SERMÃO – “A DRACMA PERDIDA” – LUCAS 15.8-10
INTRODUÇÃO
Que importância você daria a uma moeda? É claro que isso
dependeria do seu valor! O capítulo 15 do Evangelho de Lucas tem sido chamado
de “Seção de Achados e Perdidos da Bíblia”. É ali que encontramos as histórias
da centésima ovelha e do filho pródigo. É ali que Jesus conta, também, a
parábola da dracma perdida (Lucas 15.8-10). Um detalhe interessante a respeito
dessas três histórias é que, embora o filho pródigo tenha se perdido em um país
distante e a centésima ovelha nos campos ao redor, a dracma foi perdida dentro
de casa. Por isso, ela é símbolo das coisas que, muitas vezes, perdemos em
nosso lar. Eis alguns exemplos de dracmas perdidas que muitas famílias precisam
recuperar:
I. A DRACMA DO RESPEITO
Quando o respeito sai pela porta, o amor pula pela janela!
Muitos casais têm sofrido porque pararam de respeitar um ao outro. Há filhos
que não honram seus pais, e pais que abusam de seus filhos. O problema é que se
perdermos a dracma do respeito, seremos privados de toda alegria e realização.
II. A DRACMA DO PERDÃO
Sem perdão, não há cura. Não existe libertação, restauração,
esperança ou vida. Como vamos conviver em família se não formos capazes de
deixar para trás os atos e palavras que nos contrariaram? Como iremos receber
perdão para os nossos erros se não o tivermos dispensado àqueles que erraram
conosco? O pensador George Herbert escreveu: “Aquele que não pode perdoar
destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar”. Se você quiser ter
felicidade em sua casa, precisa encontrar, no fundo da sua alma, a dracma do
perdão.
III. A DRACMA DA BONDADE
Ser bondoso significa tratar alguém de modo especial. É ter
sempre um olhar generoso e um gesto cuidadoso. Conta-se que um casal amava-se
muito, mas vivia em dificuldades financeiras. Com a aproximação do aniversário
de casamento, cada um começou a pensar numa forma de surpreender o outro. A
esposa vendeu os próprios cabelos e, com o dinheiro, comprou uma corrente para
o relógio do marido. Mas sem que ela soubesse, o esposo vendeu o relógio para
comprar um pente para os cabelos da mulher. Que surpresa tiveram na hora de
abrir os presentes! Aquele casal podia não ter muitos recursos, mas era rico,
porque possuía a bondade.
IV. A DRACMA DA DEVOÇÃO
Precisamos refletir sobre o lugar que Deus ocupa em nosso
casamento, em nosso lar e em nossa vida. Famílias abençoadas oram, lêem a
Bíblia, realizam o culto doméstico, vão à igreja. São famílias de Deus.
V. COMO ACHAR A DRACMA PERDIDA?
Se alguma dessas dracmas se perdeu em
sua casa, de que modo você pode reavê-la? Jesus disse que a fim de encontrar
sua preciosa moeda, aquela mulher fez três coisas. Em primeiro lugar, ela acendeu a luz. Você não pode achar algo no escuro,
assim como não pode reaver nada sem a luz de Deus. Portanto, comece orando ao
Senhor e clamando pelo seu auxílio! A segunda coisa que a mulher fez foi varrer a casa. Ela procurou aquilo que havia perdido
ali mesmo, no lugar onde estava. Lembre-se: não vá procurar fora de casa o que
você perdeu dentro dela! Finalmente, a mulher buscou diligentemente.
Ela perseverou e não desistiu. É desse modo que você deve buscar a sua dracma
perdida: até que a encontre!
CONCLUSÃO
Hoje, Deus nos concede a oportunidade de recuperar o que
perdemos em nossa casa – seja o respeito, o perdão, a bondade ou a devoção. Ele
se dispõe a procurar conosco, e garante-nos que o nosso esforço será bem
sucedido. Se aceitarmos o seu desafio, haveremos de alcançar a vitória. E
então, com alegria, falaremos como a mulher da história: “Alegrai-vos comigo,
porque já achei a dracma perdida”.
Lucas 15
4 Que
homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto
as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la?
6 E,
chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos
comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
7 Digo-vos
que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que
por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
8 Ou
qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a
candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?
9 E
achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já
achei a dracma perdida.
12 E
o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E
ele repartiu por eles a fazenda.
13 E,
poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra
longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E,
havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a
padecer necessidades.
