindo justamente como aqueles que realmente crucificaram Jesus! Ele crucifica Jesus de novo e o envergonha abertamente. Se um cristão rejeita Cristo, que mais o evangelho oferece para levá-lo ao arrependimento?
O Escritor de Hebreus, contudo, estimula seus leitores, observando que ele não pensa que eles estejam em tal estado. Mas espera que eles continuem nos trabalhos que tinham iniciado (6:9-12). Mas que garantia têm os cristãos de que, depois que tiverem trabalhado diligentemente e suportado as tribulações pacientemente serão, de fato, salvos da eterna destruição? O autor cita o exemplo de Abraão, a quem Deus fez uma promessa (6:13-17). Quando Abraão pacientemente suportou, obteve o cumprimento da promessa, porque a palavra de Deus é imutável. O exemplo de Abraão é um forte encorajamento para aqueles que estão agora confiantes em que Deus lhes dará a vida eterna, como ele prometeu àqueles que o obedecem (Hebreus 5:9).

Perguntas para estudar:
1. Estavam os cristãos hebreus crescendo espiritualmente?
2. É possível a um cristão afastar-se de Cristo?
3. Quem é um exemplo do fato que Deus mantém suas promessas?

Estudo Textual: Hebreus 7:1-28
Hebreus 7
1 Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2 A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
5 E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
6 Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.
7 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
8 E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
9 E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
10 Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
13 Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, 14 Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
15 E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, 16 Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível.
17 Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
18 Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade 19 (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.
20 E visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes,
21 Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque,
22 De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador.
23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer,
24 Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
27 Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.

Jesus: Um Sumo Sacerdote Superior
O autor de Hebreus identificou Jesus como sumo sacerdote de acordo com a ordem de Melquisedeque, tanto no capítulo 5 como no 6. Mas quem é Melquisedeque? Por que Jesus é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem levítica?
No capítulo 7, o autor responde a ambas as questões. Melquisedeque aparece na história bíblica durante apenas um curto período (veja Gênesis 14:18-20). Porque a Bíblia não registra seu nascimento, morte nem mesmo sua genealogia, Melquisedeque parece ser de natureza eterna, como o Filho de Deus. Ele é identificado como sendo tanto o rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo.
O autor deseja demonstrar a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o de Arão e, assim, ele afirma a superioridade de Melquisedeque sobre Levi. Ele o faz, em parte, observando que Melquisedeque abençoou Abraão (o menor é abençoado pelo maior) e que Abraão, que tinha as promessas, pagou dízimo a Melquisedeque. Num sentido figurado, Levi, descendente de Abraão, também pagou dízimo a Melquisedeque, através de Abraão.
Mas por que uma outra ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A resposta é que o sacerdócio levítico não era adequado (7:11,27). Nem a Jesus era permitido ser sacerdote segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da tribo de Levi, mas Jesus era da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada dizia sobre homens de Judá se tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido. O homem não deve ir além do que Deus autorizou.
Para que Jesus fosse um sacerdote, o sacerdócio tinha que ser mudado. Desde que o sacerdócio e a lei de Moisés estavam intimamente ligados, se o sacerdócio for mudado, então a lei também precisa ser mudada (7:12,18-19). Aqueles que querem viver sob a lei de Moisés, hoje em dia, desligam-se do sacerdócio de Jesus porque ele não pode ser sacerdote sob essa lei! O sacerdócio de Jesus é, então, uma garantia de que uma lei (ou aliança) melhor foi estabelecida (7:20-22).
Por que alguém haveria de querer voltar à Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus é um Sumo Sacerdote superior. Ele foi feito sacerdote pelo poder de uma vida infindável, e não através de um mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente dos sacerdotes levíticos, que eram incapazes de continuar a servir por causa da morte, Jesus vive sempre para fazer intercessão por nós. Jesus foi feito sacerdote através do imutável juramento de Deus.
Os sacerdotes levíticos eram fracos porque pecavam assim como os homens pelos quais eles faziam intercessão. Jesus, contudo, é santo, imaculado e separado dos pecadores. Ele não tem que fazer oferenda por si mesmo, como os sacerdotes levíticos tinham que fazer. De muitas maneiras, Jesus é verdadeiramente o sumo sacerdote superior!

Perguntas para estudar:
1. Como Melquisedeque é semelhante a Jesus?
2. Por que Jesus é incapaz de ser um sacerdote sob a lei de Moisés?
3. O silêncio de Deus autoriza alguma coisa?
4. O sacerdócio de Jesus é garantia do quê?


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