quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A dracma perdida

A dracma perdida
a_dracma_perdida
Em Lucas 15, encontramos um conjunto de parábolas afins, que tratam do mesmo assunto: de coisas que perdemos e da busca que precisamos empreender para encontrá-las.
Podemos chamá-las de parábolas irmãs: a parábola da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho perdido. Em todas elas, ao final, quando aquilo que era objeto da procura diligente dos envolvidos é encontrado, tem-se um motivo de alegria para os outros (os outros são convidados para se alegrar). Em outras palavras, aquilo que Deus realiza em nós, aquilo que nos é restituído acaba por beneficiar, principalmente, os outros. Com a parábola da dracma perdida, a Palavra de Deus nos ensina que começamos a perder o noivo (Jesus) dentro de nossa casa. E o que nos faz perdê-lo não são grandes coisas, mas uma soma de pequenas coisas, e tudo isso dentro de casa. Nos dias em que esta história foi contada, havia um costume que funcionava como uma aliança entre os noivos. O noivo dava de presente um colar contendo dez dracmas para a noiva, o que atestava para a sociedade de então que aquela mulher, que deixava à mostra o colar quando transitava pelas ruas, estava comprometida com alguém, havia feito uma aliança com uma pessoa que seria seu futuro marido.
Apocalipse 19:7 diz: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou”. A noiva, enquanto espera o noivo, vai se ataviando, vai se preparando, vai se adornando para encontrar-se com ele. O versículo 8 diz que esses atavios, esses enfeites são os atos de justiça dos santos.
É exatamente o que vemos na parábola da dracma. É o próprio noivo quem se ocupa de ataviar a noiva. Se ela não está ataviada (com o colar) não pode se apresentar diante dele. Seria uma vergonha para a noiva sair nas ruas sem o colar com as dracmas, pois estaria sem o adorno que a faria reconhecida como noiva daquele com quem estava desposada. Ela seria repudiada pelo noivo. Ela precisa estar adornada para ele, vestida com a justiça que ele mesmo preparou para ela. No entanto, observamos na parábola que a dracma não foi perdida na rua, mas em casa. Isso significa que deixamos de estar preparados para o noivo quando começamos a perder nosso enfeite dentro de casa. A mulher perdeu uma única dracma do colar que continha 10, no entanto era o que bastava para ela não sair às ruas, já que o colar estaria incompleto.
Poderíamos listar muitas coisas que temos perdido em casa: o respeito do marido pela esposa (e vice-versa), o carinho de um para com o outro; a falta de tempo de qualidade dedicado aos filhos; a falta de um altar de oração contínuo ao Senhor; a falta de ensino sistemático da Palavra de Deus aos filhos; a falta do sacerdócio do marido; a falta de sabedoria da esposa na edificação das coisas práticas do lar; o fato de os filhos deixarem de honrar os pais. Enfim, são muitas coisas. Cada qual precisa identificar as dracmas que perdeu. Todas essas coisas e muitas outras contribuem para que o nosso enfeite, o nosso adorno para o noivo esteja comprometido. O noivo não nos receberá sem essas coisas.
O que precisamos fazer diante desse quadro? A parábola nos ensina: devemos acender a candeia, varrer a casa e sair à procura da dracma de maneira diligente (até encontrá-la). Precisamos esquadrinhar tudo, olhar em todos os cantos, iniciar um exame minucioso, vasculhar com apetite, e não descansar antes de termos de volta as dracmas que se perderam. É interessante que, para uma família pobre como a da parábola, que, de dia, precisava acender uma candeia dentro de casa (o que atestava a simplicidade da residência que não possuía janelas), o próprio fato de acender a candeia (o consumo de azeite) já seria um gasto maior do que o da própria dracma (esta moeda grega equivalia ao denário romano, o salário correspondente ao pagamento de um dia de trabalho de um trabalhador médio).
Com essa providência, Deus nos convida a acender uma candeia dentro de casa, mesmo que o preço seja elevado. Afinal, o que está em vista é achar pequenas coisas que nos habilitem novamente a estarmos adornados, prontos para o noivo. E, como já dissemos, trata-se de pequenas coisas. Precisamos começar a acender uma candeia dentro de casa e a procurar diligentemente o que perdemos. Precisamos fazer vários resgates, do contrário continuaremos impedidos de nos relacionar intensamente com o noivo. É importante estar ciente de que a busca é diligente. Consumirá nossas forças, nosso tempo, nossa paciência. Não podemos desistir depois de uma leve “varrida”. Precisamos ir fundo. Dia a dia precisamos ir acendendo as candeias, até que elas se tornem um grande luzeiro e iluminem de maneira intensa os nossos lares e consigamos achar as dracmas que se haviam perdido. Isso leva tempo, mas os frutos são maravilhosos.