15 E
foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus
campos, a apascentar porcos.
17 E,
tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e
eu aqui pereço de fome!
20 E,
levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e
se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 E
o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de
ser chamado teu filho.
22 Mas
o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e
ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;
24 Porque
este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E
começaram a alegrar-se.
25 E
o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa,
ouviu a música e as danças.
29 E
saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te
sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste
um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;
30 Vindo,
porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes,
mataste-lhe o bezerro cevado.
32 Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos,
porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.
A dracma
perdida
Nesta série de parábolas, a ovelha
perdida, o filho pródigo e a dracma perdida, o Senhor nos fala de algo precioso
que tinha sido perdido e foi achado. O que é comum nas três situações é o
anseio de quem procura o que perdeu até que, encontrando-o, enche-se de alegria
pela reconquista do que lhe é valioso. Assim foi com o pai do filho pródigo,
com o pastor da ovelha extraviada e com a mulher que perdeu a dracma.
Já vimos, há algum tempo, a parábola
da ovelha perdida. Hoje iremos refletir a respeito da segunda parábola, da
dracma perdida.
A dracma era uma moeda de prata usada
na Grécia. A dracma é também traduzida como prata, porque tanto o dinheiro
quanto a prata têm a mesma significação, a verdade. Assim, os Escritos nos
mostram que “perder a dracma”, significa perder uma das verdades ou os
conhecimentos da verdade.
Há várias situações em que se pode
perder uma verdade. Perdemos a verdade quando, por exemplo, nos despojamos
negligentemente de uma convicção que sabemos ser verdadeira e justa, e adotamos
outra, falsa, em seu lugar. Ou quando abrimos mão de um princípio verdadeiro
que era para nortear nossa vida, e agimos contra esse princípio. Ou, também,
quando deixamos esmaecer a visão de um ideal bom, do qual nos desviamos por
desânimo, falta de coragem ou falta de empenho.
Nesta parábola é a “mulher” que
perde. A “mulher”, na Palavra, significa a afeição da verdade. Isto nos indica,
portanto, um estado em que deixamos de ter afeição pelo que é genuinamente
verdadeiro. Quando deixamos de ter afeição pela verdade, andamos errantes e
acabamos adotando qualquer princípio que nos satisfaça, mesmo errôneo.
Embora a mulher seja citada aqui pelo
que ela representa, a afeição da verdade, como foi dito, focalizaremos nossa
reflexão na mulher em si mesma, ou antes, nas situações em que a mulher perde
alguma coisa de valor espiritual em sua vida.
A mulher, tanto quanto o homem, está sujeita a perder muitos de seus valores reais, mas ela, especialmente, está mais sujeita do que o homem a situações e, portanto, a prejuízos e perdas, em razão das desvantagens que a nossa atual civilização lhe impõe, porque a raça humana privilegia o aspecto masculino em todas as áreas. Esta supremacia do masculino, com a óbvia inferiorização do feminino, vem desde a dispensação da Igreja Antiqüíssima. Essa Igreja caiu, como se sabe, porque fez da fé a principal e desprezou a caridade. Caim, a fé, matou Abel, a caridade.
A mulher, tanto quanto o homem, está sujeita a perder muitos de seus valores reais, mas ela, especialmente, está mais sujeita do que o homem a situações e, portanto, a prejuízos e perdas, em razão das desvantagens que a nossa atual civilização lhe impõe, porque a raça humana privilegia o aspecto masculino em todas as áreas. Esta supremacia do masculino, com a óbvia inferiorização do feminino, vem desde a dispensação da Igreja Antiqüíssima. Essa Igreja caiu, como se sabe, porque fez da fé a principal e desprezou a caridade. Caim, a fé, matou Abel, a caridade.
A fé, por ser pertinente ao
entendimento, corresponde ao aspecto masculino do ser humano. A caridade tem a
ver com a afeição, o aspecto feminino. Desde aqueles tempos, então, o conhecimento
tornou-se mais importante do que o sentimento; a razão mais do que a emoção; a
inteligência mais do que a bondade. Tornou-se louvável exibir inteligência, mas
sinal de fraqueza expressar afeição. Esse conflito entre fé e caridade, com a
conseqüente subjugação de uma pela outra, veio se repetindo também nas Igrejas
que se sucederam no decorrer do tempo. Foi representada pela luta de Esaú e
Jacó, na Igreja Judaica, a disputa sobre qual era o elemento salvífico, fé ou
caridade, na Igreja Cristã.. A fé prevaleceu em todas as situações. E quando
ela reina sozinha, a Igreja chega ao seu fim, porque a caridade ou o amor é a
sua vida e a essência. A fé, só, separada da caridade e assim tida como único
meio de salvação, causa, ao contrário, a degeneração espiritual da Igreja e da
raça humana.
