Como ler a Bíblia em 2015
Quando se trata de
leitura diária (ou não tão diária assim), o primeiro dia de janeiro pode ser
bem vindo. Um novo ano sinaliza um novo começo. Você é motivado a se
comprometer novamente com o que você sabe que é de importância indispensável: a
Palavra de Deus. Ainda assim, essa não é a primeira vez que você se sentiu
assim. Você alimentava pensamentos semelhantes 365 dias atrás; e 365 dias antes
disso. Então como 2015 será diferente? O que, em nome de Deus, o impedirá de se
arrastar em abril este ano quando o poder de ficar em pé
geralmente já desapareceu em abris passados? De um peregrino tropeçante para o
outro, eis cinco sugestões do que não fazer em 2015.
1. Não extrapole
“Mire na lua. Mesmo
se você errar, você pousará entre as estrelas!”
Essa frase de
para-choque de caminhão é um péssimo conselho para a maioria das situações, e
não é diferente com planos de leitura bíblica. Se você disparar e errar a “lua”
de seis capítulos por dia, você simplesmente não pousará entre as “estrelas” de
três capítulos. Você só ficará perdido no espaço. É melhor ler um capítulo por
dia todos os dias, do que quatro por dia de vez em quando. Além disso, nunca é
demais enfatizar o valor da meditação. Meditação não é um devaneio
espiritualizado; é a reflexão fixada na revelação. Leia menos, se necessário,
para meditar mais. É fácil encontrar uma torrente da verdade de Deus, mas sem
absorção — e aplicação — pouco lhe aproveitará a experiência. Como Thomas White
disse certa vez: “É melhor ouvir apenas um sermão e meditar nele, do que ouvir
dois sermões e não meditar em nenhum”. Penso que esse seja um conselho muito
sábio também para a leitura bíblica.
2. Não faça sozinho
Quando se trata de
consistência de leitura bíblica, uma mentalidade de esporte individual pode ser
letal. Certamente é por isso que muitos perdem o gás; eles sentem como se
estivessem correndo sozinhos. Assim, para prevenir os perigos do isolamento,
convide um ou dois outros para unir-se a você em 2015. Defina objetivos, crie
um compromisso e considerem uns aos outros responsáveis. Transforme a sua
leitura bíblica pessoal em um trabalho de equipe, um projeto comunitário. Um
devocional diário também pode funcionar como um útil companheiro e guia. O
livro de D.A. Carson For the Love of God (Volume 1 e Volume 2)
e o de Nancy Guthrie Discovering Jesus in the Old Testament são
duas excelentes opções.[1]
3. Não faça quando
der
Toda manhã
acordamos para um novo dilúvio de informações. Ouvi dizer que agora alcançamos
o ponto em que uma edição mediana de semana do The New York Times contém
mais informação do que Jonathan Edwards encontrou em toda a sua vida. Não sei
se isso é verdade, mas certamente me faz pensar.
Assim, é imperativo
definir uma hora específica diária para ficar sozinho com Deus. Ainda que seja
alguns modestos minutos, proteja-os com a sua vida. Explique o seu objetivo
para as pessoas mais próximas e convide-as a ajudar. Do contrário, a tirania do
urgente continuará a levantar sua insaciável cabeça. O que é urgente
rapidamente substituirá o que é importante, e o que é bom suplantará o que é
melhor. Se o seu plano básico é ler a Bíblia quando der, as chances são de que
você nunca a lerá. E se você não controlar a sua agenda, a sua agenda
controlará você. Isso aconteceu comigo mais vezes do que eu gostaria de
admitir.
4. Não viva como se
Paulo tivesse mentido
Você sabia que
Levítico, Crônicas e Obadias foram escritos para encorajar você? Bom, era nisso
que Paulo acreditava:
Pois tudo quanto,
outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela
paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. (Romanos 15.4;
cf. 1 Coríntios 9.10; 10.6, 11; 2 Timóteo 3.16)
Que palavra impressionante!
Paulo ousa afirmar que a totalidade do Antigo Testamento é para você —
para instruir você, encorajar você, ajudar você a suportar e encher o seu
coração de esperança. Poucos de vocês concluirão que Paulo está simplesmente
enganado aqui. Bons evangélicos, afinal, ficam felizes em acreditar na palavra
dos inspirados apóstolos. Mas a nossa abordagem às nossas Bíblias conta diz o
contrário? Nós agimos como se Números, Reis ou Naum tivessem o
poder de encher nossas vidas de auxílio e esperança?
Sempre que você
abre a sua Bíblia, trabalhe para crer que Deus tem algo a dizer para você. O
que quer que eu encontre na sua Palavra, foi escrito tendo você em
vista, seu querido filho. Então busque as graças de Deus nas passagens da
Escritura este ano. Força para o presente e resplandecente esperança para o
futuro aguardam em todo canto.
5. Não transforme
um meio de graça em meio de mérito
O amor de seu Pai
não cresce ou diminui de acordo com os seus momentos. Se você está unido a
Jesus pela fé, o veredito já foi anunciado e não cabe mais recurso. Você é
aceito e recebido como o próprio Filho. Ponto! Para ter certeza, você desejará
ouvir e seguir a sua voz, se você realmente é uma de suas ovelhas (João
10.1-30; cf. 8.47; 18.37). Isso não acontece sempre e não acontece
perfeitamente, é claro, mas com sinceridade e de modo crescente.
Portanto, conforme
mais um ano começa, comprometa-se novamente a se tornar um homem ou uma mulher
da Palavra. Não extrapole, não faça sozinho, não faça quando der, não viva como
se Paulo tivesse mentido, nem trate meio de graça como meio de mérito. A sua
Bíblia é um dos principais presentes de Deus para você em 2015.
Abra, leia, rumine
e obedeça. Que você seja transformado à imagem do Rei encarnado, e que ele
somente receba a aclamação.
[1] N.E.: Em português, recomendaríamos os devocionais de C.H. Spurgeon
(Leituras Diárias – V. 1 e 2) e Promessas Preciosas, de John Piper (Penetrado
pela Palavra, Provai e Vede e outros) e de J.C. Ryle (Meditações nos
Evangelhos).
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