Depois de muito procurar, a noiva da parábola reúne as amigas e vizinhas para que se alegrem com ela. Outra vez a vemos despendendo recursos para comemorar que seguramente ultrapassavam o valor da dracma. Há um significado profundo aqui: quando achamos a dracma perdida, quando nosso lar está habilitado para o encontro com o noivo, e está perfeitamente gozando de intimidade e relacionamento intenso com ele, nossos  vizinhos, amigos e conhecidos são os maiores beneficiados. O ajuste de nosso lar, o conserto de nossa casa, a arrumação de nossa família vai fazer com que outros se alegrem. Meu reencontro com o  noivo beneficiará outros. Outros poderão se beneficiar da candeia que acendi em minha casa. Acendamos, portanto, a candeia! E mãos à obra: chegou a hora de procurar as dracmas!
(baseado em palestra proferida pelo pastor Jamê Nobre no encontro da Editora dos Clássicos, realizado em Sorocaba, nos dias 17 e 18 de Junho de 2006). É interessante que tendo divorciado família de igreja, colhemos hoje os frutos amargos. Se nossa casa não estiver em ordem, dificilmente a igreja estará. 1 Pedro 2 fala da atitude de Jesus quando ameaçado, oprimido, perseguido: “pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente”(v.23). O capítulo 3 inicia-se assim: “Semelhantemente, vós mulheres (v.1)…. Igualmente, vós, maridos… (v.7). Pedro vem falando da maneira como o Senhor se comportou durante seu ministério e, em seguida, passa a dizer com deve ser o comportamento da família. Agindo dessa forma podemos começar a encontrar as dracmas que se perderam. Precisamos reconhecer que temos ultrajados uns aos outros dentro do lar, temos feito coisas que têm ferido, desonrado, desestimulado nossos cônjuges e filhos. Somente com a consciência de acender a candeia é que poderemos reavê-las. Sem isso, estaremos envergonhados quando o noivo aparecer.
Outro texto muito relevante para o que vimos tratando é Tito 2. Paulo começa da seguinte forma: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” Quando ouvimos falar em sã doutrina, pensamos logo em uma relação de coisas que se podem e que não se podem fazer. Pensamos em categorias teológicas, em aspectos em que muitas vezes dividimos os vários ensinamentos contidos nas escrituras (soteriologia, escatologia, doutrina do Espírito Santo, doutrina dos anjos etc). No entanto, o que Paulo está dizendo para Tito sobre a sã doutrina tem muito mais a ver com fatos que dizem respeito à vida comum do lar do que com outras coisas. Passa em seguida a falar sobre como os homens idosos devem se comportar, igualmente como as mulheres idosas devem agir. Fala da necessidade das jovens senhoras aprenderem com as mais experientes. Fala da sujeição da esposa aos maridos, de como elas devem administrar o lar. Alerta os moços para viverem uma juventude digna e sóbria. Fala sobre como os servos devem se comportar para com os seus senhores. Enfim, todas essas coisas estão relacionadas com a vida em família. E, para Paulo, essa é a sã doutrina. Atendendo com esmero, com diligência, com zelo essas coisas dentro do lar, estaremos, segundo Paulo, ornando, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador. Em outras Palavras, e de acordo com tudo o que viemos dizendo até então, se acendermos a candeia dentro de casa e começarmos a resgatar o que se havia perdido, estaremos contribuindo para que a noiva adorne (enfeite, atavie) a doutrina a fim de estar pronta para receber o noivo quando este se apresentar. E o adorno da doutrina e, por conseqüência, da noiva, dá-se dentro do lar, a partir de pequenas coisas que, no cotidiano, foram sendo esquecidas.





Procurando a Dracma Perdida
Texto Bíblico: Lucas 15.8
Introdução: A parábola da dracma perdida mostra a diligência de uma mulher que ao perder algo precioso foi à sua procura, sem hesitar. Quem conhece a parábola sabe que o requisito básico para que a dracma fosse encontrada foi o de acender a luz. Só encontramos o que perdemos quando acendemos a luz. O escuro dificulta o reconhecimento e a procura. O ato de varrer significa tirar a sujeira. A igreja é responsável por tirar toda sujeira com diligência, cautela e muita observância procurar o que foi perdido de valores com o passar do tempo.
Podemos Observar Três Elementos Que Se Destacam Nesta Parábola:
1- A Dracma.
A dracma grega era uma moeda de prata que tinha praticamente o mesmo valor do denário romano. O denário (e, por conseguinte, dracma) era reputado um bom salário por um dia de trabalho.
Uma dracma dupla é mencionada no trecho de Mateus 17.24, como o imposto anual por cabeça que todo homem judeu tinha de pagar ao tesouro do templo. Considerando-se a extrema pobreza em que viviam os habitantes da Palestina naquela época, essas dez dracmas provavelmente representavam as economias daquela mulher durante sua vida útil; e por isso mesmo a perda ao menos de uma única moeda, representava dez por cento desse total, o que significava um prejuízo sério.