Como conseqüência inevitável de a
dispensação religiosa, desde a antigüidade, ter valorizado a fé e desprezado a
caridade, as civilizações antigas e modernas atribuem essa supremacia ao
masculino, como se vê, em detrimento do feminino. Isto fez com que a Igreja
Cristã cultivasse o lema inventado por Paulo, de que o marido é a cabeça da
esposa. Fez com a mulher não tivesse seus direitos reconhecidos durante
séculos, e ainda hoje faz com que ela tenha de lutar para ser reconhecida como
ser humano integral, para mostrar que seu valor reside não somente no corpo,
mas também na sua mente e espírito, tal qual o masculino.
Nesse ambiente de valores espirituais e civis tão distorcidos, a restauração da verdadeira Igreja Cristã através das Doutrinas da Nova Igreja é a restauração da possibilidade de perfeita harmonia entre fé e caridade, as duas como partes complementares de um todo inseparável. E será, também, a restauração da noção de um casamento ideal, de um amor verdadeiramente conjugal, em que o masculino e o feminino, marido e esposa, por meio da regeneração, fazem, ambos, um só anjo, por assim dizer, uma só Igreja, um só corpo espiritual cuja cabeça não é o marido, mas o Senhor, só.
Nesse ambiente de valores espirituais e civis tão distorcidos, a restauração da verdadeira Igreja Cristã através das Doutrinas da Nova Igreja é a restauração da possibilidade de perfeita harmonia entre fé e caridade, as duas como partes complementares de um todo inseparável. E será, também, a restauração da noção de um casamento ideal, de um amor verdadeiramente conjugal, em que o masculino e o feminino, marido e esposa, por meio da regeneração, fazem, ambos, um só anjo, por assim dizer, uma só Igreja, um só corpo espiritual cuja cabeça não é o marido, mas o Senhor, só.
Nesse ambiente, era inevitável que a
mulher viesse a ver seus valores perdidos. As dracmas que ela tinha, dez,
ficaram incompletas. Falta a ela alguma coisa enquanto esses valores não fores
identificados e reconquistados.
O homem, o masculino, é o responsável
por essas situações que colocam a mulher em desvantagem no relacionamento; ele
é quem a submete a perdas. Mas quando a mulher adquire a consciência
esclarecida dos usos masculino e feminino, essa distorção pode ser emendada.
Por que alguém perde alguma coisa?
Por várias razões: porque alguém a subtraiu ou tirou do lugar; porque ela mesma
não se lembra onde guardou; ou porque não zelou pelo valor que possuía. Assim,
o homem dominador de nossa raça não é responsável sozinho; a mulher também o é,
quando, conscientemente, permite que seus valores sejam espoliados. Além do
fato de a sociedade preeminentemente machista e da fé-só lhe roubar direitos e
valores, ela mesma também os perde e se deixa roubar.
Por causa dessa visão torcida, a
mulher foi desde a infância criada e habituada à submissão muitas vezes
irracional; à aceitação de situações humilhantes; a remuneração menor e assim
por diante. Em todos os níveis sociais e de educação, haverá sempre uma perda
do lado feminino.
Na parábola, foi dito que a mulher
perde a dracma. Aqui se fala, então, de algo que ela mesma perdeu. E perdeu
dentro de sua casa. Então, a parábola nos chama atenção para situações de
humilhação da mulher especialmente dentro da sua família. Há valores que a
mulher perde diante do marido e diante dos filhos, tão somente porque ela se
habitou a se submeter irracionalmente aos caprichos masculinos.
A mulher perde valores incalculáveis
quando se deixa ser avaliada apenas quanto ao seu corpo. Ela perde quando põe
na atração física toda a sua influência. A moça, solteira, quando acredita que
pode conquistar mais facilmente o rapaz se se entregar às volúpias dele. Ela
cede seu corpo esperando assim receber do homem algo superior em troca, como
amor verdadeiro, garantia de fidelidade e exclusiva dedicação. Mas,
inevitavelmente, ela nada obtém e somente perde nessa troca, porque, quase
sempre, após a sujeição, ela é menos estimada e muitas vezes até desprezada.
Essa história é mais comum do que se imagina e tem contribuído para que haja
casamentos e relacionamentos infelizes, pois que começaram por uma troca
injusta, onde houve perda de dignidade para satisfação de algum egoísmo.
A esposa perde também sua dignidade
quando abre mão de uma posição correta, de um tratamento honroso, e se intimida
diante do marido só para manter a paz e o amor no casamento. Mas o efeito é
igualmente o contrário, porque assim ela contribui para que a injustiça
prevaleça.
Devido à sua condição de tradicional
inferioridade, aliada à sua real desvantagem física, essa situação de
prepotência masculina e humilhante aceitação por parte da mulher, pode levar a
situações cada vez mais graves de desconsideração, desrespeito e até de
agressão física. Esta é a condição em que até o próprio respeito esta ausente.
Quando se cala diante da primeira
ofensa, só para não perturbar a harmonia; quando se encolhe diante da primeira
agressão física, a fim de não provocar escândalo, a mulher mesma está sendo
negligente com os valores que deve defender. Ela já perdera a dracma e agora
perde os últimos ceitis, os valores mínimos de respeito e de dignidade.
A Nova Igreja, em sua preciosa
doutrina sobre o casamento, ensina que o amor verdadeiramente conjugal implica
em que haja, antes de mais nada, a regeneração, cuja primeira coisa é a
caridade, sendo desta a primeira coisa não fazer mal próximo. Abster-se de
fazer mal ao próximo é o começo do respeito. O casamento se edifica sobre essa
base bem sólida de respeito mútuo, antes de mais nada, em seguida de amizade,
depois então do amor cristão, genuíno, verdadeiramente conjugal. Não pode existir
casamento real onde falta o próprio respeito, onde a mulher não é propriamente
respeitada e não se faz respeitar.
Mas a agressão à mulher não é somente física; é também moral e também espiritual. Uma mulher é agredida moralmente quando é bem tratada somente por causa do prazer físico; quando é tratada como serva, de cujas obrigações não se lhe admite desviar. E é agredida espiritualmente quando não é considerada como próximo, quando é traída pela infidelidade em pensamentos, intenções e atos.
Mas a agressão à mulher não é somente física; é também moral e também espiritual. Uma mulher é agredida moralmente quando é bem tratada somente por causa do prazer físico; quando é tratada como serva, de cujas obrigações não se lhe admite desviar. E é agredida espiritualmente quando não é considerada como próximo, quando é traída pela infidelidade em pensamentos, intenções e atos.
A mãe perde seus valores diante dos
filhos quando aceita calada uma resposta malcriada, quando deixa de exigir que
sua palavra seja obedecida, porque, acredita, ama tanto os filhos que não os
quer punir. Ao se deixar desonrar, ela se torna subserviente das imposições dos
filhos.
A mulher que aceita passivamente a
injustiça em relação à sua condição de mulher, esposa e mãe, vai aos poucos se
anulando, se distanciando do que é realmente humano, à medida que abre mão dos
valores justos. Ela perde sua dracma de amor próprio e dignidade. E quanto mais
se submete, mais se envilece aos olhos de quem a subjuga, menos valor tem. Esta
é a situação em que ela mesma não guarda sua dracma, e a perde dentro de sua
casa. Em muitos casamentos, vemos com tristeza a mulher perder a própria
dignidade tentando preservar algo que ela acredita ser nobre, mas que se trata
apenas de convivência subserviente.
A Nova Igreja é vista espiritualmente
como uma mulher, uma mulher vestida de sol, Noiva e Esposa do Cordeiro. Cabe a
essa Mulher, a Nova Jerusalém, através da evangelização, da divulgação de suas
Doutrinas Celestes e do testemunho vivo de seus membros, restaurar para o mundo
o verdadeiro equilíbrio entre fé e caridade, a dádiva preciosa do amor
verdadeiramente conjugal, a noção de um relacionamento possível que deve ser
espiritual e eterno entre marido e esposa, ambos igualmente um, com o mesmo
valor, diante do Senhor.
Na mesma razão, cabe, em primeiro
lugar, à mulher da Nova Igreja restaurar esses valores dentro de sua casa.