O valor dessa moeda seria mais aumentado se fizesse parte de um ornamento para cabelos, exigindo que não se perdesse nenhuma peça, para que pudesse funcionar como tal. Esses ornamentos eram usados pelas mulheres casadas, como sucede naquelas regiões até o dia de hoje. Alguns têm sugerido que a preservação da unidade do ornamento podia ser reputada como símbolo da fidelidade da mulher ao seu marido. Essa interpretação é possível; mas é mais provável que o quadro vise unicamente a uma mulher pobre, cujas difíceis circunstâncias faziam com que a perda até mesmo de uma pequena moeda fosse motivo para tão grande constentação.
As mulheres palestinas recebiam dez moedas de prata como presente de casamento. Além do valor monetário estas moedas tinham um valor sentimental equivalente ao de um anel de casamento; assim perder uma dracma seria extremamente angustiante.
2- A Candeia.
Ela teve acender uma lâmpada porque as casas pequenas nas da Palestina, das classes mais humildes, usualmente não tinham janelas, e a única maneira da luz entrar no aposento era mediante a porta. Portanto foi necessário acender uma lâmpada a fim de possibilitar uma busca mais completa. O chão provavelmente era coberto de poeira; pelo que, joelhos e mãos no chão, rebuscando no meio da poeira, ela procurar a sua preciosa moeda perdida.
3- A Busca da Dracma Perdida.
Sua busca, no meio da poeira, foi bem-sucedida, e se regozijou por haver encontrado uma décima parte de tudo quanto possuía, tendo trabalhado diligentemente para economizar.
Qual o Valor Representativo das Dez Dracmas Para Você Hoje:
·         Um valor econômico – monetário,
·         Um valor sentimental – emocional,
·         Um valor ornamental – beleza natural,
·         Um valor simbólico – representativo,
·         Um valor espiritual – no que diz respeito a sua salvação, comunhão e dons espirituais.
Qual a Dracma Que Você Está Procurando:
1- A Dracma da Benção do Senhor. (Gn 32.26).
Jacó passa o vau de Jaboque e luta com um anjo. – “… Não te deixarei ir, se não me abençoares…”
2- A Dracma da Vitória. Sobre:
a) A Carne. (Gl 5.17). A está ligada a nossa própria natureza, que quando não é vencida se torna um poderoso gigante contra o Espírito. Como?:
·         Revestindo o Senhor Jesus Cristo. (Rm13. 14). “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.”
·         Revestindo do Poder de Deus. (Lc 24.49). “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.”
·         Andando segundo o Espírito. (Rm 8. 4,14). “… que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (v.4). “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus.” (v.14).
b) O Mundo. (1Jo 2.15). O mundo se apresenta como um gigante diante de nós. Como?:
·         Pela fé. (1Jo 5. 4,5). “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.”
·         Com bom ânimo, como Jesus. (Jo16. 33). “… no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
·         Não se conformando com o mundo. Conselho de Paulo. (Rm 12.2).  -“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
·         Não o amando. Exortação de João. (1Jo 2.15-17). “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne. A concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”
c) E Satanás. Após sua queda (Is 14.12), Satanás tem se apresentado como um gigante para as pessoas, rugindo como leão. (1Pe 5.8). Como?:
·         Revestindo. (Ef 6.11). – “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.”
·         Resistindo. (Tg 4.7). “… resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
·         Vigiando. (1Pe 5.8).  “Sede sóbrios e vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.”
·         Com armas espirituais: Fé, Palavra e Oração. (Ef 6.11-18; 2Co 10. 4). – “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;”
“porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nas regiões celestiais.”
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.”
“Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,”
“e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;”
“tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.”
– “Porque as armas da nossa milícia não carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas.” (2Co 10.4).
Revestindo, vigiando e resistindo-lhe com Fé, Palavra e Oração você vencerá na vida.
3- A Dracma do Revestimento do Espírito Santo. (2Rs 2.1-14).
Elias seria elevado ao céu num carro de fogo.
– “Elias disse a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou… Porém disse ele: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei…”
a) A Betel. (v. 2). Hb. “Casa de Deus.”
·         Lugar da presença de Deus.
·         Lugar de adoração.
b) A Jericó. (v. 4). Hb. “Lugar de Fragrância ou “Cidade do Bálsamo.” Era chamada a cidade das palmeiras”. (Dt 34.3).
·         Lugar de renúncia.
c) Ao Jordão. (v. 6). Hb. “O que desce” ou “Descendo.” Naamã foi curado da lepra quando mergulhou sete vezes nas águas do Jordão – águas barrentas. (2Rs 5.10-14).
·         Lugar de humildade.
·         Lugar de purificação.
– “Elias disse: a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.”(v. 9).
O Que é Preciso Fazer Para Encontrar a Dracma Perdida?:
1- Determinação.
2- Perseverança. Jamais a mulher encontraria a dracma perdida, se não houvesse esforço contínuo e perseverante.
3- Dependência. A mulher dependeu da vassoura (o lado humano, do nosso equipamento).  A maior dependência da mulher foi a “luz da candeia.” A luz da candeia é símbolo do Espírito Santo.
Resumo: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Ap 3.11).













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