Restaurar a visão justa do que é a mulher, a esposa e a mãe. Cabe a ela, antes
do homem, estar consciente para corajosamente impor os conceitos da verdadeira
feminilidade, sem o quais a caridade nunca existirá. Cabe a mulher tomar a
decisão de não permitir que as tendências irregeneradas masculinas continuem
prevalecendo e espezinhando os valores verdadeiros femininos, tanto no plano
espiritual como no moral e civil. A esposa é a afeição da sabedoria do marido.
Cabe a ela dirigir a inteligência do marido, para que não se torne fausto da
própria inteligência e confirmação do amor de si.
A mulher pode fazer isso, porque ela
recebe de Deus uma coisa que o homem não recebe: o amor verdadeiramente
conjugal. O homem só terá o amor conjugal e só amará o casamento se o receber
através da esposa. Lemos no livro “Amor Conjugal” que: “A conjunção é inspirada
ao Marido pela Esposa segundo o amor da esposa, e é recebida pelo Marido
segundo a sabedoria do marido. Daí vem que a inclinação para unir a si o marido
é constante e perpétua na esposa; se no marido não há uma semelhante inclinação
para com a esposa, é porque o homem não é amor, mas é unicamente recipiente do
amor; e como o estado de recepção está ausente e está presente segundo os
cuidados que se interpõem, conforme as mudanças de calor e de não calor na
mente por diversas causas, e segundo os aumentos e diminuições de forças do
corpo, as quais não voltam constantemente nem em momentos fixos, segue-se que a
inclinação a esta conjunção nos homens é inconstante e alternativa”. (160).
Mas se a esposa não cultiva a busca
da verdade, se não tem afeição por conhecer a verdade, para que seu amor seja
esclarecido, como pode ela transmitir esse amor ao marido? Sem este empenho da
esposa, nenhum casamento verdadeiro existe ou subsiste. Por isso o livro
bíblico dos Provérbios afirmou sabiamente: “Toda mulher sábia edifica a sua
casa; mas a tola com as próprias mãos a derruba. (Provérbios 14:1)”.
Então, é necessário que a mulher da
Nova Igreja se volte sempre para a Palavra. “Acender a candeia” significa o
auto-exame por afeição. “Acender a candeia” é examinar-se à luz da Palavra;
examinar sua mente, seus pensamentos e intenções. É o auto-exame que todos nós,
homens e mulheres, devemos fazer. Só pelo auto-exame à luz da Palavra, esclarecido
pelas Doutrinas claras do Sentido Espiritual, é que se pode conhecer o próprio
estado.
Quando procuramos por alguma coisa
perdida, costumamos tentar nos lembrar onde foi que a vimos pela última vez. Às
vezes é necessário voltar atrás, aos nossos antigos ideais, às promessas que um
dia cultivamos de amor mútuo e de felicidade, aos planos compartilhados, ao
amor inocente dos primeiros tempos, para descobrirmos onde foi que mudamos, o
que fizemos, que hábitos nocivos adquirimos e que destruíram esses ideais,
fazendo com que perdêssemos a visão. Isto é “varrer a casa”, porque “varrer a
casa” significa percorrer toda a mente e examinar cada particularidade em que a
verdade se acha encerrada”.
Em algum ponto, nos desviamos da
verdade, da justiça, da retidão, até para beneficiar alguém. Em algum momento,
fomos pela primeira vez indulgentes com o erro, e depois isto se nos tornou
habitual. Fechamos os olhos para o erro alheio, porque pensávamos que isto era
amor e caridade. Quando acendemos esta lâmpada, temos diante de nós, em toda
clareza, o real sentido de nossas vidas, o propósito Divino para o ser humano.
Quando essa luz se acende para nós, compreendemos cada vez mais claramente a
relação perfeitamente Divina entre o masculino e o feminino, relação que, quando
está na ordem, só pode produzir contentamento, pois é uma imagem dos três
essenciais do Amor Divino: Amar os outros fora de si, querer ser um com eles e
fazê-los felizes por si. No casamento, isto se manifesta pelo altruísmo de
ambas as partes, pelo desejo pela conjunção de mentes e corpos, e pela vontade
de se prestar bons usos um ao outro sem interesse de recompensa.
Esses valores estão ainda perdidos em
muitos lares porque a mulher, ela principalmente, ainda não acendeu sua
candeia, não varreu sua mente e não procurou por eles diligentemente. Mas
quando os encontrar, ela terá renovação de seu ânimo e se alegrará intimamente.
“E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque
já achei a dracma perdida”. Luc 15:9. Amém.
restauracao, retornar a igreja, exercitar o perdao
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